Avaliação da incidência, mortalidade e letalidade por doença cerebrovascular em Joinville, Brasil: comparação entre o ano de 1995 e o periodo de 2005-6 (Projeto Joinvasc)
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-29012009-144258/ |
Resumo: | Introdução: Apesar do AVC persistir como a primeira causa de óbito no Brasil, estudos de mortalidade têm demonstrado queda de taxas pela doença nas últimas décadas. Comparamos a evolução das taxas de morbi-mortalidade de primeiro evento de AVC em uma mesma base populacional em quase dez anos de intervalo. Além disso, no período de 2005-6, também obtivemos a incidência de primeiro evento de subtipos de AVC, a prevalência dos fatores de risco cardiovasculares e o prognóstico funcional após seis meses do evento. Métodos: Em 2005 e 2006, utilizando metodologia proposta por Sudlow e Warlow, foram coletados prospectivamente informações sobre todos os casos de AVC, o uso de medicações pré-mórbidas e a presença de fatores de risco tradicionais. Obtivemos as taxas de incidência e de mortalidade de primeiro evento de AVC, ajustadas por idade para a população mundial e a letalidade em até 30 dias. Comparamos estes resultados com os obtidos na cidade de Joinville em 1995. As taxas de incidência e mortalidade anual foram ajustadas por idade pelo método direto. Resultados: Entre 1323 casos de AVC registrados em 2005-6, 759 foram primeiros eventos da doença. A incidência ajustada por idade por 100.000 habitantes foi de 143,7 (IC 95% 128,4-160,3) em 1995 e de 105,4 (98,0-113,2) no período de 2005-6. A mortalidade ajustada por idade foi de 37.5 (29,9-46,5) em 1995 e de 23,9 (20,4-27,8) em 2005-6. A letalidade em 30 dias foi 26,6% em 1995 e 19.1% em 2005-6. Assim, em quase dez anos, houve diminuição da incidência em 27% (p=0,01), da mortalidade em 37% (p<0,001) e da letalidade em 30 dias em 28 % (p= 0,009). As diminuições observadas na incidência ocorreram somente para pacientes com idade inferior a 75 anos. Em 2005-6, a incidência ajustada por 100.000 habitantes de infarto cerebral foi 86,0 (IC 95% 79,3-93,1), de hemorragia intracerebral foi 12,9 (10,4-15,8) e de hemorragia subaracnóide foi 7,0 (5,3-9,1). A hipertensão arterial sistêmica foi o fator de risco cardiovascular mais prevalente. Após seis meses, 25% (21,4 -29,1) tinham morrido e 61,5% (56,2-68,3) estavam independentes. Conclusões: Nossos resultados de queda de incidência, mortalidade e letalidade em quase uma década na cidade de Joinville sugerem uma provável melhora na prevenção primária e na assistência hospitalar ao paciente com AVC na cidade de Joinville. As taxas de incidência em 2005-6, agrupada e por subtipos de AVC foram similares a outros estudos de base populacional. As taxas de prevalência dos fatores de risco sugerem que a população de Joinville tenha um padrão de risco cardiovascular misto, observado tanto em populações de países desenvolvidos quanto em desenvolvimento |
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Avaliação da incidência, mortalidade e letalidade por doença cerebrovascular em Joinville, Brasil: comparação entre o ano de 1995 e o periodo de 2005-6 (Projeto Joinvasc)Stroke incidence, mortality and case-fatality rates in 1995 and in 2005-6 in Joinville, BrazilAcidente cerebrovascularFatores de riscoIncidenceIncidênciaMortalidadeMortalityRisk factorsStrokeIntrodução: Apesar do AVC persistir como a primeira causa de óbito no Brasil, estudos de mortalidade têm demonstrado queda de taxas pela doença nas últimas décadas. Comparamos a evolução das taxas de morbi-mortalidade de primeiro evento de AVC em uma mesma base populacional em quase dez anos de intervalo. Além disso, no período de 2005-6, também obtivemos a incidência de primeiro evento de subtipos de AVC, a prevalência dos fatores de risco cardiovasculares e o prognóstico funcional após seis meses do evento. Métodos: Em 2005 e 2006, utilizando metodologia proposta por Sudlow e Warlow, foram coletados prospectivamente informações sobre todos os casos de AVC, o uso de medicações pré-mórbidas e a presença de fatores de risco tradicionais. Obtivemos as taxas de incidência e de mortalidade de primeiro evento de AVC, ajustadas por idade para a população mundial e a letalidade em até 30 dias. Comparamos estes resultados com os obtidos na cidade de Joinville em 1995. As taxas de incidência e mortalidade anual foram ajustadas por idade pelo método direto. Resultados: Entre 1323 casos de AVC registrados em 2005-6, 759 foram primeiros eventos