Intervenção com familiares, usuários de álcool e álcool mais outras drogas: um estudo clínico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-17082017-185007/ |
Resumo: | A Atenção Primária à Saúde (APS) pode ser uma possibilidade de acesso a usuários de álcool em uso de risco ou dependência, sendo a Intervenção Breve (IB) uma possiblidade de intervenção. Este estudo clínico randomizado por cluster objetiva verificar a efetividade da IB quando comparado ao grupo controle. Os participantes do estudo (Grupo Intervenção - GI - e Grupo Controle - GC) foram contatados por visita domiciliar após indicação dos serviços de Estratégia de Saúde da Família (ESF) da região Oeste de Saúde de Ribeirão Preto - SP. Os usuários inclusos foram usuários maiores de 18 anos e com escore de consumo >= 7, segundo AUDIT. Os instrumentos utilizados foram AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test), ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test), perfil sociodemográfico e Diário de consumo de álcool. Após as intervenções foram realizados follow-up de um mês e seis meses após término da última intervenção. As medidas quantitativas de desfecho foram a pontuação no instrumento AUDIT, na qual se utilizou as alterações na pontuação do instrumento como balizador para verificar a efetividade das intervenções. No grupo intervenção realizou-se ainda uma entrevista semiestruturada. A análise estatística foi feita com uso Regressão Linear Multinível para a amostra do estudo (23 participantes) e o mesmo com a amostra simulada de 30, 50 e 100 participantes hipotéticos. Os 23 participantes (12 do GI e 11 do GC) tinham média de idade em 48.2 anos, sendo 16 participantes homens (nove no GI e sete no GC). Sobre os anos de estudo, a média foi de 7.8 anos (GI a média foi de 9.5 e no GC 6.3 anos). No total, foram realizadas 323 visitas domiciliares. Referente consumo, a bebida mais escolhida foi cerveja e 15 dos 23 participantes não sabiam expressar como se sentiam antes da ingestão de bebida alcoólica. No que diz respeito ao uso de outras drogas na vida, dez participantes da amostra usavam apenas álcool (quatro do GI e seis do GC). Sete participantes usavam álcool e tabaco (quatro GI e três GC). Cinco participantes eram usuários de múltiplas drogas (3 GI e 2 GC). Entre as múltiplas drogas, as mais comuns foram a maconha e a cocaína. Sobre o comportamento de consumo abusivo de álcool episódico o consumo mais abusivo variou de 2,85 a 16, 2 doses. A média dos AUDIT durante o follow up não diferiu muito. A média de AUDIT do GI foi de 15.5 (T0), 16.25 (T1) e 11.6 (T2). Para o GC a média foi de 15.36 (T0), 8.1 (T1), 16.36 (T2). Sobre os resultados da efeito multinivel misto, na amostra real deste estudo não houve diferença significativa (p= 0.80) entre os grupo intervenção e controle, embora tenha sido observado efeito da intervenção. Sobre os dados prevenientes da simulação com tamanho amostral de 30, 50 e 100 participantes hipotéticos, não teve significância estatística, embora o efeito seja mantido. No que se refere aos resultados qualitativos, processados em três classes pelo software Alceste, foram analisados 74% do conteúdo textual, com riqueza de palavras de 94.05%, cujo conteúdo resultou em três classes: classe 1, com 33% da análise e correspondeu ao contexto geral do beber: pessoas e ocasiões que promovem ou desestimulam o beber, e os estímulos foram encontros com os amigos, os sentimentos negativos e às relações sociais; classe 2, 28% da análise e fez alusão ao indivíduo estar dependente de drogas em geral, situou o consumo de todas as substâncias (incluído o álcool) num contexto prejudicial; classe 3, que predominou com 39%, referiu-se ao indivíduo nos aspectos frequência, quantidade e abandono do consumo. Dados referentes ao perfil da amostra, bebida de escolha e influência cultural foram corroborados em outros estudos. Apareceu ainda que, o consumo de álcool não está vinculado apenas às preferências pessoais. O estudo revelou ser possível realizar a IB, todavia, há necessidade de encontrar as estratégias mais efetivas para contactar os usuários e envolver suas famílias e a equipe local dos serviços de saúde. O conhecimento de aspectos qualitativos mostrou que o consumo ligado ao hábito cotidiano pareceu se relacionar a padrão de consumo mensal alto, por isso, mais danoso. Inferiu-se ainda que nesta amostra esse padrão de consumo pode ser devido à carência de orientações e aconselhamento dos profissionais de saúde sobre o hábito de beber. As vivências sociais foram relacionadas ao consumo, prover espaços e momentos de lazer na comunidade sem o incentivo ao uso de álcool e/ou substâncias psicoativas, poderia auxiliar na diminuição do consumo ou abstinência das mesmas |
