Comorbidade entre dependência de substâncias psicoativas e transtornos alimentares: perfil e evolução de mulheres em um tratamento específico para dependência química
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-21082007-113755/ |
Resumo: | A associação entre transtornos alimentares e dependência de substâncias, psicoativas tem sido freqüentemente relatada tanto em programas para dependência química, como em serviços para transtornos alimentares. No entanto, há grande variabilidade entre os diferentes estudos. Uma das hipóteses que tem sido levantada para explicar essa diversidade é que em dependentes de substâncias a associação mais freqüente seria com síndromes alimentares parciais ou subclínicas. Praticamente não há pesquisas que avaliem a influência dessa comorbidade na evolução do tratamento para dependência química. O objetivo deste estudo é comparar o perfil de três grupos de mulheres dependentes de substâncias psicoativas - com comorbidade com transtornos alimentares clínicos, com comorbidade com patologia alimentar subclínica e sem essa comorbidade - e descrever sua evolução em um programa especializado para dependência química feminina. MÉTODO: foram estudadas 80 mulheres dependentes de álcool e drogas que procuram tratamento no Programa de Atenção à Mulher Dependente Química (PROMUD) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. As pacientes foram avaliadas para a coleta de dados sócio-demográficos e relativos ao uso de substâncias psicoativas através de um questionário padronizado; para diagnóstico clínico, através da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID), e subclínico, do Teste de Atitudes Alimentares (EAT) e do Teste de Investigação Bulímica (BITE); para avaliação da imagem corporal através do Questionário de Imagem Corporal (BSQ); para evolução, através da Addiction Severity Index (ASI) e da Escala de Seguimento de Alcoolistas (ESA-M e ESA-Drogas). RESULTADOS: 27 (33,75%) pacientes tinham transtornos alimentares clínicos, 17 (21,25%) tinham patologia alimentar subclínica e 36 (45%) não tinham essa comorbidade. Os resultados mostraram que o grupo com transtorno alimentar clínico era significativamente mais jovem, tinha maior severidade no uso de álcool e tendência para maior gravidade no uso de drogas. O grupo subclínico diferia dos outros dois somente por apresentar uma situação ocupacional pior. Após um ano foram verificadas mudanças significativas no comportamento e padrão alimentar do grupo subclínico e na imagem corporal do grupo com transtorno alimentar clínico. Não foram observadas diferenças entre os três grupos na permanência em um ano de tratamento e todos melhoraram significativamente no uso de substâncias em 12 meses. No entanto, as pacientes do grupo com transtornos alimentares clínicos tiveram uma evolução mais lenta. CONCLUSÕES: Estes dados não apóiam a hipótese de que a associação com transtornos alimentares afete o curso do tratamento de mulheres dependentes, sugerindo que uma abordagem integrada, que responda às necessidades de forma pessoal e individualizada, tem mais chances de sucesso. |
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Comorbidade entre dependência de substâncias psicoativas e transtornos alimentares: perfil e evolução de mulheres em um tratamento específico para dependência químicaComorbidity between psychoactive substance dependence and eating disorders: profile and outcome of women in a specific treatment for chemical dependenceComorbidityComorbilidadeEating disordersMulheres.Resultados de tratamentoSubstance use disordersTranstornos da alimentaçãoTranstornos relacionados ao uso de substânciasTreatment outcomeWomen.A associação entre transtornos alimentares e dependência de substâncias, psicoativas tem sido freqüentemente relatada tanto em programas para dependência química, como em serviços para transtornos alimentares. No entanto, há grande variabilidade entre os diferentes estudos. Uma das hipóteses que tem sido levantada para explicar essa diversidade é que em dependentes de substâncias a associação mais freqüente seria com síndromes alimentares parciais ou subclínicas. Praticamente não há pesquisas que avaliem a influência dessa comorbidade na evolução do tratamento para dependência química. O objetivo deste estudo é comparar o perfil de três grupos de mulheres dependentes de substâncias psicoativas - com comorbidade com transtornos alimentares clínicos, com comorbidade com patologia alimentar subclínica e sem essa comorbidade - e descrever sua evolução em um programa especializado para dependência química feminina. MÉTODO: foram estudadas 80 mulheres dependentes de álcool e drogas que procuram tratamento no Programa de Atenção à Mulher Dependente Química (PROMUD) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. As