Perspectivismo e relativismo em Nietzsche

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Corbanezi, Eder Ricardo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-08012014-154351/
Resumo: Esta dissertação investiga, por meio de uma leitura imanente da filosofia de Nietzsche, a relação problemática entre perspectivismo e relativismo em sua obra. Inscrito na efetividade, concebida como vontades de potência que se exercem de modo perspectivístico e interpretante, o perspectivismo propõe a ideia de que não existem fatos, mas apenas interpretações perspectivísticas. Cumpre então perguntar se tal perspectivismo incorreria num relativismo radical, segundo o qual todas as interpretações seriam equivalentes. Procuraremos mostrar que não é possível responder a esse problema de modo unilateral, com um simples e taxativo sim ou não. Por um lado, o exame de seus escritos indica que Nietzsche não pretenderia assumir a posição de um relativista radical na medida em que hierarquiza as interpretações e reivindica a superioridade de sua própria interpretação de mundo. Mais do que isso, sua filosofia aponta até mesmo para a inviabilização daquele relativismo: ao associar os conceitos de perspectiva e interpretação ao de valor, indica que toda perspectiva e toda interpretação avaliam e hierarquizam, de modo que inexistiriam perspectivas e interpretações que efetivamente considerassem as demais como dotadas de mesmo valor. Por outro lado, se admitida a concepção de uma efetividade perspectivística e interpretativa, então todo e qualquer critério estabelecido para hierarquizar as interpretações teria de ser relativo a uma perspectiva e a uma interpretação determinadas, não consistindo num critério incondicionado e objetivo. Assim, uma vez considerada a relatividade de todo critério, ressurge o problema do relativismo.
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