Avaliação do perfil de expressão gênica de bovinos suplementados com selênio, vitamina E e óleo de canola: a interação dieta-gene-qualidade da carne
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-11122014-143206/ |
Resumo: | A produção mundial de carne bovina corresponde a 58,856 milhões de toneladas, das quais 9,92 milhões de toneladas de carne são produzidas pelo Brasil. Com o maior rebanho bovino comercial (aproximadamente 209 milhões de bovinos), nosso país ocupa posição de destaque no mercado da carne bovina: 1º em exportação (2,03 milhões de toneladas) e 2º em produção e consumo (40 kg/habitante/ano). Ao longo dos anos a produção de carne bovina aumentou, assim como as críticas no campo da saúde humana devido ao seu alto teor de ácidos graxos saturados e a possível, mas ainda questionável relação com doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Por estas razões uma série de pesquisas tem sido realizada na tentativa de alterar a composição do perfil de ácidos graxos da carne, o que consequentemente afeta sua estabilidade oxidativa . Para avaliar a influência de componentes específicos da dieta sobre as respostas do organismo e seus efeitos sobre a produção e a qualidade de carne, tem se avaliado a expressão individual de genes, ou seja, tem se utilizado a transcriptômica. A partir do uso desta ferramenta, o presente estudo avaliou a interação entre a suplementação com selênio, vitamina E e/ou óleo de canola e a expressão de genes-chave na regulação das vias antioxidante, lipogênica e colesterolêmica na espécie bovina. Bovinos Nelore (n=48) não castrados, peso inicial ±350 kg, alocados em calan gate nas dependências do Departamento de Zootecnia da FZEA-USP Pirassununga, SP foram divididos em 4 grupos : Controle (C): dieta base; (Se + Vit E): 2,5 mg de Se e 500 UI de vitamina E /kg de MS; (Canola): adição de 3% de óleo de canola/kg de MS; (Se + Vit E + Canola): adição de 2,5mg de Se, 500 UI de vitamina E e 3% de óleo de canola /kg de MS. Ao final de 12 semanas, foram abatidos (peso final ±456 kg) e amostras de fígado, músculo L. dorsi e tecido adiposo subcutâneo coletadas para análise da expressão gênica de NFE2L2, GPX1, GPX4, GSR, GCLG, GSS, SREBF1, PPARA, SCD, HMGCR, ACAT1, ACAT2 e LCAT. Os dados foram analisados pelo PROC MIXED SAS (2005), as médias foram comparadas por meio de contrastes avaliados pelo teste t de Student e a correlação entre as expressões gênicas hepáticas foram estimadas por meio do coeficiente de correlação de Pearson. O tecido hepático foi mais sensível às mudanças na taxa de transcrição de mRNA. Os animais que receberam a suplementação com Se junto a Vitamina E apresentaram maior expressão de genes citoprotetores (NFE2L2, P≤0,05; GPX1, P≤0,08; GPX4, P≤0,03; GSS, P≤0,06), lipogênico (SCD, P≤0,06) e colesterolêmico (HMGCR, P≤0,06) em relação aos que receberam o óleo de canola. Estes, por sua vez, apresentaram maior quantidade de mRNA para LCAT (P≤0,05) em relação aos que receberam suplementação com antioxidantes. As expressões gênicas de SREBF1 (lipogênico; P≤0,03) e ACAT1 (colesterolêmico; P≤0,08) foram maiores para os animais que receberam estes antioxidantes associados ao óleo de canola em comparação aos que receberam tais nutrientes de forma segregada. Os resultados estimulam estudos com estes antioxidantes e fontes de ácidos graxos poli-insaturados como o óleo de canola diante do potencial destes, seja para a qualidade da carne, seja para uso terapêutico na saúde animal ou do homem. Contudo, é necessário cautela, pois estes antioxidantes podem tanto induzir genes citoprotetores, quanto genes lipogênicos e colesterolêmicos e, a maneira pela qual tal ativação ocorre sugere a participação do NFE2L2. |
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Avaliação do perfil de expressão gênica de bovinos suplementados com selênio, vitamina E e óleo de canola: a interação dieta-gene-qualidade da carneEvaluation of gene expression profile in cattle supplemented with selenium, vitamin E and canola oil: the interaction diet-gene-meat qualityNFE2L2NFE2L2Ácidos graxosAntioxidantesAntioxidantsCholesterolColesterolFatty acidsLipídiosLipidsNutriçãoNutritionA produção mundial de carne bovina corresponde a 58,856 milhões de toneladas, das quais 9,92 milhões de toneladas de carne são produzidas pelo Brasil. Com o maior rebanho bovino comercial (aproximadamente 209 milhões de bovinos), nosso país ocupa posição de destaque no mercado da carne bovina: 1º em exportação (2,03 milhões de toneladas) e 2º em produção e consumo (40 kg/habitante/ano). Ao longo dos anos a produção de carne bovina aumentou, assim como as críticas no campo da saúde humana devido ao seu alto teor de ácidos graxos saturados e a possível, mas ainda questionável relação com doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Por estas razões uma série de pesquisas tem sido realizada na tentativa de alterar a composição do