Psicoterapia: possibilidades de depreensão da imagem do sujeito discursivo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-19072010-134201/ |
Resumo: | A Semiótica greimasiana é formulada como uma teoria da significação, cuja preocupação principal é explicitar as condições de apreensão e da produção do sentido, sob a forma de construção conceitual. Partimos do postulado saussuriano segundo o qual a significação é entendida como a criação e/ou apreensão das diferenças. A busca do sentido partiu, na presente pesquisa, de um objeto empírico, entendido como o enunciado da sessão de psicoterapia. Utilizamos o percurso gerativo de sentido como instrumento teórico-metodológico, que possibilitou a depreensão do estilo; a) gênero sessão de psicoterapia; b) do psicoterapeuta de uma das sessões. Outros três pilares teóricos empregados foram o conceito de gênero discursivo de Bakhtin, o conceito de éthos da Análise do Discurso de linha francesa e o estudo da prosódia, tal como encontrado em Carmo Jr. Pela análise do gênero discursivo, sugerimos que o diálogo da psicoterapia tem como característica principal o embasamento científico. Ter a \"Análise do Comportamento\" de base skinneriana como discurso fundador é um dos principais quesitos que torna o gênero psicoterapia diferente de outro gênero conversacional. A esfera de circulação do gênero engloba o discurso enquanto ciência do comportamento humano, dada no contexto de tratamento por um profissional da área da saúde. Psicoterapeuta e paciente são agentes desse discurso, que fazem crer na existência de dois sujeitos enunciadores, cada um modelado por um conjunto de determinados valores sociais. Uma característica em comum dos terapeutas nas quatro sessões foi a busca constante do objeto-que-falta aos pacientes. A partir de sua relação com o sujeitopaciente, cada sujeito-terapeuta cria um tipo diferente de programa narrativo a ser cumprido, para que o paciente possa adquirir competência. Não pode o terapeuta doar diretamente o objeto-valor ao paciente, não se fornece pronta a \"autonomia\", por exemplo; consegue-se, no entanto, criá-la ou construí-la a partir de um percurso no qual se alteram as competências do destinatário-paciente. Dever, querer, saber e poder fazer são modalidades, assentadas num contrato de fidúcia peculiar ao gênero. A confiança entre os atores sociais envolvidos numa sessão de psicoterapia supõe um acordo próprio ao gênero. |
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Psicoterapia: possibilidades de depreensão da imagem do sujeito discursivoPsicoterapia: possibilidades de depreensão da imagem do sujeito discursivoDiscursive gender.Discurso fundadorEstiloEthosÉthosGênero discursivoOriginator discoursePsicoterapiaPsychotherapieSemióticaSemioticsStyleA Semiótica greimasiana é formulada como uma teoria da significação, cuja preocupação principal é explicitar as condições de apreensão e da produção do sentido, sob a forma de construção conceitual. Partimos do postulado saussuriano segundo o qual a significação é entendida como a criação e/ou apreensão das diferenças. A busca do sentido partiu, na presente pesquisa, de um objeto empírico, entendido como o enunciado da sessão de psicoterapia. Utilizamos o percurso gerativo de sentido como instrumento teórico-metodológico, que possibilitou a depreensão do estilo; a) gênero sessão de psicoterapia; b) do psicoterapeuta de uma das sessões. Outros três pilares teóricos empregados foram o conceito de gênero discursivo de Bakhtin, o conceito de éthos da Análise do Discurso de linha francesa e o estudo da prosódia, tal como encontrado em Carmo Jr. Pela análise do gênero discursivo, sugerimos que o diálogo da psicoterapia tem como característica principal o embasamento científico. Ter a \"Análise do Comportamento\" de base skinneriana como discurso fundador é um dos principais quesitos que torna o gênero psicoterapia diferente de outro gênero conversacional. A esfera de circulação do gênero engloba o discurso enquanto ciência do comportamento humano, dada no contexto de tratamento por um profissional da área da saúde. Psicoterapeuta e paciente são agentes desse discurso, que fazem crer na existência de dois sujeitos enunciadores, cada um modelado por um conjunto de determinados valores sociais. Uma característica em comum dos terapeutas nas quatro sessões foi a busca constante do objeto-que-falta aos pacientes. A partir de sua relação com o sujeitopaciente, cada sujeito-terapeuta cria um tipo diferente de programa narrativo a ser cumprido, para que o paciente possa adquirir competência. Não pode o terapeuta doar diretamente o objeto-valor ao paciente, não se fornece pronta a \"autonomia\", por exemplo; consegue-se, no entanto, criá-la ou construí-la a partir de um percurso no qual se alteram as competências do destinatário-paciente. Dever, querer, saber e poder fazer são modalidades, assentadas num contrato de fidúcia peculiar ao