Correção cirúrgica de espinha bífida fetal pela técnica da mini-histerotomia em um hospital universitário: resultados cirúrgicos, obstétricos e pós-natais
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-22092023-164952/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A espinha bífida aberta (EBA) é a malformação mais comum do Sistema Nervoso Central, com grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. A cirurgia intrauterina é, hoje, o tratamento de eleição, apesar do risco de complicações associadas. Os objetivos primários do estudo foram relatar a ocorrência de complicações maternas e fetais e a incidência de derivação ventriculoperitoneal (DVP) até 12 meses na população submetida à cirurgia intrauterina para tratamento de EBA por meio da técnica da mini-histerotomia em um hospital universitário brasileiro. Os objetivos secundários envolveram a identificação de fatores de risco para as complicações mais frequentes e os fatores associados à colocação do shunt. MÉTODOS: Trinta e nove pacientes foram submetidas à correção cirúrgica de EBA por meio da técnica da mini-histerotomia, entre outubro de 2015 e agosto de 2019. A regressão logística foi usada para estimar a razão de chances (OR) dos fatores associados às complicações mais frequentes, bem como, para estimar a OR dos fatores associados à DVP até 12 meses. RESULTADOS: As idades gestacionais médias na cirurgia e no parto foram de 24,88 ± 1,16 semanas e 33,23 ± 3,68 semanas, respectivamente. Parto prematuro ocorreu em 30 pacientes (76,9%); RPMO, em 18 pacientes (46,2%). Houve 13 casos de corioamnionite (33,3%), sendo este o único fator associado à ocorrência de RPMO abaixo de 34 semanas e parto prematuro abaixo de 34 semanas (p < 0,001, OR 18,33 [3,44 97,7] e p = 0,012, OR 7,50 [1,38-40,88], respectivamente). A taxa de DVP até 12 meses foi de 34,2%, sendo encontrados como fatores associados por meio da análise multivariada a medida do ventrículo lateral antes da cirurgia (15 mm versus <12 mm; p = 0,046; OR, 1,35 [1,01 1,82]) e o nível da lesão (>L2 versus L3; p = 0,004; OR, 39,52 [3,25 480,69]). Vinte e oito mães (71,8%) e 31 fetos (79,5%) apresentaram, pelo menos, uma complicação, de diferentes gravidades. Não houve nenhuma morte materna. CONCLUSÃO: Foram apresentados os resultados cirúrgicos, obstétricos e pósnatais dos primeiros 39 casos de cirurgia intrauterina para correção de EBA por meio da técnica da mini-histerotomia em um hospital público terciário no Brasil, sendo confirmada sua factibilidade neste tipo de ambiente hospitalar. As complicações mais frequentes foram parto prematuro, RPMO e corioamnionite, esta última atuando como fator de risco para os dois primeiros eventos. A frequência de DVP até 12 meses também foi determinada e os fatores de risco para sua ocorrência foram ventrículos laterais maiores antes da cirurgia e níveis mais altos da lesão vertebral |
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Correção cirúrgica de espinha bífida fetal pela técnica da mini-histerotomia em um hospital universitário: resultados cirúrgicos, obstétricos e pós-nataisPrenatal repair of spina bifida through the mini-hysterotomy technique at a university hospital: surgery, pregnancy and postnatal outcomesCirurgia fetalCirurgia intrauterinaDefeito do tubo neuralDisrafismo espinhalEspinha bífidaFetal surgeryMielomeningoceleMyelomeningoceleNeural tube defectPrenatal surgerySpina bifidaSpinal dysraphismINTRODUÇÃO: A espinha bífida aberta (EBA) é a malformação mais comum do Sistema Nervoso Central, com grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. A cirurgia intrauterina é, hoje, o tratamento de eleição, apesar do risco de complicações associadas. Os objetivos primários do estudo foram relatar a ocorrência de complicações maternas e fetais e a incidência de derivação ventriculoperitoneal (DVP) até 12 meses na população submetida à cirurgia intrauterina para tratamento de EBA por meio da técnica da mini-histerotomia em um hospital universitário brasileiro. Os objetivos secundários envolveram a identificação de fatores de risco para as complicações mais frequentes e os fatores associados à colocação do shunt. MÉTODOS: Trinta e nove pacientes foram submetidas à correção cirúrgica de EBA por meio da técnica da mini-histerotomia, entre outubro de 2015 e agosto de 2019. A regressão logística foi usada para estimar a razão de chances (OR) dos fatores associados às complicações mais frequentes, bem como, para estimar a OR dos fatores associados