A configuração do dativo de terceira pessoa no português do Brasil e no português europeu com enfoque na fala do fortalezense culto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dantas, Maria Alves Maia
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-31012008-102247/
Resumo: Baseada em amostras (corpus) de língua oral do português brasileiro e europeu, este trabalho investiga as estratégias de substituição dos clíticos dativos de terceira pessoa no português do Brasil e no português europeu, bem como o uso de preposições introdutórias do dativo representado por sintagmas nominais. O objetivo é verificar as evidências de possível mudança paramétrica na variedade brasileira e evidenciar diferenças entre as alternativas utilizadas pelos falantes dos dois sistemas lingüísticos. Enfoca o uso dos complementos dativos de terceira pessoa em várias formas de representação na fala de nativos com grau superior de escolaridade (falante culto) da cidade de Fortaleza, Ceará (inquéritos do corpus Porcufort) e na fala de portugueses europeus (inquéritos do corpus CRPC), com verbos ditransitivos de transferência material e transferência verbal. Trabalhos científicos recentes indicam modificações no uso dos clíticos dativos de terceira pessoa na variedade do Brasil, distanciando-se do uso no português europeu. Os resultados sinalizam consideráveis diferenças entre as duas variedades: enquanto o português europeu faz largo uso dos clíticos dativo de terceira pessoa, no português do Brasil verifica-se sua substituição por estratégias alternativas como o uso de pronomes tônicos anafóricos, ou mesmo do objeto nulo. Os dados estudados na pesquisa apontam para a confirmação da hipótese de Galves (2001) de que competências gramaticais do PE e do PB são diferentes e tendem a distanciar-se na fala cotidiana. Verificou-se também que o PB não possui as construções de núcleo aplicativo realizadas no PE, conforme demonstrado na proposta de Torres Morais (2007) em que se evidencia que, no PE, o argumento interno dativo de verbos de transferência material e verbal é licenciado por um núcleo aplicativo que se realiza mediante a presença obrigatória da preposição a, marcador de Caso dativo. O PB perdeu a capacidade de realizar esse dativo, pois seus complementos verbais são introduzidos por preposições lexicais, o que impossibilita as construções de núcleo aplicativo com a configuração verificada no PE, mas o PB apresenta outra forma de configurá-lo: as construções de objeto duplo.
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O objetivo é verificar as evidências de possível mudança paramétrica na variedade brasileira e evidenciar diferenças entre as alternativas utilizadas pelos falantes dos dois sistemas lingüísticos. Enfoca o uso dos complementos dativos de terceira pessoa em várias formas de representação na fala de nativos com grau superior de escolaridade (falante culto) da cidade de Fortaleza, Ceará (inquéritos do corpus Porcufort) e na fala de portugueses europeus (inquéritos do corpus CRPC), com verbos ditransitivos de transferência material e transferência verbal. Trabalhos científicos recentes indicam modificações no uso dos clíticos dativos de terceira pessoa na variedade do Brasil, distanciando-se do uso no português europeu. Os resultados sinalizam consideráveis diferenças entre as duas variedades: enquanto o português europeu faz largo uso dos clíticos dativo de terceira pessoa, no português do Brasil verifica-se sua substituição por estratégias alternativas como o uso de pronomes tônicos anafóricos, ou mesmo do objeto nulo. Os dados estudados na pesquisa apontam para a confirmação da hipótese de Galves (2001) de que competências gramaticais do PE e do PB são diferentes e tendem a distanciar-se na fala cotidiana. Verificou-se também que o PB não possui as construções de núcleo aplicativo realizadas no PE, conforme demonstrado na proposta de Torres Morais (2007) em que se evidencia que, no PE, o argumento interno dativo de verbos de transferência material e verbal é licenciado por um núcleo aplicativo que se realiza mediante a presença obrigatória da preposição a, marcador de Caso dativo. O PB perdeu a capacidade de realizar esse dativo, pois seus complementos verbais são introduzidos por preposições lexicais, o que impossibilita as construções de núcleo aplicativo com a configuração verificada no PE, mas o PB apresenta outra forma de configurá-lo: as construções de objeto duplo.Based in samples (corpus) of verbal language of the Brazilian and European Portuguese, this work investigates the strategies of substitution of the 3rd. person dative clitics in the Brazilian Portuguese and the European Portuguese, as well as the use of introductory prepositions of the dative represented for lexical DP. The objective is to verify the evidences of possible parametric change in the Brazilian variety and to evidence the differences between the alternatives used for the talkers of the two linguistic systems. It focuses the use of the 3rd. person dative clitics complements in several forms of representation in the speech of natives with superior degree (cult talker) of the city of Fortaleza, Ceará (inquiries of the Porcufort corpus) and in speaks of European Portugueses (inquiries of corpus CRPC), with ditransitive verbs of concrete transference and conceptual transference. Recent scientific trials indicate modifications in the use of the appointed 3rd. person dative clitics in the variety of Brazil, is separating itself from the European one.The results pointed to considerable differences between the two varieties: while the European Portuguese uses of the 3rd. person dative clitics, in the Brazilian Portuguese is possible to verify its substitution for alternative strategies as the use of anaphoric strong pronouns, or the null object. The data studied in this work point out to the confirmation of the hypothesis of Galves (2001) of that grammatical abilities of the European Portuguese and the Brazilian Portuguese are different and tend to become more distant themselves in speak speech. It was also verified that the Brazilian Portuguese does not have constructions of applicative head of the European Portuguese, as demonstrated in the proposal of Torres Morais (2007) which evidences that, in the European Portuguese, the internal appointed argument of concrete and cognitive transference is permitted by a applicative head that carries through by means of the obligator presence of the preposition \"a\", marking of dative case marker. The Brazilian Portuguese lost the capacity to carry through this dative, therefore its verbal complements are introduced by lexical prepositions, that means they don\'t realize the applicative head with the configuration verified in the European Portuguese, but they have another form to configure it: double object constructionsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMorais, Maria Aparecida Correa R TorresDantas, Maria Alves Maia2007-10-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-31012008-102247/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:55Zoai:teses.usp.br:tde-31012008-102247Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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