Estudo retrospectivo e prospectivo da presença de abscessos hepáticos em bovinos abatidos em um frigorífico paulista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-16072009-082939/ |
Resumo: | O presente estudo se baseou em levantamentos retrospectivos e prospectivos obtidos de bovinos abatidos no Frigorífico Bertin, em Lins-SP. No primeiro levantamento consultaram-se os registros do Serviço de Inspeção Federal de ocorrência de alterações hepáticas em 1.568.821 bovinos (85% machos e 15% fêmeas), proveniente de seis Estados (SP, MS, PR, GO, MT e MG) durante os anos de 2002 a 2006. Consideraram-se os animais abatidos no último trimestre de cada ano como terminados em confinamento, sendo os demais criados continuamente em regime extensivo. Os abscessos hepáticos (1,60%) foram a segunda mais freqüente alteração hepática após a teleangectasia (1,67%). A freqüência desses abscessos foi maior em bovinos confinados (2,54%) que nos criados extensivamente (1,28%) e em fêmeas (1,85%) que em machos (1,56%). O confinamento aumenta o fator de risco (FR) de surgimento de abscessos hepáticos na ordem de 2,01 vezes. Maior freqüência de abscessos foi registrada em bovinos oriundos do Paraná, em ambos os sistemas de terminação. No levantamento prospectivo foram acompanhados o abate de 1.617 bovinos nos meses de dezembro de 2007 (n=858) e outubro de 2008 (n=759). Os abscessos hepáticos foram registrados de acordo com a freqüência, tamanho, número e localização dos mesmos em 1.617 animais; a mucosa ruminal foi avaliada (n=1.397) quanto à presença de ruminite, sua classificação e área afetada; e os pulmões (n=759) examinados para a detecção de hepatização pulmonar nas diferentes regiões, lóbos e lóbulos pulmonares, assim como grau de acometimento nos lóbulos. Foram detectados abscessos hepáticos, ruminites e pulmões hepatizados em 3,29%, 11,88% e 8,30% dos animais, respectivamente. Os abscessos estiveram igualmente distribuídos em todas as quatro regiões hepáticas, e na maioria dos casos (78,26%) os mesmos eram de pequeno tamanho (< 2,5cm) e número (até dois/órgão). Foram encontrados quatro tipos de ruminites, sendo a mais freqüente a retração cicatricial (54,22%), seguido de retalhos aderentes (24,10%), vilosidades aderidas (13,25%) e ruminite erosiva (8,43%). Em 32,53% desses casos à área afetada do rúmen ultrapassava os 300cm2. Animais com ruminite apresentavam um altíssimo risco (FR=12,67x) de manifestar abscessos hepáticos e hepatização pulmonar (FR=5,8x), com destaque para a ruminite erosiva. A hepatização pulmonar foi mais freqüente na região ventral (71,4%) que dorsal (28,6%), nos lóbulos esquerdos (59,79%) que direitos (40,21%) e na maioria dos casos acometia apenas um lóbulo (53,97%) não atingindo a hepatização mais do que 50% deste (66,6%). Abscessos hepáticos ocorreram com maior freqüência quando concomitantemente um único lóbulo pulmonar era acometido (FR=3,0x) e este se apresentava com menos de 50% de seu parênquima hepatizado (FR=11,61x). |
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Estudo retrospectivo e prospectivo da presença de abscessos hepáticos em bovinos abatidos em um frigorífico paulistaRetrospective and prospective survey of liver abscesses in slaughtered Brazilian cattleAbscesso hepáticoBovinoBroncopneumoniaCattleFator de riscoLiver abscessOdds ratioPneumoniaRuminiteRuminitisO presente estudo se baseou em levantamentos retrospectivos e prospectivos obtidos de bovinos abatidos no Frigorífico Bertin, em Lins-SP. No primeiro levantamento consultaram-se os registros do Serviço de Inspeção Federal de ocorrência de alterações hepáticas em 1.568.821 bovinos (85% machos e 15% fêmeas), proveniente de seis Estados (SP, MS, PR, GO, MT e MG) durante os anos de 2002 a 2006. Consideraram-se os animais abatidos no último trimestre de cada ano como terminados em confinamento, sendo os demais criados continuamente em regime extensivo. Os