Transtornos alimentares em homens abstinentes de substâncias psicoativas em tratamento ambulatorial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Cássia Medino
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Escobar, Mariana, Vargas, Márcia da Silva, Grassi, Thaiciane
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/158773
Resumo: Introdução: A alimentação exerce um papel similar ao da droga psicotrópica pelo prazer que dá às pessoas, já que age no mesmo sistema de recompensa cerebral. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar a relação entre abstinência de substâncias psicoativas (SPAs) e transtornos alimentares em homens adultos em tratamento ambulatorial no Ambulatório de Adição da Unidade Álvaro Alvim do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS, Brasil. Métodos: Estudo transversal desenvolvido com 40 pacientes homens e realizado através de aplicação de questionários. O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) foi mensurado através da Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP), e para a anorexia nervosa foi utilizado o Eating Attitudes Test (EAT-26) ou Teste de Atitudes Alimentares. O estado nutricional dos indivíduos foi obtido através dos dados de índice de massa corporal (IMC). Resultados: O tempo de abstinência informado foi de 8 meses. A prevalência de obesidade foi de 17,5%, de sobrepeso, 37,5%, de eutrofia, 42,5%, e de desnutrição, apenas 2,5%. Quanto ao IMC, a média foi de 26,59 kg/m2, o que caracteriza uma amostra com sobrepeso. Os indivíduos que apresentaram diagnóstico de TCAP foram aqueles com os valores de IMC significativamente mais altos (r = 0,47; p < 0,01), o que aponta uma relação de quanto maior o IMC, maior a pontuação para compulsão alimentar periódica. Conclusão: O perfil nutricional dos dependentes químicos em abstinência se caracteriza pelo excesso de peso, o que sugere uma troca de substâncias de abuso, com os alimentos de alto valor calórico e baixo valor nutricional entrando como substitutivos. Portanto, é importante que sejam promovidas novas estratégias terapêuticas para um melhor atendimento nutricional dos indivíduos em abstinência.
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