Ácido úrico sérico e aterosclerose subclínica: resultados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mello, Filipe Martins de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-15062023-170516/
Resumo: Introdução: níveis elevados de ácido úrico sérico (AUs) têm sido associados a cálcio em artérias coronárias (CAC) e aumento na espessura íntima-média de carótidas (EIM-c) em indivíduos com alto risco cardiovascular. Essa associação é menos clara em pacientes de baixo risco cardiovascular. O presente estudo teve como objetivo avaliar se níveis de AUs estão independentemente associados a CAC e EIM-c em adultos aparentemente saudáveis participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSABrasil). Método: um total de 4096 participantes do ELSA-Brasil (unidade de São Paulo) sem histórico de doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico prévio, ou uso de fármaco uricorredutor, e que foram submetidos a avaliação de CAC e EIM-c foram incluídos. A variável de exposição foi o AUs categorizado por quintis de acordo com sexo. Todas as análises foram realizadas separadamente por sexo. Procedeu-se a avaliação pormenorizada de risco cardiovascular. Associação do quintil mais elevado (Q5) de AUs com CAC > 0 e com EIM-c anormal foi analisada por regressão logística multivariada. Regressão linear com as mesmas variáveis de ajuste também foi realizada para avaliar associação entre quintis de AUs e EIM-c (em milímetros) e CAC após transformação logarítmica (ln (CAC + 1)) como variáveis contínuas. Resultados: a mediana de idade [p25-p75] da população do estudo foi de 49,0 [44,0-56,0] anos (mulheres perfizeram 55,1% da população e 59.1% se autodeclararam brancos). Os valores médios de AUs foram 6,5 mg/dL ± 1,4 mg/dL para homens, e 4,9 mg/dL ± 1,2 mg/dL para mulheres. O Q4 de AUs foi independentemente associado a EIM-c anormal em mulheres (OR: 1,49; 1,06-2,08), e em homens (OR 1,48; 1,03-2,14). Na regressão linear, em ambos os sexos houve associação para o Q5 com EIMc: mulheres (beta-coeficiente: 0,022; IC 95%: 0,007 a 0,036; p = 0,003) e homens (beta-coeficiente: 0,020; IC 95%: 0,002-0,038; p = 0,032). Quanto ao CAC, Q5 de AUs não foi associado em mulheres (OR: 1,27; 0,82 a 1,97) ou em homens (OR: 0,85; 0,59-1,22) após regressão logística. Também não houve associação na regressão linear: mulheres (beta-coeficiente: 0,046; IC 95%: -0,152 a 0,245; p = 0,647) e homens (beta-coeficiente: -0,142; 95% IC: -0,436 a 0,153; p = 0,347). Conclusão: os quintis mais elevados de AUs estiveram associados independentemente a EIM-c anormal em mulheres e homens. Não foi encontrada associação entre AUs e a presença de CAC
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spelling Ácido úrico sérico e aterosclerose subclínica: resultados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)Serum uric acid and subclinical atherosclerosis: results from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)Ácido úricoAterosclerose subclínicaCardiovascular riskCarotid intima-media thicknessCarotid ultrasoundCoronary artery calciumCoronary computed tomographyEscore de cálcio em coronáriasEspessura íntima-média carotídeaHiperuricemiaHyperuricemiaRisco cardiovascularSubclinical atherosclerosisTomografia computadorizada de coronáriasUltrassom de carótidasUric acidIntrodução: níveis elevados de ácido úrico sérico (AUs) têm sido associados a cálcio em artérias coronárias (CAC) e aumento na espessura íntima-média de carótidas (EIM-c) em indivíduos com alto risco cardiovascular. Essa associação é menos clara em pacientes de baixo risco cardiovascular. O presente estudo teve como objetivo avaliar se níveis de AUs estão independentemente associados a CAC e EIM-c em adultos aparentemente saudáveis participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSABrasil). Método: um total de 4096 participantes do ELSA-Brasil (unidade de São Paulo) sem histórico de doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico prévio, ou uso de fármaco uricorredutor, e que