Checagem do corpo em transtornos alimentares: relação entre comportamentos e cognições
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-25052012-162049/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Pacientes com transtornos alimentares (TAs) costumam checar o corpo repetidamente com atitudes tais como: pesar-se constantemente, estudar a si mesmo no espelho, experimentar roupas para avaliar se estão adequadas ou não, beliscar o corpo, comparar seu corpo com o de outras pessoas, entre outras práticas. Esses comportamentos podem prolongar-se por muito tempo, várias vezes ao dia. Por outro lado, alguns pacientes têm atitude oposta e evitam ao máximo checar seus corpos. Os referidos comportamentos estão associados ao constructo central da doença: superavaliação do corpo, do peso e da alimentação. OBJETIVOS: Comparar comportamentos de checagem corporal em pacientes com anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e controles. MÉTODO: Aplicação de escalas padronizadas que avaliam checagem corporal, sintomas de AN e BN, imagem corporal, sintomas de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. A pesquisa foi realizada no Programa de Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq - HC-FMUSP) (grupo AN, n= 44 e grupo BN, n=41) e Ambulatório de Ginecologia do HC-FMUSP (grupo controle, n= 40). RESULTADOS: O grupo BN relatou checar mais o corpo (média = 57,83) do que os outros grupos (média AN = 46,05 e média controle = 22,80; p valor <0,001) e também evitar mais a checagem corporal do que os outros dois grupos (media AN= 1,91; média BN = 4,05; média controle = 0,80; p valor <0,001). O método mais comum para a checagem corporal foi a visualização no espelho, e a área corporal mais checada foi a barriga. Pacientes com AN indicam buscar, na checagem corporal, a verificação objetiva e o controle da dieta e ganho de peso, enquanto pacientes com BN indicam buscar segurança e garantia a respeito do corpo, além de antecipar as consequências de não checar. Já o grupo controle possui baixa motivação para se checar. A checagem corporal se relacionou com o peso desejado (þ = -340; p valor <0,001), com a restrição alimentar (þ = 0,501; p valor <0,001), com a gravidade de sintomas bulímicos no grupo BN (média = 67,08; p valor = 0,021), com a insatisfação corporal no grupo AN (média = 46,05; p valor = 0,001) e BN (média = 57,83; p valor = 0,022), com distorção da imagem corporal no grupo BN (média = 57,83; p valor = 0,030), com sintomas depressivos (þ = 0,509; p valor <0,001) e com alguns sintomas obsessivo-compulsivos, especialmente em pacientes com AN (média obsessões somáticas = 57,38; p valor = 0,004; média compulsão por rituais para comer = 58,33; p valor = 0,043). CONCLUSÕES: Os resultados indicam existir diferenças nos comportamentos de checagem corporal e nas cognições relacionadas a esses comportamentos, nos três grupos estudados. O grupo BN relatou checar mais o corpo e também evitar mais a checagem corporal do que os outros dois grupos. O grupo que se preocupou menos com a checagem do corpo foi o grupo controle. As motivações para a checagem foram diferentes entre os grupos, sendo que o grupo controle teve baixa motivação para esse comportamento. |
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Checagem do corpo em transtornos alimentares: relação entre comportamentos e cogniçõesBody checking and eating disorders : relationship between behaviors and cognitionsBody checkingBody imageChecagem corporalCogniçãoCognitionEating disordersImagem corporalMulheresTranstornos alimentaresWomenINTRODUÇÃO: Pacientes com transtornos alimentares (TAs) costumam checar o corpo repetidamente com atitudes tais como: pesar-se constantemente, estudar a si mesmo no espelho, experimentar roupas para avaliar se estão adequadas ou não, beliscar o corpo, comparar seu corpo com o de outras pessoas, entre outras práticas. Esses comportamentos podem prolongar-se por muito tempo, várias vezes ao dia. Por outro lado, alguns pacientes têm atitude oposta e evitam ao máximo checar seus corpos. Os referidos comportamentos estão associados ao constructo central da doença: superavaliação do corpo, do peso e da alimentação. OBJETIVOS: Comparar comportamentos de checagem corporal