A imagem mental e a construção do conhecimento: um estudo piagetiano sobre a cognição de crianças e adolescentes comTranstorno do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Patricia Lorena
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-09112021-153437/
Resumo: Objetivos: O presente trabalho se propôs a investigar, sob o enfoque da epistemologia genética piagetiana, se existe preponderância da imagem mental no pensamento das crianças e dos adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e as possíveis correlações entre esta preponderância e a falta de coerência central. Justificativa: Alguns estudiosos do Transtorno do Espectro Autista afirmam que indivíduos acometidos com esta síndrome possuem um pensamento com predominância da imagem mental e, além disso, tendência a não contextualizar suas percepções, por causa de uma fraca coerência central. Para Piaget, a imagem mental é uma das expressões da função semiótica, a qual regula o pensamento da criança em uma etapa do desenvolvimento em que se consolida a capacidade de representar o real por meio do pensamento. A imagem mental é construída ao longo da evolução da imitação e é um representante (significante) dos objetos. Ao contrário, o conceito é formado por meio das construções efetuadas no estágio sensório-motor (aproximadamente de zero a dois anos) e é representado pela linguagem (significante). Para a epistemologia genética, nessa etapa do desenvolvimento em que a imagem mental exerce papel preponderante sobre o conceito (aproximadamente, dos dois aos seis anos), o pensamento da criança raciocina por meio da intuição, por falta da operação. Além disso, há presença de sincretismo (a criança faz associações desconexas) e prevalece a ausência da noção de contexto. Método: Esta pesquisa foi delineada com método experimental em dois cortes transversais: o primeiro representado pela investigação do surgimento da imagem mental representativa e o segundo, representado pela superação do egocentrismo intelectual, por meio da construção da operação, momento em que a imagem mental representativa perde sua posição preponderante e passa a apoiar os aspectos operatórios do raciocínio dedutivo. Foram recrutados, em uma Organização não Governamental situada na cidade de Guarulhos SP, crianças e adolescentes diagnosticados com TEA, distribuídos em dois grupos experimentais: Grupo 1 - composto por participantes com idade de três anos e zero meses até onze anos e onze meses, verbais ou não; Grupo 2 - composto por participantes acima de onze anos e onze meses, verbais. A presente investigação não incluiu um grupo controle formado por crianças típicas, para comparação dos resultados, apoiando-se nas evidências consolidadas e robustas da teoria de Jean Piaget. Para a seleção, foram utilizados os testes de inteligência: SON-R 2¹/² 7 [a], aplicados nos participantes até os sete anos e onze meses de idade e as Escalas Wechsler reduzida WASI, nos participantes acima desta idade. Além disso, todos os participantes foram avaliados pela Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland, pela Escala de Rastreio de Sintomas Autísticos (ATA) e pela Childhood Autism Rating Scale (Cars-Br) para averiguação de presença de sintomas autísticos e de ausência de Deficiência Intelectual. Foram selecionados trinta e três participantes para o Grupo 1 e sete participantes para o Grupo 2 (houve prejuízos na coleta de dados devido à pandemia de Covid-19). Para averiguar a coerência central dos participantes do Grupo 1, foram aplicados os seguintes procedimentos: subteste de Cubos do WASI e montagem de quebra cabeças com e sem o desenho das peças; aos participantes do Grupo 2, foram aplicados os mesmos procedimentos do Grupo 1, acrescidos de duas provas verbais, uma tarefa de completar sentenças e uma prova de provérbios. Para a averiguação da preponderância da imagem mental de todos os participantes de pesquisa, foram aplicados os seguintes procedimentos: tarefas piagetianas relacionadas a construção da noção de objeto e a construção da combinação mental; protocolo de observação da imitação. Além destas tarefas, foram aplicadas provas piagetianas relacionadas a construção de quatro etapas da imagem mental: investigação da imagem reprodutora estática e cinética elementar; investigação da imagem antecipadora cinética e antecipadora transformadora. Resultados e conclusão: Os resultados deste trabalho concluíram que não há correlação entre a fraca coerência central e a preponderância da imagem mental sobre o pensamento das crianças e dos adolescentes com TEA, confirmando afirmações da epistemologia genética, a qual classifica as imagens mentais como representação. As crianças com TEA, menores de doze anos não evidenciaram a imagem mental representativa, portanto, têm a percepção como principal regulador de suas condutas. Já os adolescentes com TEA demonstraram preponderância da imagem mental em seus pensamentos, em detrimento do conceito. O estudo permitiu concluir que indivíduos diagnosticados com TEA utilizam mais imagens do que conceitos para representar os objetos e as ações, independentemente da idade e sem correlação com coerência central, o que contribui para o planejamento de intervenções com esta população
