Global mindset e fatores culturais: influências nas competências de subsidiárias brasileiras no exterior: pesquisa multinível
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-02052012-200909/ |
Resumo: | Este trabalho examinou as influências do global mindset (GM) e de características culturais (distância do poder e controle de incertezas) das matrizes de multinacionais brasileiras sobre a formação de competências em suas subsidiárias no exterior. Mais especificamente, investigou a influência dessas variáveis independentes sobre o desenvolvimento, nas próprias subsidiárias, de competências passíveis de serem transferidas (para outras unidades ou para a matriz), bem como sobre a transferência de competências da matriz para as subsidiárias. Além disso, o trabalho também investigou quais são as características atuais do GM das multinacionais brasileiras. Para testar as hipóteses de pesquisa, foi realizada um survey que empregou uma abordagem multinível e, na análise empírica, foi utilizada a modelagem hierárquico-linear. Um conjunto de 97 multinacionais foi identificado e convidado a participar. O número de questionários devolvidos e considerados para a análise empírica, foi: 64 questionários de matrizes (nível 2) e 79 questionários de subsidiárias (nível 1). Os resultados da análise descritiva indicaram que as multinacionais brasileiras têm, em geral, um alto GM; esse resultado reflete o perfil da amostra, que foi composta por empresas brasileiras que estão entre as mais internacionalizadas. Ainda assim, detectou-se um pequeno grupo (6%) que apresentou GM mais baixo. Identificou-se, também, que \"habilidades globais\" é a dimensão do GM que apresenta as maiores fragilidades entre as empresas brasileiras. Além disso, a análise de clusters indicou que as empresas têm diferentes configurações, quando o seu GM e fatores culturais são considerados em conjunto; o maior conglomerado apresenta uma composição de alto GM e altos fatores culturais, simultaneamente. Os resultados da análise multinível, por sua vez, apontaram que há uma relação positiva entre GM e o desenvolvimento de competências não locais nas subsidiárias; já os fatores culturais analisados (distância do poder e controle de incertezas), têm uma relação negativa com o desenvolvimento dessas competências. Por outro lado, a influência de fatores culturais é maior do que a do GM (conforme análise dos coeficientes de regressão). Também foram identificados efeitos de dimensões que compõem as variáveis independentes: habilidades globais têm uma relação positiva e distância do poder tem uma relação negativa como o desenvolvimento de competências não locais nas subsidiárias. Os resultados também revelaram efeitos das variáveis GM e fatores culturais sobre competências específicas, desenvolvidas nas próprias subsidiárias ou transferidas a partir da matriz brasileira. Somente quando as competências foram testadas em separado surgiram resultados significantes para a transferência da matriz. O presente trabalho contribui com a teoria e pesquisa em negócios internacionais ao explicitar o modo como GM e cultura da matriz relacionam-se à formação de competência nas subsidiárias. Foi observada, sobretudo, a sua influência sobre as competências não locais das subsidiárias, que podem ser transferidas para outras unidades da rede multinacional. Como estas competências são muito importantes para a competitividade internacional das empresas brasileiras, observa-se que essas dimensões ao nível da matriz (GM e cultura) requerem especial atenção e devem ser monitorados e gerenciadas. Uma outra contribuição do estudo é de natureza metodológica, ao explorar um formato de pesquisa (multinível) e uma abordagem de análise empírica (HLM), que são pouco freqüentes em pesquisas quantitativas da área de negócios internacionais, apesar do seu grande potencial. Os limites da pesquisa, bem como indicações para novos estudos, também são apresentados. |
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Global mindset e fatores culturais: influências nas competências de subsidiárias brasileiras no exterior: pesquisa multinívelGlobal mindset and culture factors: influences on Brazilian foreign subsidiaries´ competences. A multilevel research.Competência organizacionalCultura organizacionalEmerging multinationalsEmpresas multinacionaisGlobal mindsetInternacionalização de empresasMultilevel researchOrganizational competencesOrganizational cultureSubsidiariesEste trabalho examinou as influências do global mindset (GM) e de características culturais (distância do poder e controle de incertezas) das matrizes de multinacionais brasileiras sobre a formação de competências em suas subsidiárias no exterior. Mais especificamente, investigou a influência dessas variáveis independentes sobre o desenvolvimento, nas próprias subsidiárias, de competências passíveis de serem transferidas (para outras unidades ou para a matriz), bem como sobre a transferência de competências da matriz para as subsidiárias. Além disso, o trabalho também investigou quais são as características atuais do GM das multinacionais brasileiras. Para testar as hipóteses de pesquisa, foi realizada um survey que empregou uma abordagem multinível e, na análise