Estudo da relação entre comércio internacional, capital humano e crescimento econômico no Brasil no período de 1995 a 2006

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fraga, Gilberto Joaquim
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-02082011-103009/
Resumo: Existe uma ampla literatura tratando dos efeitos da abertura comercial sobre a taxa de crescimento econômico e outra que trata dos efeitos do capital humano sobre esse crescimento. No entanto, é bastante limitada a literatura que ressalta a interligação da abertura comercial e do capital humano sobre o crescimento econômico. Os poucos trabalhos existentes nesse último grupo se concentram em análises considerando diferenças entre países. No entanto, o Brasil tem grandes dimensões e a análise dos fatores que explicam o crescimento do PIB de seus estados é de suma importância para os planejadores econômicos. Diante desse cenário, procura-se nesta tese quantificar e analisar os impactos de variações no capital humano dos indivíduos e da abertura comercial dos estados brasileiros sobre o crescimento econômico dos respectivos estados. O capital humano aqui é entendido como o número médio de anos de estudos da parcela da PEA ocupada em cada unidade da federação e a abertura comercial é definida como a proporção entre o volume de comércio internacional (exportações mais importações) em relação ao PIB dos respectivos estados. A análise compreende o período de 1995 a 2006 e os dados anuais estão organizados no formato de painel, para o grupo de 26 estados mais o Distrito Federal. A tese é regida pela hipótese de que tanto a abertura comercial quanto o nível do capital humano da população economicamente ativa empregada são relevantes para o crescimento econômico dos estados brasileiros, tanto pela transferência tecnológica via comércio internacional quanto pela eficiência do capital humano para assimilar as novas tecnologias. Para atingir o objetivo proposto, desenvolveu-se dois modelos teóricos para posterior aplicação: o modelo estendido de Solow e o modelo de crescimento econômico com progresso tecnológico endógeno. Os resultados indicam que tanto o modelo estendido de Solow quanto o modelo com progresso tecnológico endógeno permitem afirmar que aumentar o grau de abertura comercial afeta positivamente a taxa de crescimento do PIB per capita com certa defasagem. Contudo, o efeito de curto prazo não é instantâneo, pois o impacto tem uma defasagem de dois anos. Estimou-se que um aumento no nível de abertura comercial de 1%, em média, aumenta a taxa de crescimento do PIB per capita, na ordem de 0,13 pontos percentuais (p.p.) quando estimado o modelo tradicional e 0,09 p.p. quando estimado o modelo com progresso tecnológico endógeno. Quanto ao impacto do capital humano, constata-se que para cada aumento de 1 ano no nível médio da escolaridade da força de trabalho haverá aumento em 0,06 p.p. na taxa de crescimento do PIB per capita quando estimado o modelo de Solow estendido e, de 0,07 p.p. através do modelo endógeno. A partir desses resultados, o trabalho sugere que se faz necessário não só aumentar o grau de abertura comercial, mas também é importante implementar políticas complementares de investimento contínuo em qualificação da força de trabalho.
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No entanto, o Brasil tem grandes dimensões e a análise dos fatores que explicam o crescimento do PIB de seus estados é de suma importância para os planejadores econômicos. Diante desse cenário, procura-se nesta tese quantificar e analisar os impactos de variações no capital humano dos indivíduos e da abertura comercial dos estados brasileiros sobre o crescimento econômico dos respectivos estados. O capital humano aqui é entendido como o número médio de anos de estudos da parcela da PEA ocupada em cada unidade da federação e a abertura comercial é definida como a proporção entre o volume de comércio internacional (exportações mais importações) em relação ao PIB dos respectivos estados. A análise compreende o período de 1995 a 2006 e os dados anuais estão organizados no formato de painel, para o grupo de 26 estados mais o Distrito Federal. A tese é regida pela hipótese de que tanto a abertura comercial quanto o nível do capital humano da população economicamente ativa empregada são relevantes para o crescimento econômico dos estados brasileiros, tanto pela transferência tecnológica via comércio internacional quanto pela eficiência do capital humano para assimilar as novas tecnologias. Para atingir o objetivo proposto, desenvolveu-se dois modelos teóricos para posterior aplicação: o modelo estendido de Solow e o modelo de crescimento econômico com progresso tecnológico endógeno. Os resultados indicam que tanto o modelo estendido de Solow quanto o modelo com progresso tecnológico endógeno permitem afirmar que aumentar o grau de abertura comercial afeta positivamente a taxa de crescimento do PIB per capita com certa defasagem. Contudo, o efeito de curto prazo não é instantâneo, pois o impacto tem uma defasagem de dois anos. Estimou-se que um aumento no nível de abertura comercial de 1%, em média, aumenta a taxa de crescimento do PIB per capita, na ordem de 0,13 pontos percentuais (p.p.) quando estimado o modelo tradicional e 0,09 p.p. quando estimado o modelo com progresso tecnológico endógeno. Quanto ao impacto do capital humano, constata-se que para cada aumento de 1 ano no nível médio da escolaridade da força de trabalho haverá aumento em 0,06 p.p. na taxa de crescimento do PIB per capita quando estimado o modelo de Solow estendido e, de 0,07 p.p. através do modelo endógeno. A partir desses resultados, o trabalho sugere que se faz necessário não só aumentar o grau de abertura comercial, mas também é importante implementar políticas complementares de investimento contínuo em qualificação da força de trabalho.There is a large literature addressing the effects of trade liberalization on economic growth rate and another that addresses the effects of human capital on growth. However, it is very limited literature that emphasizes the interconnection of trade openness and human capital on economic growth. The few studies available in the latter group are focused on analysis considering differences between countries. However, Brazil has large dimensions and analysis of the factors that explain the growth of GDP of its states is of great importance to economic planners. In this backdrop, this thesis seeks to quantify and analyze the impacts of variations in the human capital of individuals and the trade openness of the Brazilian states on rate of economic growth of the respective states. Human capital is understood here as the average number of years of schooling of the portion of the PEA employed in each state and trade openness is defined as the ratio between the amounts of international trade (exports plus imports) to GDP of the respective states. The analysis covers the period from 1995 thru 2006 and annual data are organized in the format of a panel for the group of 26 states plus the Federal District. The thesis is guided by the hypothesis that both trade openness and the level of human capital of the economically active population employed are relevant to the economic growth of the Brazilian states, either by technology transfer via international trade and the efficiency of human capital to assimilate new technologies. To achieve our objective, we developed two theoretical models for further application: extended Solow model of economic growth and economic growth model with endogenous technological progress. The results by dynamic panel data indicate that both the extended Solow model as the model with endogenous technological progress have revealed that increasing in the degree of trade openness positively affects the growth rate of GDP per capita with lag. However, the short-term effect is not instantaneous, because the impact has a lag of two years. It was estimated that an increase in the level of trade openness of 1%, on average, increases the rate of growth of GDP per capita around of 0,13 percentage points when estimated the extended Solow model and 0,09 percentage points when estimated the model with endogenous technological progress. The impact of human capital, we see that for every increase of 1 year in the average level of schooling of the workforce will increase by 0,06 percentage points in growth rate of GDP per capita when estimated through the extended Solow model and 0,07 percentage points through the endogenous model. From these results, this research suggests that it is necessary not only increase the degree of trade openness, but it is also important to implement complementary policies of continued investment in workforce skills.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBacha, Carlos Jose CaetanoFraga, Gilberto Joaquim2011-07-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-02082011-103009/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-02082011-103009Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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