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Os instrumentos utilizados foram AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test), ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test), perfil sociodemográfico e Diário de consumo de álcool. Após as intervenções foram realizados follow-up de um mês e seis meses após término da última intervenção. As medidas quantitativas de desfecho foram a pontuação no instrumento AUDIT, na qual se utilizou as alterações na pontuação do instrumento como balizador para verificar a efetividade das intervenções. No grupo intervenção realizou-se ainda uma entrevista semiestruturada. A análise estatística foi feita com uso Regressão Linear Multinível para a amostra do estudo (23 participantes) e o mesmo com a amostra simulada de 30, 50 e 100 participantes hipotéticos. Os 23 participantes (12 do GI e 11 do GC) tinham média de idade em 48.2 anos, sendo 16 participantes homens (nove no GI e sete no GC). Sobre os anos de estudo, a média foi de 7.8 anos (GI a média foi de 9.5 e no GC 6.3 anos). No total, foram realizadas 323 visitas domiciliares. Referente consumo, a bebida mais escolhida foi cerveja e 15 dos 23 participantes não sabiam expressar como se sentiam antes da ingestão de bebida alcoólica. No que diz respeito ao uso de outras drogas na vida, dez participantes da amostra usavam apenas álcool (quatro do GI e seis do GC). Sete participantes usavam álcool e tabaco (quatro GI e três GC). Cinco participantes eram usuários de múltiplas drogas (3 GI e 2 GC). Entre as múltiplas drogas, as mais comuns foram a maconha e a cocaína. Sobre o comportamento de consumo abusivo de álcool episódico o consumo mais abusivo variou de 2,85 a 16, 2 doses. A média dos AUDIT durante o follow up não diferiu muito. A média de AUDIT do GI foi de 15.5 (T0), 16.25 (T1) e 11.6 (T2). Para o GC a média foi de 15.36 (T0), 8.1 (T1), 16.36 (T2). Sobre os resultados da efeito multinivel misto, na amostra real deste estudo não houve diferença significativa (p= 0.80) entre os grupo intervenção e controle, embora tenha sido observado efeito da intervenção. Sobre os dados prevenientes da simulação com tamanho amostral de 30, 50 e 100 participantes hipotéticos, não teve significância estatística, embora o efeito seja mantido. No que se refere aos resultados qualitativos, processados em três classes pelo software Alceste, foram analisados 74% do conteúdo textual, com riqueza de palavras de 94.05%, cujo conteúdo resultou em três classes: classe 1, com 33% da análise e correspondeu ao contexto geral do beber: pessoas e ocasiões que promovem ou desestimulam o beber, e os estímulos foram encontros com os amigos, os sentimentos negativos e às relações sociais; classe 2, 28% da análise e fez alusão ao indivíduo estar dependente de drogas em geral, situou o consumo de todas as substâncias (incluído o álcool) num contexto prejudicial; classe 3, que predominou com 39%, referiu-se ao indivíduo nos aspectos frequência, quantidade e abandono do consumo. Dados referentes ao perfil da amostra, bebida de escolha e influência cultural foram corroborados em outros estudos. Apareceu ainda que, o consumo de álcool não está vinculado apenas às preferências pessoais. O estudo revelou ser possível realizar a IB, todavia, há necessidade de encontrar as estratégias mais efetivas para contactar os usuários e envolver suas famílias e a equipe local dos serviços de saúde. O conhecimento de aspectos qualitativos mostrou que o consumo ligado ao hábito cotidiano pareceu se relacionar a padrão de consumo mensal alto, por isso, mais danoso. Inferiu-se ainda que nesta amostra esse padrão de consumo pode ser devido à carência de orientações e aconselhamento dos profissionais de saúde sobre o hábito de beber. As vivências sociais foram relacionadas ao consumo, prover espaços e momentos de lazer na comunidade sem o incentivo ao uso de álcool e/ou substâncias psicoativas, poderia auxiliar na diminuição do consumo ou abstinência das mesmasPrimary Health Care (PHC) may be a possibility