Rayuela no horizonte do não interpretável

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Amanda Luzia da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-03112016-162036/
Resumo: Nos últimos anos, durante as comemorações do centenário de nascimento de Julio Cortázar, assistimos ao recrudescimento de um debate antigo sobre a permanência de sua obra no cânone da literatura latino-americana. Do âmbito acadêmico aos meios de comunicação, o nome de Cortázar reverberou, suscitando controvérsias e levantando questionamentos acerca da relevância e do valor de sua produção literária. Diante de um cenário marcado por homenagens e também por hostilidades, propomos um estudo sobre Rayuela (1963), por meio do qual procuramos entender o enlace entre os processos de teorização da leitura e do fazer literário presentes no romance, a fim de verificar os efeitos que eles provocam no leitor. No que diz respeito à revisão crítica, estabelecemos como parâmetro artigos e livros escritos em sequência à publicação do romance e textos publicados durante a década de 80, quando se notou uma variação no discurso de leitores especializados na Argentina. Segundo Beatriz Sarlo, de livro fetiche e enciclopedia chic dos 60, Rayuela passou a ser considerada uma obra datada e kitsch nos anos 80 (cf. 1985, p.946). Em face das disparidades e contrassensos, é colocada à crítica atual a necessidade de uma renovação da leitura de Rayuela. Sob essa perspectiva, oferecemos aqui uma análise a contrapelo: a leitura se conduz a partir da atitude de devolver ao texto uma possibilidade de se atualizar. Nesse caminho, verificar-se-á os elementos que permaneceram e os que a passagem do tempo fez caducar. Na etapa final, buscaremos, a partir de um diálogo possível entre literatura e outras artes, interpretações com o pop e as neovanguardas no âmbito das artes plásticas, uma vez que os dispositivos de leitura usados na área se mostraram flexíveis o suficiente para entender a mensagem desses movimentos, cuja reflexão em torno da relação intérprete-obra também lhes era constitutiva.
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