Avaliação da ingestão voluntária de formulação gelatinosa como alternativa à gavagem em estudos de curta duração em roedores
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-24062024-164101/ |
Resumo: | Considerando que o refinamento dos métodos experimentais é essencial para assegurar o bem-estar animal e obter resultados confiáveis, a ingestão voluntária surge como uma alternativa mais segura e menos estressante para a administração oral em roedores de laboratório. Nesse contexto, este estudo propôs uma abordagem inovadora para a administração de substâncias a camundongos e ratos, empregandoa ingestão voluntária por meio de uma formulação gelatinosa palatável e sem calorias como opção à gavagem orogástrica em ensaios de curta duração. O desenho experimental compreendeu dois experimentos, um com camundongos e outro com ratos, com o intuito de comparar as respostas comportamentais e metabólicas entre os grupos de ingestão voluntária e os submetidos à gavagem orogástrica. Inicialmente, conduziu-se um ensaio-piloto para ajustar a formulação gelatinosa, levando em consideração as preferências de sabor e aceitação pelos camundongos. No Experimento 1, com camundongos C57BL/6J, os grupos foram expostos, durante três semanas consecutivas, a uma formulação gelatinosa sabor caramelo, contendo ou não 30µl de esqualeno, em comparação aos grupos submetidos à gavagem. Foram avaliados parâmetros comportamentais e metabólicos. Os camundongos que receberam esqualeno via formulação gelatinosa apresentaram aumento de 2,7 vezes nas concentrações hepáticas do derivado isoprênico em comparação ao grupo controle. Os resultados indicaram uma preferência pela formulação adocicada, sem impacto no ganho de peso, mas com efeitos significativos na redução da ansiedade em testes comportamentais. No Experimento 2, ratos Wistar Kyoto, machos e fêmeas,foram expostos, por cinco dias consecutivos, a uma formulação gelatinosa com sabor bacon, em comparação aos grupos submetidos à gavagem, sendo avaliados os mesmos parâmetros. Ambas as formulações gelatinosas foram bem aceitas pelos animais, que apresentaram menor ansiedade em comparação à gavagem oral. A aceitação positiva da formulação sabor bacon foi evidenciada, sem influência no ganho de peso, mas com impacto na redução dos níveis de ansiedade em testes comportamentais. De maneira geral, os resultados indicaram que as formulações gelatinosas com sabor caramelo ou bacon são métodos eficazes de ingestão voluntária, reduzindo o estresse em camundongos e ratos. A preferência por sabores variou entre as espécies, com a formulação sabor caramelo mais atrativa para camundongos e a sabor bacon para ratos. A introdução de ambiente enriquecido e treinamento progressivo mostraram-se cruciais para superar a neofobia alimentar e garantir o consumo voluntário. A formulação gelatinosa com sabor caramelo, adoçada com estévia, mostrou-se promissora para administrar esqualeno em camundongos, sem afetar os parâmetros lipídicos. A escolha da estévia, um adoçante sem calorias, foi fundamentada em sua palatabilidade e capacidade de ser consumida pelos camundongos sem impactar significativamente sua dieta. Em síntese, as formulações gelatinosas com sabor caramelo ou bacon representaram métodos éticos e eficazes para promover a ingestão voluntária em estudos com roedores. A busca pela redução do estresse associado à administração de substâncias é crucial para aprimorar o bem- estar animal em pesquisas biomédicas, e a abordagem inovadora deste estudo destaca a importância de considerar o comportamento e as preferências alimentares dos animais. |
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Avaliação da ingestão voluntária de formulação gelatinosa como alternativa à gavagem em estudos de curta duração em roedoresAssessment of Voluntary Intake of Gelatinous Formulation as an Alternative to Gavage in Short-Term Studies in Rodents3 Rs3 RsAnimal welfareBem-estar animalFormulação gelatinosaGavageGavagemGelatinous formulationIngestão voluntáriaVoluntary intakeConsiderando que o refinamento dos métodos experimentais é essencial para assegurar o bem-estar animal e obter resultados confiáveis, a ingestão voluntária surge como uma alternativa mais segura e menos estressante para a administração oral em roedores de laboratório. Nesse contexto, este estudo propôs uma abordagem inovadora para a administração de substâncias a camundongos e ratos, empregandoa ingestão voluntária por meio de uma formulação gelatinosa palatável e sem calorias como opção à gavagem orogástrica em ensaios de curta duração. O desenho experimental compreendeu dois experimentos, um com camundongos e outro com ratos, com o intuito de comparar as respostas comportamentais e metabólicas entre os grupos de ingestão voluntária e os