Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bastos, Aidil Souza
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09102023-184457/
Resumo: Objetivo. As concepções sobre adolescência exaradas nos documentos oficiais da OMS e da OPAS, bem como dos trabalhos de natureza científica oriundos do campo do saber médico permitem que se apreenda um entendimento da adolescência atrelado à seqüência cronológica dos eventos vitais, à puberdade, à construção de um padrão típico de adolescente, e à idéia de risco. Desta forma, o objetivo geral consiste em cotejar e analisar as abordagens sobre adolescência na área da saúde: OMS/OPAS e medicina, e o objetivo específico em evidenciar os aspectos principais das concepções sobre adolescência presentes nos documentos oficiais na área da saúde coletiva. Metodologia. Trata-se de um estudo qualitativo, de análise de textos oficiais das recomendações OMS/OPAS, e dos artigos inseridos na base de dados Medline, no período de 2000-2002, na qual buscou-se a apreensão de elementos constitutivos de discurso escrito. Resultados. Os artigos médicos, de forma hegemônica entendem a adolescência como equivalente à puberdade e concebem o adolescente enquanto um corpo físico que ao funcionar adequadamente produz saúde e ao apresentar disfunção produz doença. Estes artigos, em sua maioria, buscam compreender a fisiologia em toda sua complexidade e deslocam o mental para o funcionamento cerebral. As conclusões dos estudos realizados com amostras são generalizadas para todos os adolescentes, uma vez que a anatomia e a fisiologia são iguais em todos os indivíduos, e o tratamento é pensado em termos individuais. Aqui o coletivo é a soma de corpos individuais. Apesar da concepção hegemônica da medicina apenas contemplar o aspecto biológico, o que a distancia da definição de adolescência da OMS (1975), encontram-se artigos médicos, classificados como Saúde Pública, Aspectos Legais, Psicologia, que apresentam uma concepção integradora, ou seja: concebem o adolescente como ser bio-psico-social. Nesses artigos o adoecer e o ter saúde não são apenas resultados fisiológicos, mas são vistos de maneira integrada consoante ao universo social, cultural e psicológico do adolescente. Discussões. O paradigma hegemônico da Medicina é o biológico, e dentro das fronteiras deste paradigma a medicina avançou tecnologicamente de forma impressionante. No entanto, compreender o processo saúde-doença e nele intervir exige um outro paradigma. Contudo, para a adolescência, especificamente, a OMS adota um outro paradigma no qual as dimensões bio-psico-social encontram-se integradas e contempladas. A tarefa de aprimorar este paradigma, que denominamos paradigma da Medicina Integral, depende de um esforço multidisciplinar, o que vem aproximá-Ia do campo da Saúde Pública.
id USP_d45b810689cb2385351d04912678625c
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-09102023-184457
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúdeViews about the adolescents: some conceptions in the area of healthAdolescenceAdolescênciaMedicinaMedicinePuberdadePubertyPublic HealthSaúde PúblicaObjetivo. As concepções sobre adolescência exaradas nos documentos oficiais da OMS e da OPAS, bem como dos trabalhos de natureza científica oriundos do campo do saber médico permitem que se apreenda um entendimento da adolescência atrelado à seqüência cronológica dos eventos vitais, à puberdade, à construção de um padrão típico de adolescente, e à idéia de risco. Desta forma, o objetivo geral consiste em cotejar e analisar as abordagens sobre adolescência na área da saúde: OMS/OPAS e medicina, e o objetivo específico em evidenciar os aspectos principais das concepções sobre adolescência presentes nos documentos oficiais na área da saúde coletiva. Metodologia. Trata-se de um estudo qualitativo, de análise de textos oficiais das recomendações OMS/OPAS, e dos artigos inseridos na base de dados Medline, no período de 2000-2002, na qual buscou-se a apreensão de elementos constitutivos de discurso escrito. Resultados. Os artigos médicos, de forma hegemônica entendem a adolescência como equivalente à puberdade e concebem o adolescente enquanto um corpo físico que ao funcionar adequadamente produz saúde e ao apresentar disfunção produz doença. Estes artigos, em sua maioria, buscam compreender a fisiologia em toda sua complexidade e deslocam o mental para o funcionamento cerebral. As conclusões dos estudos realizados com amostras são generalizadas para todos os adolescentes, uma vez que a anatomia e a fisiologia são iguais em todos os indivíduos, e o tratamento é pensado em termos individuais. Aqui o coletivo é a soma de corpos individuais. Apesar da concepção hegemônica da medicina apenas contemplar o aspecto biológico, o que a distancia da definição de adolescência da OMS (1975), encontram-se artigos médicos, classificados como Saúde Pública, Aspectos Legais, Psicologia, que apresentam uma concepção integradora, ou seja: concebem o adolescente como ser bio-psico-social. Nesses artigos o adoecer e o ter saúde não são apenas resultados fisiológicos, mas são vistos de maneira integrada consoante ao universo social, cultural e psicológico do adolescente. Discussões. O paradigma hegemônico da Medicina é o biológico, e dentro das fronteiras deste paradigma a medicina avançou tecnologicamente de forma impressionante. No entanto, compreender o processo saúde-doença e nele intervir exige um outro paradigma. Contudo, para a adolescência, especificamente, a OMS adota um outro paradigma no qual as dimensões bio-psico-social encontram-se integradas e contempladas. A tarefa de aprimorar este paradigma, que denominamos paradigma da Medicina Integral, depende de um esforço multidisciplinar, o que vem aproximá-Ia do campo da Saúde Pública.Objective. The conceptions about adolescence registred in the official documents of WHO/OPS, as well as those taken from works of scientific nature in the field of medical knowledge allow us to understand adolescence as linked to the chronological sequence of vital events, to puberty, to the construction of a typical sample of adolescent and to the idea of risk. Therefore, the general objective of this work consists in confronting and analysing the approaches to adolescence in the area of health: medicine and WHO/OPS, while the specific objective consists in evidencing the main aspects of the conceptions about adolescence to be found in the official documents in the area of social