Tectônica fanerozoica ao longo da zona de cisalhamento Jundiuvira, SP
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-22102015-160853/ |
Resumo: | A Zona de Cisalhamento Jundiuvira (ZCJ), com extensão reconhecida de aproximadamente 300 km na região centro-leste do Estado de São Paulo, é uma feição tectônica suavemente curviplanar de direção média ENE. Com traçado subparalelo à linha-de-costa e às grandes feições geológicas e geomorfológicas regionais, tais como as serras do Mar e da Mantiqueira, além do Rift Continental do Sudeste do Brasil, esta zona de cisalhamento possui grande importância na compartimentação do embasamento pré-cambriano da região, justapondo blocos ou terrenos de níveis crustais e naturezas diferentes. De caráter dúctil no Neoproterozoico, a ZCJ foi posteriormente reativada, em nível crustal mais raso. Com base na análise estrutural de alvos selecionados, com rochas, sedimentos e paleossolos datados e situados na sua área de influência, a tectônica fanerozoica daZCJ foi objeto de estudo do presente trabalho, que visou a determinação de diferentes eventos de reativação e dos campos de esforços a eles relacionados. Trabalhos prévios de mapeamento geológico apresentaram posições algo discrepantes para diferentes segmentos da ZCJ, o que exigiu a análise geomorfológica de modelos digitais de elevação, elaborados com base em dados do Shuttle Radar Topography Mission, para a melhor definição do traçado desta megaestrutura e escolha de um mapa base que guiasse a seleção de dados prévios da literatura e de alvos para os levantamentos estruturais de campo. Foram selecionados como alvos o Granito de Itu, ediacarano, a Bacia do Pico de Itapeva, ediacarana a cambriana, rochas permocarboníferas do Grupo Itararé, na borda leste da Bacia do Paraná, o Maciço Alcalino de Passa Quatro, neocretáceo, e depósitos coluviais e paleossolos quaternários do Planalto de Campos do Jordão. Baseado em trabalhos de campo e análise de dados preexistentes foram caracterizados episódios de reativações fanerozoicas, assim distribuídos: distensão NW-SE no Ediacarano-Cambriano, transpressão destral resultante de encurtamento na direção E-W a WNW-ESSE de provável idade ordoviciana, transcorrência destral com direção de compressão NE-SW e idade neocretácea, distensão com direção geral NW-SE de idade eocena-oligocena ou miocena, transcorrência destral com direção de compressão NW-SE e idade pleistocena terminal a holocena, e deformações com SHmáx alternado segundo as direções NE-SW e NW-SE de idade holocena. O desenvolvimento do trabalho permitiu também demonstrar que, ao menos na área de influência da ZCJ, as deformações registradas em rochas do Grupo Itararé são de origem tectônica e desvinculadas de glaciotectonismo. A colocação de diques de rochas alcalinas neocretáceos no Maciço Alcalino de Passa Quatro parece ter respondido a um controle tectônico duplo, da ZCJ para os diques de direção NW-SE, e do Alinhamento Magmático de Cabo Frio para os diques de direção NE-SW. No Planalto de Campos do Jordão foram reconhecidas falhas possivelmente cossísmicas e com intervalo de recorrência da ordem de \'10 POT.3\' anos, além de deformações holocênicas dispostas de forma provavelmente contínua por pelo menos 10 km ao longo da ZCJ, o que apresenta implicações para a paleossismicidade regional. O desenvolvimento do presente estudo permitiu estabelecer um quadro inicial das diferentes deformações ocorridas ao longo da ZCJ durante o Fanerozoico. O refinamento deste quadro depende da descoberta de novos depósitos falhados e do maior aporte de dados geocronológicos. |
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Com base na análise estrutural de alvos selecionados, com rochas, sedimentos e paleossolos datados e situados na sua área de influência, a tectônica fanerozoica daZCJ foi objeto de estudo do presente trabalho, que visou a determinação de diferentes eventos de reativação e dos campos de esforços a eles relacionados. Trabalhos prévios de mapeamento geológico apresentaram posições algo discrepantes para diferentes segmentos da ZCJ, o que exigiu a análise geomorfológica de modelos digitais de elevação, elaborados com base em dados do Shuttle Radar Topography Mission, para a melhor definição do traçado desta megaestrutura e escolha de um mapa base que guiasse a seleção de dados prévios da literatura e de alvos para os levantamentos estruturais de campo. Foram selecionados como alvos o Granito de Itu, ediacarano, a Bacia do Pico de Itapeva, ediacarana a cambriana, rochas permocarboníferas do