O que estudantes da educação profissional técnica de nível médio em enfermagem sabem sobre língua portuguesa?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-21082024-075108/ |
Resumo: | No Brasil, mais de 1,7 milhão dos profissionais de enfermagem que atuam em serviços de saúde são técnicos de enfermagem. Sabe-se que a formação profissional desta categoria apresenta dificuldades históricas, com estratégias paliativas que desafiam a preparação de futuros profissionais. Neste contexto, a Língua Portuguesa (LP) é identificada como uma das áreas em que estudantes da educação profissional técnica de nível médio em enfermagem apresentam dificuldades, principalmente, em aspectos gramaticais e ortográficos. Frente ao exposto, objetivou-se analisar o conhecimento de Língua Portuguesa entre estudantes da educação profissional técnica de nível médio em enfermagem. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, descritivo e inferencial, realizado entre março e setembro de 2022 com 184 participantes de duas instituições de ensino privadas, localizadas nas Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Os conhecimentos gramaticais da norma-padrão da LP foram avaliados em quatro blocos de cinco questões, nas categorias: fonologia, morfologia, semântica e sintaxe, respectivamente. A coleta de dados somente teve início após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EERP/USP, sob Parecer nº 5.107.714. Os resultados evidenciaram média de idade de 26 anos entre os participantes, sendo a maioria do sexo feminino (83,70%) e de raça/cor parda ou preta (70,11%). Em relação ao perfil educacional, mais de ¾ cursaram integralmente a Educação Básica em escolas públicas. Quanto à aproximação com a LP, 65,22% (n= 120) consideraram possuir aptidão com a referida disciplina. Menos da metade (42,39%; n= 78) atestou que a aprendizagem em LP foi totalmente eficaz/suficiente na Educação Básica e menos de ¼ acreditou dominar totalmente os conhecimentos básicos (17,93%; n= 33). As médias de respostas corretas na avaliação dos conhecimentos gramaticais da norma-padrão foram de 48,37% para fonologia, 50,44% para morfologia, 58,91% para sintaxe e 59,45% para semântica. As principais fragilidades identificadas foram: uso de plural; acentuação; identificação de tempo verbal; adequação dos porquês; reconhecimento de conotação/denotação; uso da crase e a concordância verbal. Conclui-se, portanto, que embora os participantes afirmem ter certa afinidade pela LP, é perceptível a existência de lacunas nos conhecimentos da disciplina, evidenciando, assim, fragilidades no processo formativo desta categoria profissional da enfermagem, em detrimento de precariedades socioeconômicas, didático-pedagógicas e/ou sociais, que afetam suas experiências sociolaborais. Isso revela a necessidade de uma reflexão crítica sobre as práticas de ensino-aprendizagem de LP, desde a Educação Básica até a formação técnico-laboral desses futuros profissionais da saúde. |
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O que estudantes da educação profissional técnica de nível médio em enfermagem sabem sobre língua portuguesa?What do students of technical professional education in nursing know about the Portuguese language?Educação profissional em saúde públicaEducationEnsinoLicensed practical nursesLíngua portuguesaPortuguese speakingPublic health professionalTeachingTécnicos de enfermagemNo Brasil, mais de 1,7 milhão dos profissionais de enfermagem que atuam em serviços de saúde são técnicos de enfermagem. Sabe-se que a formação profissional desta categoria apresenta dificuldades históricas, com estratégias paliativas que desafiam a preparação de futuros profissionais. Neste contexto, a Língua Portuguesa (LP) é identificada como uma das áreas em que estudantes da educação profissional técnica de nível médio em enfermagem apresentam dificuldades, principalmente, em aspectos gramaticais e ortográficos. Frente ao exposto, objetivou-se analisar o conhecimento de Língua Portuguesa entre estudantes da educação profissional técnica de nível médio em enfermagem. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, descritivo e inferencial, realizado entre março e setembro de 2022 com 184 participantes de duas instituições de ensino privadas, localizadas nas Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Os conhecimentos gramaticais da norma-padrão da LP foram avaliados em quatro blocos de cinco questões, nas categorias: fonologia, morfologia, semântica e sintaxe, respectivamente. A coleta de dados somente teve início após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EERP/USP, sob Parecer nº 5.107.714. Os resultados evidenciaram média de idade de 26 anos entre os participantes, sendo a maioria do sexo feminino (83,70%) e de raça/cor parda ou preta (70,11%). Em relação ao perfil educacional, mais de ¾ cursaram integralmente a Educação Básica em escolas públicas. Quanto à aproximação com a LP, 65,22% (n= 120) consideraram possuir aptidão com a referida disciplina. Menos da metade (42,39%; n= 78) atestou que a aprendizagem em LP foi totalmente eficaz/suficiente na Educação Básica e menos de ¼ acreditou dominar totalmente os conhecimentos básicos (17,93%; n= 33). As médias de respostas corretas na avaliação dos conhecimentos gramaticais da norma-padrão foram de 48,37% para fonologia, 50,44% para morfologia, 58,91% para sintaxe e 59,45% para semântica. As principais fragilidades identificadas foram: uso de plural; acentuação; identificação de tempo verbal; adequação dos porquês; reconhecimento de conotação/denotação; uso da crase e a concordância verbal. Conclui-se, portanto, que embora os participantes afirmem ter certa afinidade pela LP, é perceptível a existência de lacunas nos conhecimentos da disciplina, evidenciando, assim, fragilidades no processo formativo desta categoria profissional da enfermagem, em detrimento de precariedades socioeconômicas, didático-pedagógicas e/ou sociais, que afetam suas experiências sociolaborais. Isso revela a necessidade de uma reflexão crítica sobre as práticas de ensino-aprendizagem de LP, desde a Educação Básica até a formação técnico-laboral desses futuros profissionais da saúde.In Brazil, more than 1.7 million nursing professionals working in health services are nursing technicians. It is known that professional training in this category has historically presented difficulties, with palliative strategies that challenge the preparation of future professionals. In this context, the Portuguese language (LP) is identified as one of the areas in which students of technical vocational education at the secondary level in nursing have difficulties, especially in terms of grammar and spelling. Considering the above, this study aimed to analyze knowledge of the Portuguese language among students of technical vocational education at the secondary level in nursing. This is a cross-sectional study with a quantitative, descriptive, and inferential approach, carried out between March and September 2022, with 184 participants from two private educational institutions located in the Northeast and Southeast regions of Brazil. Grammatical knowledge of the standard LP norm was assessed in four blocks of five questions in the following categories: phonology, morphology, semantics, and syntax, respectively. Data collection only began after approval by the EERP/USP Research Ethics Committee under Opinion No. 5.107.714. The results showed an average age of 26 among the participants, with the majority being female (83.70%) and of brown or black race/color (70.11%). Concerning their educational profile, more than ¾ of them studied in public schools. As for their approach to LP, 65.22% (n = 120) considered they had an aptitude for the subject. Less than half (42.39%; n = 78) said that their LP learning had been effective/sufficient in primary school, and less than ¼ believed they had mastered the basic knowledge (17.93%; n = 33). The average number of correct answers in the assessment of standard grammar knowledge was 48.37% for phonology, 50.44% for morphology, 58.91% for syntax, and 59.45% for semantics. The main weaknesses identified were: the use of plural; accentuation; identification of verb tense; adequacy of whys; recognition of connotation/denotation; use of the (\"crase\", in Portuguese) crasis and verb agreement. These findings serve as a call to action for nursing professionals. While they express a certain affinity for LP, the presence of knowledge gaps is undeniable. This not only points to weaknesses in the training process of this professional category but also highlights the potential socio-economic, didactic-pedagogical, and/or social precariousness that can impact their socio-occupational experiences. This necessitates a critical self-reflection on the teaching-learning practices of LP, from basic education to the technical labor training of these future health professionals, empowering them to improve their LP knowledge.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCamargo, Rosangela Andrade Aukar deAndrade, Micael Doria de2024-05-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-21082024-075108/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-10T13:32:02Zoai:teses.usp.br:tde-21082024-075108Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-10T13:32:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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