empírica, foi utilizada a modelagem hierárquico-linear. Um conjunto de 97 multinacionais foi identificado e convidado a participar. O número de questionários devolvidos e considerados para a análise empírica, foi: 64 questionários de matrizes (nível 2) e 79 questionários de subsidiárias (nível 1). Os resultados da análise descritiva indicaram que as multinacionais brasileiras têm, em geral, um alto GM; esse resultado reflete o perfil da amostra, que foi composta por empresas brasileiras que estão entre as mais internacionalizadas. Ainda assim, detectou-se um pequeno grupo (6%) que apresentou GM mais baixo. Identificou-se, também, que \"habilidades globais\" é a dimensão do GM que apresenta as maiores fragilidades entre as empresas brasileiras. Além disso, a análise de clusters indicou que as empresas têm diferentes configurações, quando o seu GM e fatores culturais são considerados em conjunto; o maior conglomerado apresenta uma composição de alto GM e altos fatores culturais, simultaneamente. Os resultados da análise multinível, por sua vez, apontaram que há uma relação positiva entre GM e o desenvolvimento de competências não locais nas subsidiárias; já os fatores culturais analisados (distância do poder e controle de incertezas), têm uma relação negativa com o desenvolvimento dessas competências. Por outro lado, a influência de fatores culturais é maior do que a do GM (conforme análise dos coeficientes de regressão). Também foram identificados efeitos de dimensões que compõem as variáveis independentes: habilidades globais têm uma relação positiva e distância do poder tem uma relação negativa como o desenvolvimento de competências não locais nas subsidiárias. Os resultados também revelaram efeitos das variáveis GM e fatores culturais sobre competências específicas, desenvolvidas nas próprias subsidiárias ou transferidas a partir da matriz brasileira. Somente quando as competências foram testadas em separado surgiram resultados significantes para a transferência da matriz. O presente trabalho contribui com a teoria e pesquisa em negócios internacionais ao explicitar o modo como GM e cultura da matriz relacionam-se à formação de competência nas subsidiárias. Foi observada, sobretudo, a sua influência sobre as competências não locais das subsidiárias, que podem ser transferidas para outras unidades da rede multinacional. Como estas competências são muito importantes para a competitividade internacional das empresas brasileiras, observa-se que essas dimensões ao nível da matriz (GM e cultura) requerem especial atenção e devem ser monitorados e gerenciadas. Uma outra contribuição do estudo é de natureza metodológica, ao explorar um formato de pesquisa (multinível) e uma abordagem de análise empírica (HLM), que são pouco freqüentes em pesquisas quantitativas da área de negócios internacionais, apesar do seu grande potencial. Os limites da pesquisa, bem como indicações para novos estudos, também são apresentados.This study examined the influences of global mindset (GM) and cultural characteristics (power distance and uncertainty avoidance) of Brazilian multinational headquarters on the formation of competences at their foreign subsidiaries. More specifically, it investigated influences of those independent variables on the development of non-local competences (by the subsidiaries themselves) and on the transfer of competences from the parent companies to their subsidiaries. Furthermore, the study investigated the main characteristics of Brazilian multinationals´ GM. For the hypotheses to be tested, a survey was carried out, employing a multilevel research design; for the empirical analysis, a hierarchical linear modeling was employed. Initially, a set of 97 Brazilian multinationals were invited to take part in the research. The total number of returned and acceptable questionnaires was: 64 from headquarters and 79 from subsidiaries. The results of the descriptive analysis indicated that Brazilian multinationals have, in general, a high GM; this finding reflects the profile of the sample which comprised some of the most internationalized Brazilian companies. Nevertheless, it was identified that a small group of companies (6%) show lower GM levels; it was also observed that \"global skills\" is the GM dimension regarding which Brazilian firms are most fragile. Furthermore, a cluster analysis revealed that those companies present multiple configurations when GM and cultural factors were considered simultaneously; the most numerous cluster encompassed companies which have, at the same time, higher GM levels and higher cultural factor levels. The multilevel analysis, in turn, indicated that there is a positive relationship between GM and the development of non-local competences at subsidiaries; conversely, cultural factors (power distance and uncertainty avoidance) are negatively related to development of non-local competences. Furthermore, according to the regression coefficient analysis, the effect of cultural factors on non-local competences is stronger than the GM effect. When the dimensions that comprise the independent variables were tested separately, it was noticed that global skills are positively related to development of non-local