perfil de ácidos graxos da carne, o que consequentemente afeta sua estabilidade oxidativa . Para avaliar a influência de componentes específicos da dieta sobre as respostas do organismo e seus efeitos sobre a produção e a qualidade de carne, tem se avaliado a expressão individual de genes, ou seja, tem se utilizado a transcriptômica. A partir do uso desta ferramenta, o presente estudo avaliou a interação entre a suplementação com selênio, vitamina E e/ou óleo de canola e a expressão de genes-chave na regulação das vias antioxidante, lipogênica e colesterolêmica na espécie bovina. Bovinos Nelore (n=48) não castrados, peso inicial ±350 kg, alocados em calan gate nas dependências do Departamento de Zootecnia da FZEA-USP Pirassununga, SP foram divididos em 4 grupos : Controle (C): dieta base; (Se + Vit E): 2,5 mg de Se e 500 UI de vitamina E /kg de MS; (Canola): adição de 3% de óleo de canola/kg de MS; (Se + Vit E + Canola): adição de 2,5mg de Se, 500 UI de vitamina E e 3% de óleo de canola /kg de MS. Ao final de 12 semanas, foram abatidos (peso final ±456 kg) e amostras de fígado, músculo L. dorsi e tecido adiposo subcutâneo coletadas para análise da expressão gênica de NFE2L2, GPX1, GPX4, GSR, GCLG, GSS, SREBF1, PPARA, SCD, HMGCR, ACAT1, ACAT2 e LCAT. Os dados foram analisados pelo PROC MIXED SAS (2005), as médias foram comparadas por meio de contrastes avaliados pelo teste t de Student e a correlação entre as expressões gênicas hepáticas foram estimadas por meio do coeficiente de correlação de Pearson. O tecido hepático foi mais sensível às mudanças na taxa de transcrição de mRNA. Os animais que receberam a suplementação com Se junto a Vitamina E apresentaram maior expressão de genes citoprotetores (NFE2L2, P≤0,05; GPX1, P≤0,08; GPX4, P≤0,03; GSS, P≤0,06), lipogênico (SCD, P≤0,06) e colesterolêmico (HMGCR, P≤0,06) em relação aos que receberam o óleo de canola. Estes, por sua vez, apresentaram maior quantidade de mRNA para LCAT (P≤0,05) em relação aos que receberam suplementação com antioxidantes. As expressões gênicas de SREBF1 (lipogênico; P≤0,03) e ACAT1 (colesterolêmico; P≤0,08) foram maiores para os animais que receberam estes antioxidantes associados ao óleo de canola em comparação aos que receberam tais nutrientes de forma segregada. Os resultados estimulam estudos com estes antioxidantes e fontes de ácidos graxos poli-insaturados como o óleo de canola diante do potencial destes, seja para a qualidade da carne, seja para uso terapêutico na saúde animal ou do homem. Contudo, é necessário cautela, pois estes antioxidantes podem tanto induzir genes citoprotetores, quanto genes lipogênicos e colesterolêmicos e, a maneira pela qual tal ativação ocorre sugere a participação do NFE2L2.World beef production corresponds to 58.856 million tons, of which 9.92 million tons of meat are produced by Brazil. With the largest commercial cattle herd (approximately 209 million animals), our country occupies a prominent position in the beef market: 1st in exports (2.03 million tons) and 2nd in production and consumption (40 kg / capita /year). Over the years, beef production increased, as critical in the field of human health due to its high content of saturated fatty acids and a possible but still questionable relationship with cardiovascular disease, diabetes and cancer. For these reasons a lot of research has been conducted in an attempt to change the composition of the meat fatty acids, which consequently affects the oxidative stability of the meat. To evaluate the influence of specific dietary components on the responses of the body and its effects on the production and quality of meat, has evaluated the expression of individual genes, or has used transcriptomics. From the use of this tool, the present study evaluated the interaction between supplementation with selenium, vitamin E and/or canola oil and the expression of key genes in the regulation of antioxidant, lipogenic and cholesterolemic pathways in cattle. Nelore (n= 48) uncastrated, initial weight ± 350kg, allocated in calan gate in the Department of Animal Science, FZEA Pirassununga-USP, SP were divided into 4 groups: Control (C): basic diet; (Se + Vit E): 2.5 mg Se and 500 IU vitamin E/kg DM; (Canola): addition of 3% canola/kg of DM oil; (Se + Vit E + Canola): adding 2.5 mg Se, 500 IU vitamin E and 3% canola/kg of DM oil. After 12 weeks, they were slaughtered (final weight ± 456 kg) and samples of liver, L. dorsi muscle and subcutaneous adipose tissue collected for analysis of gene expression of NFE2L2, GPX1, GPX4, GSR, GCLG, GSS, SREBF1, PPARA, SCD, HMGCR, ACAT1, ACAT2 and LCAT. Data were analyzed using PROC MIXED (SAS 2005), the means were compared by contrasts evaluated by Student\'s t test and the correlation between hepatic gene expression were estimated using the Pearson correlation coefficient. The liver tissue was more sensitive to changes in the rate of transcription