A eletrificação em Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moraes, Fábio Farias de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-21022020-143822/
Resumo: Desde o início até a última década do século XX, as funções do Estado relativas aos serviços públicos de fornecimento de energia elétrica aumentaram e modificaram-se em Santa Catarina. No movimento geral da economia brasileira, o processo de centralização de comando sobre a produção colocou as trajetórias da eletrificação dos estados, antes díspares, em linha, sob o diapasão do governo central. Em uma primeira fase, o processo de eletrificação brasileiro e catarinense dependeu de investimentos privados, nacionais e estrangeiros, que recebiam a concessão das municipalidades. Mas, logo que as cidades se expandiram e a urbanidade as caracterizou, a pressão da demanda diante da crônica insuficiência da oferta privada de energia elétrica estrangulava a economia, e o Estado interveio, convocado a agir em um momento de hegemonia das ideias desenvolvimentistas. Santa Catarina, assim como todo o Brasil, passou por uma intensa expansão do setor elétrico, patrocinada pelo investimento público, nas décadas de 1950 a 1970, cujo protagonismo dos governos estaduais dividiu palco com a União. Com o tempo, o governo federal foi responsabilizando-se, cada vez mais, pelos investimentos mais vultosos, mas o governo estadual se empenhou na formação de uma grande companhia distribuidora de energia elétrica. Esse mecanismo deu feição à universalização, quase completa, do acesso, interligação dos sistemas e uma forte ampliação da produção de energia elétrica. No fim do século XX, como efeito cumulativo de décadas de planejamento, já estava avançado o Sistema Interligado Nacional e alteravam-se, uma vez mais, os marcos legais para um setor, que, agora, passava por uma intensa privatização, com reflexos diretos em Santa Catarina. Na década de 1990, os escassos investimentos e abandono do planejamento conduziram a uma crise nacional de abastecimento de energia elétrica, que se tornaria dramática, por volta de 2001. Medidas emergenciais, tomadas na ocasião, afastaram temporariamente o problema. Todavia, foi após 2004, com a retomada do planejamento energético, intensificado a parir de 2007, que foi ampliada vigorosamente a geração de energia elétrica e completada, finalmente, a interconexão de todas as regiões do Brasil.
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Mas, logo que as cidades se expandiram e a urbanidade as caracterizou, a pressão da demanda diante da crônica insuficiência da oferta privada de energia elétrica estrangulava a economia, e o Estado interveio, convocado a agir em um momento de hegemonia das ideias desenvolvimentistas. Santa Catarina, assim como todo o Brasil, passou por uma intensa expansão do setor elétrico, patrocinada pelo investimento público, nas décadas de 1950 a 1970, cujo protagonismo dos governos estaduais dividiu palco com a União. Com o tempo, o governo federal foi responsabilizando-se, cada vez mais, pelos investimentos mais vultosos, mas o governo estadual se empenhou na formação de uma grande companhia distribuidora de energia elétrica. Esse mecanismo deu feição à universalização, quase completa, do acesso, interligação dos sistemas e uma forte ampliação da produção de energia elétrica. No fim do século XX, como efeito cumulativo de décadas de planejamento, já estava avançado o Sistema Interligado Nacional e alteravam-se, uma vez mais, os marcos legais para um setor, que, agora, passava por uma intensa privatização, com reflexos diretos em Santa Catarina. Na década de 1990, os escassos investimentos e abandono do planejamento conduziram a uma crise nacional de abastecimento de energia elétrica, que se tornaria dramática, por volta de 2001. Medidas emergenciais, tomadas na ocasião, afastaram temporariamente o problema. Todavia, foi após 2004, com a retomada do planejamento energético, intensificado a parir de 2007, que foi ampliada vigorosamente a geração de energia elétrica e completada, finalmente, a interconexão de todas as regiões do Brasil.From the beginning, until the last decade of the twentieth century, the state\'s functions regarding electric utilities increased and changed in Santa Catarina. In the general movement of the Brazilian economy, the process of centralizing command over production has put the trajectories of the previously disparate states\' electrification in line under the tuning fork of the central government. In a first phase, the Brazilian and Santa Catarina electrification process depended on private investments, both domestic and foreign, which received the concession from the municipalities. But as soon as cities expanded and urbanization characterized them, the pressure of demand in the face of the chronic inadequacy of private electricity supply strangled the economy, and the state intervened, called upon to act in a time of hegemony of developmental ideas. Santa Catarina, as well as the whole of Brazil, underwent an intense expansion of the electric sector, sponsored by public investment, in the 1950s to 1970s, whose protagonism of the state governments shared the stage with the Union. Over time, the federal government became responsible for more and more for the largest investments, but the state government has committed itself to forming a large electricity distribution company. This mechanism has given way to the almost complete universalization of access, interconnection of systems and a strong expansion of electricity production. By the end of the twentieth century, as a cumulative effect of decades of planning, the National Interconnected System was already advanced and the legal frameworks were changing once again for a sector that was now undergoing intense privatization, with direct reflexes in Santa Catarina. In the 1990s, scarce investment and abandonment of planning led to a dramatic national power supply crisis around 2001. Emergency measures, taken at the time, temporarily dispelled the problem. However, it was after 2004, with the resumption of energy planning, intensified from 2007, that the power generation was vigorously expanded and, finally, the interconnection of all regions of Brazil was completed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSaes, Alexandre MacchioneMoraes, Fábio Farias de2019-11-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-21022020-143822/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-02-21T20:41:01Zoai:teses.usp.br:tde-21022020-143822Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-21T20:41:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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