Estudo de fase II, prospectivo, randomizado, não comparativo, de tratamento com quimioterapia de indução com cisplatina e gencitabina seguida de quimiorradiação ou quimiorradiação definitiva em carcinomas invasivos da cérvice uterina localmente avançados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Samantha Cabral Severino da
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-16032021-133958/
Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer cervical é o quarto mais comum no mundo e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. A Quimiorradioterapia (QRT), com cisplatina, é o tratamento padrão para as pacientes com Câncer Cervical Localmente Avançado (CCLA). No entanto, 40% das pacientes apresentam recorrência da doença. A quimioterapia adjuvante, com gencitabina e cisplatina, aumenta a sobrevida global nesse grupo, com o aumento da toxicidade. O papel da Quimioterapia Neoadjuvante (QTN) no tratamento padrão com QRT permanece incerto. Conduziu-se um estudo clínico, a fim de investigar se a QTN, com cisplatina e gencitabina, seguida do tratamento QRT padrão, poderia melhorar os desfechos no CCLA. PACIENTES E MÉTODOS: Nesse estudo de fase II, as pacientes com CCLA (FIGO IIB-IVA) foram randomizadas para três ciclos de QTN, com cisplatina 50 mg/m² D1 e gencitabina 1000 mg/m2 D1 e D8, seguidos do tratamento de QRT padrão, com cisplatina semanal na dose de 40 mg/m2/semana por seis semanas, associado à radioterapia pélvica, seguida de Braquiterapia (BQT), braço experimental, ou ao tratamento de QRT padrão, seguido de BQT, braço padrão. OBJETIVOS: O objetivo primário foi avaliar a Sobrevida Livre de Progressão (SLP) em três anos. Os objetivos secundários foram analisar a Taxa de Resposta (TR), o controle locorregional, em três anos; a Sobrevida Global (SG), em três anos; e a segurança e a Qualidade de Vida (QV). RESULTADOS: Entre julho de 2012 e julho de 2017, 107 pacientes foram randomizadas. As características das pacientes foram semelhantes entre os grupos. A mediana de idade foi 48 anos. A maioria das pacientes apresentava carcinoma de células escamosas (87,8%) e estadiamento FIGO IIB (43,9%) ou IIIB (44,8%). Após um seguimento mediano de 31,7 meses, no grupo QTN, a SLP em 3 anos foi 40,9% em comparação a 60,4% no grupo QRT (HR, 1,91; IC 95%, 1,06 - 3,45; P = 0,030). Em três anos, no grupo QTN, a SG foi 60,7% versus 86,8% no grupo QRT (HR, 3,55; IC 95%, 1,42 - 8,91; P = 0,007). A taxa de resposta completa foi 56,3%, no grupo QTN e 80,3%, no grupo QRT (P = 0,008). A taxa de controle locoregional, em três anos, foi 63,4% no grupo QTN e 69.9%, no grupo QRT (HR, 1,56; IC 95%, 0,75-3,26; P = 0,227). As toxicidades foram semelhantes em ambos os grupos de tratamento, exceto a hipomagnesemia e a neuropatia que acorreram com maior frequência no grupo QTN. Na maioria das escalas de QV, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos. O grupo QTN apresentou escores menores na escala de sintomas de menopausa (P = 0,034) e maiores em função sexual/vaginal (P = 0,012), em comparação à QRT padrão. CONCLUSÃO: No CCLA, a incorporação de QTN, com cisplatina e gencitabina ao tratamento padrão de QRT, foi inferior ao tratamento padrão com QRT em termos de SLP, SG e TR. A toxicidade e a QV foram semelhantes entre os grupos de tratamento
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spelling Estudo de fase II, prospectivo, randomizado, não comparativo, de tratamento com quimioterapia de indução com cisplatina e gencitabina seguida de quimiorradiação ou quimiorradiação definitiva em carcinomas invasivos da cérvice uterina localmente avançadosPhase II, non-comparative, prospective, randomized study of treatment with induction chemotherapy with cisplatin and gemcitabine followed by chemoradiation or definitive chemoradiation in invasive locally advanced carcinomas of uterine cervixBrachytherapyBraquiterapiaChemotherapyNeoadjuvant therapyNeoplasias do colo do úteroQualidade de vidaQuality of lifeQuimioterapiaRadioterapiaRadiotherapyTerapia neoadjuvanteUterine cervical neoplasmsINTRODUÇÃO: O câncer cervical é o quarto mais comum no mundo e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. A Quimiorradioterapia (QRT), com cisplatina, é o tratamento padrão para as pacientes com Câncer Cervical