Ensaios sobre rastreamento do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96131/tde-18042024-151652/ |
Resumo: | O rastreamento do câncer de mama é a principal ferramenta de detecção precoce de tumores em mulheres assintomáticas. Quanto mais cedo o tumor for detectado, maiores são as chances de cura. No Brasil, o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais incidente na população feminina e o primeiro em mortalidade. Dessa maneira, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer recomendam que as mulheres de 50 a 69 anos realizem o rastreamento a cada dois anos. Nesse contexto, essa tese explora a temática do rastreamento no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da aplicação de técnicas de avaliação de impacto em dados disponíveis nos sistemas de informação do DATASUS. O primeiro artigo analisa o efeito da alocação de mamógrafos em municípios entre 2014 a 2019 sobre indicadores de saúde da mulher: taxas de exames, diagnósticos e óbitos. A hipótese de identificação considera que o efeito da alocação é heterogêneo e dependente de características observáveis e não observáveis. O que permitiu a aplicação do método Propensity Score Matching com estimação por efeitos fixos. Tudo o mais constante, a alocação de mamógrafo ampliou entre 1500 a 1850 o número de mamografias por 100 mil mulheres. Não foram encontrados efeitos significativos para as variáveis de diagnósticos e óbitos. Tal resultado sugere que é preciso otimizar a disponibilidade de equipamentos e profissionais de saúde em mais localidades. O segundo artigo investiga o efeito causal da pandemia de COVID-19 sobre as taxas de rastreamento no período de 2015 a 2021. São exploradas duas variações exógenas: i. a declaração de pandemia mundial em março de 2020 e ii. e o início da idade prioritária do rastreamento (50 anos). A hipótese de identificação supõe que as mulheres próximas aos 50 anos possuem características e incidência de câncer de mama muito semelhantes, exceto na prioridade ao rastreamento, o que possibilitou a aplicação do método Difference-in-Discontinuities Design. As estimativas indicam a necessidade de maior busca ativa do público-alvo. A cada 100 mil mulheres com 50 a 54 anos, 98 deixaram de realizar o rastreamento, ceteris paribus. O terceiro artigo examina se a pandemia de COVID-19 agravou as disparidades no rastreamento do câncer de mama entre mulheres pretas, pardas e indígenas (PPI) e brancas e amarelas (BA) entre 2015 a 2021. A hipótese de identificação é que o diferencial das taxas permaneceria o mesmo sem a pandemia. As mulheres BA possuem taxas de rastreamento duas vezes superiores às das mulheres PPI. A pandemia gerou um diferencial positivo a favor do grupo PPI. No entanto, este aumento deve-se à queda substancial na taxa de rastreio das mulheres BA: ceteris paribus, cerca de 2.800 mulheres BA a cada 100.000 não realizaram o rastreamento. Possivelmente as mulheres BA possuíam mais informações sobre a COVID-19. Os resultados destacam a importância de políticas públicas que garantam mais igualdade no acesso ao rastreamento pelas mulheres PPI. |
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Ensaios sobre rastreamento do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS)Essays on breast cancer screening in the Brazilian Unified Health System (SUS)Breast cancerCâncer de mamaMammogramMamografiaRastreamentoSaúde da mulherScreeningSUSSUSWomen's healthO rastreamento do câncer de mama é a principal ferramenta de detecção precoce de tumores em mulheres assintomáticas. Quanto mais cedo o tumor for detectado, maiores são as chances de cura. No Brasil, o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais incidente na população feminina e o primeiro em mortalidade. Dessa maneira, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer recomendam que as mulheres de 50 a 69 anos realizem o rastreamento a cada dois anos. Nesse contexto, essa tese explora a temática do rastreamento no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da aplicação de técnicas de avaliação de impacto em dados disponíveis nos sistemas de informação do DATASUS. O primeiro artigo analisa o efeito da alocação de mamógrafos em municípios entre 2014 a 2019 sobre indicadores de saúde da mulher: taxas de exames, diagnósticos e óbitos. A hipótese de identificação considera que o efeito da alocação é heterogêneo e dependente de características observáveis e não observáveis. O que permitiu a aplicação do método Propensity Score Matching com estimação por efeitos fixos. Tudo o mais constante, a alocação de mamógrafo ampliou entre 1500 a 1850 o número de mamografias por 100 mil mulheres. Não foram encontrados efeitos significativos para as variáveis de diagnósticos e óbitos. Tal resultado sugere que é preciso otimizar a disponibilidade de equipamentos e profissionais de saúde em mais localidades. O