Controle de carga de treinamento: uma abordagem biomecânica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Claudino, João Gustavo de Oliveira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-25082016-131832/
Resumo: O controle da carga de treinamento é apontado como um desafio na atualidade, principalmente no esporte coletivo, onde existe uma busca pelo avanço nessa área de conhecimento em diferentes centros de pesquisa no mundo. Esses pesquisadores se utilizam da aplicação de ferramentas biomecânicas, fisiológicas, bioquímicas, imunológicas e psicobiológicas para visando esse controle, apesar de pouco entendimento efetivo ter sido alcançado até o presente momento, justificando a continuidade dessa busca. Baseando-se nessa lacuna presente no estado da arte traçamos uma estratégia onde inicialmente devido à existência de pontos conflitantes na literatura em relação ao uso do salto com contramovimento (SCM), foi realizada uma meta-análise para verificar qual deveria ser a estratégia para aplicação dessa ferramenta biomecânica. A partir desse ponto, os demais estudos experimentais da presente tese foram conduzidos com o objetivo de verificar as possibilidades da aplicação de ferramentas biomecânicas para o controle de carga de treinamento em atletas. Os três experimentos foram realizados com a participação de atletas de futsal (n = 18; idade: 15,2 ± 0,9 anos; massa corporal: 62,3 ± 13,1 kg; estatura: 1,71 ± 0,1 m). Os voluntários realizaram o processo de familiarização com o SCM e, em seguida, foi verificada a confiabilidade do desempenho, utilizada para determinar a diferença mínima individual (DMI) do mesmo. Todos os voluntários realizaram as coletas iniciais (T0), avaliando o desempenho do SCM, por intermédio de medidas cinemáticas (tapete de contato e câmeras optoeletrônicas), dinâmicas (plataforma de força), além das antropométricas (balança com estadiômetro e antropômetros). Após a primeira etapa experimental, os voluntários foram distribuídos de maneira aleatória em dois grupos: Grupo Regulação (GR; n = 9) e Grupo Controle (GC; n = 9). Os voluntários realizaram quatro semanas de intensificação do treinamento, logo em seguida foi realizada a avaliação intermediária (T1), com mais duas semanas para o tapering e a reavaliação (T2). O monitoramento semanal ocorreu no início de cada microciclo a partir da DMI do SCM com o tapete de contato, assim todos os voluntários eram avaliados, mas os ajustes ocorriam somente para o GR. A meta-análise revelou que altura média do SCM foi a variável mais sensível e adequada para acompanhar os efeitos da fadiga e supercompensação. Para o experimento 01, o treinamento autorregulado no GR resultou em uma carga de treinamento significantemente mais elevada na semana 3 (tamanho de efeito \"TE\" = 0,6) e semana 4 (TE = 2,3) comparando com o GC. Entretanto, a carga de treinamento final não foi significativamente diferente entre os grupos (p = 0,082). Como resultado do aumento de carga durante a indução ao overreaching, o GR reduziu a altura do SCM entre T0-T1 (TE = -0,31). Entre T1-T2, o GR teve um aumento significativo na altura do SCM (TE = 0,61), e da mesma forma, outro aumento significativo na altura do SCM entre T0-T2 foi observado (TE = 0,30). As alterações na altura do SCM para o GC não foram significativas: T0-T1 (TE = -0,19); T1-T2 (TE = 0,41) e T0-T2 (TE = 0,07). No experimento 02, as alterações na altura do SCM foram acompanhadas pelas seguintes alterações nos parâmetros dinâmicos; durante a redução de desempenho ocorreu um aumento do momento de quadril na rotação externa/interna e durante o aumento de desempenho ocorreu um aumento da energia e do momento de quadril na flexão/extensão. Quanto ao experimento 03, durante a flexão/extensão; a energia de quadril (r² = 56%), o pico de potência de quadril (r² = 46%), a média do momento de joelho (r² = 50%) e o pico de potência de joelho (r² = 43%) foram correlacionados significativamente com as alterações na altura do SCM. Com esses achados, podemos concluir que o uso de ferramentas biomecânicas permitiu o controle de carga de treinamento de atletas de futsal, utilizando a altura média do SCM com a DMI para regular o treino e alcançar o overreaching funcional. Além disso, as alterações ocorridas nos parâmetros dinâmicos do SCM respaldam a utilização dessa abordagem
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Baseando-se nessa lacuna presente no estado da arte traçamos uma estratégia onde inicialmente devido à existência de pontos conflitantes na literatura em relação ao uso do salto com contramovimento (SCM), foi realizada uma meta-análise para verificar qual deveria ser a estratégia para aplicação dessa ferramenta biomecânica. A partir desse ponto, os demais estudos experimentais da presente tese foram conduzidos com o objetivo de verificar as possibilidades da aplicação de ferramentas biomecânicas para o controle de carga de treinamento em atletas. Os três experimentos foram realizados com a participação de atletas de futsal (n = 18; idade: 15,2 ± 0,9 anos; massa corporal: 62,3 ± 13,1 kg; estatura: 1,71 ± 0,1 m). Os voluntários realizaram o processo de familiarização com o SCM e, em seguida, foi verificada a confiabilidade do desempenho, utilizada para determinar a diferença mínima individual (DMI) do mesmo. Todos os voluntários realizaram as coletas iniciais (T0), avaliando o desempenho do SCM, por intermédio de medidas cinemáticas (tapete de contato e câmeras optoeletrônicas), dinâmicas (plataforma de força), além das antropométricas (balança com estadiômetro e antropômetros). Após a primeira etapa experimental, os voluntários foram distribuídos de maneira aleatória em dois grupos: Grupo Regulação (GR; n = 9) e Grupo Controle (GC; n = 9). Os voluntários realizaram quatro semanas de intensificação do treinamento, logo em seguida foi realizada a avaliação intermediária (T1), com mais duas semanas para o tapering e a reavaliação (T2). O monitoramento semanal ocorreu no início de cada microciclo a partir da DMI do SCM com o tapete de contato, assim