De caçadores a caça: sobas, Diamang e o Museu do Dundo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-25082016-132727/ |
Resumo: | Nesta tese de doutorado temos por objetivo compreender as relações estabelecidas entre sobas, a Companhia de Diamantes de Angola(Diamang) e o Museu do Dundo entre 1936, ano de criação do Museu, e 1961, ano em que se deu início às lutas anticoloniais em Angola. Se a instalação da Diamang em uma vasta área da Lundaalguns anos após a descoberta de diamantes, em 1912, contou com revoltas lideradas por sobas da região contrários às suas operações,o processo que levou os chefes locais a se tornarem colaboradores dessa Companhia envolveu uma série de negociações diretas com esses homens sem a utilização do uso da força militar. Com os anos e ciente de que a manutenção das boas relações com os sobas era vital para o seu bom funcionamento,a Companhia de Diamantes de Angola criou um sistema de recompensas para beneficiar simbólica e materialmente os chefes considerados colaboradores.O Museu do Dundo assumiu um lugar central para a distribuição dos presentes e se tornou fundamental nas relações entre os sobas e aDiamang. A partir da análise dos objetivos e ações do Museu, e do processo de formação de seu próprio acervo, esta pesquisa pretende revelar e compreender as estratégias e os sentidos da complexa rede de relações que marcaram as negociações entre as populações locais, representadas pelos sobas, e os interesses dessas instituições. Considerado um símbolo da presença colonial portuguesa na África, o Museu do Dundo tinha como principal objetivo a preservação da cultura dos povos da Lunda. No entanto, a investigação de suas atividades procurou demonstrar que seus reais propósitos se alinhavam diretamente com os interesses comerciais e exploratórios da Diamang e da administração colonial portuguesa. |
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De caçadores a caça: sobas, Diamang e o Museu do DundoFrom hunters to hunted: sobas, Diamang and the Dundo MuseumAngolaAngolaColonialismo portuguêsCompanhia de Diamantes de AngolaCompanhia de Diamantes de AngolaMuseu do DundoMuseu do DundoPortuguese colonialismoSobasSobasNesta tese de doutorado temos por objetivo compreender as relações estabelecidas entre sobas, a Companhia de Diamantes de Angola(Diamang) e o Museu do Dundo entre 1936, ano de criação do Museu, e 1961, ano em que se deu início às lutas anticoloniais em Angola. Se a instalação da Diamang em uma vasta área da Lundaalguns anos após a descoberta de diamantes, em 1912, contou com revoltas lideradas por sobas da região contrários às suas operações,o processo que levou os chefes locais a se tornarem colaboradores dessa Companhia envolveu uma série de negociações diretas com esses homens sem a utilização do uso da força militar. Com os anos e ciente de que a manutenção das boas relações com os sobas era vital para o seu bom funcionamento,a Companhia de Diamantes de Angola criou um sistema de recompensas para beneficiar simbólica e materialmente os chefes considerados colaboradores.O Museu do Dundo assumiu um lugar central para a distribuição dos presentes e se tornou fundamental nas relações entre os sobas e aDiamang. A partir da análise dos objetivos e ações do Museu, e do processo de formação de seu próprio acervo, esta pesquisa pretende revelar e compreender as estratégias e os sentidos da complexa rede de relações que marcaram as negociações entre as populações locais, representadas pelos sobas, e os interesses dessas instituições. Considerado um símbolo da presença colonial portuguesa na África, o Museu do Dundo tinha como principal objetivo a preservação da cultura dos povos da Lunda. No entanto, a investigação de suas atividades procurou demonstrar que seus reais propósitos se alinhavam diretamente com os interesses comerciais e exploratórios da Diamang e da administração colonial portuguesa.The objective of this thesis is to understand the relations established between the sobas, the Companhia de Diamantes de Angola (Diamang) and the Museu do Dundo (Dundo Museum) from 1936, when the Museum was founded, to 1961 when the anti-colonial struggles started in Angola. The discovery of diamonds in 1912 and the subsequent creation of Diamang within the Lunda area a few years later were marked by revolts led by the sobas in this region. However, the process which brought the local chiefs to become collaborators of this Company involved a series of direct negotiations without resorting to the use of military force. With time the Companhia de Diamantes de Angola became aware that maintaining a good relationship with the sobas was vital for their business and it created a reward system to favour the chiefs both symbolically and materially. The Museu do Dundo played a central role for the distribution of these gifts and it became fundamental with regards to the relationship between the sobas and Diamang. The analysis of the Museums objectives and activities, along with the collections process, allowed this research to reveal and comprehend the strategies and meanings behind the complex network that marked the negotiations between the local population (represented by the sobas) and the interests of the company. The Museum was regarded as a symbol of Portuguese colonial presence in Africa with the official purpose of preserving the culture of Lundas people. However, the full understanding of the Museums role will show that its real objectives are directly connected with interests and demands from Diamang and the colonial Portuguese administration.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Marina de Mello eBevilacqua, Juliana Ribeiro da Silva2016-04-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-25082016-132727/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:05:29Zoai:teses.usp.br:tde-25082016-132727Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:05:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Nesta tese de doutorado temos por objetivo compreender as relações estabelecidas entre sobas, a Companhia de Diamantes de Angola(Diamang) e o Museu do Dundo entre 1936, ano de criação do Museu, e 1961, ano em que se deu início às lutas anticoloniais em Angola. Se a instalação da Diamang em uma vasta área da Lundaalguns anos após a descoberta de diamantes, em 1912, contou com revoltas lideradas por sobas da região contrários às suas operações,o processo que levou os chefes locais a se tornarem colaboradores dessa Companhia envolveu uma série de negociações diretas com esses homens sem a utilização do uso da força militar. Com os anos e ciente de que a manutenção das boas relações com os sobas era vital para o seu bom funcionamento,a Companhia de Diamantes de Angola criou um sistema de recompensas para beneficiar simbólica e materialmente os chefes considerados colaboradores.O Museu do Dundo assumiu um lugar central para a distribuição dos presentes e se tornou fundamental nas relações entre os sobas e aDiamang. A partir da análise dos objetivos e ações do Museu, e do processo de formação de seu próprio acervo, esta pesquisa pretende revelar e compreender as estratégias e os sentidos da complexa rede de relações que marcaram as negociações entre as populações locais, representadas pelos sobas, e os interesses dessas instituições. Considerado um símbolo da presença colonial portuguesa na África, o Museu do Dundo tinha como principal objetivo a preservação da cultura dos povos da Lunda. No entanto, a investigação de suas atividades procurou demonstrar que seus reais propósitos se alinhavam diretamente com os interesses comerciais e exploratórios da Diamang e da administração colonial portuguesa. |
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