pacientes foram avaliadas para a coleta de dados sócio-demográficos e relativos ao uso de substâncias psicoativas através de um questionário padronizado; para diagnóstico clínico, através da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID), e subclínico, do Teste de Atitudes Alimentares (EAT) e do Teste de Investigação Bulímica (BITE); para avaliação da imagem corporal através do Questionário de Imagem Corporal (BSQ); para evolução, através da Addiction Severity Index (ASI) e da Escala de Seguimento de Alcoolistas (ESA-M e ESA-Drogas). RESULTADOS: 27 (33,75%) pacientes tinham transtornos alimentares clínicos, 17 (21,25%) tinham patologia alimentar subclínica e 36 (45%) não tinham essa comorbidade. Os resultados mostraram que o grupo com transtorno alimentar clínico era significativamente mais jovem, tinha maior severidade no uso de álcool e tendência para maior gravidade no uso de drogas. O grupo subclínico diferia dos outros dois somente por apresentar uma situação ocupacional pior. Após um ano foram verificadas mudanças significativas no comportamento e padrão alimentar do grupo subclínico e na imagem corporal do grupo com transtorno alimentar clínico. Não foram observadas diferenças entre os três grupos na permanência em um ano de tratamento e todos melhoraram significativamente no uso de substâncias em 12 meses. No entanto, as pacientes do grupo com transtornos alimentares clínicos tiveram uma evolução mais lenta. CONCLUSÕES: Estes dados não apóiam a hipótese de que a associação com transtornos alimentares afete o curso do tratamento de mulheres dependentes, sugerindo que uma abordagem integrada, que responda às necessidades de forma pessoal e individualizada, tem mais chances de sucesso.The association between eating disorders and psychoactive substance dependence has often been described in both chemical dependence and eating disorders treatment programs. As studies show great result variability it has been suggested that substance dependent individuals would have frequently associated partial or subclinical eating syndromes. There is virtually no research exploring the impact of such comorbidity in the treatment outcome of chemical dependent individuals. The present study aimed at comparing three groups of psychoactive substance dependent women - those with comorbid clinical eating disorders, those with comorbid subclinical eating condition and those with no comorbid disorder - and describing their outcome in a program targeted for chemical dependent women. METHODS: A total of 80 alcohol and drug dependent women who sought treatment at the Drug Dependent Women Treatment Center (PROMUD) of Clínicas Hospital?s Psychiatry Institute of the University of São Paulo Medical School were studied. Sociodemographic and psychoactive substance use data were collected using a standardized questionnaire. The clinical diagnosis was made using the Structured Clinical Interview for the DSM-IV (SCID) and subclinical diagnosis was made using the Eating Attitude Test (EAT) and the Bulimic Inventory Test of Edinburgh (BITE). Body self-image was assessed using the Body Shape Questionnary (BSQ) and treatment outcome was assessed using the Addiction Severity Index (ASI) and Alcohol Dependence Follow-up Scale (AFS-M and AFS-Drugs). RESULTS: Twenty-seven (33.75%) patients had clinical eating disorders, 17 (21.25%) had subclinical eating condition and 36 (45%) had no comorbid condition. The clinical eating disorder group showed to be significantly younger and had more severe alcohol and drug use. The subclinical group had only a poorer occupational status when compared to the other two groups. One-year follow-up showed significant behavior and eating pattern changes in the subclinical group and body self-image changes in the clinical eating disorder group. No differences were seen as for the length of stay in treatment during the course of a year in the three groups and all patients improved significantly substance use after a 12-month-period, though clinical eating disorder patients had a much slower progress. CONCLUSIONS: The study findings don?t support the assumption that the association between eating disorders affects treatment outcome among substance dependent women, suggesting that a comprehensive approach focusing on the individual?s personal needs and delivered in a customized manner would be more likely to succeed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHochgraf, Patricia BrunfentrinkerBrasiliano, Silvia2005-11-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-21082007-113755/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:54Zoai:teses.usp.br:tde-21082007-113755Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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