Desenvolvimento de testes imunoenzimáticos (ELISA e Western blot) para o diagnóstico sorológico da dermatofitose felina causada por Microsporum canis
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-29022016-151249/ |
Resumo: | No Brasil, a casuística de dermatofitose de cães e gatos, atendida em hospitais escola e clínicas veterinárias oscila entre 1,7 à 11,5%. E embora o percentil de casos de dermatofitoses na rotina da clínica veterinária, seja reduzido, quando cotejado a outras dermatopatias, tem relevância pelo fato de tratar-se de uma antropozoonose, refletindo então sua grande importância em saúde pública. Relata-se que cerca de 15% dos casos de dermatofitose em humanos sejam de origem zoonótica. A dermatofitose animal é uma dermatopatia causada por fungos queratinofílicos e queratinolíticos pertencentes aos gêneros Microsporum e Trichophyton. Assim sendo, o fungo zoofilico M. canis é o dermatófito mais comumente isolado em carnívoros domésticos, sendo considerado como o agente causador de 90 a 100% dos casos de dermatofitose. Os dermatófitos são transmitidos por contato direto com pelos ou escamas infectadas por artrósporos, presentes nos animais, no ambiente ou por fômites. A diferenciação diagnóstica deve ser considerada em todo e qualquer caso de presença de lesões alopécicas, ceratóticas e escamocrostosas. A consecução diagnóstica é desafiadora e o emprego de cultivos fúngicos é bastante útil, porém requerem experiência laboratorial e necessitam de tempo, de cerca de 21 dias, para se obter o resultado final. Diante da escassez de trabalhos envolvendo procedimentos diagnósticos alternativos, a exemplo de técnicas sorológicas para a diagnose da microsporíase, e da necessidade de dispor de exames confiáveis e rápidos para um precoce diagnóstico, objetivou-se desenvolver e avaliar a eficácia diagnóstica dos testes imunoenzimáticos ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) e Western blot (WB), para o diagnóstico sorológico da dermatofitose felina causada por M. canis em gatos Persas assintomáticos. Para tanto, selecionou-se 70 felinos de idades variadas e de quaisquer dos sexos, os quais foram alocados em três Grupos: S (Sintomático) com 20 animais, AS (Assintomáticos) com 30 animais e N (Negativos) constituído por 20 felinos. Todos os animais foram submetidos à colheita de sangue para realização dos testes sorológicos, interposição pela Lâmpada de Wood e cultivo micológico. Comparando-se os valores de ELISA entre os grupos positivos e negativos, obtiveram-se 94% de sensibilidade e 75% especificidade. Obteve-se, também, área sob a curva ROC de 0,92. Observou-se que não houve diferença estatística entre os Grupos Sintomáticos e Assintomáticos (p<0,05). Ao WB detectou-se 13 bandas dos seguintes pesos moleculares: 132, 83, 75, 73, 57, 54, 50, 40, 35, 33, 32, 30 e 25 kDa. Considerou-se a proteína mais imunogênica a de 50 kDa, onde observou-se reatividade de 83,3% no Grupo sintomático e de 66,6% no Grupo assintomático. Conclui-se que a dermatofitose induz evidente resposta imune humoral, que se expressa pela elevação dos níveis de IgG anti-M.canis. Conclui-se, também, que as técnicas de ELISA e WB são eficazes para o diagnóstico sorológico da dermatofitose causada por M. canis em gatos Persas sintomáticos e assintomáticos |
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Desenvolvimento de testes imunoenzimáticos (ELISA e Western blot) para o diagnóstico sorológico da dermatofitose felina causada por Microsporum canisDevelopment of enzyme immunoassays (ELISA and western blot) for the serological diagnosis of feline dermatophytosis caused by Microsporum canisAnthropozoonosisAntropozoonoseDermatofitosePersaPersianRingwormNo Brasil, a casuística de dermatofitose de cães e gatos, atendida em hospitais escola e clínicas veterinárias oscila entre 1,7 à 11,5%. E embora o percentil de casos de dermatofitoses na rotina da clínica veterinária, seja reduzido, quando cotejado a outras dermatopatias, tem relevância pelo fato de tratar-se de uma antropozoonose, refletindo então sua grande importância em saúde pública. Relata-se que cerca de 15% dos casos de dermatofitose em humanos sejam de origem zoonótica. A dermatofitose animal é uma dermatopatia causada por fungos queratinofílicos e queratinolíticos pertencentes aos gêneros Microsporum e Trichophyton. Assim sendo, o fungo zoofilico M. canis é o dermatófito mais comumente isolado em carnívoros domésticos, sendo considerado como o agente causador de 90 a 100% dos casos de dermatofitose. Os dermatófitos são transmitidos por contato direto com pelos ou escamas infectadas por artrósporos, presentes nos animais, no ambiente ou por fômites. A diferenciação diagnóstica deve ser considerada em todo e qualquer caso de presença de lesões alopécicas, ceratóticas e escamocrostosas. A consecução diagnóstica é desafiadora e o emprego de cultivos fúngicos é bastante útil, porém requerem