A administração pública municipal e o abastecimento de hortigranjeiros: o caso dos varejões municipais de Piracicaba, Estado de São Paulo.

• Autor(a) principal: Crócomo, Francisco Constantino
• Data de Publicação: 1992
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20191218-133017/
• topic: ABASTECIMENTO DE ALIMENTOS; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL; PRODUTOS HORTIGRANJEIROS; VAREJO

Diversas são as ações do setor público no sentido de enfrentar os problemas de abastecimento alimentar no Brasil. Na década de 70 estas ações foram mais efetivas, inclusive com medidas de expansão do comércio varejista. Os Varejões - unidades varejistas administradas pelo setor público em locais predeterminados e com preços máximos fixados para cada produto, constituiram-se alvo de investigação deste trabalho. Nele a experiência dos Varejões do município de Piracicaba, 1982 a 1990, administrados pelo setor público municipal foi analisada através de sua inserção no Sistema de Abastecimento da cidade, na tentativa de identificar sua atuação e reflexos neste mercado. Foram objeto desta análise os seguintes produtos: Alface; Tomate; Batata e Banana. Efetuou-se a comparação de seus preços nos Varejões e demais unidades varejistas com os preços no atacado do município. Verificou-se que as margens de comercialização dos Varejões estão abaixo das outras unidades. Em média os Varejões obtiveram 11,5% de margem corrente mensal (11% para Alface; 13% para o Tomate; 12% para Batata e 10% para a Banana), enquanto as Feiras-Livres obtiveram 28,5% (30% para Alface; 26% para o Tomate; 25% para a Batata e 35% para a Banana), para o período de 1985 a 1990. Os preços máximos estabelecidos para os Varejões são fixados com base nos preços do atacado local, confirmado pelos resultados dos cálculos de elasticidade de transmissão de preços para os produtos analisados. Verificou-se também que em geral são necessárias mais de quatro semanas para a transferência total das variações de preço do atacado para o Varejão. Observou-se que, no periodo analisado, a administração do setor público municipal manteve uma equipe de comerciantes para atuarem nos bairros periféricos, com a mesma filosofia dos Varejões. A quantidade comercializada pelos varejões manteve certa regularidade, o que não ocorre no atacado. Identificou-se também que os varejões possuem razoável número de produtores que vendem no varejo, inclusive em número maior que a unidade atacadista da cidade. Conclui-se que o sistema de varejões, objeto principal deste estudo, conseguiu se estabelecer ao longo período considerado, constituindo um canal alternativo de comercialização para consumidores e comerciantes.