Aspectos da complementação de predicados factivos e assertivos em PB

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Severino Benjamim de
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-04022010-105328/
Resumo: Este trabalho teve por objetivo estudar alguns aspectos da complementação de predicados factivos e assertivos em PB, no quadro da teoria da Ligação e Regência. Entre esses aspectos, destacamos o estatuto semântico da oração complemento, a ocorrência do subjuntivo e do infinitivo pessoal. Mostramos que, dependendo da classe a que pertence o predicado da oração matriz, o complemento oracional pode ser um pressuposto, uma asserção ou uma não-asserção. Assim, se o predicado da matriz for um factivo (lamentar, descobrir, etc.), a proposição complemento é um pressuposto (salvo em contextos bem específicos); se for um predicado assertivo (assegurar, acreditar, etc), o estatuto semântico do complemento será o de asserção, ou seja, uma proposição, afirmativa ou negativa, declarada verdadeira pelo locutor; e, finalmente, se o predicado for um não-assertivo (querer, possível, etc.), o estatuto semântico será o de não-asserção, entendida como um enunciado que por não ser nem asseverado, nem pressuposto ou implicado, é insuscetível de receber um valor de verdade. Além do mais, a pesquisa mostra que a possibilidade de ocorrência do subjuntivo em PB na oração complemento está associada à natureza não-assertiva deste, isto é, o subjuntivo somente é possível em complementos de predicados não-assertivos (querer, preferir, provável, etc). Quanto ao infinitivo pessoal no complemento, o estudo revela que sua ocorrência vai depender também da classe a que pertence o predicado da oração matriz e da possibilidade de o sujeito da oração infinitiva receber Caso nominativo. Assim, um predicado não-assertivo como querer, em hipótese alguma, permite que o seu complemento esteja na forma infinitiva pessoal (* Quero eles saírem /*quero eles terem saído), enquanto que um verbo como lamentar admite-a, sem nenhuma restrição (Lamento eles serem estúpidos/ Lamento eles terem partido). Finalmente,, lançando mão da teoria da cópia do movimento e adotando sugestão de um operador nulo no Spec de CP do complemento de um predicado factivo, explicamos por que argumentos D-linked podem ser extraídos de uma ilha factiva, enquanto adjuntos e argumentos não-D-linked não podem.
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Assim, se o predicado da matriz for um factivo (lamentar, descobrir, etc.), a proposição complemento é um pressuposto (salvo em contextos bem específicos); se for um predicado assertivo (assegurar, acreditar, etc), o estatuto semântico do complemento será o de asserção, ou seja, uma proposição, afirmativa ou negativa, declarada verdadeira pelo locutor; e, finalmente, se o predicado for um não-assertivo (querer, possível, etc.), o estatuto semântico será o de não-asserção, entendida como um enunciado que por não ser nem asseverado, nem pressuposto ou implicado, é insuscetível de receber um valor de verdade. Além do mais, a pesquisa mostra que a possibilidade de ocorrência do subjuntivo em PB na oração complemento está associada à natureza não-assertiva deste, isto é, o subjuntivo somente é possível em complementos de predicados não-assertivos (querer, preferir, provável, etc). Quanto ao infinitivo pessoal no complemento, o estudo revela que sua ocorrência vai depender também da classe a que pertence o predicado da oração matriz e da possibilidade de o sujeito da oração infinitiva receber Caso nominativo. Assim, um predicado não-assertivo como querer, em hipótese alguma, permite que o seu complemento esteja na forma infinitiva pessoal (* Quero eles saírem /*quero eles terem saído), enquanto que um verbo como lamentar admite-a, sem nenhuma restrição (Lamento eles serem estúpidos/ Lamento eles terem partido). Finalmente,, lançando mão da teoria da cópia do movimento e adotando sugestão de um operador nulo no Spec de CP do complemento de um predicado factivo, explicamos por que argumentos D-linked podem ser extraídos de uma ilha factiva, enquanto adjuntos e argumentos não-D-linked não podem.The objective of this work was the study of some aspects of the complementation of factive and assertive predicates in PB, in Government-Binding Theory. Within these aspects, it is enhanced the semantic status of the complement sentence, the occurrence of subjunctive and the inflected infinitive. It is shown that, depending on the grammatical class to which the matrix predicate belongs, the sentential complement may be a pressuposition, an assertion or a non-assertion. Therefore, if the matrix predicate is a factive (such as to regret, to find out etc.), the subordinate clause is a pressuposition (except in very specific contexts); if the matrix predicate is an assertive (to insure, to believe etc.), the semantic status should be an assertion, i. e., a statement that may be true or false; and, finally, if the predicate is a non-assertive (such as to wish, possible etc.), the semantic status will be a non-assertion, understood as a sentence that could not receive a true value. Beyond that, we will demonstrate that the possibility of occurrence of the subjunctive in PB, in the complement sentence, is associated to its non-assertive nature, i. e., the subjunctive is only possible in complement of non-assertive predicates. In relation to the inflected infinitive, the study shows that its occurrence will depend on the grammatical class to which the matrix predicate belongs, and on the possibility of the infinitival clause subject receiving nominative case. For example, a non-assertive predicate such as querer to want, in no case would allow its complement to be in the inflected infinitival form: *Quero eles saírem[third person plural] I want them leave,. On the other hand, a verb such as lamentar to regret may admit the inflected infinitival form, without any restriction: Eu lamento eles partirem{third person plural] I regret that they leave, Eu lamento eles terem[third person plural] partido I regret they have left. Finally, we propose a solution, in the Minimalism, in order to explain the asymmetry between adjuncts and arguments non-D-linked, on one side, and arguments D-linked, on the other, in relation to the possibility of extraction of the factive island, being this extraction possible to the latter, but not to the former.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMorais, Maria Aparecida Correa R TorresLima, Severino Benjamim de2007-04-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-04022010-105328/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:01Zoai:teses.usp.br:tde-04022010-105328Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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