Localmente Avançado (CCLA). No entanto, 40% das pacientes apresentam recorrência da doença. A quimioterapia adjuvante, com gencitabina e cisplatina, aumenta a sobrevida global nesse grupo, com o aumento da toxicidade. O papel da Quimioterapia Neoadjuvante (QTN) no tratamento padrão com QRT permanece incerto. Conduziu-se um estudo clínico, a fim de investigar se a QTN, com cisplatina e gencitabina, seguida do tratamento QRT padrão, poderia melhorar os desfechos no CCLA. PACIENTES E MÉTODOS: Nesse estudo de fase II, as pacientes com CCLA (FIGO IIB-IVA) foram randomizadas para três ciclos de QTN, com cisplatina 50 mg/m² D1 e gencitabina 1000 mg/m2 D1 e D8, seguidos do tratamento de QRT padrão, com cisplatina semanal na dose de 40 mg/m2/semana por seis semanas, associado à radioterapia pélvica, seguida de Braquiterapia (BQT), braço experimental, ou ao tratamento de QRT padrão, seguido de BQT, braço padrão. OBJETIVOS: O objetivo primário foi avaliar a Sobrevida Livre de Progressão (SLP) em três anos. Os objetivos secundários foram analisar a Taxa de Resposta (TR), o controle locorregional, em três anos; a Sobrevida Global (SG), em três anos; e a segurança e a Qualidade de Vida (QV). RESULTADOS: Entre julho de 2012 e julho de 2017, 107 pacientes foram randomizadas. As características das pacientes foram semelhantes entre os grupos. A mediana de idade foi 48 anos. A maioria das pacientes apresentava carcinoma de células escamosas (87,8%) e estadiamento FIGO IIB (43,9%) ou IIIB (44,8%). Após um seguimento mediano de 31,7 meses, no grupo QTN, a SLP em 3 anos foi 40,9% em comparação a 60,4% no grupo QRT (HR, 1,91; IC 95%, 1,06 - 3,45; P = 0,030). Em três anos, no grupo QTN, a SG foi 60,7% versus 86,8% no grupo QRT (HR, 3,55; IC 95%, 1,42 - 8,91; P = 0,007). A taxa de resposta completa foi 56,3%, no grupo QTN e 80,3%, no grupo QRT (P = 0,008). A taxa de controle locoregional, em três anos, foi 63,4% no grupo QTN e 69.9%, no grupo QRT (HR, 1,56; IC 95%, 0,75-3,26; P = 0,227). As toxicidades foram semelhantes em ambos os grupos de tratamento, exceto a hipomagnesemia e a neuropatia que acorreram com maior frequência no grupo QTN. Na maioria das escalas de QV, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos. O grupo QTN apresentou escores menores na escala de sintomas de menopausa (P = 0,034) e maiores em função sexual/vaginal (P = 0,012), em comparação à QRT padrão. CONCLUSÃO: No CCLA, a incorporação de QTN, com cisplatina e gencitabina ao tratamento padrão de QRT, foi inferior ao tratamento padrão com QRT em termos de SLP, SG e TR. A toxicidade e a QV foram semelhantes entre os grupos de tratamentoBACKGROUND: Cervical cancer is the fourth most common cancer worldwide and the fourth most frequent cause of cancer death in women. Although chemoradiation with cisplatin (CRT) remains the standard treatment for patients with locally advanced cervical cancer (LACC), 40% of patients present disease recurrence. Adjuvant chemotherapy with gemcitabine plus cisplatin improves overall survival, with high toxicity. The role of the addition of neoadjuvant chemotherapy (NAC) to definitive CRT is still a matter of debate. We conducted a trial to investigate if NAC with cisplatin and gemcitabine followed by CRT would improve outcomes. PATIENTS AND METHODS: In this phase II trial, LACC patients (FIGO IIB-IVA) were randomized to 3 cycles of NAC with cisplatin 50 mg/m2 D1 and gemcitabine 1000mg/m2 D1 and D8 followed by standard CRT with weekly cisplatin 40mg/m2/week for 6 weeks plus pelvic radiotherapy followed by brachytherapy (BCT) or to the standard CRT and BCT alone. OBJECTIVES: The primary endpoint was 3-year progression-free survival (PFS). Secondary endpoints were response rate (RR), 3-year locoregional control, 3-year overall survival (OS), safety and quality of life (QOL). RESULTS: Between July 2012 and July 2017, 107 patients were randomized. Patients characteristics were similar between groups. Median age was 48 years. The majority of the patients had squamous cell carcinoma (87.8%), and FIGO stage IIB (43.9%) or IIIB (44.8%). After a median follow-up of 31.7 months, NAC was associated with an inferior PFS, with 3-year PFS rates of 40.9% compared with 60.4% in the CRT arm (HR, 1.91; 95% CI, 1.06-3.45; P = .030). NAC