à DVP até 12 meses. RESULTADOS: As idades gestacionais médias na cirurgia e no parto foram de 24,88 ± 1,16 semanas e 33,23 ± 3,68 semanas, respectivamente. Parto prematuro ocorreu em 30 pacientes (76,9%); RPMO, em 18 pacientes (46,2%). Houve 13 casos de corioamnionite (33,3%), sendo este o único fator associado à ocorrência de RPMO abaixo de 34 semanas e parto prematuro abaixo de 34 semanas (p < 0,001, OR 18,33 [3,44 97,7] e p = 0,012, OR 7,50 [1,38-40,88], respectivamente). A taxa de DVP até 12 meses foi de 34,2%, sendo encontrados como fatores associados por meio da análise multivariada a medida do ventrículo lateral antes da cirurgia (15 mm versus <12 mm; p = 0,046; OR, 1,35 [1,01 1,82]) e o nível da lesão (>L2 versus L3; p = 0,004; OR, 39,52 [3,25 480,69]). Vinte e oito mães (71,8%) e 31 fetos (79,5%) apresentaram, pelo menos, uma complicação, de diferentes gravidades. Não houve nenhuma morte materna. CONCLUSÃO: Foram apresentados os resultados cirúrgicos, obstétricos e pósnatais dos primeiros 39 casos de cirurgia intrauterina para correção de EBA por meio da técnica da mini-histerotomia em um hospital público terciário no Brasil, sendo confirmada sua factibilidade neste tipo de ambiente hospitalar. As complicações mais frequentes foram parto prematuro, RPMO e corioamnionite, esta última atuando como fator de risco para os dois primeiros eventos. A frequência de DVP até 12 meses também foi determinada e os fatores de risco para sua ocorrência foram ventrículos laterais maiores antes da cirurgia e níveis mais altos da lesão vertebralINTRODUCTION: Open spina bifida (OSB) is the most common malformation of the central nervous system with great impact in patients quality of life. Prenatal surgery is the current standard treatment despite associated risks of fetal and maternal complications. Primary goals were to report maternal and fetal complications related to the procedure as well as the occurrence of ventriculoperitoneal shunting (VPS) at 12 months of age in the population submitted to in utero repair of OSB through a mini-hysterotomy in a university hospital that is part of the public health system in Brazil. Secondary goals were to identify risk factors associated with the most common complications and with VPS at 12 months. METHODS: Thirty-nine patients were submitted to prenatal repair of OSB through the mini-hysterotomy technique between October 2015 and August 2019. Logistic regression was used to estimate the Odds-ratio (OR) of factors associated to the most frequent complications as well as to estimate risk factors associated with shunting at 12 months. RESULTS: Mean gestational age at surgery and at birth were 24.88 ± 1.16 weeks and 33.23 ± 3.68 weeks, respectively. Preterm birth (PTB) occurred in 30 patients (76.9%); premature rupture of membranes (PROM) was seen in 18 patients (46.2%). There were 13 cases of chorioamnionitis (33.3%). The only factor associated with PROM < 34 weeks and PTB < 34 weeks was chorioamnionitis (p < 0.001, OR 18.33 [3.44 97.7] and p = 0.012, OR 7.50 [1.38 40.88], respectively). There was a 34.2% rate of VPS at 12 months. Through multivariate analysis, the associated risk factors were larger ventricle size before surgery (15 mm versus <12 mm; p = 0.046; OR, 1.35 [1.01 1.82]) and higher lesion level (>L2 versus L3; p = 0.004; OR, 39.52 [3.25 480.69]). A total of 28 mothers (71.8%) and 31 fetuses (79.5%) presented at least one minor to major complication. There were no cases of maternal death. CONCLUSION: Surgery, obstetric and postnatal results of the first 39 cases of in utero repair of OSB through the mini-hysterotomy technique in a public tertiary hospital in Brazil were presented, confirming its feasibility in this type of hospital setting. Most frequent complications were PTB, PROM and chorioamnionitis. The only risk factor for PTB and PROM was chorioamnionitis. The rate of VPS at 12 months was determined, as well as its risk factors, which were larger lateral ventricles before surgery and higher vertebral lesion levelBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Mário Henrique Burlacchini deRocha, Luana Sarmento Neves da2023-06-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-22092023-164952/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-10-10T17:11:02Zoai:teses.usp.br:tde-22092023-164952Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-10-10T17:11:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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