O uso das práticas narrativas em um grupo terapêutico com adolescentes em situação de sofrimento emocional
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-02022023-094456/ |
Resumo: | A terapia narrativa originou-se no âmbito da terapia familiar e configura-se como uma proposta terapêutica que, por meio da perspectiva narrativa, foca na construção de diálogos terapêuticos que visam separar a pessoa do problema e reconstruir as narrativas. Com o intuito de explorar essas ideias para além do âmbito clínico e/ou individual, surgiram as práticas narrativas coletivas (PNC), as quais compartilham metodologias que buscam trabalhar com pessoas, grupos e comunidades que vivenciaram situações de sofrimentos intensos e traumáticos, abordando-os em termos coletivos e não individuais, visando produzir narrativas coletivas acerca da situação, a fim de gerar ações de transformações locais. Tendo em vista as proposições dessas práticas, o objetivo geral desta pesquisa foi compreender o uso dos princípios narrativos no processo conversacional de um grupo com adolescentes em situações de sofrimento emocional. Para tanto, realizou-se um grupo semanal com onze adolescentes em situações de sofrimento diversas, em uma escola do interior do Estado de São Paulo, totalizando 8 encontros com duração aproximada de duas horas. Os dados produzidos foram áudio-gravados, transcritos na íntegra e editados em tabelas inspiradas pelos princípios das práticas narrativas. Os resultados foram divididos em duas partes. A primeira apresenta os/as participantes e o processo conversacional produzido no grupo. A segunda contempla a apresentação dos três artigos que foram construídos com base nos principais resultados do estudo, sendo eles: Artigo 1: \"Terapia narrativa: aspectos relevantes sobre o processo e a relação terapêutica\", que possui o objetivo de colaborar na oferta de um entendimento possível acerca do processo terapêutico narrativo e da relação terapêutica narrativa propostos pelos referidos autores, no sentido de buscar dar visibilidade para o \"como\" eles podem ser construídos, tanto de modo verbal como visual. Considera-se que compreender a relação e o processo terapêutico pode inclusive propiciar um aperfeiçoamento do uso e da adaptação de tais práticas; Artigo 2: \"O uso dos princípios narrativos em um grupo com adolescentes em sofrimento emocional\", neste artigo buscou-se compreender o uso dos princípios narrativos no grupo com esses adolescentes. Conclui-se que os princípios narrativos favorecem a produção de um espaço grupal que privilegia o protagonismo do(a) adolescente e suas narrativas de respostas ao sofrimento; Artigo 3: \"Práticas narrativas coletivas: reflexões sobre o seu uso em grupos terapêuticos\", este artigo objetivou empreender uma discussão teórica sobre conceitualização e os fundamentos das PNC, na tentativa de dar visibilidade para as especificidades de seu uso em grupos terapêuticos. Nota-se que há diferenças entre PNC e práticas narrativas em grupo (PNG), visto que, apesar de partirem de premissas semelhantes, possuem encontros e desencontros em suas intencionalidades e modos de uso. Por fim, considera-se que sejam de extrema relevância novas investigações sobre as diferenças entre as PNC e PNG, bem como novas experimentações das práticas narrativas em grupo com adolescentes, visto que se mostraram promissoras. |
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O uso das práticas narrativas em um grupo terapêutico com adolescentes em situação de sofrimento emocionalThe use of narrative practices in a therapeutic group with adolescents in situation of emotional sufferingAdolescentesAdolescentsCollective narrative practicesGroupGrupoNarrative therapyPráticas narrativas coletivasTerapia narrativaA terapia narrativa originou-se no âmbito da terapia familiar e configura-se como uma proposta terapêutica que, por meio da perspectiva narrativa, foca na construção de diálogos terapêuticos que visam separar a pessoa do problema e reconstruir as narrativas. Com o intuito de explorar essas ideias para além do âmbito clínico e/ou individual, surgiram as práticas narrativas coletivas (PNC), as quais compartilham metodologias que buscam trabalhar com pessoas, grupos e comunidades que vivenciaram situações de sofrimentos intensos e traumáticos, abordando-os em termos coletivos e não individuais, visando produzir narrativas coletivas acerca da situação, a fim de gerar ações de transformações locais. Tendo em vista as proposições dessas práticas, o objetivo geral desta pesquisa foi compreender o uso dos princípios narrativos