abscessos hepáticos (1,60%) foram a segunda mais freqüente alteração hepática após a teleangectasia (1,67%). A freqüência desses abscessos foi maior em bovinos confinados (2,54%) que nos criados extensivamente (1,28%) e em fêmeas (1,85%) que em machos (1,56%). O confinamento aumenta o fator de risco (FR) de surgimento de abscessos hepáticos na ordem de 2,01 vezes. Maior freqüência de abscessos foi registrada em bovinos oriundos do Paraná, em ambos os sistemas de terminação. No levantamento prospectivo foram acompanhados o abate de 1.617 bovinos nos meses de dezembro de 2007 (n=858) e outubro de 2008 (n=759). Os abscessos hepáticos foram registrados de acordo com a freqüência, tamanho, número e localização dos mesmos em 1.617 animais; a mucosa ruminal foi avaliada (n=1.397) quanto à presença de ruminite, sua classificação e área afetada; e os pulmões (n=759) examinados para a detecção de hepatização pulmonar nas diferentes regiões, lóbos e lóbulos pulmonares, assim como grau de acometimento nos lóbulos. Foram detectados abscessos hepáticos, ruminites e pulmões hepatizados em 3,29%, 11,88% e 8,30% dos animais, respectivamente. Os abscessos estiveram igualmente distribuídos em todas as quatro regiões hepáticas, e na maioria dos casos (78,26%) os mesmos eram de pequeno tamanho (< 2,5cm) e número (até dois/órgão). Foram encontrados quatro tipos de ruminites, sendo a mais freqüente a retração cicatricial (54,22%), seguido de retalhos aderentes (24,10%), vilosidades aderidas (13,25%) e ruminite erosiva (8,43%). Em 32,53% desses casos à área afetada do rúmen ultrapassava os 300cm2. Animais com ruminite apresentavam um altíssimo risco (FR=12,67x) de manifestar abscessos hepáticos e hepatização pulmonar (FR=5,8x), com destaque para a ruminite erosiva. A hepatização pulmonar foi mais freqüente na região ventral (71,4%) que dorsal (28,6%), nos lóbulos esquerdos (59,79%) que direitos (40,21%) e na maioria dos casos acometia apenas um lóbulo (53,97%) não atingindo a hepatização mais do que 50% deste (66,6%). Abscessos hepáticos ocorreram com maior freqüência quando concomitantemente um único lóbulo pulmonar era acometido (FR=3,0x) e este se apresentava com menos de 50% de seu parênquima hepatizado (FR=11,61x).A retrospective and prospective survey was carried out in cattle slaughtered in a private abattoir in the State of Sao Paulo, Brazil. The first survey was based on the reports done by the Federal Inspection Service of the liver condemnations among 1,568,821 cattle (85% steers; 15% cows and heifers) from six different Brazilian states during 2002 and 2006. Feedlot cattle were mostly slaughtered in the last trimester of each year, while the cattle bred extensively were in the remaining months. The abscesses (1.60%) were the second highest cause of liver condemnation after telangiectasis (1.67%). The frequency of liver abscesses were higher in feedlot cattle (2.54%) than those bred extensively (1.28%), female (1.85%) than male (1.56%). Feedlot increased the outcome (odds ratio OD= 2.01x) of liver abscess. The highest frequency of liver abscess was detected in feedlot and extensively bred cattle from the Parana state. The prospective survey was carried out following the slaughtering of 1,617 cattle during the months of December 2007 (n=858) and October 2008 (n=759). The abscesses frequency, size, number and location in the liver were recorded in all animals; the rumen mucosa (n=1,397) was examined for the presence, type and size of ruminitis; the lungs (n=759) were also examined for detection of consolidation, evaluating the affected region, number of lobes and lesion score. The following frequencies were seen: liver abscess (3.29%), ruminitis (11.88%) and lung consolidation (8.30%). The abscesses were equally distributed in all hepatic regions; most abscesses (78.2%) were small (< 2.5cm) and present in low number (1-2/liver). Four different