A House I de Peter Eisenman, entre as bases formais da arquitetura e a arquitetura conceitual.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mentone, Bruno Juliani
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-16042021-162103/
Resumo: Peter Eisenman é um importante arquiteto contemporâneo. Atuando desde a década de 1960, é considerado como um dos principais nomes do chamado pós-modernismo e da arquitetura desconstrutivista, reconhecido por sua postura crítica à disciplina e por sua exploração da forma e de suas possibilidades de sentido. Esta pesquisa visa a retomar o período inicial de seu percurso, no qual procura aquilo que é próprio da arquitetura, o que não é contaminado por fatores que denomina de externos à disciplina, busca formas com sentido menos determinado, uma arquitetura autônoma. Para tal, retoma o início de sua atuação, sua tese de Ph.D defendida em 1963 - The Formal Basis of Modern Architecture -, texto de pouca circulação até 2006, quando Eisenman publica fac-símile. A ausência deste texto consolidou o início da década de 1970, com projetos da House I e da House II, expostos no livro Five Architects, e textos como Dall\'Oggetto alla Relazionalità: la Casa del Fascio di Terragni e Notes on Conceptual Architecture como suas primeiras explorações. Há diferenças entre esses dois momentos. Em sua Tese, compreende a forma como campo próprio da arquitetura, mas indissociável do dia a dia, ela participa do que denomina de ordem total junto de outros elementos como função e técnica. No início da década de 1970, encontra autonomia da forma em relação a outros elementos a partir dos conceitos de estrutura profunda e estrutura aparente. A leitura desses dois momentos permitirá a identificação de processo utilizado por Eisenman. Essa divisão de um elemento, ordem total, em dois, estrutura profunda e aparente, marca importante ferramenta de Eisenman: a desestabilização de elementos por meio de sua quebra em pares cujos termos são irredutíveis uns aos outros, condição que denominará de dialética ou ambiguidade. A partir destas considerações, analisaremos a House I por dois pontos de vista. Primeiro retomando a leitura sedimentada por Eisenman no livro Five Architects, no qual este projeto é alinhado à leitura que faz da House II, marcado como início de conjunto de casas que desenvolve durante a década de 1970. Em seguida, desenvolveremos a leitura da House I a partir do modo como analisa projetos em sua Tese. A contraposição destas duas faces da House I - uma dela adiante, outra dela para trás - permitirá a identificação da House I como ponto de inflexão, relacionando-a à carreira de Eisenman. Assim, encontramos características que abandona, outras que são paulatinamente desenvolvidas em projetos seguintes e as que são suspensas e retomadas anos adiante, além de lançarmos luz sobre as discussões de Eisenman sobre a forma e a autonomia da arquitetura.
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spelling A House I de Peter Eisenman, entre as bases formais da arquitetura e a arquitetura conceitual.Peter Eisenman\'s House I, between the formal basis of architecture and conceptual architecture.Architecture ProjectArquitetura pós-modernaFormalism (art)Formalismo (Arte)Peter D. Eisenman 1932Peter D. Eisenman 1932Post modern architectureProjeto de arquiteturaPeter Eisenman é um importante arquiteto contemporâneo. Atuando desde a década de 1960, é considerado como um dos principais nomes do chamado pós-modernismo e da arquitetura desconstrutivista, reconhecido por sua postura crítica à disciplina e por sua exploração da forma e de suas possibilidades de sentido. Esta pesquisa visa a retomar o período inicial de seu percurso, no qual procura aquilo que é próprio da arquitetura, o que não é contaminado por fatores que denomina de externos à disciplina, busca formas com sentido menos determinado, uma arquitetura autônoma. Para tal, retoma o início de sua atuação, sua tese de Ph.D defendida em 1963 - The Formal Basis of Modern Architecture -, texto de pouca circulação até 2006, quando Eisenman publica fac-símile. A ausência deste texto consolidou o início da década de 1970, com projetos da House I e da House II, expostos no livro Five Architects, e textos como Dall\'Oggetto alla Relazionalità: la Casa del Fascio di Terragni e Notes on Conceptual Architecture como suas primeiras explorações. Há diferenças entre esses dois momentos. Em sua Tese, compreende a forma como campo próprio da arquitetura, mas indissociável do dia a dia, ela participa do que denomina de