Implicações da métrica nas Odes de Horácio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Penna, Heloisa Maria Moraes Moreira
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-17122007-120823/
Resumo: Nos livros das Odes Horácio empregou treze esquemas métricos distribuídos por poemas de temas diversos. A influência da tradição eólica representada pelos dois musicistas de Lesbos, Safo e Alceu, pautou a maioria das escolhas temáticas e formais do poeta. Odes compostas em metros asclepiadeus e jônicos kataV stivcon, em estrofes sáficas, alcaicas e asclepiadéias e em dísticos de formação variada (cola datílicos, sáficos, jâmbicos e trocaicos), mostram ritmos próprios, capazes de imprimir, no ânimo do ouvinte, sensações diferenciadas, de acordo com a natureza da seqüência métrica empregada. A teoria do ethos métrico leva em consideração o conceito da conveniência (Prevpon, decorum): conteúdo e forma em harmonia na criação poética. Os efeitos impressivos das medidas gregas, naturalizadas por Horácio, que deu feição datílica aos versos eólicos, fixou quantidades livres e disciplinou as estrofes, devem-se ao caráter psicagógico dos metros, herdado da antiga teoria musical. Desde Platão e Aristóteles, passando por Cícero, Demétrio, Dionísio de Halicarnasso, Longino e Quintiliano, registramse a preocupação de classificar os metros de acordo com sua adequação a cada tipo de composição e a censura de seu uso indiscriminado na prosa e na poesia. A análise rítmico-semântica de algumas odes de Horácio revelou o zelo do poeta em combinar forma e conteúdo e em selecionar palavras de composição sonora e formação métrica em harmonia com o sentido. Nas Odes a musicalidade do ritmo métrico tem implicações semânticas, realçando a expressão textual.
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