submetidos à gavagem orogástrica. Inicialmente, conduziu-se um ensaio-piloto para ajustar a formulação gelatinosa, levando em consideração as preferências de sabor e aceitação pelos camundongos. No Experimento 1, com camundongos C57BL/6J, os grupos foram expostos, durante três semanas consecutivas, a uma formulação gelatinosa sabor caramelo, contendo ou não 30µl de esqualeno, em comparação aos grupos submetidos à gavagem. Foram avaliados parâmetros comportamentais e metabólicos. Os camundongos que receberam esqualeno via formulação gelatinosa apresentaram aumento de 2,7 vezes nas concentrações hepáticas do derivado isoprênico em comparação ao grupo controle. Os resultados indicaram uma preferência pela formulação adocicada, sem impacto no ganho de peso, mas com efeitos significativos na redução da ansiedade em testes comportamentais. No Experimento 2, ratos Wistar Kyoto, machos e fêmeas,foram expostos, por cinco dias consecutivos, a uma formulação gelatinosa com sabor bacon, em comparação aos grupos submetidos à gavagem, sendo avaliados os mesmos parâmetros. Ambas as formulações gelatinosas foram bem aceitas pelos animais, que apresentaram menor ansiedade em comparação à gavagem oral. A aceitação positiva da formulação sabor bacon foi evidenciada, sem influência no ganho de peso, mas com impacto na redução dos níveis de ansiedade em testes comportamentais. De maneira geral, os resultados indicaram que as formulações gelatinosas com sabor caramelo ou bacon são métodos eficazes de ingestão voluntária, reduzindo o estresse em camundongos e ratos. A preferência por sabores variou entre as espécies, com a formulação sabor caramelo mais atrativa para camundongos e a sabor bacon para ratos. A introdução de ambiente enriquecido e treinamento progressivo mostraram-se cruciais para superar a neofobia alimentar e garantir o consumo voluntário. A formulação gelatinosa com sabor caramelo, adoçada com estévia, mostrou-se promissora para administrar esqualeno em camundongos, sem afetar os parâmetros lipídicos. A escolha da estévia, um adoçante sem calorias, foi fundamentada em sua palatabilidade e capacidade de ser consumida pelos camundongos sem impactar significativamente sua dieta. Em síntese, as formulações gelatinosas com sabor caramelo ou bacon representaram métodos éticos e eficazes para promover a ingestão voluntária em estudos com roedores. A busca pela redução do estresse associado à administração de substâncias é crucial para aprimorar o bem- estar animal em pesquisas biomédicas, e a abordagem inovadora deste estudo destaca a importância de considerar o comportamento e as preferências alimentares dos animais.Considering that refining experimental methods is essential to ensure animal well- being and obtain reliable results, voluntary intake emerges as a safer and less stressful alternative for oral administration in laboratory rodents. In this context, this study proposed an innovative approach to substance administration in mice and rats, employing voluntary intake through a palatable and calorie-free gelatinous formulation as an option to orogastric gavage in short-term assays. The experimental design comprised two experiments, one with mice and another with rats, aiming to compare behavioral and metabolic responses between voluntary intake groups and those subjected to orogastric gavage. Initially, a pilot trial was conducted to adjust the gelatinous formulation, considering flavor preferences and acceptance by mice. In Experiment 1, with C57BL/6J mice, groups were exposed for three consecutive weeks to a caramel-flavored gelatinous formulation, containing or not 30µl of squalene, compared to gavage-subjected groups. Behavioral and metabolic parameters were assessed. Mice receiving squalene via gelatinous formulation showed a 2.7-fold increase in hepatic concentrations of the isoprenic derivative compared to the control group. Results indicated a preference for the sweet formulation, with no impact on weight gain but significant effects on reducing anxiety in behavioral tests. In Experiment 2, Wistar Kyoto rats, both male and female, were exposed for five consecutive days to a bacon-flavored gelatinous formulation, compared to gavage- subjected groups, with the same parameters evaluated. Both gelatinous formulations were well accepted by the animals, showing lower anxiety compared to oral gavage. Positive acceptance of the bacon-flavored formulation was highlighted, with no influence on weight gain but with an impact on reducing anxiety levels in behavioral tests. Overall, the results indicated that caramel or bacon- flavored gelatinous formulations are effective methods for voluntary intake, reducing stress in mice and rats. Flavor preference varied between species, with the caramel flavor being