health. Methodologies. This is a qualitative study in which official texts about WHO/OPS recommendations have been analysed, as well as the articles inserted in the Medline data base between the years of 2000 and 2002, by which the understanding of constitutive elements of the written speech has been researched. Results. Medical articles hegemonically understand adolescence as an equivalent to puberty and they conceive the adolescent as a physical body which is either healthy because it works properly or presents an anomaly which causes disease. Most of these articles try to understand physiology in all its complexity, considering mental as functional or physical brain damages. The conclusions of these studies have been generalized for all adolescents by the use of samples, because anatomy and physiology are the same in all individuals, and the treatment is considered in terms of the individual. Here the colective is the result of the sum of individual bodies. Although the hegemonic approach to medicine has only seen the biological aspect, which makes it distant from the WHO\'s definition of adolescence (1975), there are some medical articles classified as Public Health, Legal Aspects, Psychology, which present an integrated approach: they conceive the adolescent as a biopsycho-social human being. In these articles health or disease are not only physiological results but they have also been regarded in an integrated way according to the adolescent\'s social, cultural and psychological universe. The hegemonic paradigm of medicine is biological, and inside the limits of this paradigm, medicine has had an impressive advance. But the existence of another paradigm is necessary, in order to understand the health-disease process and to be able to interfere in it. However, specifically for adolescence, WHO has adopted another paradigm, in which bio-psychosocial dimensions have been integrated and considered. The task of improving this paradigm, which we call Integral Medicine paradigm, depends on a multidisciplinary effort. The effort will be able to bring it closer to the field of Public Health.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPReis, Alberto Olavo AdvínculaBastos, Aidil Souza2003-09-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09102023-184457/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:12:47Zoai:teses.usp.br:tde-09102023-184457Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:12:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
Views about the adolescents: some conceptions in the area of health
title Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
spellingShingle Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
Bastos, Aidil Souza
Adolescence
Adolescência
Medicina
Medicine
Puberdade
Puberty
Public Health
Saúde Pública
title_short Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
title_full Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
title_fullStr Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
title_full_unstemmed Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
title_sort Visões acerca dos adolescentes: algumas concepções na área da saúde
author Bastos, Aidil Souza
author_facet Bastos, Aidil Souza
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Reis, Alberto Olavo Advíncula
dc.contributor.author.fl_str_mv Bastos, Aidil Souza
dc.subject.por.fl_str_mv Adolescence
Adolescência
Medicina
Medicine
Puberdade
Puberty
Public Health
Saúde Pública
topic Adolescence
Adolescência
Medicina
Medicine
Puberdade
Puberty
Public Health
Saúde Pública
description Objetivo. As concepções sobre adolescência exaradas nos documentos oficiais da OMS e da OPAS, bem como dos trabalhos de natureza científica oriundos do campo do saber médico permitem que se apreenda um entendimento da adolescência atrelado à seqüência cronológica dos eventos vitais, à puberdade, à construção de um padrão típico de adolescente, e à idéia de risco. Desta forma, o objetivo geral consiste em cotejar e analisar as abordagens sobre adolescência na área da saúde: OMS/OPAS e medicina, e o objetivo específico em evidenciar os aspectos principais das concepções sobre adolescência presentes nos documentos oficiais na área da saúde coletiva. Metodologia. Trata-se de um estudo qualitativo, de análise de textos oficiais das recomendações OMS/OPAS, e dos artigos inseridos na base de dados Medline, no período de 2000-2002, na qual buscou-se a apreensão de elementos constitutivos de discurso escrito. Resultados. Os artigos médicos, de forma hegemônica entendem a adolescência como equivalente à puberdade e concebem o adolescente enquanto um corpo físico que ao funcionar adequadamente produz saúde e ao apresentar disfunção produz doença. Estes artigos, em sua maioria, buscam compreender a fisiologia em toda sua complexidade e deslocam o mental para o funcionamento cerebral. As conclusões dos estudos realizados com amostras são generalizadas para todos os adolescentes, uma vez que a anatomia e a fisiologia são iguais em todos os indivíduos, e o tratamento é pensado em termos individuais. Aqui o coletivo é a soma de corpos individuais. Apesar da concepção hegemônica da medicina apenas contemplar o aspecto biológico, o que a distancia da definição de adolescência da OMS (1975), encontram-se artigos médicos, classificados como Saúde Pública, Aspectos Legais, Psicologia, que apresentam uma concepção integradora, ou seja: concebem o adolescente como ser bio-psico-social. Nesses artigos o adoecer e o ter saúde não são apenas resultados fisiológicos, mas são vistos de maneira integrada consoante ao universo social, cultural e psicológico do adolescente. Discussões. O paradigma hegemônico da Medicina é o biológico, e dentro das fronteiras deste paradigma a medicina avançou tecnologicamente de forma impressionante. No entanto, compreender o processo saúde-doença e nele intervir exige um outro paradigma. Contudo, para a adolescência, especificamente, a OMS adota um outro paradigma no qual as dimensões bio-psico-social encontram-se integradas e contempladas. A tarefa de aprimorar este paradigma, que denominamos paradigma da Medicina Integral, depende de um esforço multidisciplinar, o que vem aproximá-Ia do campo da Saúde Pública.
publishDate 2003
dc.date.none.fl_str_mv 2003-09-29
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09102023-184457/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09102023-184457/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815256498917343232