gênero. A confiança entre os atores sociais envolvidos numa sessão de psicoterapia supõe um acordo próprio ao gênero.Greimas\' Semiotics is formulated as a theory of the sence under the conceptual construction form, which the main concern is to explain the apprehension conditions, and the meaning production. Starting with Saussure\'s postulates, where signification is understood as a creation and/or an apprehension of differences. The search for meaning started, in this research, from an empiric object understood as the utterance of psychotherapeutic sessions. We use the generative way of the sense as a theoretical-methodological tool that allowed the gathering of the style in a) the kind of psychotherapeutic session and b) the psychotherapist of the session. From the concept of gender by Bakhitin, the concept of ethos by the Analyzes of the Discourse from the French scholars, and the studies of prosody, as found in Carmo Jr. By the analyses of the discursive gender, we proppose that the psychotherapeutic dialog has, as the main characteristic, a scientific base. Skinner\'s Behavior Analyses, as a background discourse, makes the psychotherapeutic gender different from the conversational gender. The circulation sphere of the gender embodies the discourse as the science of human behavior inside the treatment context given by a health professional. Psychotherapist and patient are agents of this discourse, that make believe on the existence of two subjects, each one modeled by a set of determined social values. A common characteristic in therapists on four sessions was the constant search for the \"missing object\" in the patients. From that relation with the subjectpatient, each subject-therapist creates a different kind of narrative program to be accomplished so that he/she can acquire the competence. The therapist can\'t give the object of value to his/her patient right away. We can\'t give him the \"autonomy\". We can, however, create it or build it from the course in which the recipient person\'s competence is changed. The need, the wish, the knowledge and the power to act are modalities rested on a peculiar trust contract with the gender. The reliance between the social actors in a psychotherapeutic session assumes an agreement of the gender.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCampos, Norma Discini deMoraes, Luciana Soman2010-05-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-19072010-134201/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:08Zoai:teses.usp.br:tde-19072010-134201Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Semiótica greimasiana é formulada como uma teoria da significação, cuja preocupação principal é explicitar as condições de apreensão e da produção do sentido, sob a forma de construção conceitual. Partimos do postulado saussuriano segundo o qual a significação é entendida como a criação e/ou apreensão das diferenças. A busca do sentido partiu, na presente pesquisa, de um objeto empírico, entendido como o enunciado da sessão de psicoterapia. Utilizamos o percurso gerativo de sentido como instrumento teórico-metodológico, que possibilitou a depreensão do estilo; a) gênero sessão de psicoterapia; b) do psicoterapeuta de uma das sessões. Outros três pilares teóricos empregados foram o conceito de gênero discursivo de Bakhtin, o conceito de éthos da Análise do Discurso de linha francesa e o estudo da prosódia, tal como encontrado em Carmo Jr. Pela análise do gênero discursivo, sugerimos que o diálogo da psicoterapia tem como característica principal o embasamento científico. Ter a \"Análise do Comportamento\" de base skinneriana como discurso fundador é um dos principais quesitos que torna o gênero psicoterapia diferente de outro gênero conversacional. A esfera de circulação do gênero engloba o discurso enquanto ciência do comportamento humano, dada no contexto de tratamento por um profissional da área da saúde. Psicoterapeuta e paciente são agentes desse discurso, que fazem crer na existência de dois sujeitos enunciadores, cada um modelado por um conjunto de determinados valores sociais. Uma característica em comum dos terapeutas nas quatro sessões foi a busca constante do objeto-que-falta aos pacientes. A partir de sua relação com o sujeitopaciente, cada sujeito-terapeuta cria um tipo diferente de programa narrativo a ser cumprido, para que o paciente possa adquirir competência. Não pode o terapeuta doar diretamente o objeto-valor ao paciente, não se fornece pronta a \"autonomia\", por exemplo; consegue-se, no entanto, criá-la ou construí-la a partir de um percurso no qual se alteram as competências do destinatário-paciente. Dever, querer, saber e poder fazer são modalidades, assentadas num contrato de fidúcia peculiar ao gênero. A confiança entre os atores sociais envolvidos numa sessão de psicoterapia supõe um acordo próprio ao gênero. |
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