was also associated with a lower OS (3-year OS, 60.7% vs 86.8%; (HR, 3.55; 95% CI, 1.42 - 8.91; P = .007). After treatment completion, complete response rates were 56.3% in the NAC arm and 80.3% in the CRT arm (P = .008). Three-year locoregional control rates were 63.4% in NAC arm and 69.9% in CRT arm (HR, 1.56; 95% CI, 0.75-3.26; P = 0.227). Toxicities were similar in both arms, with the exception of hypomagnesemia and neuropathy being more common with NAC. Comparing study arms, NAC showed statistically significant lower scores in menopausal symptoms (P = .034) and higher score in sexual/vaginal functioning (P=.012). For other scales, no difference between study arms was seen. CONCLUSION: This study has shown the addition of NAC consisting of cisplatin and gemcitabine to standard CRT is inferior to CRT alone for the treatment of LACC in PFS, OS and RR. Toxicity and QOL were similar in both armsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDiz, Maria Del Pilar EstevezCosta, Samantha Cabral Severino da2020-03-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-16032021-133958/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-03-17T21:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-16032021-133958Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-03-17T21:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description INTRODUÇÃO: O câncer cervical é o quarto mais comum no mundo e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. A Quimiorradioterapia (QRT), com cisplatina, é o tratamento padrão para as pacientes com Câncer Cervical Localmente Avançado (CCLA). No entanto, 40% das pacientes apresentam recorrência da doença. A quimioterapia adjuvante, com gencitabina e cisplatina, aumenta a sobrevida global nesse grupo, com o aumento da toxicidade. O papel da Quimioterapia Neoadjuvante (QTN) no tratamento padrão com QRT permanece incerto. Conduziu-se um estudo clínico, a fim de investigar se a QTN, com cisplatina e gencitabina, seguida do tratamento QRT padrão, poderia melhorar os desfechos no CCLA. PACIENTES E MÉTODOS: Nesse estudo de fase II, as pacientes com CCLA (FIGO IIB-IVA) foram randomizadas para três ciclos de QTN, com cisplatina 50 mg/m² D1 e gencitabina 1000 mg/m2 D1 e D8, seguidos do tratamento de QRT padrão, com cisplatina semanal na dose de 40 mg/m2/semana por seis semanas, associado à radioterapia pélvica, seguida de Braquiterapia (BQT), braço experimental, ou ao tratamento de QRT padrão, seguido de BQT, braço padrão. OBJETIVOS: O objetivo primário foi avaliar a Sobrevida Livre de Progressão (SLP) em três anos. Os objetivos secundários foram analisar a Taxa de Resposta (TR), o controle locorregional, em três anos; a Sobrevida Global (SG), em três anos; e a segurança e a Qualidade de Vida (QV). RESULTADOS: Entre julho de 2012 e julho de 2017, 107 pacientes foram randomizadas. As características das pacientes foram semelhantes entre os grupos. A mediana de idade foi 48 anos. A maioria das pacientes apresentava carcinoma de células escamosas (87,8%) e estadiamento FIGO IIB (43,9%) ou IIIB (44,8%). Após um seguimento mediano de 31,7 meses, no grupo QTN, a SLP em 3 anos foi 40,9% em comparação a 60,4% no grupo QRT (HR, 1,91; IC 95%, 1,06 - 3,45; P = 0,030). Em três anos, no grupo QTN, a SG foi 60,7% versus 86,8% no grupo QRT (HR, 3,55; IC 95%, 1,42 - 8,91; P = 0,007). A taxa de resposta completa foi 56,3%, no grupo QTN e 80,3%, no grupo QRT (P = 0,008). A taxa de controle locoregional, em três anos, foi 63,4% no grupo QTN e 69.9%, no grupo QRT (HR, 1,56; IC 95%, 0,75-3,26; P = 0,227). As toxicidades foram semelhantes em ambos os grupos de tratamento, exceto a hipomagnesemia e a neuropatia que acorreram com maior frequência no grupo QTN. Na maioria das escalas de QV, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos. O grupo QTN apresentou escores menores na escala de sintomas de menopausa (P = 0,034) e maiores em função sexual/vaginal (P = 0,012), em comparação à QRT padrão. CONCLUSÃO: No CCLA, a incorporação de QTN, com cisplatina e gencitabina ao tratamento padrão de QRT, foi inferior ao tratamento padrão com QRT em termos de SLP, SG e TR. A toxicidade e a QV foram semelhantes entre os grupos de tratamento
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