Impactos da exploração madeireira predatória e planejada sobre o crescimento e diversidade de espécies arbóreas na Amazônia oriental
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220208-110327/ |
Resumo: | Esta dissertação compara o comportamento do crescimento e da diversidade das árvores com DAP maior que 10 cm entre áreas naturais e áreas exploradas com o emprego de colheita planejada e extração madeireira predatória na Amazônia oriental. A região de estudo fica na Fazenda Agrosete (3° S, 50° W), no Município de Paragominas. O experimento foi realizado numa área de 210 hectares, sendo 75 ha com exploração predatória, 105 ha com colheita planejada e 30 ha com área testemunha. A exploração predatória consistiu do seguinte: após definida a área, uma equipe de motosserristas entrou na floresta e derrubou as árvores, sem o conhecimento prévio de sua localização, pois não conduziu-se o mapeamento e o censo das árvores. Em seguida, construiu-se as estradas e os pátios de estocagem, de onde as toras foram transportadas até a serraria. Finalmente, os operadores das máquinas saíram à procura das árvores. Por não terem a localização exata das árvores derrubadas, o arraste das toras ocasionou muitos danos e desperdícios de madeira. Na colheita planejada foi empregado o planejamento das atividades com as seguintes medidas: censo das árvores de valor madeireiro com DAP > 25 cm; preparação de um mapa de colheita com traçado de estradas, ramais de arraste e localização de pátios de estocagem; uso da derrubada direcional; corte de cipós 1,5 anos antes da colheita; arraste feito com tratores florestais com guincho e torre. A exploração predatória e a colheita planejada aconteceram no ano de 1993, e os tratamentos foram monitorados até 1996, sendo realizadas medições anuais de DAP, mortalidade e sanidade das árvores. Avaliou-se o comportamento da floresta em relação ao crescimento em DAP das árvores e diversidade de espécies, através do número das espécies e do índice de Shannon. Os resultados das comparações de diversidade através do índice de Shannon, para cada tipo de intervenção, indicaram que o tratamento colheita planejada não apresentou diferença significativa na comparação de médias pelo teste t no período logo após a exploração (1994) e três anos após (1996) apresentando diferença no tratamento exploração predatória. A diversidade de espécies (considerando indivíduos com DAP acima de 10 cm) na área com manejo sofreu menor redução do que na área com exploração predatória. Isso indica menos danos à biodiversidade. O Incremento Médio Anual para todas as árvores na área manejada foi o dobro da testemunha e 1,5 superior ao da exploração predatória. A colheita de madeira levou à uma redução em área basal de 31% na exploração predatória, enquanto que, na manejada a redução foi de apenas 17%. O incremento em área basal na colheita planejada foi 2,2 vezes superior à exploração predatória (1,02 m2/ha e 0,45 m2/ha, respectivamente). Esses resultados demonstram mais vantagens no emprego de manejo florestal em relação à exploração predatória de madeira. Se o comportamento do crescimento da floresta manejada continuar neste ritmo, menos tempo será necessário para o segundo corte de madeira na área. Esse fato reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para o apoio à adoção de um sistema de manejo florestal nessa região. |
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Impactos da exploração madeireira predatória e planejada sobre o crescimento e diversidade de espécies arbóreas na Amazônia orientalThe imapcts of planned and unplanned logging on forest growth and species diversity in an eastern amazonian tropical rain forestAMAZÔNIA ORIENTALÁRVORES FLORESTAISBIODIVERSIDADECRESCIMENTOEXPLORAÇÃO MADEIREIRAIMPACTOS AMBIENTAISEsta dissertação compara o comportamento do crescimento e da diversidade das árvores com DAP maior que 10 cm entre áreas naturais e áreas exploradas com o emprego de colheita planejada e extração madeireira predatória na Amazônia oriental. A região de estudo fica na Fazenda Agrosete (3° S, 50° W), no Município de Paragominas. O experimento foi realizado numa área de 210 hectares, sendo 75 ha com exploração predatória, 105 ha com colheita planejada e 30 ha com área testemunha. A exploração predatória consistiu do seguinte: após definida a área, uma equipe de motosserristas entrou na floresta e derrubou as árvores, sem o conhecimento prévio de sua localização, pois não conduziu-se o mapeamento e o censo das árvores. Em seguida, construiu-se as estradas e os pátios de estocagem, de onde as toras foram transportadas até a serraria. Finalmente, os operadores das máquinas saíram à procura das árvores. Por não terem a localização exata das árvores derrubadas, o arraste das toras ocasionou muitos danos e desperdícios de madeira. Na colheita planejada foi empregado o planejamento das atividades com as seguintes medidas: censo das árvores de valor madeireiro com DAP > 25 cm; preparação de um mapa de colheita com traçado de estradas, ramais de arraste e localização de pátios de estocagem; uso da derrubada direcional; corte de cipós 1,5 anos antes da colheita; arraste feito com tratores florestais com guincho e torre. A exploração predatória e a colheita