Grupo Itararé, na borda leste da Bacia do Paraná, o Maciço Alcalino de Passa Quatro, neocretáceo, e depósitos coluviais e paleossolos quaternários do Planalto de Campos do Jordão. Baseado em trabalhos de campo e análise de dados preexistentes foram caracterizados episódios de reativações fanerozoicas, assim distribuídos: distensão NW-SE no Ediacarano-Cambriano, transpressão destral resultante de encurtamento na direção E-W a WNW-ESSE de provável idade ordoviciana, transcorrência destral com direção de compressão NE-SW e idade neocretácea, distensão com direção geral NW-SE de idade eocena-oligocena ou miocena, transcorrência destral com direção de compressão NW-SE e idade pleistocena terminal a holocena, e deformações com SHmáx alternado segundo as direções NE-SW e NW-SE de idade holocena. O desenvolvimento do trabalho permitiu também demonstrar que, ao menos na área de influência da ZCJ, as deformações registradas em rochas do Grupo Itararé são de origem tectônica e desvinculadas de glaciotectonismo. A colocação de diques de rochas alcalinas neocretáceos no Maciço Alcalino de Passa Quatro parece ter respondido a um controle tectônico duplo, da ZCJ para os diques de direção NW-SE, e do Alinhamento Magmático de Cabo Frio para os diques de direção NE-SW. No Planalto de Campos do Jordão foram reconhecidas falhas possivelmente cossísmicas e com intervalo de recorrência da ordem de \'10 POT.3\' anos, além de deformações holocênicas dispostas de forma provavelmente contínua por pelo menos 10 km ao longo da ZCJ, o que apresenta implicações para a paleossismicidade regional. O desenvolvimento do presente estudo permitiu estabelecer um quadro inicial das diferentes deformações ocorridas ao longo da ZCJ durante o Fanerozoico. O refinamento deste quadro depende da descoberta de novos depósitos falhados e do maior aporte de dados geocronológicos.The Jundiuvira Shear Zone (JSZ), with a length of approximately 300 Km in the central-eastern parto f the State of São Paulo, Brazil, is a gentle arcuate curviplanar tectonic feature in a general ENE-trending. It subparallels the present-day coastline as well as the main geologic and features, such as the serras do Mar and Mantiqueira ranges and the Continental Rift of Southeastern Brazil. The JSZ played a major role in the compartmentation of the Precambrian basement rocks of the region and is responsible for the juxtaposition of blocks or terrains of different nature and crustal levels. With a ductile behavior during the Neoproterozoic, the JSZ was reactivated in shallow crustal levels afterwards. The present study aimed to decipherate the Phanerozoic tectonics, reactivation episodes and their respective stress-fields along the JSZ, based on structural analysis of selected targets with dated rocks, sediments and paleosols distributed in the area of influence of this shear zone. Available geologic maps showed somewhat discrepant tracks in different segments of the JSZ. Geomorphologic analysis of digital elevation models elaborated using the data from Shuttle Radar Tography Mission was performed in order to better delineate this megastructure, and in choosing a base-map as a guide to select previous data from literature as well as the targets for field structural analysis. The selected targets are as follows: the Ediacaran Itu Granite; the Ediacaran to Cambrian Pico de Itapeva Basin; the Permocarboniferous sedimentary rocks of the Itararé Group, in the eastern part of the Paraná Basin; the Late Cretaceous Passa Quatro alkaline massif; and Quaternary colluviums and paleosols covering the JSZ in the Campos do Jordão plateau. Field survey and available data allowed to recognize different episodes of Phanerozoic fault reactivation along the JSZ. During the Ediacaran the shear zone was subject to a NW - SE-oriented extension. It was followed by a right-lateral transpression with an E-W to WNW-ESE-oriented shortening of a probable Ordovician age. A right-lateral transcurrence with a NE-SW-oriented extension tooks place during the Late Cretaceous. A NW-SE-trending extension was active during the Eocene-Oligocene or in the Miocene. More recent deformations comprise a right-lateral strike-slip faulting during the Late Pleistocene and the Holocene, and deformations with SHmax in orthogonal positions, NE-SW and NW-SE-oriented, of Holocene age. This study also demonstrates that, at least in the area of influence of the JSZ on the overlying sedimentary rocks of the Itararé Group, the deformations are of tectonic origin, without relationships to glaciotectonism. The