Recuperação de danos concorrenciais no Brasil à luz do Direito Comparado : Estados Unidos e União Europeia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Künzli, Willi Sebastian
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2135/tde-29092022-102640/
Resumo: A recuperação dos danos concorrenciais é um complemento à persecução pública de violações concorrenciais e parte integrante de um Sistema de Defesa da Concorrência. Ao passo que a recuperação de danos concorrenciais é incipiente no Brasil, marcada por um avanço nos últimos cinco anos, ela faz parte do sistema de defesa da concorrência nos Estados Unidos há mais de cem anos, sendo o private antitrust enforcement parte de sua cultura jurídica. Na União Europeia, a recuperação de danos concorrenciais vem sendo estudada e incentivada pela Comissão Europeia nos últimos vinte anos, tendo o Parlamento Europeu aprovado em 2014 a Diretiva 104 que obrigou todos os Estados Membros a harmonizarem as suas legislações nacionais a fim de possibilitar a recuperação de danos concorrenciais, em linha com as instruções da União Europeia. Esta tese analisa e compara o direito federal dos Estados Unidos, as normas jurisprudência da União Europeia e o direito brasileiro aplicado aos pedidos de recuperação de danos concorrenciais, com o objetivo de entender a legislação brasileira e buscando estimar a sua eficácia e necessidade de reformas, com potencial de adaptação de determinados institutos dos Estados Unidos e União Europeia. Após expor e comparar diferentes aspectos da recuperação de danos concorrenciais nos sistemas analisados, a tese conclui que o sistema brasileiro pode ser incipiente, embora não seja ineficaz, possuindo os mecanismos necessários que possibilitam a recuperação de danos concorrenciais pelos lesados. A tese aponta que as discussões do projeto de lei que trata da recuperação de danos concorrenciais não endereçam a real necessidade brasileira, que é permitir a tutela coletiva do dano individual homogêneo via associações civis, o principal meio de ressarcimento de danos concorrenciais nos Estados Unidos e na União Europeia. Além disso, a legislação brasileira não apresenta incentivos suficientes para que associações invistam recursos para buscar a recuperação do dano individual homogêneo. A tese termina por sugerir a adoção de uma versão adaptada da teoria do private attorney general do direito federal americano, mantendo-se os atuais mecanismos de controle da ação civil pública apresentada por associações civis na qualidade de legitimados
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Na União Europeia, a recuperação de danos concorrenciais vem sendo estudada e incentivada pela Comissão Europeia nos últimos vinte anos, tendo o Parlamento Europeu aprovado em 2014 a Diretiva 104 que obrigou todos os Estados Membros a harmonizarem as suas legislações nacionais a fim de possibilitar a recuperação de danos concorrenciais, em linha com as instruções da União Europeia. Esta tese analisa e compara o direito federal dos Estados Unidos, as normas jurisprudência da União Europeia e o direito brasileiro aplicado aos pedidos de recuperação de danos concorrenciais, com o objetivo de entender a legislação brasileira e buscando estimar a sua eficácia e necessidade de reformas, com potencial de adaptação de determinados institutos dos Estados Unidos e União Europeia. Após expor e comparar diferentes aspectos da recuperação de danos concorrenciais nos sistemas analisados, a tese conclui que o sistema brasileiro pode ser incipiente, embora não seja ineficaz, possuindo os mecanismos necessários que possibilitam a recuperação de danos concorrenciais pelos lesados. A tese aponta que as discussões do projeto de lei que trata da recuperação de danos concorrenciais não endereçam a real necessidade brasileira, que é permitir a tutela coletiva do dano individual homogêneo via associações civis, o principal meio de ressarcimento de danos concorrenciais nos Estados Unidos e na União Europeia. Além disso, a legislação brasileira não apresenta incentivos suficientes para que associações invistam recursos para buscar a recuperação do dano individual homogêneo. A tese termina por sugerir a adoção de uma versão adaptada da teoria do private attorney general do direito federal americano, mantendo-se os atuais mecanismos de controle da ação civil pública apresentada por associações civis na qualidade de legitimadosThe recovery of competition damages works as a part of the dissuasion of competition violations and is an integral part of a system for the protection of competition. While the recovery of competition damages is incipient in Brazil, marked by a stronger development in the last five years, it has been part of the antitrust enforcement system in the United States for over a hundred years, with private antitrust enforcement being part of its legal culture. In the European Union, the recovery of competitive damages has been studied and encouraged by the European Commission over the past twenty years, with the approval of Directive 104 by the European Parliament in 2014, which obliged all Member States to harmonize their national laws to enable recovery of competitive damages, along the lines of the instructions of the European Union. This thesis analyzes and compares the federal law of the United States, the law of the European Union and the Brazilian law applied to the claims for recovery of competition damages, to understand the Brazilian legislation, seeking to estimate its effectiveness and the need for reforms. It analyses the potential for adoption of certain institutes from the United States and the European Union, with the necessary adaption. After exposing and comparing different aspects of the recovery of competitive damages, the thesis concludes that the Brazilian system may be incipient, but it is not ineffective, having the necessary mechanisms that enable the recovery of competitive damages by injured parties. The thesis points out that the discussions of the bill of law that deals with the recovery of competitive damages in Brazil do not address the real Brazilian need, which is to allow collective protection of homogeneous individual damage through civil associations, which are the main means of compensation for competitive damages in the States United States and the European Union, and Brazilian legislation does not provide sufficient incentives for associations to invest resources to seek the recovery of homogeneous individual damage. The thesis ends up suggesting the adoption of an adapted version of the theory of the \"private attorney general\" from the American federal law, keeping the current mechanisms of control of the public civil action filed by civil associations as legitimized.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCasella, Paulo BorbaKünzli, Willi Sebastian2022-02-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2135/tde-29092022-102640/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-14T12:32:22Zoai:teses.usp.br:tde-29092022-102640Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-14T12:32:22Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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