Movimentos mandibulares na fala: eletrognatografia nas disfunções temporomandibulares e em indivíduos assintomáticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bianchini, Esther Mandelbaum Gonçalves
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-07102014-110120/
Resumo: Os movimentos mandibulares utilizados na fala modificam os espaços para viabilizar as diversas posturas articulatórias próprias de cada som. As disfunções temporomandibulares podem acarretar alterações gerais nos movimentos mandibulares devido à modificação nas condições musculares e articulares. A eletrognatografia, exame computadorizado utilizado para complementar o diagnóstico dessas disfunções, permite delinear e registrar de maneira objetiva os movimentos mandibulares, determinando sua amplitude e velocidade. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar a caracterização dos movimentos mandibulares na fala para o Português Brasileiro, em indivíduos com disfunções temporomandibulares e em indivíduos assintomáticos, por meio de eletrognatografia computadorizada, analisando possíveis interferências dessas disfunções quanto à: velocidade de abertura e fechamento mandibular; amplitude vertical, anteroposterior e lateral desses movimentos. Para tanto, 135 participantes adultos foram divididos em dois grupos: GI com 90 participantes com disfunções temporomandibulares e GII com 45 participantes assintomáticos. Foi realizada ainda verificação desses movimentos com base nos graus de dor, utilizando-se escala numérica, sendo: zero para ausência de dor, 1 para dor leve, 2 para dor moderada e 3 para dor grave. Os movimentos mandibulares foram observados na nomeação seqüencial de figuras balanceadas quanto à ocorrência dos fonemas da língua. Os registros foram obtidos com eletrognatografia computadorizada (BioEGN - sistema BioPak) por meio da captação dos sinais de um magneto sem interferir na oclusão e na extensão dos movimentos. A análise dos resultados mostrou diferenças estatisticamente significantes entre as médias dos valores obtidas para os dois grupos quanto à amplitude de abertura e amplitude de retrusão, e entre as médias de velocidade tanto de abertura quanto de fechamento mandibular na fala. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os resultados obtidos para os dois grupos quanto à presença e amplitude dos desvios em lateralidade durante a fala. Constatou-se predomínio de desvios bilaterais para GII e de desvios unilaterais para GI com diferenças estatisticamente significantes. Quanto aos diferentes graus de dor, verificou-se que as diferenças apontadas como significantes para amplitude de abertura e para velocidade de fechamento mandibular, ocorrem entre o grau zero e todos os outros graus de dor. Para velocidade de abertura mandibular na fala, foi obtida diferença estatisticamente significante entre grau zero e grau três. Constatou-se que os movimentos mandibulares na fala são discretos, com componente antero-posterior e desvios em lateralidade. A presença de disfunções temporomandibulares acarreta redução das amplitudes máximas de abertura e de retrusão mandibular, predomínio de desvios unilaterais e também redução da velocidade tanto de abertura quanto de fechamento dos movimentos mandibulares durante a fala. Os diferentes graus de dor parecem não determinar maior redução de amplitude máxima e de velocidade desses movimentos. Esse estudo possibilitou descrever os três limites dimensionais dos movimentos mandibulares na fala para o Português Brasileiro, assim como as médias dos valores máximos de velocidade de abertura e fechamento durante esses movimentos, para os dois grupos de indivíduos investigados
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spelling Movimentos mandibulares na fala: eletrognatografia nas disfunções temporomandibulares e em indivíduos assintomáticosMandibular movements in speech: electrognathography in temporomandibular disorders and asymptomatic individualsArthralgia/physiopathologyArtralgia/fisiologiaCinesiologia aplicada/métodosFonoaudiologiaKinesiology applied/methodsSpeech language and hearing sciencesTemporomandibular joint disorders/physiopathologyTranstornos da articulação temporomandibular/fisiologiaOs movimentos mandibulares utilizados na fala modificam os espaços para viabilizar as diversas posturas articulatórias próprias de cada som. As disfunções temporomandibulares podem acarretar alterações gerais nos movimentos mandibulares devido à modificação nas condições musculares e articulares. A eletrognatografia, exame computadorizado utilizado para complementar o diagnóstico dessas disfunções, permite delinear e registrar de maneira objetiva os movimentos mandibulares, determinando sua amplitude e velocidade. