Contribuição ao estudo da cisticercose testes imunológicos para detecção de anticorpos séricos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bragazza, Lúcia Maria
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-21082023-113134/
Resumo: A cisticercose humana ocasionada pelo parasitismo da fase larvária da Taenia solium é freqüente em países em desenvolvimento. Considerando o impacto na saúde pública gerado pela ocorrência da cisticercose, especialmente a forma neurológica, neurocisticercose (NC), foi estudada a freqüência de positividade de anticorpos anti-cisticerco em amostras de sangue, de indivíduos provenientes de áreas geográficas distintas assim distribuídas: Grupo Cássia dos Coqueiros, SP, (1.863 amostras de indivíduos com idade entre 2 e 88 anos), Grupo Vitória, ES, (311 amostras de pacientes com idade entre 0 e 17 anos), Grupo Campinas, SP, (15 amostras de pacientes ambulatoriais, com idade entre 21 e 69 anos). Para a pesquisa de anticorpos foram empregados os testes ELISA e imunoblot (WB) com antígenos de líquido vesicular de Taenia crassiceps (ELISA-Tcra e WB-Tcra). No grupo de Cássia foram encontrados 459 (24,6%) soros reagentes no teste ELISA-Tcra, com predomínio maior na faixa etária adulta (p<0,05), não havendo diferença significativa com relação ao sexo (p>0,05). Destes soros, 8,7% (n=40) foram intensamente reagentes no WB-Tcra. Considerando a utilização do teste WB-Tcra como confirmatório, dada sua elevada especificidade, a freqüência de anticorpos anti-cisticerco neste grupo foi de 2,1%. Analisando as possíveis relações entre a sororreatividade para anticorpos anti-cisticerco e as variáveis referentes às condições sanitárias da população, a única associação relevante foi observada para a variável fonte de água para o consumo humano, que evidenciou maior freqüência de positividade para anticorpos anti-cisticerco, quando a água consumida era proveniente de fontes coletivas (p<0,05), achado compatível com o alto grau de contaminação com coliformes fecais dessas fontes (p<0,05). No grupo Vitória foram encontrados 51 (16,4%) soros reagentes no ELISA-Tcra, sendo a faixa etária de 10 a 14 anos a mais acometida (p<0,05), não havendo diferença significativa entre os sexos. Destas 51 amostras, somente duas (3,9%) foram intensamente reativas no WB-Tcra. Considerando o imunoblot como específico podemos concluir que a freqüência de anticorpos anti-cisticerco no grupo foi de 0,64%. Para o grupo Campinas, obtivemos 7 (46,7%) soros reagentes no ELISA-Tera e destes, 42,8% (n=3) foram fortemente reativos no WB-Tcra. Os três pacientes reativos nos testes ELISA-Tcra e WB-Tcra apresentaram a confirmação clínico-laboratorial de neurocisticercose. Embora o teste ELISA não apresente elevada especificidade quando o soro é a amostra ensaiada, o emprego do mesmo com o uso do antígeno heterólogo para triagem sorológica com posterior confirmação pelo imunoblot pareceu ser um bom marcador para posteriores estudos epidemiológicos.
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spelling Contribuição ao estudo da cisticercose testes imunológicos para detecção de anticorpos séricosContribution to the study of cysticercosis: immunologic tests for the detection of serum antibodiesCisticercose (Estudo)Cisticercose (Estudo)Doenças parasitárias (Imunologia)Doenças parasitárias (Imunologia)ParasitologiaParasitologiaTestes imunológicosTestes imunológicosA cisticercose humana ocasionada pelo parasitismo da fase larvária da Taenia solium é freqüente em países em desenvolvimento. Considerando o impacto na saúde pública gerado pela ocorrência da cisticercose, especialmente a forma neurológica, neurocisticercose (NC), foi estudada a freqüência de positividade de anticorpos anti-cisticerco em amostras de sangue, de indivíduos provenientes de áreas geográficas distintas assim distribuídas: Grupo Cássia dos Coqueiros, SP, (1.863 amostras de indivíduos com idade entre 2 e 88 anos), Grupo Vitória, ES, (311 amostras de pacientes com idade entre 0 e 17 anos), Grupo Campinas, SP, (15 amostras de pacientes ambulatoriais, com idade entre 21 e 69 anos). Para a pesquisa de anticorpos foram empregados os testes ELISA e imunoblot (WB) com antígenos de líquido vesicular de Taenia crassiceps (ELISA-Tcra e WB-Tcra). No grupo de Cássia foram encontrados 459 (24,6%) soros reagentes no teste ELISA-Tcra, com predomínio maior na faixa etária adulta (p<0,05), não havendo diferença significativa com relação ao sexo (p>0,05). Destes soros, 8,7% (n=40) foram intensamente reagentes no WB-Tcra. Considerando a