Avaliação do Escore Plaqueta-Albumina (PAL) como preditor de risco e sobrevida pós-operatória em pacientes com carcinoma hepatocelular submetidos a ressecção hepática
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-26102023-121312/ |
Resumo: | Introdução: O tratamento do carcinoma hepatocelular (CHC) é complexo e requer abordagem multidisciplinar. A ressecção cirúrgica é a modalidade de escolha em pacientes com função hepática preservada e, comparada ao transplante, tem critérios menos restritivos para sua indicação, sendo aplicável imediatamente e sem necessidade de fila de espera. Entretanto, requer seleção criteriosa dos pacientes, a qual pode ser realizada com o auxílio de diversos métodos, como o escore de Child-Pugh, o Model for End-Stage Liver Disease (MELD) e o escore Albumina-Bilirrubina (ALBI). Neste contexto, o escore plaqueta-albumina (PAL) foi desenvolvido para predizer a morbidade e sobrevida após ressecção de CHC, porém ainda não foi testado ou aplicado na população ocidental. O objetivo do presente estudo é avaliar a capacidade do escore PAL de predizer morbimortalidade pós-operatória e sobrevida tardia em população ocidental e compará-lo com os escores de Child-Pugh, MELD e ALBI. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo observacional de 182 pacientes com CHC submetidos a ressecção hepática entre 2008 e 2019. Resultados: A taxa de complicações pós-operatórias foi de 43,9% e a mortalidade perioperatória ocorreu em 13 casos (7,1%). A sobrevida global dos pacientes em 5 anos foi de 49,8%. Os pacientes foram classificados em 2 grupos: escore PAL I (110 pacientes) e escore PAL II-III (72 pacientes). A morbidade pós-operatória foi maior nos pacientes com escore PAL II-III (OR 1,98, p = 0,032), escore ALBI II-III (OR 2,05, p = 0,028), MELD > 10 (OR 2,71, p = 0,042), nos pacientes submetidos a hepatectomias maiores (OR 2,55, p = 0,005) e a cirurgias abertas (OR 2,96, p < 0,001), e naqueles que receberam hemotransfusão perioperatória (OR 10,1, p < 0,001). Insuficiência hepática pós-operatória (PHLF) ocorreu em 36 pacientes (19,8%) e sua incidência foi maior em pacientes com escore PAL II-III (OR 3,50, p = 0,001) e ALBI II-III (OR 3,46, p = 0,001). Escore PAL II-III (p = OR 3,3, p = 0,036) foi o único escore associado à maior mortalidade perioperatória, a qual também foi associada a necessidade de reoperação (OR 10,06, p = 0,042), a PHLF (OR 5,63, p = 0,005) e a transfusão perioperatória (OR 3,81, p = 0,027). O escore PAL foi fator prognóstico independente para sobrevida global na análise multivariada (p = 0,018). Conclusões: O escore PAL mostrou-se uma ferramenta amplamente acessível e de fácil aplicação para prever complicações pós-operatórias, mortalidade perioperatória, PHLF e sobrevida após ressecção hepática por CHC. Foi tão eficaz quanto o MELD e o ALBI para predizer complicações perioperatórias. Assim como o ALBI, foi capaz de predizer a ocorrência de PHLF. Dentre os escores estudados, foi o único capaz de predizer mortalidade perioperatória |
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Avaliação do Escore Plaqueta-Albumina (PAL) como preditor de risco e sobrevida pós-operatória em pacientes com carcinoma hepatocelular submetidos a ressecção hepáticaEvaluation of Platelet-Albumin (Pal) score as a predictor of postoperative risk and survival in patients with hepatocellular carcinoma submitted to liver resectionAlbuminAlbuminaAnálise de sobrevidaBilirrubinaBilirubinCarcinoma hepatocelularFunção hepáticaHepatectomiaHepatectomyHepatocellular carcinomaLiver functionPlaquetasPlateletPrognosisPrognósticoSurvival analysisIntrodução: O tratamento do carcinoma hepatocelular (CHC) é complexo e requer abordagem multidisciplinar. A ressecção cirúrgica é a modalidade de escolha em pacientes com função hepática preservada e, comparada ao transplante, tem critérios menos restritivos para sua indicação, sendo aplicável imediatamente e sem necessidade de fila de espera. Entretanto, requer seleção criteriosa dos pacientes, a qual pode ser realizada com o auxílio de diversos métodos, como o escore de Child-Pugh, o Model for End-Stage Liver Disease (MELD) e o escore Albumina-Bilirrubina (ALBI). Neste contexto, o escore plaqueta-albumina (PAL) foi desenvolvido para predizer a morbidade e sobrevida após ressecção de CHC, porém ainda não foi testado ou aplicado na população ocidental. O objetivo do presente estudo é avaliar a capacidade do escore PAL de predizer morbimortalidade pós-operatória e sobrevida tardia em população ocidental e compará-lo com os escores de Child-Pugh, MELD e ALBI. