Análise da agricultura utilizando multiplicadores da matriz de contabilidade social (SAM), 1985-1995

• Autor(a) principal: Sampaio, Armando Vaz
• Data de Publicação: 2000
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20191220-115311/
• topic: AGRICULTURA; ANÁLISE ECONÔMICA; GASTOS AGRÍCOLAS; MATRIZ DE CONTABILIDADE SOCIAL; RELAÇÕES INTERSETORIAIS; RENDA AGRÍCOLA

Este estudo procura verificar o comportamento do setor agrícola em relação aos outros setores e as modificações dos fluxos de rendas e gastos nos anos de 1985 - 1995. Nesse período, a pressão inflacionária era alta, havia um forte política de incentivo à exportação com o objetivo de obter divisas para saldar os compromissos externos do país e a partir de 1985 foram implantados diversos planos de estabilização, apenas o último deles, implantado em junho de 1994 (Plano Real) obteve sucesso no controle da inflação. O método utilizado para analisar as relações intersetoriais e os fluxos de rendas e gastos foi a matriz de contabilidade social (SAM). O primeiro objetivo do trabalho é a construção da SAM para o Brasil e a análise da economia brasileira utilizando tais matrizes; o segundo objetivo é calcular os multiplicadores da SAM (Ma) para verificar os efeitos de um choque de demanda nas atividades produtivas, nos mercados de fatores e nas instituições famílias. Esses multiplicadores foram decompostos pelo método multiplicativo e aditivo, para verificar os efeitos indiretos do choque de demanda. Por último foi utilizada a estrutura da SAM para calcular o excedente agrícola e urbano. A SAM construída é formada por 57 contas, conta atividades (21 setores), conta produto (21 setores), mercado de fatores (4 contas), instituição família (2 contas), governo (1 conta), impostos (4 contas), margens (1 conta), conta capital (1 conta), estoque (1 conta) e resto do mundo (1 conta). Verificou-se a modificação do comércio exterior nesse período, a exportações representaram 12,52% e 7,58% do PIB em 1985 e 1995 respectivamente, já as importações representaram 7,23% e 9,04% do PIB em 1985 e 1995, respectivamente. Em 1985 havia um superávit comercial de 5,30% do PIB e em 1995 passou para um déficit comercial de 1,46% do PIB. A participação do consumo intermediário e do consumo do governo na demanda doméstica total nos anos de 1985 e 1995, variou de 47,47% a 39,71% e de 7,20% a 11,16%, respectivamente. O efeito de um choque de demanda nos setores produtivos (21 setores) e seu impactos na agricultura mostraram que os multiplicadores da SAM (Ma) foram maiores em 1985 quando comparados com 1995. O excedente agrícola total foi de 0,526% e 0,153% do PIB nos anos de 1985 e 1995, respectivamente; o elemento que contribuiu para essa diminuição foi o setor externo. Já o excedente urbano total foi de 13,73% e 19,34% do PIB nos anos de 1985 e 1995, respectivamente; o elemento que contribui para esse aumento foi o mercado doméstico.