no processo conversacional de um grupo com adolescentes em situações de sofrimento emocional. Para tanto, realizou-se um grupo semanal com onze adolescentes em situações de sofrimento diversas, em uma escola do interior do Estado de São Paulo, totalizando 8 encontros com duração aproximada de duas horas. Os dados produzidos foram áudio-gravados, transcritos na íntegra e editados em tabelas inspiradas pelos princípios das práticas narrativas. Os resultados foram divididos em duas partes. A primeira apresenta os/as participantes e o processo conversacional produzido no grupo. A segunda contempla a apresentação dos três artigos que foram construídos com base nos principais resultados do estudo, sendo eles: Artigo 1: \"Terapia narrativa: aspectos relevantes sobre o processo e a relação terapêutica\", que possui o objetivo de colaborar na oferta de um entendimento possível acerca do processo terapêutico narrativo e da relação terapêutica narrativa propostos pelos referidos autores, no sentido de buscar dar visibilidade para o \"como\" eles podem ser construídos, tanto de modo verbal como visual. Considera-se que compreender a relação e o processo terapêutico pode inclusive propiciar um aperfeiçoamento do uso e da adaptação de tais práticas; Artigo 2: \"O uso dos princípios narrativos em um grupo com adolescentes em sofrimento emocional\", neste artigo buscou-se compreender o uso dos princípios narrativos no grupo com esses adolescentes. Conclui-se que os princípios narrativos favorecem a produção de um espaço grupal que privilegia o protagonismo do(a) adolescente e suas narrativas de respostas ao sofrimento; Artigo 3: \"Práticas narrativas coletivas: reflexões sobre o seu uso em grupos terapêuticos\", este artigo objetivou empreender uma discussão teórica sobre conceitualização e os fundamentos das PNC, na tentativa de dar visibilidade para as especificidades de seu uso em grupos terapêuticos. Nota-se que há diferenças entre PNC e práticas narrativas em grupo (PNG), visto que, apesar de partirem de premissas semelhantes, possuem encontros e desencontros em suas intencionalidades e modos de uso. Por fim, considera-se que sejam de extrema relevância novas investigações sobre as diferenças entre as PNC e PNG, bem como novas experimentações das práticas narrativas em grupo com adolescentes, visto que se mostraram promissoras.Narrative therapy arose in the family therapy context and is configured as a therapeutic proposition that, through the narrative perspective, focuses on the construction of therapeutic dialogues which aim to separate the person from the problem and reconstruct the narratives. To explore these ideas beyond the clinical and/or individual scope, collective narrative practices (CNP) emerged, which share methodologies that aim to work with people, groups and communities that have experienced situations of intense and traumatic suffering, addressing them in collective and not individual terms, seeking to product collective narratives about the situation, to generate actions of local transformations. Bearing in mind these propositions, the general objective of this research was to comprehend the use of narrative principles in the conversational process of a group of adolescents in situation of emotional suffering. To this end, a weekly group was held with eleven teenagers in different situations of suffering, in a school in the interior of the State of São Paulo, totaling 8 meetings lasting approximately two hours each. The data were audio-recorded, fully transcribed, and edited in tables inspired by the principles of narrative practices. The results were divided into two parts. The first one presents the participants and the conversational process produced within the group. The second one includes the three articles which were built based upon the main results of the study, namely: Article 1: \"Narrative therapy: Relevant aspects about the therapeutic process and relationship\", whose objective was to collaborate in offering a possible understanding about the narrative therapeutic process and the narrative therapeutic relationship proposed by the aforementioned authors, seeking to give visibility to \"how\" they can be constructed, be it verbally, be it visually. It is considered that comprehending the therapeutic relationship and process can even contribute to an improvement of the use and adaptation of such practices; Article 2: \"The use of narrative principles in a group with adolescents in emotional suffering\", in this article we aimed to understand the use of narrative principles in a group with these