foram submetidos a avaliação de CAC e EIM-c foram incluídos. A variável de exposição foi o AUs categorizado por quintis de acordo com sexo. Todas as análises foram realizadas separadamente por sexo. Procedeu-se a avaliação pormenorizada de risco cardiovascular. Associação do quintil mais elevado (Q5) de AUs com CAC > 0 e com EIM-c anormal foi analisada por regressão logística multivariada. Regressão linear com as mesmas variáveis de ajuste também foi realizada para avaliar associação entre quintis de AUs e EIM-c (em milímetros) e CAC após transformação logarítmica (ln (CAC + 1)) como variáveis contínuas. Resultados: a mediana de idade [p25-p75] da população do estudo foi de 49,0 [44,0-56,0] anos (mulheres perfizeram 55,1% da população e 59.1% se autodeclararam brancos). Os valores médios de AUs foram 6,5 mg/dL ± 1,4 mg/dL para homens, e 4,9 mg/dL ± 1,2 mg/dL para mulheres. O Q4 de AUs foi independentemente associado a EIM-c anormal em mulheres (OR: 1,49; 1,06-2,08), e em homens (OR 1,48; 1,03-2,14). Na regressão linear, em ambos os sexos houve associação para o Q5 com EIMc: mulheres (beta-coeficiente: 0,022; IC 95%: 0,007 a 0,036; p = 0,003) e homens (beta-coeficiente: 0,020; IC 95%: 0,002-0,038; p = 0,032). Quanto ao CAC, Q5 de AUs não foi associado em mulheres (OR: 1,27; 0,82 a 1,97) ou em homens (OR: 0,85; 0,59-1,22) após regressão logística. Também não houve associação na regressão linear: mulheres (beta-coeficiente: 0,046; IC 95%: -0,152 a 0,245; p = 0,647) e homens (beta-coeficiente: -0,142; 95% IC: -0,436 a 0,153; p = 0,347). Conclusão: os quintis mais elevados de AUs estiveram associados independentemente a EIM-c anormal em mulheres e homens. Não foi encontrada associação entre AUs e a presença de CACIntroduction: high serum uric acid (sUA) has been associated to coronary artery calcium (CAC) and increased common carotid intima-media thickness (c-IMT) in people with high cardiovascular risk. However, this association is unclear in lower-risk individuals. Our study aims to evaluate sUA level as independently associated to CAC and increased c-IMT in apparently healthy adults enrolled in Brazilian Longitudinal Study of Adult Health. (ELSA-Brasil). Method: a total of 4096 ELSA-Brasil (Sao Paulo site) participants without previous coronary artery disease or stroke and without use of urate-lowering drugs were submitted to CAC assessment and c-IMT assessment. Serum acid uric categorized by quintiles according to sex was the exposure variable. All analyses were performed stratifying the population by sex. A comprehensive cardiovascular risk factor evaluation was carried out, and multivariable logistic regression analysis was performed to evaluate association between the highest sUA quintile (Q5) and CAC > 0 and abnormal c-IMT. Linear regression model with the same adjustments was performed to analyze independent association of sAU levels and ln (CAC + 1) and c-IMT as continuous variables. Results: te median age of the studied group was 49.0 (44.0 56.0) years (women, 55.1%; white, 59.1%). The mean values of sUA were 6.5 ± 1.4 mg/dL for men, and 4.9 ± 1.2 mg/dL for women. Regarding c-IMT, the Q4 of sUA was independently associated to abnormal c-IMT in women (OR: 1.49; 1.06 - 2.08) and in men (OR 1.48; 1.03 2.14). On linear regression, Q5 of sUA was associated to c-IMT both in women (beta-coefficient: 0.022; 95% IC: 0.007 to 0.036; p=0.003) and men (beta-coefficient: 0.020; 95% IC: 0.002 to 0.038; p=0.032). For CAC, after adjusted logistic regression, Q5 of sUA was not associated neither in women (OR: 1.31; CI 0.85 2.01), nor in men (OR: 0.99; CI 0.68 1.45). No association was found on linear regression either for both sexes: women (beta-coefficient: 0.046; -0.152 to 0.245; p=0.647) and men (beta-coefficient: -0.142; -0.436 to 0.153; p=0.347). Conclusion: the highest quintiles of sUA were independently associated to abnormal c-IMT, a measurement of subclinical atherosclerosis, in women and men. 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