utilização do teste WB-Tcra como confirmatório, dada sua elevada especificidade, a freqüência de anticorpos anti-cisticerco neste grupo foi de 2,1%. Analisando as possíveis relações entre a sororreatividade para anticorpos anti-cisticerco e as variáveis referentes às condições sanitárias da população, a única associação relevante foi observada para a variável fonte de água para o consumo humano, que evidenciou maior freqüência de positividade para anticorpos anti-cisticerco, quando a água consumida era proveniente de fontes coletivas (p<0,05), achado compatível com o alto grau de contaminação com coliformes fecais dessas fontes (p<0,05). No grupo Vitória foram encontrados 51 (16,4%) soros reagentes no ELISA-Tcra, sendo a faixa etária de 10 a 14 anos a mais acometida (p<0,05), não havendo diferença significativa entre os sexos. Destas 51 amostras, somente duas (3,9%) foram intensamente reativas no WB-Tcra. Considerando o imunoblot como específico podemos concluir que a freqüência de anticorpos anti-cisticerco no grupo foi de 0,64%. Para o grupo Campinas, obtivemos 7 (46,7%) soros reagentes no ELISA-Tera e destes, 42,8% (n=3) foram fortemente reativos no WB-Tcra. Os três pacientes reativos nos testes ELISA-Tcra e WB-Tcra apresentaram a confirmação clínico-laboratorial de neurocisticercose. Embora o teste ELISA não apresente elevada especificidade quando o soro é a amostra ensaiada, o emprego do mesmo com o uso do antígeno heterólogo para triagem sorológica com posterior confirmação pelo imunoblot pareceu ser um bom marcador para posteriores estudos epidemiológicos.Human cysticercosis caused by parasitism with the larval phase of Taenia solium is frequent in developing countries. Considering the impact of cysticercosis on public health, especially the neurological form, neurocysticercosis (NC), the frequency of anti-cysticercus antibody positivity was studied in blood samples of subjects from different geographic areas distributed as follows: Group from Cássia dos Coqueiros, SP (1,863 samples from individuals aged 2 to 88 years), Group from Vitória, ES (311 samples from patients aged 0 to 17 years), Group from Campinas, SP (15 samples from outpatients aged 21 to 69 years). ELISA and immunoblot (WB) with Taenia crassiceps vesicular fluid antigens (ELISA-Tcra and WB-Tcra) were used for antibody detection. A total of 459 (24.6%) sera reactive to ELISA-Tcra were detected in the Cássia group, with a greater predominance in the adult age range (p<0.05) and with no significant sex differences (p >0.05). Of these sera, 8.7% (n=40) were intensely reactive to WB-Tcra. Considering the use of the WB-Tcra test as confirmatory in view of its high specificity, the frequency of anti-cysticercus antibodies in this group was 2.1%. When the possible relations between serum reactivity for anti-cysticercus antibodies and the variables concerning the sanitary conditions of the population were analyzed, the only relevant association was observed for the variable water source for human consumption, which demonstrated a higher frequency of positivity for anti-cysticercus antibodies when the water consumed originated from collective sources (p<0.05), a finding compatible with the high degree of contamination with fecal coliforms of these sources (p<0.05). In the Vitória group, 51 (16.4%) sera were reactive to ELISA-Tcra, with the 10 to 14 year age range being most often involved (p<0.05), and with no sex differences. Of these 51 samples, only two (3.9%) were intensely reactive to WB-Tcra. Considering immunoblot to be specific, we may conclude that the frequency of antibodies in this group was 0.64%. ln the Campinas group, 7 (46.7%) sera were reactive to ELISA-Tcra and 42.8% of these (n=3) were strongly reactive to WB-Tcra. The three patients reactive to ELISA and WB presented a clinical-laboratory confirmation of neurocysticercosis. Although ELISA does not present high specificity when serum samples are assayed, its use with heterologous antigen for serologic screening with later confirmation by immunoblot appears to be a good marker for later epidemiological studies.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVaz, Adelaide JoseBragazza, Lúcia Maria2001-07-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-21082023-113134/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-21T21:32:02Zoai:teses.usp.br:tde-21082023-113134Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-21T21:32:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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