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Para Piaget, a imagem mental é uma das expressões da função semiótica, a qual regula o pensamento da criança em uma etapa do desenvolvimento em que se consolida a capacidade de representar o real por meio do pensamento. A imagem mental é construída ao longo da evolução da imitação e é um representante (significante) dos objetos. Ao contrário, o conceito é formado por meio das construções efetuadas no estágio sensório-motor (aproximadamente de zero a dois anos) e é representado pela linguagem (significante). Para a epistemologia genética, nessa etapa do desenvolvimento em que a imagem mental exerce papel preponderante sobre o conceito (aproximadamente, dos dois aos seis anos), o pensamento da criança raciocina por meio da intuição, por falta da operação. Além disso, há presença de sincretismo (a criança faz associações desconexas) e prevalece a ausência da noção de contexto. Método: Esta pesquisa foi delineada com método experimental em dois cortes transversais: o primeiro representado pela investigação do surgimento da imagem mental representativa e o segundo, representado pela superação do egocentrismo intelectual, por meio da construção da operação, momento em que a imagem mental representativa perde sua posição preponderante e passa a apoiar os aspectos operatórios do raciocínio dedutivo. Foram recrutados, em uma Organização não Governamental situada na cidade de Guarulhos SP, crianças e adolescentes diagnosticados com TEA, distribuídos em dois grupos experimentais: Grupo 1 - composto por participantes com idade de três anos e zero meses até onze anos e onze meses, verbais ou não; Grupo 2 - composto por participantes acima de onze anos e onze meses, verbais. A presente investigação não incluiu um grupo controle formado por crianças típicas, para comparação dos resultados, apoiando-se nas evidências consolidadas e robustas da teoria de Jean Piaget. Para a seleção, foram utilizados os testes de inteligência: SON-R 2¹/² 7 [a], aplicados nos participantes até os sete anos e onze meses de idade e as Escalas Wechsler reduzida WASI, nos participantes acima desta idade. Além disso, todos os participantes foram avaliados pela Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland, pela Escala de Rastreio de Sintomas Autísticos (ATA) e pela Childhood Autism Rating Scale (Cars-Br) para averiguação de presença de sintomas autísticos e de ausência de Deficiência Intelectual. Foram selecionados trinta e três participantes para o Grupo 1 e sete participantes para o Grupo 2 (houve prejuízos na coleta de dados devido à pandemia de Covid-19). Para averiguar a coerência central dos participantes do Grupo 1, foram aplicados os seguintes procedimentos: subteste de Cubos do WASI e montagem de quebra cabeças com e sem o desenho das peças; aos participantes do Grupo 2, foram aplicados os mesmos procedimentos do Grupo 1, acrescidos de duas provas verbais, uma tarefa de completar sentenças e uma prova de provérbios. Para a averiguação da preponderância da imagem mental de todos os participantes de pesquisa, foram aplicados os seguintes procedimentos: tarefas piagetianas relacionadas a construção da noção de objeto e a construção da combinação mental; protocolo de observação da imitação. Além destas tarefas, foram aplicadas provas piagetianas relacionadas a construção de quatro etapas da imagem mental: investigação da imagem reprodutora estática e cinética elementar; investigação da imagem antecipadora cinética e antecipadora transformadora. Resultados e conclusão: Os resultados deste trabalho concluíram que não há correlação entre a fraca coerência central e a preponderância da imagem mental sobre o pensamento das crianças e dos adolescentes com TEA, confirmando afirmações da epistemologia genética, a qual classifica as imagens mentais como representação. As crianças com TEA, menores de doze anos não evidenciaram a imagem mental representativa, portanto, têm a percepção como principal regulador de suas condutas. Já os adolescentes com TEA demonstraram preponderância da imagem mental em seus pensamentos, em detrimento do conceito. O estudo permitiu concluir que indivíduos diagnosticados com TEA utilizam mais imagens do que conceitos para representar os objetos e as ações, independentemente da idade e sem correlação com coerência central, o que contribui para o planejamento de intervenções com esta populaçãoObjectives: The present study sought to investigate, from the perspective of Piagetian genetic epistemology, whether there is a mental image preponderance in the thinking process of children and adolescents with Autism Spectrum Disorder (ASD) and the possible correlations between this preponderance and lack of central