Habilidades conversacionais de crianças com transtornos do espectro autístico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Liliane Perroud Miilher
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.5.2012.tde-09012013-174947
Resumo: A interação entre pessoas é essencial à vida em sociedade. As conversas são uma das formas mais comuns de interação. Ainda que estas sejam uma ação natural para muitas pessoas, constituem-se um desafio nos quadros do espectro do autismo, no qual as dificuldades de linguagem e de engajamento social limitam a inserção real na vida comunitária. As desvantagens na linguagem e nas habilidades conversacionais em geral tem sido descritas há muitos anos sem que se saiba ao certo as relações entre estes itens. A fim de investigar estas questões esta pesquisa foi subdivida em três estudos que visaram fornecer elementos para uma micro análise pragmática, sintático-semântica e uma macro analise conversacional. Participaram deste estudo dez indivíduos com diagnóstico pertencente aos Transtornos do Espectro do Autismo com idades entre 5;6 a 16:8 anos (média de 9:6 anos). Nove participantes eram do gênero masculino e todos foram diagnosticados por médicos psiquiatras segundo os critérios do DSM-IV. Todos foram filmados em três situações com diferentes demandas: situação Aniversário (demanda social), situação Lego® (demanda cognitiva) e situação Livro (demanda linguística). A metodologia empregada nos três estudos incluiu a análise de uma amostra de fala espontânea coletada a partir de filmagens de interações fonoaudiólogo-criança. Para a análise foram transcritos os cinco minutos iniciais de cada filmagem. O primeiro estudo analisou variáveis pragmáticas referentes ao espaço comunicativo, uso dos meios comunicativos e total de atos tanto nas iniciativas quanto no total de participações (iniciativas e respostas), bem como a qualificação das respostas e o uso de diferentes funções comunicativas. O segundo estudo analisou o uso de termos de estado psicológico, o uso de termos referenciais, o tipo de relação semântica estabelecida e o tipo de estrutura sintática utilizado pelos participantes. Nos dois primeiros estudos, as três situações foram comparadas entre si. O terceiro estudo investigou elementos de encadeamento e de engajamento conversacional na situação Livro. Os resultados indicaram que, genericamente, os itens pragmáticos não se diferenciaram nas três situações, mas alguns itens sintático-semânticos, sim. Os indivíduos usam diferentes tipos de elementos de encadeamento e de engajamento, sendo que estes apresentaram maior relação com a ocupação do espaço comunicativo e de funções regulatórias. Os resultados indicaram que as habilidades pragmáticas parecem ser um arcabouço sobre o qual habilidades mais refinadas de linguagem se desenvolvem.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Habilidades conversacionais de crianças com transtornos do espectro autístico Conversational abilities of children with autism spectrum disorders 2012-12-04Fernanda Dreux Miranda FernandesDebora Maria Befi LopesAna Luiza Pereira Gomes Pinto NavasJacy PerissinotoHaydée Fiszbein WertznerLiliane Perroud MiilherUniversidade de São PauloCiências da ReabilitaçãoUSPBR Autism Child Comunication Conversação Fonoaudiologia Interação interpessoal Interaction among Language Linguagem Phonoaudiology Transtorno autístico A interação entre pessoas é essencial à vida em sociedade. As conversas são uma das formas mais comuns de interação. Ainda que estas sejam uma ação natural para muitas pessoas, constituem-se um desafio nos quadros do espectro do autismo, no qual as dificuldades de linguagem e de engajamento social limitam a inserção real na vida comunitária. As desvantagens na linguagem e nas habilidades conversacionais em geral tem sido descritas há muitos anos sem que se saiba ao certo as relações entre estes itens. A fim de investigar estas questões esta pesquisa foi subdivida em três estudos que visaram fornecer elementos para uma micro análise pragmática, sintático-semântica e uma macro analise conversacional. Participaram deste estudo dez indivíduos com diagnóstico pertencente aos Transtornos do Espectro do Autismo com idades entre 5;6 a 16:8 anos (média de 9:6 anos). Nove participantes eram do gênero masculino e todos foram diagnosticados por médicos psiquiatras segundo os critérios do DSM-IV. Todos foram filmados em três situações com diferentes demandas: situação Aniversário (demanda social), situação Lego® (demanda cognitiva) e situação Livro (demanda linguística). A metodologia empregada nos três estudos incluiu a análise de uma amostra de fala espontânea coletada a partir de filmagens de interações fonoaudiólogo-criança. Para a análise foram transcritos os cinco minutos iniciais de cada filmagem. O primeiro estudo analisou variáveis pragmáticas referentes ao espaço comunicativo, uso dos meios comunicativos e total de atos tanto nas iniciativas quanto no total de participações (iniciativas e respostas), bem como a qualificação das respostas e o uso de diferentes funções comunicativas. O segundo estudo analisou o uso de termos de estado psicológico, o uso de termos referenciais, o tipo de relação semântica estabelecida e o tipo de estrutura sintática utilizado pelos participantes. Nos dois primeiros estudos, as três situações foram comparadas entre si. O terceiro estudo investigou elementos de encadeamento e de engajamento conversacional na situação Livro. Os resultados indicaram que, genericamente, os itens pragmáticos não se diferenciaram nas três situações, mas alguns itens sintático-semânticos, sim. Os indivíduos usam diferentes tipos de elementos de encadeamento e de engajamento, sendo que estes apresentaram maior relação com a ocupação do espaço comunicativo e de funções regulatórias. Os resultados indicaram que as habilidades pragmáticas parecem ser um arcabouço sobre o qual habilidades mais refinadas de linguagem se desenvolvem. Interaction among people is essential to life within any society. Talks are one of the most common means of interaction. Although they are a natural behavior to most people, they are a challenge to people within the autism spectrum to whom language and social engagement difficulties pose a real limit to community living. The impairments in language and conversational skills have been described for many years but there is still no agreement about which and how are the interactions among them. In order to assess these issues the present research comprises three studies aiming to provide elements to a pragmatic and syntactic-semantic micro-analysis and a conversational macro-analysis. Participants were ten subjects with diagnosis within the autism spectrum with ages varying between 5:6 and 16:8 years (average 9:6 years). Nine participants were male and all were diagnosed by psychiatrists according to the DSM-IV criteria. All participants were filmed in three situations with different demands: Birthday situation (social demand), Lego® situation (cognitive demand) and Book situation (linguistic demand). The method used on the three studies included the analysis of a filmed spontaneous speech sample during interaction between speech-language therapist and the child. To the analysis the first five minutes of each sample were transcribed. The first study analyzed the pragmatic variables referring to the communicative space, use of communicative means and total communicative acts including initiatives and total of participations (initiatives and responses) as well as the qualification of the responses and use of different communicative functions. The second study analyzed the use of terms of psychological status, referential terms, the kind of semantic relation determined and the kind of syntactic structure used by the participants. On the first two studies the three situations were compared with each other. The third study assessed the linking and conversational engaging elements during the Book situation. Results show that, generically, the pragmatic items didn\'t vary in the three different situations, but some syntactic-semantic elements did. Subjects use different types of linking and engaging elements and they were more associated with occupation of the communicative space and use of regulatory functions. Results suggest that the pragmatic skills seem to be the basis over which more refined linguistic abilities develop. https://doi.org/10.11606/T.5.2012.tde-09012013-174947info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:30:32Zoai:teses.usp.br:tde-09012013-174947Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:21:50.732858Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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