Efeitos de jejum no forrageio e a importância dos tricobótrios na captura de presa no escorpião amarelo Tityus serrulatus (Arachnida: Buthidae)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-11042017-153104/ |
Resumo: | Sob o efeito do jejum os animais podem se comportar de várias maneiras e mudar a estratégia de forrageio, se arriscar mais ao se alimentar e responder mais rapidamente à presença da presa. Animais ectotérmicos e de metabolismo baixo são bastante afetados pelo jejum, construindo menos abrigos, se alimentando mais e se tornando mais ativos. Escorpiões são predadores predominantemente senta-e-espera mas que podem também deslocar-se em busca de suas presas, especialmente artrópodes. No forrageio, eles dependem de vibrações do substrato e de correntes de ar para localizar e capturar a presa. Esses estímulos são detectados por estruturas como os órgãos em fenda (fina região da cutícula onde ocorrem fendas que detectam vibrações do substrato) e os tricobótrios, que são longas cerdas sensíveis ao deslocamento de ar. Escorpiões são equipados com tricobótrios, mas a função comportamental destas cerdas nesse táxon nunca foi testada experimentalmente. No primeiro capítulo, testamos as hipóteses de que escorpiões em jejum se locomoveriam mais, detectariam mais rapidamente a presa e que a taxa de captura seria maior. Para medir a locomoção, nós dividimos a arena em quadrantes de 11 x 11cm e quantificamos o número de quadrantes utilizados, o número de mudanças de quadrantes e se o animal estava andando ou parado em cada observação. Para quantificar mudanças no limiar de detecção, nós medimos a distância em centímetros e a latência em segundos para detectar a presa. Para medir se houve diferenças na taxa de captura, nós contamos em ambos os grupos o número total de sujeitos experimentais que capturaram o grilo. Nós não encontramos diferenças entre os tratamentos em nenhuma das variáveis medidas. No segundo capítulo, testamos a hipótese de que os tricobótrios são importantes para captura de presas para escorpiões. Previmos que os sujeitos experimentais sem tricobótrios experimentalmente removidos teriam menor sucesso de captura do que os grupos controles (cerda controle removida/controle do procedimento experimental/controle sem manuseio). Previmos ainda que escorpiões sem tricobótrios teriam um maior número de tentativas de captura, que a latência para detecção e para a primeira tentativa de captura seriam maiores e que se orientariam menos vezes para a presa do que animais controle. Colocamos um sujeito experimental e um grilo sem o par de pernas III em uma arena circular com papel sulfite como substrato e filmamos os sujeitos experimentais. Nós não encontramos diferenças nas variáveis medidas entre os grupos comparados. Concluindo, os resultados do primeiro capítulo indicam que talvez o tempo de jejum não tenha sido longo o suficiente para influenciar mudanças no comportamento de forrageio e/ou as diferenças podem aparecer em outros comportamentos não medidos, como o tempo de ingestão. No segundo capítulo, os resultados indicam que os tricobótrios não são essenciais para captura de presas. Dessa forma, outras presas e substratos que atenuam vibrações do substrato devem ser considerados em estudos futuros |
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Efeitos de jejum no forrageio e a importância dos tricobótrios na captura de presa no escorpião amarelo Tityus serrulatus (Arachnida: Buthidae)The effects of starvation on forage behavior and the importance of trichobothria in prey capture of the yellow scorpion Tityus serrulatus (Arachnida: Buthidae)Capture successJejumScorpionesScorpionesStarvationSucesso de capturaTrichobothriaTricobótrioSob o efeito do jejum os animais podem se comportar de várias maneiras e mudar a estratégia de forrageio, se arriscar mais ao se alimentar e responder mais rapidamente à presença da presa. Animais ectotérmicos e de metabolismo baixo são bastante afetados pelo jejum, construindo menos abrigos, se alimentando mais e se tornando mais ativos. Escorpiões são predadores predominantemente senta-e-espera mas que podem também deslocar-se em busca de suas presas, especialmente artrópodes. No forrageio, eles dependem de vibrações do substrato e de correntes de ar para localizar e capturar a presa. Esses estímulos são detectados por estruturas como os órgãos em fenda (fina região da cutícula onde ocorrem