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar a caracterização dos movimentos mandibulares na fala para o Português Brasileiro, em indivíduos com disfunções temporomandibulares e em indivíduos assintomáticos, por meio de eletrognatografia computadorizada, analisando possíveis interferências dessas disfunções quanto à: velocidade de abertura e fechamento mandibular; amplitude vertical, anteroposterior e lateral desses movimentos. Para tanto, 135 participantes adultos foram divididos em dois grupos: GI com 90 participantes com disfunções temporomandibulares e GII com 45 participantes assintomáticos. Foi realizada ainda verificação desses movimentos com base nos graus de dor, utilizando-se escala numérica, sendo: zero para ausência de dor, 1 para dor leve, 2 para dor moderada e 3 para dor grave. Os movimentos mandibulares foram observados na nomeação seqüencial de figuras balanceadas quanto à ocorrência dos fonemas da língua. Os registros foram obtidos com eletrognatografia computadorizada (BioEGN - sistema BioPak) por meio da captação dos sinais de um magneto sem interferir na oclusão e na extensão dos movimentos. A análise dos resultados mostrou diferenças estatisticamente significantes entre as médias dos valores obtidas para os dois grupos quanto à amplitude de abertura e amplitude de retrusão, e entre as médias de velocidade tanto de abertura quanto de fechamento mandibular na fala. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os resultados obtidos para os dois grupos quanto à presença e amplitude dos desvios em lateralidade durante a fala. Constatou-se predomínio de desvios bilaterais para GII e de desvios unilaterais para GI com diferenças estatisticamente significantes. Quanto aos diferentes graus de dor, verificou-se que as diferenças apontadas como significantes para amplitude de abertura e para velocidade de fechamento mandibular, ocorrem entre o grau zero e todos os outros graus de dor. Para velocidade de abertura mandibular na fala, foi obtida diferença estatisticamente significante entre grau zero e grau três. Constatou-se que os movimentos mandibulares na fala são discretos, com componente antero-posterior e desvios em lateralidade. A presença de disfunções temporomandibulares acarreta redução das amplitudes máximas de abertura e de retrusão mandibular, predomínio de desvios unilaterais e também redução da velocidade tanto de abertura quanto de fechamento dos movimentos mandibulares durante a fala. Os diferentes graus de dor parecem não determinar maior redução de amplitude máxima e de velocidade desses movimentos. Esse estudo possibilitou descrever os três limites dimensionais dos movimentos mandibulares na fala para o Português Brasileiro, assim como as médias dos valores máximos de velocidade de abertura e fechamento durante esses movimentos, para os dois grupos de indivíduos investigadosThe mandibular movements used in speech modify the spaces to make possible the different articulatory postures proper to each sound. The temporomandibular dysfunctions can arise general modifications in the mandibular movements due to the modification in the muscular and articular conditions. The electrognathography, a computerized exam used to complement the diagnosis of those dysfunctions, allows to delineate and record in an objective way the mandibular movements, determining their range and speed. Thus, the goal of this study was to check the characterization of mandibular movements in speech for Brazilian Portuguese, in individuals with temporomandibular dysfunctions and in asymptomatic individuals, through computerized electrognathography, analyzing possible interferences of those dysfunctions as for the following issues: mandibular opening and closing speed; vertical, anteroposterior and lateral range of those movements. For such, 135 adult subjects were divided in two groups: GI with 90 participants with temporomandibular dysfunctions and GII with 45 asymptomatic participants. Those movements were also checked based on pain degrees, using numeric scale, namely: zero for pain absence, 1 for light pain, 2 for moderate pain and 3 for severe pain. Mandibular movements were observed in the sequential nomination of balanced figures as for the occurrence of tong phonemes. The records were obtained with computerized electrognathography (BioEGN - BioPak system) through the reception of signals from a magneto without interfering in the occlusion and movement extension. The analysis of such results showed statistically significant differences between the averages of the values obtained for the two groups as for the opening and retrusion range, and between the averages of speed both for mandibular opening as well as for mandibular closing in speech. Statistically significant differences were not found among the results obtained for the two groups as for the presence and range of the deviations in laterality during the speech. Prevalence of bilateral deviations was verified for GII and of unilateral deviations for GI with statistically significant