competences at subsidiaries; power distance, in turn, is negatively related. The results also revealed effects of GM and cultural factors on specific competences developed at subsidiaries or transferred from Brazilian headquarters. Significant results for headquarter transfers were noticed only when the competences were tested separately. This work contributes to theory and research on international business by showing how culture and GM influence the formation of competences at subsidiaries, particularly competences that may be transferred to the multinational network (non-locals). As such competences are especially relevant for the competitiveness of Brazilian companies abroad, the headquarter dimensions (GM and culture) deserve to be monitored and managed. Another contribution of this study is of methodological nature, as it employed a multilevel research design and hierarchical linear modelling. In fact, these approaches have been overlooked in international business research, despite their potential and strengths. The limits of this study and suggestions for further research are also discussed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFleury, Maria Tereza LemeReis, Germano Glufke2012-04-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-02052012-200909/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:31Zoai:teses.usp.br:tde-02052012-200909Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este trabalho examinou as influências do global mindset (GM) e de características culturais (distância do poder e controle de incertezas) das matrizes de multinacionais brasileiras sobre a formação de competências em suas subsidiárias no exterior. Mais especificamente, investigou a influência dessas variáveis independentes sobre o desenvolvimento, nas próprias subsidiárias, de competências passíveis de serem transferidas (para outras unidades ou para a matriz), bem como sobre a transferência de competências da matriz para as subsidiárias. Além disso, o trabalho também investigou quais são as características atuais do GM das multinacionais brasileiras. Para testar as hipóteses de pesquisa, foi realizada um survey que empregou uma abordagem multinível e, na análise empírica, foi utilizada a modelagem hierárquico-linear. Um conjunto de 97 multinacionais foi identificado e convidado a participar. O número de questionários devolvidos e considerados para a análise empírica, foi: 64 questionários de matrizes (nível 2) e 79 questionários de subsidiárias (nível 1). Os resultados da análise descritiva indicaram que as multinacionais brasileiras têm, em geral, um alto GM; esse resultado reflete o perfil da amostra, que foi composta por empresas brasileiras que estão entre as mais internacionalizadas. Ainda assim, detectou-se um pequeno grupo (6%) que apresentou GM mais baixo. Identificou-se, também, que \"habilidades globais\" é a dimensão do GM que apresenta as maiores fragilidades entre as empresas brasileiras. Além disso, a análise de clusters indicou que as empresas têm diferentes configurações, quando o seu GM e fatores culturais são considerados em conjunto; o maior conglomerado apresenta uma composição de alto GM e altos fatores culturais, simultaneamente. Os resultados da análise multinível, por sua vez, apontaram que há uma relação positiva entre GM e o desenvolvimento de competências não locais nas subsidiárias; já os fatores culturais analisados (distância do poder e controle de incertezas), têm uma relação negativa com o desenvolvimento dessas competências. Por outro lado, a influência de fatores culturais é maior do que a do GM (conforme análise dos coeficientes de regressão). Também foram identificados efeitos de dimensões que compõem as variáveis independentes: habilidades globais têm uma relação positiva e distância do poder tem uma relação negativa como o desenvolvimento de competências não locais nas subsidiárias. Os resultados também revelaram efeitos das variáveis GM e fatores culturais sobre competências específicas, desenvolvidas nas próprias subsidiárias ou transferidas a partir da matriz brasileira. Somente quando as competências foram testadas em separado surgiram resultados significantes para a transferência da matriz. O presente trabalho contribui com a teoria e pesquisa em negócios internacionais ao explicitar o modo como GM e cultura da matriz relacionam-se à formação de competência nas subsidiárias. Foi observada, sobretudo, a sua influência sobre as competências não locais das subsidiárias, que podem ser transferidas para outras unidades da rede multinacional. Como estas competências são muito importantes para a competitividade internacional das empresas brasileiras, observa-se que essas dimensões ao nível da matriz (GM e cultura) requerem especial atenção e devem ser monitorados e gerenciadas. Uma outra contribuição do estudo é de natureza metodológica, ao explorar um formato de pesquisa (multinível) e uma abordagem de análise empírica (HLM), que são pouco freqüentes em pesquisas quantitativas da área de negócios internacionais, apesar do seu grande potencial. Os limites da pesquisa, bem como indicações para novos estudos, também são apresentados. |
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