emplacement of alkaline dikes in the Passa Quatro massif seems to have occurred as a response to a double tectonic control, the JSZ to the NW-SE- oriented and the Cabo Frio Magmatic Alignement to the NE-SW-trending dikes. Possible coseismic faulting, with a 10³ years reccurrence time, as well as evidence of surface rupture for at least 10 km along the JSZ were recognized in the Campos do Jordão plateau, with implications for regional paleoseismicity. Finally, the development of this work allowed to define a rough sketch of the different deformations alon the Jundiuvira Shear Zone during the Phanerozoic. The improvement of this model depends on discovering new occurrence of faculted rocks, deposits and paleosols as well as of new geochronological data.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRiccomini, ClaudioSilva, Tiago Borges da2011-10-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-22102015-160853/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-22102015-160853Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Zona de Cisalhamento Jundiuvira (ZCJ), com extensão reconhecida de aproximadamente 300 km na região centro-leste do Estado de São Paulo, é uma feição tectônica suavemente curviplanar de direção média ENE. Com traçado subparalelo à linha-de-costa e às grandes feições geológicas e geomorfológicas regionais, tais como as serras do Mar e da Mantiqueira, além do Rift Continental do Sudeste do Brasil, esta zona de cisalhamento possui grande importância na compartimentação do embasamento pré-cambriano da região, justapondo blocos ou terrenos de níveis crustais e naturezas diferentes. De caráter dúctil no Neoproterozoico, a ZCJ foi posteriormente reativada, em nível crustal mais raso. Com base na análise estrutural de alvos selecionados, com rochas, sedimentos e paleossolos datados e situados na sua área de influência, a tectônica fanerozoica daZCJ foi objeto de estudo do presente trabalho, que visou a determinação de diferentes eventos de reativação e dos campos de esforços a eles relacionados. Trabalhos prévios de mapeamento geológico apresentaram posições algo discrepantes para diferentes segmentos da ZCJ, o que exigiu a análise geomorfológica de modelos digitais de elevação, elaborados com base em dados do Shuttle Radar Topography Mission, para a melhor definição do traçado desta megaestrutura e escolha de um mapa base que guiasse a seleção de dados prévios da literatura e de alvos para os levantamentos estruturais de campo. Foram selecionados como alvos o Granito de Itu, ediacarano, a Bacia do Pico de Itapeva, ediacarana a cambriana, rochas permocarboníferas do Grupo Itararé, na borda leste da Bacia do Paraná, o Maciço Alcalino de Passa Quatro, neocretáceo, e depósitos coluviais e paleossolos quaternários do Planalto de Campos do Jordão. Baseado em trabalhos de campo e análise de dados preexistentes foram caracterizados episódios de reativações fanerozoicas, assim distribuídos: distensão NW-SE no Ediacarano-Cambriano, transpressão destral resultante de encurtamento na direção E-W a WNW-ESSE de provável idade ordoviciana, transcorrência destral com direção de compressão NE-SW e idade neocretácea, distensão com direção geral NW-SE de idade eocena-oligocena ou miocena, transcorrência destral com direção de compressão NW-SE e idade pleistocena terminal a holocena, e deformações com SHmáx alternado segundo as direções NE-SW e NW-SE de idade holocena. O desenvolvimento do trabalho permitiu também demonstrar que, ao menos na área de influência da ZCJ, as deformações registradas em rochas do Grupo Itararé são de origem tectônica e desvinculadas de glaciotectonismo. A colocação de diques de rochas alcalinas neocretáceos no Maciço Alcalino de Passa Quatro parece ter respondido a um controle tectônico duplo, da ZCJ para os diques de direção NW-SE, e do Alinhamento Magmático de Cabo Frio para os diques de direção NE-SW. No Planalto de Campos do Jordão foram reconhecidas falhas possivelmente cossísmicas e com intervalo de recorrência da ordem de \'10 POT.3\' anos, além de deformações holocênicas dispostas de forma provavelmente contínua por pelo menos 10 km ao longo da ZCJ, o que apresenta implicações para a paleossismicidade regional. O desenvolvimento do presente estudo permitiu estabelecer um quadro inicial das diferentes deformações ocorridas ao longo da ZCJ durante o Fanerozoico. O refinamento deste quadro depende da descoberta de novos depósitos falhados e do maior aporte de dados geocronológicos. |
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