Infância e literatura infantil: o que pensam, dizem e fazem as crianças a partir da leitura de histórias? A produção de culturas infantis no 1º ano do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Samori, Debora Perillo
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-20012012-135103/
Resumo: Este estudo discute a produção de culturas infantis a partir do contato das crianças com literatura infantil e com os livros como objetos culturais no contexto escolar. Para tanto, foi realizada uma pesquisa com abordagem etnográfica, por meio do acompanhamento de um grupo de crianças do primeiro ano do ensino fundamental numa escola municipal da cidade de São Paulo, em 2010. Considerando a entrada de crianças de seis anos no 1º ano e não mais na educação infantil, a ampliação de duração do ensino fundamental (pelas Leis federais no. 11.114/05 e no. 11.274/06, respectivamente) e as políticas públicas federais e municipais de incentivo à leitura literária e de acesso aos livros, procurou-se verificar como se dá a produção de culturas infantis nas relações sociais e por meio da relação com a literatura infantil, os livros e suas vidas. Além do registro em diário de campo a partir das observações do cotidiano do grupo, outro instrumento utilizado para obtenção dos dados foi a realização de entrevistas coletivas com grupos de crianças. Parte-se dos pressupostos teóricos da Sociologia da Infância, dos estudos interpretativos da infância, da competência das crianças e da metodologia da pesquisa com crianças. A análise dos dados obtidos permite afirmar que as crianças produzem culturas nas relações entre pares por meio da relação direta da literatura com suas vidas, da comparação entre histórias por meio de aspectos literários, da criação de novos estatutos para as ilustrações presentes na literatura infantil e das brincadeiras com a linguagem. Além disso, as crianças se relacionam com os livros como artefatos culturais, quando eles passam a ser objetos de disputa, de conflito e negociação. Os dados revelaram também que a organização do espaço e a rotina para o acesso aos livros na escola são feitas e controladas por adultos, o que pode limitar a livre iniciativa das crianças. Parece ser possível afirmar que, ainda assim, as crianças criam estratégias de compartilhamento dos livros, vivem conflitos e criam seus próprios critérios de escolha, compreendendo melhor os papéis sociais vivenciados nestas situações.
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Considerando a entrada de crianças de seis anos no 1º ano e não mais na educação infantil, a ampliação de duração do ensino fundamental (pelas Leis federais no. 11.114/05 e no. 11.274/06, respectivamente) e as políticas públicas federais e municipais de incentivo à leitura literária e de acesso aos livros, procurou-se verificar como se dá a produção de culturas infantis nas relações sociais e por meio da relação com a literatura infantil, os livros e suas vidas. Além do registro em diário de campo a partir das observações do cotidiano do grupo, outro instrumento utilizado para obtenção dos dados foi a realização de entrevistas coletivas com grupos de crianças. Parte-se dos pressupostos teóricos da Sociologia da Infância, dos estudos interpretativos da infância, da competência das crianças e da metodologia da pesquisa com crianças. A análise dos dados obtidos permite afirmar que as crianças produzem culturas nas relações entre pares por meio da relação direta da literatura com suas vidas, da comparação entre histórias por meio de aspectos literários, da criação de novos estatutos para as ilustrações presentes na literatura infantil e das brincadeiras com a linguagem. Além disso, as crianças se relacionam com os livros como artefatos culturais, quando eles passam a ser objetos de disputa, de conflito e negociação. Os dados revelaram também que a organização do espaço e a rotina para o acesso aos livros na escola são feitas e controladas por adultos, o que pode limitar a livre iniciativa das crianças. Parece ser possível afirmar que, ainda assim, as crianças criam estratégias de compartilhamento dos livros, vivem conflitos e criam seus próprios critérios de escolha, compreendendo melhor os papéis sociais vivenciados nestas situações.This study discusses the production of childrens cultures from their contact with children\'s literature books as cultural objects in the school context. For this purpose, a research was conducted with an ethnographic approach within a group of children in the first year of elementary school in a public school in São Paulo in 2010. Considering the entry of six years old children at the 1st year instead of in the early childhood education, the enlargement of elementary schools duration (by federal laws. 11.114/05 and. 11.274/06, respectively) and the federal and municipal public policies to encourage literary reading and access to books, this research has aimed to understand the production of children\'s culture and social relations through the relationship with children\'s literature, books and their lives. In addition to the field diary observations of everyday life of the group, another tool used for data collection was collective interviews with groups of children. It starts with the theoretical assumptions of the Sociology of Childhood, interpretive studies of childhood, the competence of children and research methodology with children. The analysis of data suggests that children produce culture in peer relations through the direct relationship between literature and their lives, through comparing stories based on literary aspects, by creating new statutes for the illustrations in children\'s literature and by language games. Moreover, children relate to books as artifacts, when they become objects of contention, conflict and negotiation. The data also revealed that the organization of space and routine access to books in school are made and controlled by adults, which may limit childrens free initiative. Despite that it seems possible to say that children create strategies for sharing books, living conflicts and create their own selection criteria, including better social roles experienced in these situations.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNascimento, Maria Letícia Barros PedrosoSamori, Debora Perillo2011-11-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-20012012-135103/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-20012012-135103Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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