planejada aconteceram no ano de 1993, e os tratamentos foram monitorados até 1996, sendo realizadas medições anuais de DAP, mortalidade e sanidade das árvores. Avaliou-se o comportamento da floresta em relação ao crescimento em DAP das árvores e diversidade de espécies, através do número das espécies e do índice de Shannon. Os resultados das comparações de diversidade através do índice de Shannon, para cada tipo de intervenção, indicaram que o tratamento colheita planejada não apresentou diferença significativa na comparação de médias pelo teste t no período logo após a exploração (1994) e três anos após (1996) apresentando diferença no tratamento exploração predatória. A diversidade de espécies (considerando indivíduos com DAP acima de 10 cm) na área com manejo sofreu menor redução do que na área com exploração predatória. Isso indica menos danos à biodiversidade. O Incremento Médio Anual para todas as árvores na área manejada foi o dobro da testemunha e 1,5 superior ao da exploração predatória. A colheita de madeira levou à uma redução em área basal de 31% na exploração predatória, enquanto que, na manejada a redução foi de apenas 17%. O incremento em área basal na colheita planejada foi 2,2 vezes superior à exploração predatória (1,02 m2/ha e 0,45 m2/ha, respectivamente). Esses resultados demonstram mais vantagens no emprego de manejo florestal em relação à exploração predatória de madeira. Se o comportamento do crescimento da floresta manejada continuar neste ritmo, menos tempo será necessário para o segundo corte de madeira na área. Esse fato reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para o apoio à adoção de um sistema de manejo florestal nessa região.This dissertation compares the impacts of planned and unplanned logging on the growth and diversity of trees > 10 cm dbh in a tropical rain forest. This study was carried out near the city of Paragominas (3° S, 50° W), in eastem Amazonia. The study area included 210 ha of forest ofwhich 105 ha was subjected to planned logging, 75 ha to unplanned logging, and 30 ha was le:ft as an unlogged control. Unplanned logging consisted of a chainsawyer who walked through the forest felling trees as he encountered them. This step was followed by the construction of logging roads and logs landings. Finally, bulldozer operators drove into the forest in search of felled logs that they transported to the log landings. Because the tractor drivers were working without knowledge as to the locations of the felled trees, the process of transporting the logs to the landings resulted in much damage to the remaining stand. Planned logging included the following modifications to the unplanned scenario: an initial census of all trees > 25 cm DBH with commercial value was conducted; based on this census a map of all commercial trees was produced; the locations of all logging roads, log landings, and skid trails was located on this map; directional felling was employed; all lianas were cut 1.5 years prior to logging; and extraction was conducted using a rubber-tired forest tractor with a winch. All logging occurred during 1993 and tree diameter increment, mortality, and recruitment were monitored until 1996. Impacts of the two logging treatments on tree species diversity were determined by comparing changes following logging in Shannon diversity indices for both logged areas and the control area. Significant declines in diversity following logging were found in the unplanned logging but not in the planned logging area. The total reduction in tree species diversity following logging was less in the planned logging area than in the unplanned. During the study period, the planned logging area showed a 50% greater increase in basal area than the unplanned logging area. Also in the planned logging area, mean annual diameter increment averaged over all species was twice that of the control area and 1.5 times that of the unplanned logging area. Timber extraction resulted in a decrease in total basal area of 31% in the unplanned logging area and only 17% in the planned. There were no significant changes in the control plots. Annual basal area increment following Logan was 1,02 m2/ha in the planned logging area and 0,45 m2/ha, respectivamente in the unplanned. This study demonstrates that planned logging can result in increased annual diameter increments in the remaining forest when compared to unplanned logging. This, in tum, can result in shorter cutting cycles. Also, planned logging results in a smaller reduction in tree species diversity than its unplanned counterpart. Although the benefits of planned logging are abundant, unplanned logging continues to be the norm. This fact reinforces the idea that public policies are needed that support the adoption of planned logging practices.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPViana, Virgilio MauricioSilva, Edson José Vidal da1998-10-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220208-110327/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-07T17:53:03Zoai:teses.usp.br:tde-20220208-110327Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-07T17:53:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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