da doença. A incidência ajustada por idade por 100.000 habitantes foi de 143,7 (IC 95% 128,4-160,3) em 1995 e de 105,4 (98,0-113,2) no período de 2005-6. A mortalidade ajustada por idade foi de 37.5 (29,9-46,5) em 1995 e de 23,9 (20,4-27,8) em 2005-6. A letalidade em 30 dias foi 26,6% em 1995 e 19.1% em 2005-6. Assim, em quase dez anos, houve diminuição da incidência em 27% (p=0,01), da mortalidade em 37% (p<0,001) e da letalidade em 30 dias em 28 % (p= 0,009). As diminuições observadas na incidência ocorreram somente para pacientes com idade inferior a 75 anos. Em 2005-6, a incidência ajustada por 100.000 habitantes de infarto cerebral foi 86,0 (IC 95% 79,3-93,1), de hemorragia intracerebral foi 12,9 (10,4-15,8) e de hemorragia subaracnóide foi 7,0 (5,3-9,1). A hipertensão arterial sistêmica foi o fator de risco cardiovascular mais prevalente. Após seis meses, 25% (21,4 -29,1) tinham morrido e 61,5% (56,2-68,3) estavam independentes. Conclusões: Nossos resultados de queda de incidência, mortalidade e letalidade em quase uma década na cidade de Joinville sugerem uma provável melhora na prevenção primária e na assistência hospitalar ao paciente com AVC na cidade de Joinville. As taxas de incidência em 2005-6, agrupada e por subtipos de AVC foram similares a outros estudos de base populacional. As taxas de prevalência dos fatores de risco sugerem que a população de Joinville tenha um padrão de risco cardiovascular misto, observado tanto em populações de países desenvolvidos quanto em desenvolvimentoIntroduction: Although stroke is still the leading cause of death in Brazil, studies have shown a decrease in stroke mortality in recent decades. Besides that, in Latin America there is no prospective population data showing incidence changes along time. We compared the evolution of morbi-mortality rates of first ever stroke in the same population base at two time points, with an ten year interval between the two. In addition, in the 2005-6 period, we ascertained the incidence of first ever stroke by subtypes, the prevalence of cardiovascular risk factors and 6-month functional prognosis. Methods: In 2005-6 period, using the methodology proposed by Sudlow and Warlow, data related to all stroke cases, as well as to medications used prior to the events and prevalence of traditional risk factors, were prospectively compiled. Incidence, mortality and case-fatality rates of first-ever stroke were obtained and these results were compared to those obtained in the city of Joinville in 1995. Rates were adjusted to age by direct method. Findings: Of 1323 cases of stroke identified, 759 were incident. The incidence rates per 100.000 population was 143.7 (CI 95% 128.4-160.3) in 1995 and 105.4 (98.0-113.2) in 2005-6. The mortality rate was 37.5 (29.9-46.5) in 1995 and 23.9 (20.4-27.8) in 2005-6. The case-fatality rate at 30 days was 26.6% in 1995 and 19.1% in 2005-6. Therefore, over a span of approximately ten years, the incidence decrease by 27% (p=0.01), the mortality by 37% (p<0.001) and the case-fatality at 30 days decreased by 28 % (p= 0.009). These decreases only occurred in patients younger than 75 years old. In 2005-6 period, the adjusted incidence rate per 100.000 population for stroke subtypes were: cerebral infarction 86.0 (79.3-93.1); intracerebral hemorrhage 12.9 (10.4-15.8) and subaracnoid hemorrhage 7.0 (5.3-9.1). Arterial hypertension was the most prevalent cardiovascular risk. At 6 months, 25% (21.4-29.1) of the patients had died, whereas 61.5% (56.2-68.3) were independent. Interpretation: The observed results of decreasing in the incidence,mortality and casefatality rates over a ten-year period in Joinville suggest an improvement in primary prevention and inpatient care to stroke patients. In 2005-6, the incidence rates for all subtypes were similar to those reported in other community studies. Risk factors prevalence rates suggest that the pattern of cardiovascular risks in Joinville is mixed, presenting characteristics of developed and developing countries alikeBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFonseca, Luiz Augusto MarcondesCabral, Norberto Luiz2008-12-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-29012009-144258/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-07T17:25:02Zoai:teses.usp.br:tde-29012009-144258Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-07T17:25:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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