segundo artigo investiga o efeito causal da pandemia de COVID-19 sobre as taxas de rastreamento no período de 2015 a 2021. São exploradas duas variações exógenas: i. a declaração de pandemia mundial em março de 2020 e ii. e o início da idade prioritária do rastreamento (50 anos). A hipótese de identificação supõe que as mulheres próximas aos 50 anos possuem características e incidência de câncer de mama muito semelhantes, exceto na prioridade ao rastreamento, o que possibilitou a aplicação do método Difference-in-Discontinuities Design. As estimativas indicam a necessidade de maior busca ativa do público-alvo. A cada 100 mil mulheres com 50 a 54 anos, 98 deixaram de realizar o rastreamento, ceteris paribus. O terceiro artigo examina se a pandemia de COVID-19 agravou as disparidades no rastreamento do câncer de mama entre mulheres pretas, pardas e indígenas (PPI) e brancas e amarelas (BA) entre 2015 a 2021. A hipótese de identificação é que o diferencial das taxas permaneceria o mesmo sem a pandemia. As mulheres BA possuem taxas de rastreamento duas vezes superiores às das mulheres PPI. A pandemia gerou um diferencial positivo a favor do grupo PPI. No entanto, este aumento deve-se à queda substancial na taxa de rastreio das mulheres BA: ceteris paribus, cerca de 2.800 mulheres BA a cada 100.000 não realizaram o rastreamento. Possivelmente as mulheres BA possuíam mais informações sobre a COVID-19. Os resultados destacam a importância de políticas públicas que garantam mais igualdade no acesso ao rastreamento pelas mulheres PPI.Breast cancer screening is the main tool for early detection of tumors in asymptomatic women. The earlier the tumor is detected, the greater the chances of a cure. In Brazil, breast cancer is the second most common type of cancer in the female population and the first in terms of mortality. Therefore, the Ministry of Health and the National Cancer Institute recommend that women aged 50 to 69 undergo screening every two years. In this context, this thesis explores the issue of tracking in the Unified Health System (SUS) through the application of impact assessment techniques on data available in DATASUS information systems. The first article analyzes the effect of the allocation of mammograms in municipalities between 2014 and 2019 on women\'s health indicators: exam rates, diagnoses and deaths. The identification hypothesis considers that the allocation effect is heterogeneous and dependent on observable and unobservable characteristics. This allowed the application of the Propensity Score Matching method with fixed effects estimation. All else equal, the mammogram allocation increased the number of mammograms per 100,000 women by 1500 to 1850. No significant effects were found for the diagnosis and death variables. This result suggests that it is necessary to optimize the availability of equipment and healthcare professionals in more locations. The second article investigates the causal effect of the COVID-19 pandemic on screening rates from 2015 to 2021. Two exogenous variations are explored: i. the declaration of a global pandemic in March 2020 and ii. and the beginning of the priority screening age (50 years). The identification hypothesis assumes that women approaching 50 years of age have very similar characteristics and incidence of breast cancer, except for the priority of screening, which made it possible to apply the Difference-in-Discontinuities Design method. Estimates indicate the need for greater active search for the target audience. For every 100 thousand women aged 50 to 54, 98 failed to undergo screening, ceteris paribus. The third article examines whether the COVID-19 pandemic worsened disparities in breast cancer screening between black, brown and indigenous (PPI) and white and yellow (BA) women between 2015 and 2021. The identification hypothesis is that the differential of rates would remain the same without the pandemic. BA women have screening rates twice as high as PPI women. The pandemic generated a positive difference in favor of the PPI group. However, this increase is due to the substantial drop in the screening rate of BA women: ceteris paribus, around 2,800 BA women per 100,000 did not undergo screening. BA women possibly had more information about COVID-19. The results highlight the importance of public policies that guarantee more equal access to screening for PPI women.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPScorzafave, Luiz Guilherme Dacar da SilvaSilva, Alana Ramos da2024-03-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96131/tde-18042024-151652/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-18T15:29:02Zoai:teses.usp.br:tde-18042024-151652Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-18T15:29:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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