experiência laboratorial e necessitam de tempo, de cerca de 21 dias, para se obter o resultado final. Diante da escassez de trabalhos envolvendo procedimentos diagnósticos alternativos, a exemplo de técnicas sorológicas para a diagnose da microsporíase, e da necessidade de dispor de exames confiáveis e rápidos para um precoce diagnóstico, objetivou-se desenvolver e avaliar a eficácia diagnóstica dos testes imunoenzimáticos ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) e Western blot (WB), para o diagnóstico sorológico da dermatofitose felina causada por M. canis em gatos Persas assintomáticos. Para tanto, selecionou-se 70 felinos de idades variadas e de quaisquer dos sexos, os quais foram alocados em três Grupos: S (Sintomático) com 20 animais, AS (Assintomáticos) com 30 animais e N (Negativos) constituído por 20 felinos. Todos os animais foram submetidos à colheita de sangue para realização dos testes sorológicos, interposição pela Lâmpada de Wood e cultivo micológico. Comparando-se os valores de ELISA entre os grupos positivos e negativos, obtiveram-se 94% de sensibilidade e 75% especificidade. Obteve-se, também, área sob a curva ROC de 0,92. Observou-se que não houve diferença estatística entre os Grupos Sintomáticos e Assintomáticos (p<0,05). Ao WB detectou-se 13 bandas dos seguintes pesos moleculares: 132, 83, 75, 73, 57, 54, 50, 40, 35, 33, 32, 30 e 25 kDa. Considerou-se a proteína mais imunogênica a de 50 kDa, onde observou-se reatividade de 83,3% no Grupo sintomático e de 66,6% no Grupo assintomático. Conclui-se que a dermatofitose induz evidente resposta imune humoral, que se expressa pela elevação dos níveis de IgG anti-M.canis. Conclui-se, também, que as técnicas de ELISA e WB são eficazes para o diagnóstico sorológico da dermatofitose causada por M. canis em gatos Persas sintomáticos e assintomáticosThe number of dogs and cats affected by ringworm seen at teaching hospitals and veterinary clinics in Brazil ranges from 1,7 to 11,5 %. And although the percentile of ringworm cases in veterinary practice routine is reduced when compared with other skin diseases, it has relevance because it is anthropozoonosis with public health significance. In humans, 15% of ringworm's (tinea) cases come from zoonotic transmission and most of these cases are acquired through contact with affected cats. Animal dermatophytosis is a skin disease caused by keratinolytics and keratinophilics fungi belonging to the genera Microsporum and Trichophyton. The zoophilic fungus M. canis is the most frequently isolated dermatophyte in domestic carnivores, being regarded as the causative agent associated with 90 to 100% of ringworm cases. Dermatophytes are transmitted by direct contact with scales or hairs infected by arthrospores, present in the animals, in the environment or in fomites. The differential diagnosis for dermatophytosis should be considered in every case of alopecia, keratotic scales and crusty lesions. The diagnosis is challenging and the use of fungal cultures is quite useful but requires laboratorial experience and need at least 21 days to get the result. Given the scarcity of studies involving alternative diagnostic procedures, like serological techniques for the dermatophytosis's diagnosis, and the need for reliable and rapid tests for early diagnosis, this study aimed to develop and evaluate the diagnostic efficacy of enzyme immunoassays ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) and Western blot (WB), for the diagnosis of feline's dermatophytosis caused by M. canis in Persian cats. Seventy cats of various ages and any of the sexes were divided into three groups: S (symptomatic) with 20 animals, AS (asymptomatic) with 30 animals and N (negative) with other 20 cats. All animals were submitted to mycological cultivation, Wood lamp and blood samples for carrying out the serological tests. Comparing the ELISA values between positive and negative groups yielded 94% sensitivity and 75% specificity. There was no statistic difference between groups symptomatic and asymptomatic (p <0,05). The WB technique detected 13 bands of the following weights: 132, 83, 75, 73, 57, 54, 50, 40, 35, 33, 32, 30 and 25 kDa. The 50 kDa protein was considered the most immunogenic protein, observing reactivity in 83.3% in the symptomatic group and 66.6% in the asymptomatic group. The study concludes that the ringworm induces clear humoral immune response. In addition, the ELISA and WB techniques are effective for the diagnosis of dermatophytosis caused by M. canis in symptomatic and asymptomatic Persian catsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLarsson, Carlos EduardoSantana, Aline Elisa2015-12-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-29022016-151249/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-29022016-151249Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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