fendas que detectam vibrações do substrato) e os tricobótrios, que são longas cerdas sensíveis ao deslocamento de ar. Escorpiões são equipados com tricobótrios, mas a função comportamental destas cerdas nesse táxon nunca foi testada experimentalmente. No primeiro capítulo, testamos as hipóteses de que escorpiões em jejum se locomoveriam mais, detectariam mais rapidamente a presa e que a taxa de captura seria maior. Para medir a locomoção, nós dividimos a arena em quadrantes de 11 x 11cm e quantificamos o número de quadrantes utilizados, o número de mudanças de quadrantes e se o animal estava andando ou parado em cada observação. Para quantificar mudanças no limiar de detecção, nós medimos a distância em centímetros e a latência em segundos para detectar a presa. Para medir se houve diferenças na taxa de captura, nós contamos em ambos os grupos o número total de sujeitos experimentais que capturaram o grilo. Nós não encontramos diferenças entre os tratamentos em nenhuma das variáveis medidas. No segundo capítulo, testamos a hipótese de que os tricobótrios são importantes para captura de presas para escorpiões. Previmos que os sujeitos experimentais sem tricobótrios experimentalmente removidos teriam menor sucesso de captura do que os grupos controles (cerda controle removida/controle do procedimento experimental/controle sem manuseio). Previmos ainda que escorpiões sem tricobótrios teriam um maior número de tentativas de captura, que a latência para detecção e para a primeira tentativa de captura seriam maiores e que se orientariam menos vezes para a presa do que animais controle. Colocamos um sujeito experimental e um grilo sem o par de pernas III em uma arena circular com papel sulfite como substrato e filmamos os sujeitos experimentais. Nós não encontramos diferenças nas variáveis medidas entre os grupos comparados. Concluindo, os resultados do primeiro capítulo indicam que talvez o tempo de jejum não tenha sido longo o suficiente para influenciar mudanças no comportamento de forrageio e/ou as diferenças podem aparecer em outros comportamentos não medidos, como o tempo de ingestão. No segundo capítulo, os resultados indicam que os tricobótrios não são essenciais para captura de presas. Dessa forma, outras presas e substratos que atenuam vibrações do substrato devem ser considerados em estudos futurosUnder starvation, animals might behave in different ways and change their foraging strategy, become risk-prone while feeding and respond more quickly to the presence of prey. Ectothermic and with low metabolism animals are greatly affected by starvation, building less burrows, feeding more and becoming more active. Scorpions are predominantly sit-and-wait predators but they may also move in search for prey, especially arthropods. While foraging, they rely on substrate borne vibrations and air displacement to detect and capture prey. These stimuli are detect by sensory structures such as slit sense organs, (a thin region on the cuticle that bears slit that detect substrate borne vibration) and trichobothria, which are long setae sensitive to air displacement. Scorpions are equipped with trichobothria, however, the specific behavioral function of these sensilla on this taxa has never been experimentally tested. In the first chapter, we hypothesized that starved scorpions would become more roving, that the threshold to detection would decrease and that the capture rate would increase. To measure locomotion, we divided the arena into squares of 11 x 11 cm and quantified the number of squares used, the number of square changes and if the animal was walking or staying still in each observation. To quantify changes in the detection threshold, we measured the distance in centimeters and latency in seconds to detect the crickets. To measure if there was a difference in capture rate, we counted in both groups the total number of experimental subjects that captured the cricket. We found no differences between treatments in any of the measured variables. In the second chapter, we tested the hypothesis that trichobothria on pedipalps are important for scorpions to capture prey. We predicted that experimental subjects without trichobothria experimentally removed would be less successful in capturing prey than the control groups (control seta removed/control of experimental procedure/no handling control). We also predicted that scorpions without trichobothria