more attractive to mice and the bacon flavor to rats. The introduction of enriched environments and progressive training proved crucial to overcoming food neophobia and ensuring voluntary consumption. The caramel-flavored gelatinous formulation, sweetened with stevia, showed promise in administering squalene to mice without affecting lipid parameters. The choice of stevia, a calorie-free sweetener, was based on its palatability and ability to be consumed by mice without significantly impacting their diet. In summary, caramel or bacon-flavored gelatinous formulations represented ethical and effective methods for promoting voluntary intake in rodent studies. The pursuit of reducing stress associated with substance administration is crucial for improving animal well-being in biomedical research, and the innovative approach of this study emphasizes the importance of considering animal behavior and food preferences.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMori, Claudia Madalena CabreraOng, Flavia de Moura Prates2024-04-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-24062024-164101/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-24T15:28:02Zoai:teses.usp.br:tde-24062024-164101Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-24T15:28:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Considerando que o refinamento dos métodos experimentais é essencial para assegurar o bem-estar animal e obter resultados confiáveis, a ingestão voluntária surge como uma alternativa mais segura e menos estressante para a administração oral em roedores de laboratório. Nesse contexto, este estudo propôs uma abordagem inovadora para a administração de substâncias a camundongos e ratos, empregandoa ingestão voluntária por meio de uma formulação gelatinosa palatável e sem calorias como opção à gavagem orogástrica em ensaios de curta duração. O desenho experimental compreendeu dois experimentos, um com camundongos e outro com ratos, com o intuito de comparar as respostas comportamentais e metabólicas entre os grupos de ingestão voluntária e os submetidos à gavagem orogástrica. Inicialmente, conduziu-se um ensaio-piloto para ajustar a formulação gelatinosa, levando em consideração as preferências de sabor e aceitação pelos camundongos. No Experimento 1, com camundongos C57BL/6J, os grupos foram expostos, durante três semanas consecutivas, a uma formulação gelatinosa sabor caramelo, contendo ou não 30µl de esqualeno, em comparação aos grupos submetidos à gavagem. Foram avaliados parâmetros comportamentais e metabólicos. Os camundongos que receberam esqualeno via formulação gelatinosa apresentaram aumento de 2,7 vezes nas concentrações hepáticas do derivado isoprênico em comparação ao grupo controle. Os resultados indicaram uma preferência pela formulação adocicada, sem impacto no ganho de peso, mas com efeitos significativos na redução da ansiedade em testes comportamentais. No Experimento 2, ratos Wistar Kyoto, machos e fêmeas,foram expostos, por cinco dias consecutivos, a uma formulação gelatinosa com sabor bacon, em comparação aos grupos submetidos à gavagem, sendo avaliados os mesmos parâmetros. Ambas as formulações gelatinosas foram bem aceitas pelos animais, que apresentaram menor ansiedade em comparação à gavagem oral. A aceitação positiva da formulação sabor bacon foi evidenciada, sem influência no ganho de peso, mas com impacto na redução dos níveis de ansiedade em testes comportamentais. De maneira geral, os resultados indicaram que as formulações gelatinosas com sabor caramelo ou bacon são métodos eficazes de ingestão voluntária, reduzindo o estresse em camundongos e ratos. A preferência por sabores variou entre as espécies, com a formulação sabor caramelo mais atrativa para camundongos e a sabor bacon para ratos. A introdução de ambiente enriquecido e treinamento progressivo mostraram-se cruciais para superar a neofobia alimentar e garantir o consumo voluntário. A formulação gelatinosa com sabor caramelo, adoçada com estévia, mostrou-se promissora para administrar esqualeno em camundongos, sem afetar os parâmetros lipídicos. A escolha da estévia, um adoçante sem calorias, foi fundamentada em sua palatabilidade e capacidade de ser consumida pelos camundongos sem impactar significativamente sua dieta. Em síntese, as formulações gelatinosas com sabor caramelo ou bacon representaram métodos éticos e eficazes para promover a ingestão voluntária em estudos com roedores. A busca pela redução do estresse associado à administração de substâncias é crucial para aprimorar o bem- estar animal em pesquisas biomédicas, e a abordagem inovadora deste estudo destaca a importância de considerar o comportamento e as preferências alimentares dos animais. |
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