Fatores sociodemográficos e psicológicos associados ao tabagismo na gravidez

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fujita, Ângela Tamye Lopes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-13042020-142302/
Resumo: O tabagismo na gravidez está associado a efeitos nocivos, tanto para a saúde materna como a do feto. O primeiro objetivo deste estudo consistiu em investigar como características sociais e psicológicas diferiam entre grávidas fumantes e não fumantes, no primeiro semestre da gestação. Outro objetivo compreendeu detectar eventuais associações entre características sociais e psicológicas com possíveis mudanças do hábito tabágico, ao final da gravidez. Para atender tais objetivos, este trabalho foi realizado em duas etapas. Na Etapa 1, foi configurado estudo caso-controle, em que fumar foi considerado caso e não fumar ou ser ex-fumante, controle. Na Etapa 2 foram consideradas apenas as fumantes identificadas na Etapa 1, as quais sofreram uma de duas intervenções antifumo e que foram avaliadas no final da gestação, caracterizando estudo de intervenção. Foram entrevistadas gestantes atendidas em serviços de pré-natal da rede pública de Ribeirão Preto, que tivessem idade gestacional <= 24 semanas, maiores de idade e que pudessem ser classificadas em fumante, ex-fumante ou nunca fumante. As gestantes responderam a questionário sobre dados sociodemográficos, características clínicas, intenção da gravidez, uso de drogas e álcool e exposição passiva ao cigarro. Foram administradas as escalas Hospitalar de Ansiedade e Depressão, Estresse Percebido, Apego Materno-Fetal e Marcadores Reduzidos da Personalidade. Foram coletadas amostras para mensurar níveis de cotinina salivar. As participantes receberam folder sobre riscos do fumo na gravidez. Além dos procedimentos citados, as participantes fumantes responderam a questões sobre história tabágica, Teste de Fagerström para Dependência à Nicotina e receberam uma intervenção breve antitabagismo (de cunho emocional ou racional). Apenas as fumantes foram entrevistadas novamente, próximas do parto, quanto ao número de cigarros fumados por dia e coleta de segunda amostra de saliva. No estudo caso-controle, foi definida como variável dependente -status tabágico?. Fatores de exposição foram analisados por Razão de Chances (RC). Foram empregados modelos logísticos ou tabelas de contingência, de acordo com a natureza das variáveis. No estudo de intervenção, a -mudança qualitativa do tabagismo? foi definida como variável dependente sendo empregado um modelo de regressão logística. Os resultados da Etapa 1 são referentes aos dados de 94 fumantes e 175 nãofumantes. Ser solteira, ser mais velha, ter Ensino Fundamental incompleto, fazer uso de álcool e outras drogas, já ter experimentado maconha e exposição passiva ao cigarro, foram variáveis que apresentaram associações positivas com ser fumante. Foram observadas associações do tabagismo com maior número de gestações e abortos. Estar empregada, pertencer à classe econômica B e desejar engravidar logo/agora, ou mais tarde, mostraram associações inversas com ser fumante. Foi observada associação positiva entre fumar e ansiedade, depressão, estresse percebido e Neuroticismo. Na Etapa 2 foram analisados dados de 64 fumantes. Não foram notadas diferenças no número de cigarros ao final da gestação, em função do tipo de intervenção. Nenhuma das variáveis investigadas revelou associação com mudança qualitativa do tabagismo. Os resultados indicam que variáveis sociodemográficas e psicológicas estão associadas ao tabagismo na gestação. Intervenções com foco único na educação dos riscos do tabagismo na gestação não são eficientes para cessação do fumo.