em pacientes com anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e controles. MÉTODO: Aplicação de escalas padronizadas que avaliam checagem corporal, sintomas de AN e BN, imagem corporal, sintomas de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. A pesquisa foi realizada no Programa de Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq - HC-FMUSP) (grupo AN, n= 44 e grupo BN, n=41) e Ambulatório de Ginecologia do HC-FMUSP (grupo controle, n= 40). RESULTADOS: O grupo BN relatou checar mais o corpo (média = 57,83) do que os outros grupos (média AN = 46,05 e média controle = 22,80; p valor <0,001) e também evitar mais a checagem corporal do que os outros dois grupos (media AN= 1,91; média BN = 4,05; média controle = 0,80; p valor <0,001). O método mais comum para a checagem corporal foi a visualização no espelho, e a área corporal mais checada foi a barriga. Pacientes com AN indicam buscar, na checagem corporal, a verificação objetiva e o controle da dieta e ganho de peso, enquanto pacientes com BN indicam buscar segurança e garantia a respeito do corpo, além de antecipar as consequências de não checar. Já o grupo controle possui baixa motivação para se checar. A checagem corporal se relacionou com o peso desejado (þ = -340; p valor <0,001), com a restrição alimentar (þ = 0,501; p valor <0,001), com a gravidade de sintomas bulímicos no grupo BN (média = 67,08; p valor = 0,021), com a insatisfação corporal no grupo AN (média = 46,05; p valor = 0,001) e BN (média = 57,83; p valor = 0,022), com distorção da imagem corporal no grupo BN (média = 57,83; p valor = 0,030), com sintomas depressivos (þ = 0,509; p valor <0,001) e com alguns sintomas obsessivo-compulsivos, especialmente em pacientes com AN (média obsessões somáticas = 57,38; p valor = 0,004; média compulsão por rituais para comer = 58,33; p valor = 0,043). CONCLUSÕES: Os resultados indicam existir diferenças nos comportamentos de checagem corporal e nas cognições relacionadas a esses comportamentos, nos três grupos estudados. O grupo BN relatou checar mais o corpo e também evitar mais a checagem corporal do que os outros dois grupos. O grupo que se preocupou menos com a checagem do corpo foi o grupo controle. As motivações para a checagem foram diferentes entre os grupos, sendo que o grupo controle teve baixa motivação para esse comportamento.INTRODUCTION: Patients with eating disorders (ED) tend to repeatedly engage in body checking behaviors which includes constantly weighing themselves, looking in the mirror, trying on clothes to check for tightness, pinching body parts and comparing their own body to that of other people, among others. These behaviors may take a few seconds or carry on for several minutes many times a day. On the other hand, some other patients take an opposite attitude and completely avoid checking their body. These behaviors are associated with the core pathology of ED: overevaluation of body weight and eating. OBJECTIVES: To compare body checking behaviors in patients with anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN), and controls. METHODS: Standard scales for the assessment of body checking, anorexia and bulimia nervosa symptoms, body image, depression and obsessive-compulsive disorder symptoms were used. The study was conducted at the Eating Disorders Program (AMBULIM) of the Institute of Psychiatry, University of São Paulo, School of Medicine (IPq - HC - FMUSP) (AN group, n = 44; and BN group, n = 41) and at the Department of Gynecology, HC-FMUSP (control group, n = 40). RESULTS: The BN group reported more body checking (mean = 57.83) than all other groups (AN mean = 46.05; control mean = 22.80; p<0.001) as well as more body avoidance (AN mean = 1.91, BN mean = 4.05, control mean = 0.80; p<0.001). The most common body checking behavior was looking in the mirror, and the body part most frequently checked was the belly. Patients with AN seem to engage in body checking for objective verification and body and diet control while patients with BN engage in it for safety beliefs and reassurance of their own body. The control group showed low motivation to engage in body checking. Body checking was associated with the desired weight (þ = -340, p<0.001), dietary