would have a higher number of capture attempts, that the latency to detect prey and to the first capture attempt would be higher and the number of times that each scorpion oriented its body towards the prey would be lower. We used an experimental subject and a cricket without the pair of legs III in a circular arena with a printer paper as substrate and then record the experimental subjects. We did not find differences in the measured variables between the two groups. In conclusion, the results of the first chapter indicate that perhaps the starvation period has not been long enough to influence changes on foraging behavior and/or the differences may appear in other behaviors, such as ingestion time. In the second chapter, the results indicate that trichobothria are not essential for capture prey. Thus, other prey and substrates that attenuate substrate borne vibrations should be considered in future studiesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPWillemart, Rodrigo HirataMurayama, Gabriel Pimenta2017-02-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-11042017-153104/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T15:44:41Zoai:teses.usp.br:tde-11042017-153104Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T15:44:41Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Sob o efeito do jejum os animais podem se comportar de várias maneiras e mudar a estratégia de forrageio, se arriscar mais ao se alimentar e responder mais rapidamente à presença da presa. Animais ectotérmicos e de metabolismo baixo são bastante afetados pelo jejum, construindo menos abrigos, se alimentando mais e se tornando mais ativos. Escorpiões são predadores predominantemente senta-e-espera mas que podem também deslocar-se em busca de suas presas, especialmente artrópodes. No forrageio, eles dependem de vibrações do substrato e de correntes de ar para localizar e capturar a presa. Esses estímulos são detectados por estruturas como os órgãos em fenda (fina região da cutícula onde ocorrem fendas que detectam vibrações do substrato) e os tricobótrios, que são longas cerdas sensíveis ao deslocamento de ar. Escorpiões são equipados com tricobótrios, mas a função comportamental destas cerdas nesse táxon nunca foi testada experimentalmente. No primeiro capítulo, testamos as hipóteses de que escorpiões em jejum se locomoveriam mais, detectariam mais rapidamente a presa e que a taxa de captura seria maior. Para medir a locomoção, nós dividimos a arena em quadrantes de 11 x 11cm e quantificamos o número de quadrantes utilizados, o número de mudanças de quadrantes e se o animal estava andando ou parado em cada observação. Para quantificar mudanças no limiar de detecção, nós medimos a distância em centímetros e a latência em segundos para detectar a presa. Para medir se houve diferenças na taxa de captura, nós contamos em ambos os grupos o número total de sujeitos experimentais que capturaram o grilo. Nós não encontramos diferenças entre os tratamentos em nenhuma das variáveis medidas. No segundo capítulo, testamos a hipótese de que os tricobótrios são importantes para captura de presas para escorpiões. Previmos que os sujeitos experimentais sem tricobótrios experimentalmente removidos teriam menor sucesso de captura do que os grupos controles (cerda controle removida/controle do procedimento experimental/controle sem manuseio). Previmos ainda que escorpiões sem tricobótrios teriam um maior número de tentativas de captura, que a latência para detecção e para a primeira tentativa de captura seriam maiores e que se orientariam menos vezes para a presa do que animais controle. Colocamos um sujeito experimental e um grilo sem o par de pernas III em uma arena circular com papel sulfite como substrato e filmamos os sujeitos experimentais. Nós não encontramos diferenças nas variáveis medidas entre os grupos comparados. Concluindo, os resultados do primeiro capítulo indicam que talvez o tempo de jejum não tenha sido longo o suficiente para influenciar mudanças no comportamento de forrageio e/ou as diferenças podem aparecer em outros comportamentos não medidos, como o tempo de ingestão. No segundo capítulo, os resultados indicam que os tricobótrios não são essenciais para captura de presas. Dessa forma, outras presas e substratos que atenuam vibrações do substrato devem ser considerados em estudos futuros |
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