Impacto do envelhecimento populacional no atendimento de emergência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, João Carlos Pereira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-28022019-100750/
Resumo: Introdução: O estrato da população com 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente do que grupos etários mais jovens em todo o mundo. Há um aumento desproporcional nas visitas de idosos aos serviços médicos de emergência (SME), com taxas mais altas de resultados adversos. Objetivos: Descrever as características sociodemográficas do usuário do SME de um hospital terciário e investigar diferenças nos desfechos por sexo e idade. Desenho: Estudo analítico observacional transversal. Fonte de dados: Dados administrativos eletrônicos de saúde (2009 a 2013). Local do estudo: Pronto-Socorro do Instituto Central do Hospital das Clínicas, São Paulo, Brasil. Participantes: 222.387 adultos que visitaram o serviço de emergência terciária uma ou mais vezes durante o período. Métodos: As principais variáveis categóricas foram sexo, ano e faixa etária, que incluiu \"adultos jovens\": 18 a 39 anos; \"adultos maduros\": 40-59; \"idosos jovens\": 60-79; e \"muito idosos\": 80- 109. As variáveis contínuas foram idade, tempo de internação e tempo de permanência na UTI. Os desfechos foram hospitalização, estadia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito. Análise estatística: Calculamos a estatística descritiva; em seguida, construímos modelos lineares mistos generalizados (GLMM) para cada desfecho e estimamos as razões de chances (odds ratios - OR) com intervalo de confiança de 95% para as variáveis categóricas independentes. O nível de significância foi estabelecido em 5%, com correção de Bonferroni. Resultados: Analisamos 333.028 atendimentos consecutivos não programados no SME. A proporção dos atendimentos atribuídos aos adultos jovens diminuiu anualmente (44,4% para 38,2%), enquanto a de pessoas com 60 anos ou mais aumentou (24,1% para 29,9%). Os OR para internação, internação em UTI e mortalidade associada a idosos foram 3,49 (IC 95% = 3,15-3,87), 1,27 (1,15-1,39) e 5,93 (5,29-6,66) respectivamente, tendo como referência adultos jovens. O sexo masculino foi discretamente associado a hospitalização (OR= 1.37, IC 95%=1,30-1,44) e a mortalidade (OR=1.14, IC 95%=1,07-1,21). O tempo de permanência na UTI e o tempo de internação não diferiram entre os grupos etários. Conclusões: Entre 2009 e 2013, diminuiu a proporção de visitas dos adultos jovens no SME, enquanto a das pessoas com 60 anos ou mais cresceu. As taxas de hospitalização e de mortalidade aumentaram com a idade em ambos os sexos. A idade é um fator de risco relevante para hospitalização e mortalidade, mas não para internação em UTI. Os muito idosos correm maior risco e demandam estratificação adicional em subgrupos
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spelling Impacto do envelhecimento populacional no atendimento de emergênciaThe impact of population aging on the emergency departmentAged demographyAvaliação de resultados (cuidados de saúde)DemografiaEmergency medical servicesEmergency services hospitalEstudo observacionalIdosoObservational studyOutcome assessment (health care)Serviço hospitalar de emergênciaServiços médicos de emergênciaIntrodução: O estrato da população com 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente do que grupos etários mais jovens em todo o mundo. Há um aumento desproporcional nas visitas de idosos aos serviços médicos de emergência (SME), com taxas mais altas de resultados adversos. Objetivos: Descrever as características sociodemográficas do usuário do SME de um hospital terciário e investigar diferenças nos desfechos por sexo e idade. Desenho: Estudo analítico observacional transversal. Fonte de dados: Dados administrativos eletrônicos de saúde (2009 a 2013). Local do estudo: Pronto-Socorro do Instituto Central do Hospital das Clínicas, São Paulo, Brasil. Participantes: 222.387 adultos que visitaram o serviço de emergência terciária uma ou mais vezes durante o período. Métodos: As principais variáveis categóricas foram sexo, ano e faixa etária, que incluiu \"adultos jovens\": 18 a 39 anos; \"adultos maduros\": 40-59; \"idosos jovens\": 60-79; e \"muito idosos\": 80- 109. As variáveis contínuas foram idade, tempo de internação e tempo de permanência