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Na Etapa 1, foi configurado estudo caso-controle, em que fumar foi considerado caso e não fumar ou ser ex-fumante, controle. Na Etapa 2 foram consideradas apenas as fumantes identificadas na Etapa 1, as quais sofreram uma de duas intervenções antifumo e que foram avaliadas no final da gestação, caracterizando estudo de intervenção. Foram entrevistadas gestantes atendidas em serviços de pré-natal da rede pública de Ribeirão Preto, que tivessem idade gestacional <= 24 semanas, maiores de idade e que pudessem ser classificadas em fumante, ex-fumante ou nunca fumante. As gestantes responderam a questionário sobre dados sociodemográficos, características clínicas, intenção da gravidez, uso de drogas e álcool e exposição passiva ao cigarro. Foram administradas as escalas Hospitalar de Ansiedade e Depressão, Estresse Percebido, Apego Materno-Fetal e Marcadores Reduzidos da Personalidade. Foram coletadas amostras para mensurar níveis de cotinina salivar. As participantes receberam folder sobre riscos do fumo na gravidez. Além dos procedimentos citados, as participantes fumantes responderam a questões sobre história tabágica, Teste de Fagerström para Dependência à Nicotina e receberam uma intervenção breve antitabagismo (de cunho emocional ou racional). Apenas as fumantes foram entrevistadas novamente, próximas do parto, quanto ao número de cigarros fumados por dia e coleta de segunda amostra de saliva. No estudo caso-controle, foi definida como variável dependente -status tabágico?. Fatores de exposição foram analisados por Razão de Chances (RC). Foram empregados modelos logísticos ou tabelas de contingência, de acordo com a natureza das variáveis. No estudo de intervenção, a -mudança qualitativa do tabagismo? foi definida como variável dependente sendo empregado um modelo de regressão logística. Os resultados da Etapa 1 são referentes aos dados de 94 fumantes e 175 nãofumantes. Ser solteira, ser mais velha, ter Ensino Fundamental incompleto, fazer uso de álcool e outras drogas, já ter experimentado maconha e exposição passiva ao cigarro, foram variáveis que apresentaram associações positivas com ser fumante. Foram observadas associações do tabagismo com maior número de gestações e abortos. Estar empregada, pertencer à classe econômica B e desejar engravidar logo/agora, ou mais tarde, mostraram associações inversas com ser fumante. Foi observada associação positiva entre fumar e ansiedade, depressão, estresse percebido e Neuroticismo. Na Etapa 2 foram analisados dados de 64 fumantes. Não foram notadas diferenças no número de cigarros ao final da gestação, em função do tipo de intervenção. Nenhuma das variáveis investigadas revelou associação com mudança qualitativa do tabagismo. Os resultados indicam que variáveis sociodemográficas e psicológicas estão associadas ao tabagismo na gestação. Intervenções com foco único na educação dos riscos do tabagismo na gestação não são eficientes para cessação do fumo.Smoking during pregnancy may lead to complications and harmful effects on maternal and fetal health. The first objective of this study was to investigate how social and psychological characteristics differed between pregnant smokers and non-smokers in the first semester of gestation. Another objective was to detect associations between social and psychological characteristics with possible changes of smoking habit, by late pregnancy. To meet these objectives, this work was carried out in two stages. In Step 1, a case-control study was set up, in which smokers were considered cases and non-smokers or ex-smokers the controls. In Step 2, only smokers identified in Step 1, who underwent one of two anti-smoking interventions and were evaluated at the end of gestation, were considered, characterizing an intervention study. Pregnant women who attended public prenatal services in Ribeirão Preto, who had gestational ages <= 24 weeks, aged >= 18 years, and could be classified as smokers, ex-smokers or never smokers, were interviewed. Participants answered a questionnaire about sociodemographic data, clinical characteristics, pregnancy intention, drug and alcohol use and passive exposure to cigarettes. The Hospital Anxiety and Depression Scale, Perceived Stress Scale, Maternal-Fetal Attachment Scale, and Reduced Personality Markers Scale were administered. Saliva samples were collected to measure cotinine levels. Participants received a brochure that addressed harmful effects of smoking during pregnancy. In addition to the cited procedures, smoking participants answered questions about smoking history, Fagerström Test for Nicotine Dependence and received a brief anti-smoking intervention (emotional or rational). Only the pregnant smokers were interviewed again, near the delivery, regarding the number of cigarettes smoked per day and collection of a second saliva sample. In the casecontrol study, -smoking status? was defined as a dependent variable. Exposure factors were analyzed through Odds Ratio (OR). Logistic models and contingency tables were used according to the nature of the variables. In the intervention study, the \"qualitative change in