Níveis plasmáticos de HLA-G solúvel em pacientes com covid-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jéssica Fernanda Corrêa Cordeiro
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.22.2022.tde-10112022-150404
Resumo: Aspectos da biologia da HLA-G, como as funções altamente imunoinibitórias são fundamentais para a compreensão da relevância dessa molécula em condições fisiológicas e patológicas, e podem auxiliar a projetar estratégias diagnósticas e terapêuticas em várias áreas da saúde humana. A covid-19 é uma doença viral que acomete o mundo. Por se tratar de uma doença viral, as moléculas de HLA-G solúveis (sHLA-G) são consideradas potentes imunomoduladores, e sua expressão desregulada têm sido implicadas em várias condições patológicas. O objetivo deste estudo foi quantificar os níveis plasmáticos de sHLA-G em pacientes com covid-19. Este é um estudo observacional, descritivo, do tipo transversal. O estudo foi conduzido na cidade de Ribeirão Preto. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa GraphPad Prism versão 9. A análise de distribuição dos dados foi realizada pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk e a análise comparativa das variáveis entre os grupos foi realizada por meio de testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Incluímos nesse estudo 262 indivíduos. Dentre os que apresentaram covid-19, 60 estavam em cuidados domiciliares e 129 eram pacientes hospitalizados. Como grupo controle saudável, foram incluídos 73 indivíduos. A mediana da idade foi 55 anos para o grupo com covid-19, já para o grupo controle foi de 33,5 anos. A maioria dos pacientes do grupo hospitalar era do sexo masculino (67,4%). Em relação ao gênero não houve diferenças estatisticamente significantes nos níveis plasmáticos de sHLA-G entre os grupos domiciliar e hospitalar. No entanto, ao classificar os pacientes de covid-19 de acordo com o seu estado de gravidade clínica, observamos que todos os tipos de gravidade clínica apresentaram diferenças estatisticamente significantes em relação ao controle saudável (controle vs leve: p=0,0004; controle vs moderado: p=0,0011; controle vs grave: p<0,0001 e controle vs crítico: p<0,0001), sendo que as concentrações de sHLA-G foram gradativamente aumentando nos pacientes com covid-19 de leve a grave. Contraditóriamente, os níveis de sHLA-G estavam significantemente menores entre pacientes com covid-19 crítico quando comparados aos com covid-19 grave (p=0,02). A partir do perfil plasmático de sHLA-G por gravidade, estratificamos os pacientes pelos desfechos clínicos de resolutividade da doença (com alta hospitalar) e óbito; e observamos maior concentração de sHLA-G no grupo de pacientes que morreram em relação ao controle saudável (p<0,0001), assim como comparado àqueles que tiveram a resolução da doença e receberam alta hospitalar (p=0,0166). Nossos resultados revelam que os níveis de sHLA-G, importante molécula de \"checkpoint\" imuno inibitória, estão maiores no início da infecção, e vai gradualmente crescendo conforme a gravidade clínica da doença progride, entretanto, quando os parâmetros clínicos avançam para a covid-19 crítica, os níveis de HLA-G caem, sugerindo a exaustão, após a superexpressão deste inibidor de controle imunológico. Estes dados destacam a importância da molécula HLA-G no contexto de infecções virais, como SARS-CoV-2, revelando sua potencial capacidade de interações para planejamento de terapias para gerenciar a infecção, progressão e prognóstico da covid-19.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Níveis plasmáticos de HLA-G solúvel em pacientes com covid-19 Plasma levels of soluble HLA-G in patients with covid-19 2022-06-22Ana Paula Morais FernandesDenise de AndradeCarlos Arterio SorgiJéssica Fernanda Corrêa CordeiroUniversidade de São PauloEnfermagem FundamentalUSPBR COVID-19 COVID-19 HLA-G HLA-G SARS-CoV-2 SARS-CoV-2 Aspectos da biologia da HLA-G, como as funções altamente imunoinibitórias são fundamentais para a compreensão da relevância dessa molécula em condições fisiológicas e patológicas, e podem auxiliar a projetar estratégias diagnósticas e terapêuticas em várias áreas da saúde humana. A covid-19 é uma doença viral que acomete o mundo. Por se tratar de uma doença viral, as moléculas de HLA-G solúveis (sHLA-G) são consideradas potentes imunomoduladores, e sua expressão desregulada têm sido implicadas em várias condições patológicas. O objetivo deste estudo foi quantificar os níveis plasmáticos de sHLA-G em pacientes com covid-19. Este é um estudo observacional, descritivo, do tipo transversal. O estudo foi conduzido na cidade de Ribeirão Preto. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa GraphPad Prism versão 9. A análise de distribuição dos dados foi realizada pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk e a análise comparativa das variáveis entre os grupos foi realizada por meio de testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Incluímos nesse estudo 262 indivíduos. Dentre os que apresentaram covid-19, 60 estavam em cuidados domiciliares e 129 eram pacientes hospitalizados. Como grupo controle saudável, foram incluídos 73 indivíduos. A mediana da idade foi 55 anos para o grupo com covid-19, já para o grupo controle foi de 33,5 anos. A maioria dos pacientes do grupo hospitalar era do sexo masculino (67,4%). Em relação ao gênero não houve diferenças estatisticamente significantes nos níveis plasmáticos de sHLA-G entre os grupos domiciliar e hospitalar. No entanto, ao classificar os pacientes de covid-19 de acordo com o seu estado de gravidade clínica, observamos que todos os tipos de gravidade clínica apresentaram diferenças estatisticamente significantes em relação ao controle saudável (controle vs leve: p=0,0004; controle vs moderado: p=0,0011; controle vs grave: p<0,0001 e controle vs crítico: p<0,0001), sendo que as concentrações de sHLA-G foram gradativamente aumentando nos pacientes com covid-19 de leve a grave. Contraditóriamente, os níveis de sHLA-G estavam significantemente menores entre pacientes com covid-19 crítico quando comparados aos com covid-19 grave (p=0,02). A partir do perfil plasmático de sHLA-G por gravidade, estratificamos os pacientes pelos desfechos clínicos de resolutividade da doença (com alta hospitalar) e óbito; e observamos maior concentração de sHLA-G no grupo de pacientes que morreram em relação ao controle saudável (p<0,0001), assim como comparado àqueles que tiveram a resolução da doença e receberam alta hospitalar (p=0,0166). Nossos resultados revelam que os níveis de sHLA-G, importante molécula de \"checkpoint\" imuno inibitória, estão maiores no início da infecção, e vai gradualmente crescendo conforme a gravidade clínica da doença progride, entretanto, quando os parâmetros clínicos avançam para a covid-19 crítica, os níveis de HLA-G caem, sugerindo a exaustão, após a superexpressão deste inibidor de controle imunológico. Estes dados destacam a importância da molécula HLA-G no contexto de infecções virais, como SARS-CoV-2, revelando sua potencial capacidade de interações para planejamento de terapias para gerenciar a infecção, progressão e prognóstico da covid-19. Aspects of the biology of HLA-G, such as the highly immunoinhibitory functions, are fundamental for understanding the relevance of this molecule in physiological and pathological conditions and can help design diagnostic and therapeutic strategies in various areas of human health. Covid-19 is a viral disease that affects the world. As it is a viral disease, soluble HLA-G molecules (sHLA-G) are considered potent immunomodulators, and their unregulated expression has been implicated in several pathological conditions. The aim of this study was to quantify the plasma levels of sHLA-G in patients with covid-19. This is an observational, descriptive, crosssectional study. The study was conducted in the city of Ribeirão Preto. Statistical analyzes were performed using the GraphPad Prism version 9 program. Data distribution analysis was performed using the Shapiro-Wilk normality test and the comparative analysis of variables between groups was performed using nonparametric Mann tests. -Whitney and Kruskal-Wallis. We included 262 individuals in this study. Among those who had covid-19, 60 were in home care and 129 were hospitalized patients. As a healthy control group, 73 subjects were included. The median age was 55 years for the group with covid-19, while for the control group it was 33.5 years. Most patients in the hospital group were male (67.4%). Regarding gender, there were no statistically significant differences in sHLA-G plasma levels between the home and hospital groups. However, when classifying covid-19 patients according to their clinical severity status, we observed that all types of clinical severity showed statistically significant differences from the healthy control (control vs mild: p=0.0004; control moderate vs moderate: p=0.0011; control vs severe: p<0.0001 and control vs critical: p<0.0001), with sHLA-G concentrations gradually increasing in patients with mild to moderate COVID-19. serious. Contradictingly, sHLA-G levels were significantly lower among patients with critical covid-19 compared to those with severe covid-19 (p=0.02). Based on the sHLA-G plasma profile by severity, we stratified patients by clinical outcomes of disease resolution (with hospital discharge) and death; and we observed a higher concentration of sHLA-G in the group of patients who died in relation to the healthy control (p<0.0001), as well as in those who had the disease resolution and were discharged from the hospital (p=0.0166). Our results reveal that the levels of sHLA-G, an important immunoinhibitory checkpoint molecule, are higher at the beginning of the infection, and gradually increase as the clinical severity of the disease progresses, however, when the clinical parameters advance towards covid-19. 19 critical, HLA-G levels drop, suggesting exhaustion, following overexpression of this immune control inhibitor. These data highlight the importance of the HLA-G molecule in the context of viral infections, such as SARS-CoV-2, revealing its potential interactions for planning therapies to manage the infection, progression, and prognosis of covid-19. https://doi.org/10.11606/T.22.2022.tde-10112022-150404info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:39:00Zoai:teses.usp.br:tde-10112022-150404Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:27:50.694790Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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