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo observacional de 182 pacientes com CHC submetidos a ressecção hepática entre 2008 e 2019. Resultados: A taxa de complicações pós-operatórias foi de 43,9% e a mortalidade perioperatória ocorreu em 13 casos (7,1%). A sobrevida global dos pacientes em 5 anos foi de 49,8%. Os pacientes foram classificados em 2 grupos: escore PAL I (110 pacientes) e escore PAL II-III (72 pacientes). A morbidade pós-operatória foi maior nos pacientes com escore PAL II-III (OR 1,98, p = 0,032), escore ALBI II-III (OR 2,05, p = 0,028), MELD > 10 (OR 2,71, p = 0,042), nos pacientes submetidos a hepatectomias maiores (OR 2,55, p = 0,005) e a cirurgias abertas (OR 2,96, p < 0,001), e naqueles que receberam hemotransfusão perioperatória (OR 10,1, p < 0,001). Insuficiência hepática pós-operatória (PHLF) ocorreu em 36 pacientes (19,8%) e sua incidência foi maior em pacientes com escore PAL II-III (OR 3,50, p = 0,001) e ALBI II-III (OR 3,46, p = 0,001). Escore PAL II-III (p = OR 3,3, p = 0,036) foi o único escore associado à maior mortalidade perioperatória, a qual também foi associada a necessidade de reoperação (OR 10,06, p = 0,042), a PHLF (OR 5,63, p = 0,005) e a transfusão perioperatória (OR 3,81, p = 0,027). O escore PAL foi fator prognóstico independente para sobrevida global na análise multivariada (p = 0,018). Conclusões: O escore PAL mostrou-se uma ferramenta amplamente acessível e de fácil aplicação para prever complicações pós-operatórias, mortalidade perioperatória, PHLF e sobrevida após ressecção hepática por CHC. Foi tão eficaz quanto o MELD e o ALBI para predizer complicações perioperatórias. Assim como o ALBI, foi capaz de predizer a ocorrência de PHLF. Dentre os escores estudados, foi o único capaz de predizer mortalidade perioperatóriaIntroduction: Treatment of hepatocellular carcinoma (HCC) is complex and requires a multidisciplinary approach. Surgical resection is the modality of choice in patients with preserved liver function, and when compared to liver transplantation, has less restrictive criteria, and is applicable immediately with no waiting list. However, resection requires a careful selection of patients. Numerous scores can help in this selection, such as Child-Pugh score, Model for End-Stage Liver Disease (MELD) and Albumin-Bilirubin (ALBI) score. In this scenario, Platelet-Albumin (PAL) score was developed to predict mortality and survival after HCC resection, but was never applied in the western population. The aim of this study is to evaluate the power of PAL score in predicting postoperative morbidity and mortality and to compare it with other scores such as Child-Pugh, MELD and ALBI. Methods: Observational retrospective cohort study with 182 patients with HCC submitted to liver resection between 2008 and 2019. Patients were classified in 2 groups: PAL score I (110 patients) and PAL score II-III (72 patients) and their outcomes were compared. Results: Postoperative complications occurred in 43.9% of patients, and perioperative mortality was observed in 13 cases (7.1%). Global survival was 49.8% in 5 years. Morbidity was higher in patients with PAL score II-III (OR 1.98, p = 0.032), ALBI score II-III (OR 2.05, p = 0.028), MELD > 10 (OR 2.71, p = 0.042), in those submitted to major hepatectomies (OR 2.55, p = 0.005), open surgeries (OR 2.96, p < 0.001), and in those who received perioperative transfusion (OR 10.1, p < 0.001). Post-hepatectomy liver failure (PHLF) occurred in 36 patients (19.8%), and was associated with PAL score II-III (OR 3.50, p = 0.001) and ALBI score II-III (OR 3.46, p = 0.001). PAL score II-III (OR 3.3, p = 0.036) was the only score associated with perioperative mortality, which was also associated to need for reoperation (OR 10.06, p = 0.042), PHLF (OR 5.63, p=0.005) and perioperative transfusion (OR 3.81, p=0.027). PAL score was an independent prognostic factor for global survival in the multivariate analysis (p = 0.018). Conclusions: PAL score is a widely accessible and easily applicable tool to predict postoperative complications, PHLF, perioperative mortality and survival after liver resection due to HCC, and it was as good as MELD and ALBI to predict postoperative complications, as good as ALBI to predict PHLF, and was the only score able to predict perioperative mortalityBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHerman, Paulo Meira Júnior, José Donizeti de2023-07-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-26102023-121312/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-11-08T18:04:02Zoai:teses.usp.br:tde-26102023-121312Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-11-08T18:04:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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