restriction (þ = 0.501, p<0.001), severity of bulimic symptoms in the BN group (mean = 67.08, p=0.021), body dissatisfaction in the AN (mean = 46.05, p = 0.001) and BN groups (mean = 57.83, p=0.022), body image distortion in the BN group (mean = 57.83, p=0.030), depressive symptoms (þ = 0.509, p<0.001) and some obsessive-compulsive symptoms, especially in patients with AN (mean somatic obsessions = 57.38, p=0.004, mean compulsive rituals eating = 58.33, p=0.043). CONCLUSIONS: Body checking behaviors and related cognitions were apparently different in the three groups studied. Patients with BN reported more body checking and body avoidance than patients with AN and controls. Controls engaged less in body checking. Motivations for engaging in body checking were different in all groups studied and controls showed low motivation to engage in body checking.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHochgraf, Patricia BrunfentrinkerKachani, Adriana Trejger2012-03-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-25052012-162049/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-25052012-162049Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: Pacientes com transtornos alimentares (TAs) costumam checar o corpo repetidamente com atitudes tais como: pesar-se constantemente, estudar a si mesmo no espelho, experimentar roupas para avaliar se estão adequadas ou não, beliscar o corpo, comparar seu corpo com o de outras pessoas, entre outras práticas. Esses comportamentos podem prolongar-se por muito tempo, várias vezes ao dia. Por outro lado, alguns pacientes têm atitude oposta e evitam ao máximo checar seus corpos. Os referidos comportamentos estão associados ao constructo central da doença: superavaliação do corpo, do peso e da alimentação. OBJETIVOS: Comparar comportamentos de checagem corporal em pacientes com anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e controles. MÉTODO: Aplicação de escalas padronizadas que avaliam checagem corporal, sintomas de AN e BN, imagem corporal, sintomas de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. A pesquisa foi realizada no Programa de Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq - HC-FMUSP) (grupo AN, n= 44 e grupo BN, n=41) e Ambulatório de Ginecologia do HC-FMUSP (grupo controle, n= 40). RESULTADOS: O grupo BN relatou checar mais o corpo (média = 57,83) do que os outros grupos (média AN = 46,05 e média controle = 22,80; p valor <0,001) e também evitar mais a checagem corporal do que os outros dois grupos (media AN= 1,91; média BN = 4,05; média controle = 0,80; p valor <0,001). O método mais comum para a checagem corporal foi a visualização no espelho, e a área corporal mais checada foi a barriga. Pacientes com AN indicam buscar, na checagem corporal, a verificação objetiva e o controle da dieta e ganho de peso, enquanto pacientes com BN indicam buscar segurança e garantia a respeito do corpo, além de antecipar as consequências de não checar. Já o grupo controle possui baixa motivação para se checar. A checagem corporal se relacionou com o peso desejado (þ = -340; p valor <0,001), com a restrição alimentar (þ = 0,501; p valor <0,001), com a gravidade de sintomas bulímicos no grupo BN (média = 67,08; p valor = 0,021), com a insatisfação corporal no grupo AN (média = 46,05; p valor = 0,001) e BN (média = 57,83; p valor = 0,022), com distorção da imagem corporal no grupo BN (média = 57,83; p valor = 0,030), com sintomas depressivos (þ = 0,509; p valor <0,001) e com alguns sintomas obsessivo-compulsivos, especialmente em pacientes com AN (média obsessões somáticas = 57,38; p valor = 0,004; média compulsão por rituais para comer = 58,33; p valor = 0,043). CONCLUSÕES: Os resultados indicam existir diferenças nos comportamentos de checagem corporal e nas cognições relacionadas a esses comportamentos, nos três grupos estudados. O grupo BN relatou checar mais o corpo e também evitar mais a checagem corporal do que os outros dois grupos. O grupo que se preocupou menos com a checagem do corpo foi o grupo controle. As motivações para a checagem foram diferentes entre os grupos, sendo que o grupo controle teve baixa motivação para esse comportamento. |
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