adolescents. We concluded that the narrative principles favor the production of a group space that privileges the central role of the adolescents and their narratives of responses to suffering; Article 3: \"Collective narrative practices: reflections on their use in therapeutic groups\", this article sought to undertake a theoretical discussion on the conceptualization and the fundaments of the CNPs, to give visibility to the specificities of their usage within therapeutic groups. We noted that there are differences between CNP and group narrative practices (GNP), since, despite starting from similar premisses, they show agreements and disagreements in their intentions and modes of use. Finally, we consider extremely important to carry out new investigations on the differences between CNP and GNP, as well as new experimentations of group narrative practices with teenagers, as they have shown to be promising.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Laura Vilela eLion, Camila Martins2022-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-02022023-094456/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPReter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-02-09T13:25:03Zoai:teses.usp.br:tde-02022023-094456Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-02-09T13:25:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A terapia narrativa originou-se no âmbito da terapia familiar e configura-se como uma proposta terapêutica que, por meio da perspectiva narrativa, foca na construção de diálogos terapêuticos que visam separar a pessoa do problema e reconstruir as narrativas. Com o intuito de explorar essas ideias para além do âmbito clínico e/ou individual, surgiram as práticas narrativas coletivas (PNC), as quais compartilham metodologias que buscam trabalhar com pessoas, grupos e comunidades que vivenciaram situações de sofrimentos intensos e traumáticos, abordando-os em termos coletivos e não individuais, visando produzir narrativas coletivas acerca da situação, a fim de gerar ações de transformações locais. Tendo em vista as proposições dessas práticas, o objetivo geral desta pesquisa foi compreender o uso dos princípios narrativos no processo conversacional de um grupo com adolescentes em situações de sofrimento emocional. Para tanto, realizou-se um grupo semanal com onze adolescentes em situações de sofrimento diversas, em uma escola do interior do Estado de São Paulo, totalizando 8 encontros com duração aproximada de duas horas. Os dados produzidos foram áudio-gravados, transcritos na íntegra e editados em tabelas inspiradas pelos princípios das práticas narrativas. Os resultados foram divididos em duas partes. A primeira apresenta os/as participantes e o processo conversacional produzido no grupo. A segunda contempla a apresentação dos três artigos que foram construídos com base nos principais resultados do estudo, sendo eles: Artigo 1: \"Terapia narrativa: aspectos relevantes sobre o processo e a relação terapêutica\", que possui o objetivo de colaborar na oferta de um entendimento possível acerca do processo terapêutico narrativo e da relação terapêutica narrativa propostos pelos referidos autores, no sentido de buscar dar visibilidade para o \"como\" eles podem ser construídos, tanto de modo verbal como visual. Considera-se que compreender a relação e o processo terapêutico pode inclusive propiciar um aperfeiçoamento do uso e da adaptação de tais práticas; Artigo 2: \"O uso dos princípios narrativos em um grupo com adolescentes em sofrimento emocional\", neste artigo buscou-se compreender o uso dos princípios narrativos no grupo com esses adolescentes. Conclui-se que os princípios narrativos favorecem a produção de um espaço grupal que privilegia o protagonismo do(a) adolescente e suas narrativas de respostas ao sofrimento; Artigo 3: \"Práticas narrativas coletivas: reflexões sobre o seu uso em grupos terapêuticos\", este artigo objetivou empreender uma discussão teórica sobre conceitualização e os fundamentos das PNC, na tentativa de dar visibilidade para as especificidades de seu uso em grupos terapêuticos. Nota-se que há diferenças entre PNC e práticas narrativas em grupo (PNG), visto que, apesar de partirem de premissas semelhantes, possuem encontros e desencontros em suas intencionalidades e modos de uso. Por fim, considera-se que sejam de extrema relevância novas investigações sobre as diferenças entre as PNC e PNG, bem como novas experimentações das práticas narrativas em grupo com adolescentes, visto que se mostraram promissoras. |
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