todos os voluntários eram avaliados, mas os ajustes ocorriam somente para o GR. A meta-análise revelou que altura média do SCM foi a variável mais sensível e adequada para acompanhar os efeitos da fadiga e supercompensação. Para o experimento 01, o treinamento autorregulado no GR resultou em uma carga de treinamento significantemente mais elevada na semana 3 (tamanho de efeito \"TE\" = 0,6) e semana 4 (TE = 2,3) comparando com o GC. Entretanto, a carga de treinamento final não foi significativamente diferente entre os grupos (p = 0,082). Como resultado do aumento de carga durante a indução ao overreaching, o GR reduziu a altura do SCM entre T0-T1 (TE = -0,31). Entre T1-T2, o GR teve um aumento significativo na altura do SCM (TE = 0,61), e da mesma forma, outro aumento significativo na altura do SCM entre T0-T2 foi observado (TE = 0,30). As alterações na altura do SCM para o GC não foram significativas: T0-T1 (TE = -0,19); T1-T2 (TE = 0,41) e T0-T2 (TE = 0,07). No experimento 02, as alterações na altura do SCM foram acompanhadas pelas seguintes alterações nos parâmetros dinâmicos; durante a redução de desempenho ocorreu um aumento do momento de quadril na rotação externa/interna e durante o aumento de desempenho ocorreu um aumento da energia e do momento de quadril na flexão/extensão. Quanto ao experimento 03, durante a flexão/extensão; a energia de quadril (r² = 56%), o pico de potência de quadril (r² = 46%), a média do momento de joelho (r² = 50%) e o pico de potência de joelho (r² = 43%) foram correlacionados significativamente com as alterações na altura do SCM. Com esses achados, podemos concluir que o uso de ferramentas biomecânicas permitiu o controle de carga de treinamento de atletas de futsal, utilizando a altura média do SCM com a DMI para regular o treino e alcançar o overreaching funcional. Além disso, as alterações ocorridas nos parâmetros dinâmicos do SCM respaldam a utilização dessa abordagemThe training load control is identified as a challenge today, especially in team sports, where there is a search for the breakthrough in the area of knowledge in different research centers in the world. These researchers are using biomechanical markers, physiological markers, biochemical markers, immunological markers and psychobiological markers for its implementation, although little understanding and effectiveness be achieved to date. Thus we performed a strategy which initially due to the existence of conflicting points in the literature regarding the use of the countermovement jump (CMJ), a meta-analysis was performed to determine which should be the approach to application of biomechanical markers: From that point, the experimental studies of this thesis were conducted in order to verify the possibilities of application of biomechanical markers for training load control in athletes. The three experiments were carried out with the participation of futsal athletes (n = 18; age: 15.2 ± 0.9 years; body mass: 62.3 ± 13.1 kg; height: 1.71 ± 0.1 m). The volunteers perform the familiarization process with the CMJ and then its reliability was verified and used to determine the minimal individual differences (MID). All volunteers performed the initial assessment (T0) for evaluating the performance of CMJ, through kinematic measurements (contact mat and optoelectronic cameras), dynamic (force plate), and anthropometric (scale with stadiometer and anthropometers). After the first experimental stage, volunteers were randomly distributed into two groups: regulated group (RG; n = 9) and control group (CG, n = 9). The volunteers performed four weeks of intensified training, an intermediate evaluation (T1), then two weeks for tapering and finally the reassessed (T2). The weekly monitoring occurred at the beginning of each microcycle from the MID of CMJ with the jump mat, all volunteers performed this assessment, but the adjustments were performed just for RG. The meta-analysis showed that average of CMJ height was the most sensitive and appropriate variable to monitor the effects of fatigue and supercompensation. For the experiment 01, the auto-regulated training in RG resulted in a significantly higher training load at week 3 (effect size \"ES\" = 0.6) and week 4 (ES = 2.3) compared to the CG. However, the final training load was not significantly different between the groups (p = 0.082). As a result of the increased load during the induction overreaching, RG reduced CMJ height between T0-T1 (ES = -0.31). Between T1-T2, RG had a significant increase in the CMJ height (ES = 0.61), and similarly, another significant increase in the CMJ height between T0-T2 was observed (ES = 0.30). Changes in the height of the CMJ for CG were not significant: T0-T1 (ES = -0.19); T1-T2 (ES = 0.41) and T0-T2 (ES = 0.07). In the experiment 02, we found that changes in the CMJ height were followed by the following changes in dynamic parameters; reduction performance by increasing the hip moment (external/internal rotation) and increase performance by increasing hip energy and moment (flexion/extension). For experiment 03, during flexion/extension; hip energy (r² = 56%), peak hip power (r² = 46%), mean knee moment (r² = 50%) and peak knee power (r² = 43%) were correlated significantly with changes in the CMJ height. With these findings, we conclude that the use of biomechanical markers allowed the training load control of the futsal players using the average of CMJ height with MID to regulate the training and achieve functional overreaching. Moreover, the changes in the dynamic parameters of the CMJ support the use of this approachBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSerrão, Julio CercaClaudino, João Gustavo de Oliveira2016-06-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-25082016-131832/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-10-02T20:03:01Zoai:teses.usp.br:tde-25082016-131832Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-10-02T20:03:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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