Contribuição ao estudo da eficiência de pequenos fornos na produção de carvão vegetal destinado a alto forno

• Autor(a) principal: Moreira, Célio Soares
• Data de Publicação: 1964
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20231122-092949/
• topic: CARVÃO VEGETAL; PEQUENOS FORNOS; PRODUÇÃO

No presente trabalho, faz o autor um estudo da produção de carvão vegetal destinado à siderurgia, a qual, no Brasil, é largamente baseada no uso dêsse combustível. O conhecimento do problema, além da importância que tem para o desenvolvimento industrial da nação, poderá contribuir grandemente para a defesa do seu patrimônio florestal. E feita a comparação da eficiência, na produção de carvão, em quatro tipos de fornos de aquecimento direto, “construídos” de alvenaria, os quais representam os tipos mais difundidos no Brasil. Para isso foram construídos, na Secção de Horticultura da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, quatro fornos, um de cada tipo a ser estudado. A matéria prima utilizada para o fabrico do carvão foi a lenha de quatro espécies de eucaliptos, com diferentes pesos específicos aparentes, nas idades em que, comumente, são empregadas como lenha. São elas: E. saligna, E. alba, E. citriodora e E. punctata. O contrôle do forno, durante a carbonização, foi feito observando-se à fumaça resultante do processo, método êsse, usual no país. No planejamento estatístico do trabalho, considerou-se cada forno um bloco. Empregou-se lenha de uma só qualidade em cada fornada, sendo feitas três repetições para cada espécie de eucalipto, em cada tipo de forno. Ao todo foram feitas doze observações ou parcelas em cada forno, sendo a sequência delas, sorteada. Foram estudadas as características das lenhas, dos fornos e do carvão. Os resultados obtidos demonstram que a umidade da lenha empilhada, exposta a secamento, ao tempo, durante quatro meses, é uniforme. Também permitiram verificar que a densidade e a resistência do carvão dependeram da qualidade da lenha, enquanto que a velocidade de carbonização, o tempo necessário ao esfriamento do forno, a higroscopicidade do carvão e o rendimento da transformação da lenha em carvão, variaram em função do tipo de forno. Finalmente , verificou-se que as porcentagens de carbono fixo, de matéria volátil e de cinzas existentes no carvão não diferiram nos quatro tipos de fornos, quaisquer que fôssem as lenhas. Como principais conclusões, o trabalho permite as seguintes: independentemente da lenha utilizada, os fornos Iwate e de barranco apresentaram maior rendimento em carvão, e foram os de maior eficiência na produção de carbono fixo, sendo, portanto, os mais indicados para produção de carvão vegetal destinado aos altos fornos; das lenhas utilizadas, a do E. alba, pela precocidade e densidade, é a mais indicada para o fim mencionado.