for access to alcohol users who use risk or dependence and Brief Intervention (IB) is a possible intervention. Thus, this clinical trial randomized by cluster aimed to verify the effectiveness of IB when compared to the control group. The participants of the study (Intervention Group - IG - and Control Group - CG) were contacted by a home visit after indicating the Family Health Strategy (ESF) services of the West Region of Health of Ribeirão Preto/São Paulo state. The included users were users older than 18 years and with consumption score >= 7, according to AUDIT score. The instruments used were AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test), ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test), sociodemographic profile and Alcohol consumption diary. After the interventions, follow-up was performed one month and six months after the last intervention. The quantitative measures of outcome were the score in the AUDIT instrument, in which the changes in the instrument score were used as a benchmark to verify the effectiveness of the interventions. In the IG, a semi-structured interview was also carried out. The statistical analysis was done using Multi Level Linear Regression for the study sample (23 participants) and the same with the simulated sample of 30, 50 and 100 hypothetical participants. The 23 participants (12 from IG and 11 from CG) had a mean age of 48.2 years, of which 16 were men (nine in IG and seven in CG). Over the years of study, the mean was 7.8 years (mean IG was 9.5 and in CG 6.3 years). In total, 323 home visits were carried out. Regarding consumption, the most chosen beverage was beer and 15 of the 23 participants could not express how felt before drinking alcohol. Concerning the use of other drugs in life, ten participants in the sample used only alcohol (four from IG and six from CG). Seven participants used alcohol and tobacco (four IG and three CG). Five participants were users of multiple drugs (3 IG and 2 CG). Among the multiple drugs, the most common were marijuana and cocaine. On the behavior of abusive consumption episodic, the most abusive consumption ranged from 2.85 to 16.2 doses. The average AUDIT during the follow up did not differ much. The mean AUDI of the IG was 15.5 (T0), 16.25 (T1) and 11.6 (T2). For CG, the mean was 15.36 (T0), 8.1 (T1), 16.36 (T2). Concerning the results of the mixed multilevel effect, in the actual sample of this study there was no significant difference (p = 0.80) between the intervention and control groups, although the intervention effect was observed. Regarding the data of the simulation with sample size of 30, 50 and 100 hypothetical participants, it was not statistically significant also, although the effect was maintained. Regarding the qualitative results, processed in three classes by the software Alceste, 74% of the textual content was analyzed, with a wealth of words of 94.05%. Regarding Class 1, 33% of the analysis corresponds to the general context of drinking, people and occasions that promote or discourage drinking, where the incentive can be encounters with friends, negative feelings and social relations. Class 2 accounted for 28% of the analysis and refers to the individual being dependent of drugs in general, not just alcohol, placing the consumption of all substances in the same context. As for Class 3, higher class with 39%, refers to the individual regarding the frequency, quantity and abandonment of consumption. The knowledge of qualitative aspects showed us that the consumption linked to the daily habits seems to be related to patterns of high consumption monthly doses and, therefore, more harmful, even if in this sample it was observed that the consumption is high also possibly due to lack of guidance and conversations with professional about the habit of drinking. As the social experiences were related to the consumption high doses of alcohol, perhaps provide spaces and moments of leisure free alcohol could help in the diminution or abstinence to the alcoholBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLuis, Margarita Antonia VillarBarbosa, Sara Pinto2017-05-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-17082017-185007/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-17082017-185007Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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