ordem total junto de outros elementos como função e técnica. No início da década de 1970, encontra autonomia da forma em relação a outros elementos a partir dos conceitos de estrutura profunda e estrutura aparente. A leitura desses dois momentos permitirá a identificação de processo utilizado por Eisenman. Essa divisão de um elemento, ordem total, em dois, estrutura profunda e aparente, marca importante ferramenta de Eisenman: a desestabilização de elementos por meio de sua quebra em pares cujos termos são irredutíveis uns aos outros, condição que denominará de dialética ou ambiguidade. A partir destas considerações, analisaremos a House I por dois pontos de vista. Primeiro retomando a leitura sedimentada por Eisenman no livro Five Architects, no qual este projeto é alinhado à leitura que faz da House II, marcado como início de conjunto de casas que desenvolve durante a década de 1970. Em seguida, desenvolveremos a leitura da House I a partir do modo como analisa projetos em sua Tese. A contraposição destas duas faces da House I - uma dela adiante, outra dela para trás - permitirá a identificação da House I como ponto de inflexão, relacionando-a à carreira de Eisenman. Assim, encontramos características que abandona, outras que são paulatinamente desenvolvidas em projetos seguintes e as que são suspensas e retomadas anos adiante, além de lançarmos luz sobre as discussões de Eisenman sobre a forma e a autonomia da arquitetura.Peter Eisenman is an important contemporary architect. Acting since the 1960s, he is considered as one of the main names of the so-called postmodernism and deconstructivist architecture, recognized for his critical stance towards the discipline and for his exploration of form and its possibilities of meaning. This research aims to retake the initial period of his career in which he seeks what is architecture itself, what is not contaminated by factors that he calls external to the discipline, search forms with less determined meaning, an autonomous architecture. For this, retakes the beginning of his career, his Ph.D. Thesis defended in 1963, - The Formal Basis of Modern Architecture -, text with little circulation until 2006, when Eisenman publishes facsimile. The absence of this text consolidated the early 1970s, with projects as House I and House II, as exposed in the book Five Architects, and texts such as Dall\'Oggetto alla Relazionalità: la Casa del Fascio di Terragni and Notes on Conceptual Architecture as his first explorations. There are differences between these two moments. In his Thesis, he understands form as the proper field of architecture, but inseparable from day-today life, it participates in what he calls the total order together with other elements such as function and technique. In the early 1970s, he found form autonomy in relation to other elements based on the concepts of deep structure and apparent structure. Reading these two moments will allow the identification of a process used by Eisenman. This division of one element, total order, in two, deep and apparent structure, marks an important tool of Eisenman: the destabilization of elements by breaking them into pairs whose terms are irreducible to each other, condition that he will call dialectic or ambiguity. From these considerations we will analyze House I from two points of view. First resuming the reading sedimented by Eisenman in the book Five Architects, in which this project is aligned with the reading he makes of House II, marked as the beginning of a set of houses that he developed during the 1970s. Then we will develop a reading of House I from the way he analyzes projects in his Thesis. The opposing of these two faces of House I - one from it ahead and another from it to behind - will allow the identification of House I as an inflection point, relating it to Eisenman\'s career. Finding characteristics that he abandoned, others that are gradually developed in subsequent projects and others that are suspended and resumed years later, besides shedding light on Eisenman\'s discussions on the form and autonomy of architecture.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLira, José Tavares Correia deMentone, Bruno Juliani2020-05-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-16042021-162103/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-05-06T17:43:02Zoai:teses.usp.br:tde-16042021-162103Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-05-06T17:43:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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