smoking\" was defined as a dependent variable and a logistic regression model was used. The results of Step 1 refer to data from 94 smokers and 175 non-smokers. Being single, older, having the lowest education attainment, making use of alcohol and other drugs, having triedmarijuana and passive exposure to cigarettes, were variables that showed positive associations with being a smoker. Associations of smoking with greater number of pregnancies and abortions were observed. Being employed, belonging to economic class B and wanting to get pregnant now/sooner, or later, showed inverse associations with being smoker. A positive association between smoking and anxiety, depression, perceived stress and neuroticism was observed. In Step 2, data from 64 smokers were analyzed. No differences were observed in the number of cigarettes at the end of gestation, depending on the type of intervention administered. None of the variables investigated were associated with qualitative change in smoking. The results indicate that socio-demographic and psychological variables are associated with smoking during gestation. Interventions with a single focus on education of risks of smoking during pregnancy are not efficient for smoking cessation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMartinez, Jose Antonio BaddiniFujita, Ângela Tamye Lopes2019-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-13042020-142302/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-04-29T18:07:02Zoai:teses.usp.br:tde-13042020-142302Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-04-29T18:07:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description O tabagismo na gravidez está associado a efeitos nocivos, tanto para a saúde materna como a do feto. O primeiro objetivo deste estudo consistiu em investigar como características sociais e psicológicas diferiam entre grávidas fumantes e não fumantes, no primeiro semestre da gestação. Outro objetivo compreendeu detectar eventuais associações entre características sociais e psicológicas com possíveis mudanças do hábito tabágico, ao final da gravidez. Para atender tais objetivos, este trabalho foi realizado em duas etapas. Na Etapa 1, foi configurado estudo caso-controle, em que fumar foi considerado caso e não fumar ou ser ex-fumante, controle. Na Etapa 2 foram consideradas apenas as fumantes identificadas na Etapa 1, as quais sofreram uma de duas intervenções antifumo e que foram avaliadas no final da gestação, caracterizando estudo de intervenção. Foram entrevistadas gestantes atendidas em serviços de pré-natal da rede pública de Ribeirão Preto, que tivessem idade gestacional <= 24 semanas, maiores de idade e que pudessem ser classificadas em fumante, ex-fumante ou nunca fumante. As gestantes responderam a questionário sobre dados sociodemográficos, características clínicas, intenção da gravidez, uso de drogas e álcool e exposição passiva ao cigarro. Foram administradas as escalas Hospitalar de Ansiedade e Depressão, Estresse Percebido, Apego Materno-Fetal e Marcadores Reduzidos da Personalidade. Foram coletadas amostras para mensurar níveis de cotinina salivar. As participantes receberam folder sobre riscos do fumo na gravidez. Além dos procedimentos citados, as participantes fumantes responderam a questões sobre história tabágica, Teste de Fagerström para Dependência à Nicotina e receberam uma intervenção breve antitabagismo (de cunho emocional ou racional). Apenas as fumantes foram entrevistadas novamente, próximas do parto, quanto ao número de cigarros fumados por dia e coleta de segunda amostra de saliva. No estudo caso-controle, foi definida como variável dependente -status tabágico?. Fatores de exposição foram analisados por Razão de Chances (RC). Foram empregados modelos logísticos ou tabelas de contingência, de acordo com a natureza das variáveis. No estudo de intervenção, a -mudança qualitativa do tabagismo? foi definida como variável dependente sendo empregado um modelo de regressão logística. Os resultados da Etapa 1 são referentes aos dados de 94 fumantes e 175 nãofumantes. Ser solteira, ser mais velha, ter Ensino Fundamental incompleto, fazer uso de álcool e outras drogas, já ter experimentado maconha e exposição passiva ao cigarro, foram variáveis que apresentaram associações positivas com ser fumante. Foram observadas associações do tabagismo com maior número de gestações e abortos. Estar empregada, pertencer à classe econômica B e desejar engravidar logo/agora, ou mais tarde, mostraram associações inversas com ser fumante. Foi observada associação positiva entre fumar e ansiedade, depressão, estresse percebido e Neuroticismo. Na Etapa 2 foram analisados dados de 64 fumantes. Não foram notadas diferenças no número de cigarros ao final da gestação, em função do tipo de intervenção. Nenhuma das variáveis investigadas revelou associação com mudança qualitativa do tabagismo. Os resultados indicam que variáveis sociodemográficas e psicológicas estão associadas ao tabagismo na gestação. Intervenções com foco único na educação dos riscos do tabagismo na gestação não são eficientes para cessação do fumo.
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