Sistema agroindustrial do leite: custos de transferência e preços locais.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-27062005-110320/ |
Resumo: | O presente trabalho estudou os sistemas de pagamento de leite no Brasil, nos seis principais estados produtores. Analisou e discutiu a diferenciação de preços do leite em decorrência do pagamento de bonificações por volume de 1666 produtores dentro de 62 diferentes linhas de coleta de 5 cooperativas. Cerca de 34% das cooperativas amostradas no Brasil pagam por volume e cerca de 55% das cooperativas utilizam os critérios de volume e qualidade na remuneração dos produtores. Para o pagamento do frete, 58% das cooperativas cobram o frete somente pelo volume entregue, enquanto 23% utilizam os critérios distância e volume no cálculo do frete e 19% das cooperativas cobram o frete dos produtores pela distância percorrida. Na segunda etapa foram selecionadas cinco cooperativas que utilizavam somente o critério volume no pagamento do leite. O volume total captado no mês pela amostra foi de 4.300.810 litros, em 62 linhas de coleta das cinco cooperativas. A média foi de 106 litros/dia por produtor, com um mínimo de 0,6 litros até um valor máximo de 3983 litros/dia para o maior produtor. O trabalho também analisou o frete pago por litro. A média da amostra foi de R$ 0,029/litro, com um pagamento variando desde nenhuma cobrança de frete até R$ 0,070 por litro. O valor líquido por litro apresentou uma média de R$ 0,373, com um mínimo de R$ 0,255 e um valor máximo de R$ 0,541, variações de 112%. Foi observado que o valor recebido pelo litro do leite aumenta significativamente com o aumento do volume. As constatações efetuadas permitem afirmar que o valor do frete cobrado aos produtores, como se poderia esperar, está vinculado positivamente ao tamanho da rota de coleta e ao número de produtores na rota e negativamente ao volume coletado de cada produtor. Essas mesmas variáveis influem também de acordo com a lógica econômica nos preços recebidos pelos produtores. Observou-se, todavia, que o volume produzido influenciava positivamente os preços recebidos também por outras vias que não seu impacto sobre o valor do frete. Essa é, fora de dúvida, uma forte evidência favorável à discriminação de preços contra os menores produtores, embora não seja uma prova cabal da ocorrência de tal fato. |
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Na segunda etapa foram selecionadas cinco cooperativas que utilizavam somente o critério volume no pagamento do leite. O volume total captado no mês pela amostra foi de 4.300.810 litros, em 62 linhas de coleta das cinco cooperativas. A média foi de 106 litros/dia por produtor, com um mínimo de 0,6 litros até um valor máximo de 3983 litros/dia para o maior produtor. O trabalho também analisou o frete pago por litro. A média da amostra foi de R$ 0,029/litro, com um pagamento variando desde nenhuma cobrança de frete até R$ 0,070 por litro. O valor líquido por litro apresentou uma média de R$ 0,373, com um mínimo de R$ 0,255 e um valor máximo de R$ 0,541, variações de 112%. Foi observado que o valor recebido pelo litro do leite aumenta significativamente com o aumento do volume. As constatações efetuadas permitem afirmar que o valor do frete cobrado aos produtores, como se poderia esperar, está vinculado positivamente ao tamanho da rota de coleta e ao número de produtores na rota e negativamente ao volume coletado de cada produtor. Essas mesmas variáveis influem também de acordo com a lógica econômica nos preços recebidos pelos produtores. Observou-se, todavia, que o volume produzido influenciava positivamente os preços recebidos também por outras vias que não seu impacto sobre o valor do frete. Essa é, fora de dúvida, uma forte evidência favorável à discriminação de preços contra os menores produtores, embora não seja uma prova cabal da ocorrência de tal fato.This article aimed to study payment systems of milk in Brazil, in the six main producing states. It analyzed and discussed the different milk prices practiced due to the paying of bonus per volume, of 1,666 producers, among 62 different lines of collect of 5 cooperatives. Roughly 34% of the studied cooperatives in Brazil pay per volume and around 55% of the cooperatives use the criteria of volume and quality to pay producers´ income. For the freight payment, 58% of the cooperatives charge the freight only based on the volume delivered, whereas 23% use the criteria of distance and volume in the figures and 19% of the cooperatives charge producers the freight based on the distance run. On the second phase was chosen 5 cooperatives, which use only the criterion of volume to pay the milk. The amount of volume obtained in the month studied totaled 4,300,810 liters, in 63 lines of collect of 5 cooperatives. The average was 106 liters/day per producer, with the minimum of 0.6 liters up to a maximum value of 3,983 liters/day for the biggest producer. The study also analyzed the freight paid per liter. The average of the study was R$ 0.029/liter, with the payment ranging from no charge of freight up to R$ 0.070 per liter. The net value per liter showed an average of R$ 0.373, with the minimum of R$ 0.255 and a maximum price of R$ 0.541, variations of 112%. It was observed that the value received per liter of milk significantly increases with the raise of volume. The conclusions obtained alow to state that the price of the freight charged on the producers, as It was expected, is linked positively to the length of the route of collect and to the number of producers in the route and negatively to the volume collected from each producer. These very variables affect also according to the economic logic of the prices received by producers. It was noticed, however, that the volume produced affected positively the prices received also by other vias that did not have any impact on the freight price. This is, without doubt, one strong evidence favorable to the discrimination of prices against minor producers, even thought it is not a real proof of such fact.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBarros, Geraldo Sant Ana de CamargoSbrissia, Gustavo Fischer2005-04-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-27062005-110320/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:49Zoai:teses.usp.br:tde-27062005-110320Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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