differences. As for the different pain degrees, the differences indicated as significant for opening range and mandibular closing speed were verified to occur between zero degree and all other pain degrees. For mandibular opening speed in speech, statistically significant differences were obtained between zero degree and three degree. Mandibular movements in speech were verified to be discreet, with anteroposterior component and deviations in laterality. The presence of temporomandibular dysfunctions arises reduction of the maximum mandibular opening and retrusion ranges, prevalence of unilateral deviations and also speed reduction both concerning opening as well as closing of mandibular movements during speech. The different pain degrees do not seem to determine larger reduction of maximum range and speed as for such movements. This study made possible to describe the three dimensional thresholds of mandibular movements in speech for Brazilian Portuguese, as well as the averages concerning the maximum values of opening and closing speed during those movements, for the two groups of investigated individualsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Claudia Regina Furquim deBianchini, Esther Mandelbaum Gonçalves2005-05-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-07102014-110120/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-07102014-110120Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description Os movimentos mandibulares utilizados na fala modificam os espaços para viabilizar as diversas posturas articulatórias próprias de cada som. As disfunções temporomandibulares podem acarretar alterações gerais nos movimentos mandibulares devido à modificação nas condições musculares e articulares. A eletrognatografia, exame computadorizado utilizado para complementar o diagnóstico dessas disfunções, permite delinear e registrar de maneira objetiva os movimentos mandibulares, determinando sua amplitude e velocidade. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar a caracterização dos movimentos mandibulares na fala para o Português Brasileiro, em indivíduos com disfunções temporomandibulares e em indivíduos assintomáticos, por meio de eletrognatografia computadorizada, analisando possíveis interferências dessas disfunções quanto à: velocidade de abertura e fechamento mandibular; amplitude vertical, anteroposterior e lateral desses movimentos. Para tanto, 135 participantes adultos foram divididos em dois grupos: GI com 90 participantes com disfunções temporomandibulares e GII com 45 participantes assintomáticos. Foi realizada ainda verificação desses movimentos com base nos graus de dor, utilizando-se escala numérica, sendo: zero para ausência de dor, 1 para dor leve, 2 para dor moderada e 3 para dor grave. Os movimentos mandibulares foram observados na nomeação seqüencial de figuras balanceadas quanto à ocorrência dos fonemas da língua. Os registros foram obtidos com eletrognatografia computadorizada (BioEGN - sistema BioPak) por meio da captação dos sinais de um magneto sem interferir na oclusão e na extensão dos movimentos. A análise dos resultados mostrou diferenças estatisticamente significantes entre as médias dos valores obtidas para os dois grupos quanto à amplitude de abertura e amplitude de retrusão, e entre as médias de velocidade tanto de abertura quanto de fechamento mandibular na fala. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os resultados obtidos para os dois grupos quanto à presença e amplitude dos desvios em lateralidade durante a fala. Constatou-se predomínio de desvios bilaterais para GII e de desvios unilaterais para GI com diferenças estatisticamente significantes. Quanto aos diferentes graus de dor, verificou-se que as diferenças apontadas como significantes para amplitude de abertura e para velocidade de fechamento mandibular, ocorrem entre o grau zero e todos os outros graus de dor. Para velocidade de abertura mandibular na fala, foi obtida diferença estatisticamente significante entre grau zero e grau três. Constatou-se que os movimentos mandibulares na fala são discretos, com componente antero-posterior e desvios em lateralidade. A presença de disfunções temporomandibulares acarreta redução das amplitudes máximas de abertura e de retrusão mandibular, predomínio de desvios unilaterais e também redução da velocidade tanto de abertura quanto de fechamento dos movimentos mandibulares durante a fala. Os diferentes graus de dor parecem não determinar maior redução de amplitude máxima e de velocidade desses movimentos. Esse estudo possibilitou descrever os três limites dimensionais dos movimentos mandibulares na fala para o Português Brasileiro, assim como as médias dos valores máximos de velocidade de abertura e fechamento durante esses movimentos, para os dois grupos de indivíduos investigados
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