of mRNA. Animals that received supplementation with Vitamin E and Se had higher expression of cytoprotective genes (NFE2L2, P≤0.05; GPX1, P≤0.08; GPX4, P≤0.03; GSS, P≤0.06), lipogenic (SCD, P≤0.06) and cholesterolemic (HMGCR, P≤0.06) compared to those receiving canola oil. These, in turn, showed a higher amount of mRNA for LCAT (P≤0.05) than those who received supplementation with antioxidants. The gene expressions of SREBF1 (lipogenic, P≤0.03) and ACAT1 (cholesterolemic, P≤0.08) were higher for animals receiving these antioxidants associated with canola oil compared to those which received these nutrients isolated. These results stimulate more studies about antioxidants and polyunsaturated fatty acids such as canola oil because of their potential either for the quality of the meat, either for therapeutic use in animal or human health. However, caution is needed because these antioxidants can both induce cytoprotective genes, as well as lipogenic and cholesterolemic genes, and the way this activation occurs suggests the involvement of NFE2L2.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSaran Netto, ArlindoGreghi, Gisele Fernanda2014-08-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-11122014-143206/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:56Zoai:teses.usp.br:tde-11122014-143206Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A produção mundial de carne bovina corresponde a 58,856 milhões de toneladas, das quais 9,92 milhões de toneladas de carne são produzidas pelo Brasil. Com o maior rebanho bovino comercial (aproximadamente 209 milhões de bovinos), nosso país ocupa posição de destaque no mercado da carne bovina: 1º em exportação (2,03 milhões de toneladas) e 2º em produção e consumo (40 kg/habitante/ano). Ao longo dos anos a produção de carne bovina aumentou, assim como as críticas no campo da saúde humana devido ao seu alto teor de ácidos graxos saturados e a possível, mas ainda questionável relação com doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Por estas razões uma série de pesquisas tem sido realizada na tentativa de alterar a composição do perfil de ácidos graxos da carne, o que consequentemente afeta sua estabilidade oxidativa . Para avaliar a influência de componentes específicos da dieta sobre as respostas do organismo e seus efeitos sobre a produção e a qualidade de carne, tem se avaliado a expressão individual de genes, ou seja, tem se utilizado a transcriptômica. A partir do uso desta ferramenta, o presente estudo avaliou a interação entre a suplementação com selênio, vitamina E e/ou óleo de canola e a expressão de genes-chave na regulação das vias antioxidante, lipogênica e colesterolêmica na espécie bovina. Bovinos Nelore (n=48) não castrados, peso inicial ±350 kg, alocados em calan gate nas dependências do Departamento de Zootecnia da FZEA-USP Pirassununga, SP foram divididos em 4 grupos : Controle (C): dieta base; (Se + Vit E): 2,5 mg de Se e 500 UI de vitamina E /kg de MS; (Canola): adição de 3% de óleo de canola/kg de MS; (Se + Vit E + Canola): adição de 2,5mg de Se, 500 UI de vitamina E e 3% de óleo de canola /kg de MS. Ao final de 12 semanas, foram abatidos (peso final ±456 kg) e amostras de fígado, músculo L. dorsi e tecido adiposo subcutâneo coletadas para análise da expressão gênica de NFE2L2, GPX1, GPX4, GSR, GCLG, GSS, SREBF1, PPARA, SCD, HMGCR, ACAT1, ACAT2 e LCAT. Os dados foram analisados pelo PROC MIXED SAS (2005), as médias foram comparadas por meio de contrastes avaliados pelo teste t de Student e a correlação entre as expressões gênicas hepáticas foram estimadas por meio do coeficiente de correlação de Pearson. O tecido hepático foi mais sensível às mudanças na taxa de transcrição de mRNA. Os animais que receberam a suplementação com Se junto a Vitamina E apresentaram maior expressão de genes citoprotetores (NFE2L2, P≤0,05; GPX1, P≤0,08; GPX4, P≤0,03; GSS, P≤0,06), lipogênico (SCD, P≤0,06) e colesterolêmico (HMGCR, P≤0,06) em relação aos que receberam o óleo de canola. Estes, por sua vez, apresentaram maior quantidade de mRNA para LCAT (P≤0,05) em relação aos que receberam suplementação com antioxidantes. As expressões gênicas de SREBF1 (lipogênico; P≤0,03) e ACAT1 (colesterolêmico; P≤0,08) foram maiores para os animais que receberam estes antioxidantes associados ao óleo de canola em comparação aos que receberam tais nutrientes de forma segregada. Os resultados estimulam estudos com estes antioxidantes e fontes de ácidos graxos poli-insaturados como o óleo de canola diante do potencial destes, seja para a qualidade da carne, seja para uso terapêutico na saúde animal ou do homem. Contudo, é necessário cautela, pois estes antioxidantes podem tanto induzir genes citoprotetores, quanto genes lipogênicos e colesterolêmicos e, a maneira pela qual tal ativação ocorre sugere a participação do NFE2L2. |
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