coherence. Justification: Some scholars of Autistic Spectrum Disorder claim that individuals affected by this syndrome have predominant mental image thinking and addition, tend not to contextualize their perceptions, because of a weak central coherence. For Piaget, the mental image is one of the expressions of the semiotic function, which regulates the child\'s thinking at a development stage in which the ability to represent the real through thought is consolidated. The mental image is built over the imitation evolution and is a representative (significant) of objects. On the contrary, the concept is formed through constructions carried out in the sensorimotor stage (approximately from 0 to two years) and is represented by language (significant). For the genetic epistemology, at this development stage, in which the mental image plays a preponderant role over the concept (approximately, from two to six years of age), the child\'s thinking reasons through intuition due to a lack of operation. Furthermore, there is a presence of syncretism (the child makes disconnected associations) and the absence of the notion of context prevails. Method: This research was conceived to apply an experimental method with two cross-sections: the first being the investigation on the emergence of representative mental image and the second being the overcoming of intellectual egocentrism, through the construction of the operation, when the representative mental image loses its preponderant position and proceeds to support operative aspects of deductive reasoning. Diagnosed children and adolescents were recruited in a Non-Governmental Organization located in the city of Guarulhos SP and divided into two experimental groups: Group 1 - composed of participants with ASD, aged from three years and zero months to eleven years and eleven months, verbal or not; Group 2 - composed of participants with ASD, over eleven years and eleven months, verbal. The present investigation did not include a control group formed by typical children, for result comparison, because of the consolidated and robust evidence shown in Jean Piaget\'s theory. For selection, the following intelligence tests were used: SON-R 2¹/² 7 [a], applied to participants up to seven years and eleven months of age and the Wechsler Abbreviated Scale of Intelligence WASI, in participants above this age. In addition, all participants were assessed using Vinelands Adaptive Behavior Scale, the scale of autistic traits (ATA), and the Childhood Autism Rating Scale (Cars-Br) to assess the presence of autistic symptoms and absence of Intellectual Disability. Thirty-three participants were selected for Group 1 and seven participants for Group 2 (there were losses in data collection due to the Covid-19 pandemic). To determine the Central Coherence of the participants in Group 1, the following procedures were applied: WASI Cubes subtest and puzzle assembly with and without the drawings on the pieces; the same procedures of Group 1 were applied to the participants of Group 2, plus two verbal tests: a task to complete sentences and a test of proverbs. The following procedures were applied to verify the mental image preponderance of all research participants: Piagetian tasks related to the construction of the object notion and the construction of mental combination and; imitation observation protocol. Besides these tasks, Piagetian tests related to the construction of four stages of the mental image were applied: investigation of the static reproductive image and the elementary kinetic image; investigation of the kinetic anticipating image and the anticipating transforming image. Results and Conclusion: The results of this study concluded that there is no correlation between weak central coherence and the preponderance of mental image on the thinking process of children and adolescents with ASD, confirming the genetic epistemology, which classifies mental images as representation. Children under twelve years of age with ASD did not show representative mental image, therefore, they have perception as the main regulator of their behavior. Adolescents with ASD, on the other hand, showed a preponderance of the mental image in their thoughts to the detriment of concept. The study allowed us to conclude that individuals diagnosed with ASD use more images than concepts to represent objects and actions, regardless of age and without correlation with central coherence, which contributes to the planning of interventions with this populationBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Maria Thereza Costa Coelho deGonçalves, Patricia Lorena2021-08-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-09112021-153437/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-11-10T20:21:02Zoai:teses.usp.br:tde-09112021-153437Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-11-10T20:21:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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