na UTI. Os desfechos foram hospitalização, estadia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito. Análise estatística: Calculamos a estatística descritiva; em seguida, construímos modelos lineares mistos generalizados (GLMM) para cada desfecho e estimamos as razões de chances (odds ratios - OR) com intervalo de confiança de 95% para as variáveis categóricas independentes. O nível de significância foi estabelecido em 5%, com correção de Bonferroni. Resultados: Analisamos 333.028 atendimentos consecutivos não programados no SME. A proporção dos atendimentos atribuídos aos adultos jovens diminuiu anualmente (44,4% para 38,2%), enquanto a de pessoas com 60 anos ou mais aumentou (24,1% para 29,9%). Os OR para internação, internação em UTI e mortalidade associada a idosos foram 3,49 (IC 95% = 3,15-3,87), 1,27 (1,15-1,39) e 5,93 (5,29-6,66) respectivamente, tendo como referência adultos jovens. O sexo masculino foi discretamente associado a hospitalização (OR= 1.37, IC 95%=1,30-1,44) e a mortalidade (OR=1.14, IC 95%=1,07-1,21). O tempo de permanência na UTI e o tempo de internação não diferiram entre os grupos etários. Conclusões: Entre 2009 e 2013, diminuiu a proporção de visitas dos adultos jovens no SME, enquanto a das pessoas com 60 anos ou mais cresceu. As taxas de hospitalização e de mortalidade aumentaram com a idade em ambos os sexos. A idade é um fator de risco relevante para hospitalização e mortalidade, mas não para internação em UTI. Os muito idosos correm maior risco e demandam estratificação adicional em subgruposBackground: The stratum of the population aged 60 years or over is growing faster than younger age-groups worldwide. There is a disproportional increase in Emergency Department (ED) visits by older people, with higher rates of adverse outcomes. Objectives: To describe the sociodemographic characteristics of ED users in a tertiary hospital and to investigate differences in outcomes by sex and age. Design: Observational cross-sectional analytic study. Data source: Administrative electronic health data (2009 to 2013). Setting: The ED of the Instituto Central do Hospital das Clínicas, São Paulo, Brazil. Participants: 222,387 adults who visited the tertiary ED one or more times during the period. Measurements: The main categorical variables were sex, year and age-group, which included \'young adults\': 18-39 years; \'adults\': 40-59; \'young-older adults\': 60-79; and \'old-older adults\': 80- 109. The continuous variables were age, length of hospital stay (LOS) and length of Intensive Care Unit stay (LIS). Outcomes were hospitalization, use of intensive care unit (ICU) and mortality. Statistical analysis: We calculated descriptive statistics; then, built generalized linear mixed models for each outcome to produce estimated Odds Ratios (95% confidence interval) for independent categorical variables. The significance level was 5% with Bonferroni correction. Results: We analyzed 333,028 consecutive unscheduled ED visits. The proportion of visits attributed to young adults decreased annually (44.4% to 38.2%), while those of people aged 60 or over increased (24.1% to 29.9%). ORs for hospitalization, intensive care use and mortality associated with old-older adults were 3.49 (95% CI= 3.15-3.87), 1.27 (1.15-1.39) and 5.93 (5.29-6.66) respectively, with young adults as the reference. Male sex was weakly associated with hospitalization (OR= 1.37, 95%CI=1,30-1,44) and mortality (OR=1.14, 95%CI=1,07-1,21). LOS and LIS did not differ among age groups. Conclusions: Between 2009 and 2013, the proportion of \'young adults\' ED visits reduced while those of people aged 60 or over increased. Hospitalization, ICU stay and mortality rates increased with age. Age is an important risk factor for hospitalization and mortality, but not for ICU admission. Old-older people are at the greatest risk and demand further subgroup stratificationBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJacob Filho, WilsonGomes, João Carlos Pereira2018-12-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-28022019-100750/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-09T23:21:59Zoai:teses.usp.br:tde-28022019-100750Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-09T23:21:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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