types of ruminitis were seen: scars (54.22%), adherent contents (21.10%), clumped villi (13.25%) and erosive ruminitis (8.43%). In many cases (32.53%) the ruminitis spread to an area larger than 300cm2. Cattle with ruminitis had a very high risk of contracting liver abscesses (OD=12.67x) and lung consolidation (OR= 5.8x), principally with erosive ruminitis. Lung consolidation was mostly seen in the ventral (71.4%) than dorsal areas (28.6%), in the left (59.79%) than right lobes (40.21%); in most cases a single lobe was affected (53.97%) and less than 50% of the lobe was consolidated (66.6%). Liver abscesses were commonly seen in cattle with a single lobe (OD=3.0x) and less than 50% of this lobe consolidated (OR=11.61x).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOrtolani, Enrico LippiVechiato, Thales dos Anjos de Faria2009-04-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-16072009-082939/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:59Zoai:teses.usp.br:tde-16072009-082939Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O presente estudo se baseou em levantamentos retrospectivos e prospectivos obtidos de bovinos abatidos no Frigorífico Bertin, em Lins-SP. No primeiro levantamento consultaram-se os registros do Serviço de Inspeção Federal de ocorrência de alterações hepáticas em 1.568.821 bovinos (85% machos e 15% fêmeas), proveniente de seis Estados (SP, MS, PR, GO, MT e MG) durante os anos de 2002 a 2006. Consideraram-se os animais abatidos no último trimestre de cada ano como terminados em confinamento, sendo os demais criados continuamente em regime extensivo. Os abscessos hepáticos (1,60%) foram a segunda mais freqüente alteração hepática após a teleangectasia (1,67%). A freqüência desses abscessos foi maior em bovinos confinados (2,54%) que nos criados extensivamente (1,28%) e em fêmeas (1,85%) que em machos (1,56%). O confinamento aumenta o fator de risco (FR) de surgimento de abscessos hepáticos na ordem de 2,01 vezes. Maior freqüência de abscessos foi registrada em bovinos oriundos do Paraná, em ambos os sistemas de terminação. No levantamento prospectivo foram acompanhados o abate de 1.617 bovinos nos meses de dezembro de 2007 (n=858) e outubro de 2008 (n=759). Os abscessos hepáticos foram registrados de acordo com a freqüência, tamanho, número e localização dos mesmos em 1.617 animais; a mucosa ruminal foi avaliada (n=1.397) quanto à presença de ruminite, sua classificação e área afetada; e os pulmões (n=759) examinados para a detecção de hepatização pulmonar nas diferentes regiões, lóbos e lóbulos pulmonares, assim como grau de acometimento nos lóbulos. Foram detectados abscessos hepáticos, ruminites e pulmões hepatizados em 3,29%, 11,88% e 8,30% dos animais, respectivamente. Os abscessos estiveram igualmente distribuídos em todas as quatro regiões hepáticas, e na maioria dos casos (78,26%) os mesmos eram de pequeno tamanho (< 2,5cm) e número (até dois/órgão). Foram encontrados quatro tipos de ruminites, sendo a mais freqüente a retração cicatricial (54,22%), seguido de retalhos aderentes (24,10%), vilosidades aderidas (13,25%) e ruminite erosiva (8,43%). Em 32,53% desses casos à área afetada do rúmen ultrapassava os 300cm2. Animais com ruminite apresentavam um altíssimo risco (FR=12,67x) de manifestar abscessos hepáticos e hepatização pulmonar (FR=5,8x), com destaque para a ruminite erosiva. A hepatização pulmonar foi mais freqüente na região ventral (71,4%) que dorsal (28,6%), nos lóbulos esquerdos (59,79%) que direitos (40,21%) e na maioria dos casos acometia apenas um lóbulo (53,97%) não atingindo a hepatização mais do que 50% deste (66,6%). Abscessos hepáticos ocorreram com maior freqüência quando concomitantemente um único lóbulo pulmonar era acometido (FR=3,0x) e este se apresentava com menos de 50% de seu parênquima hepatizado (FR=11,61x). |
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