Problemas de sexo: da ontologia à epistemologia em psicanálise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Prioste, Giovanna Maiuri
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-08042024-174719/
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo elucidar os efeitos do sexual no campo psicanalítico por meio da sua própria ontologia e epistemologia. Parte-se do resgate da primazia da ausência de sentido da sexualidade humana para elaborar diretrizes sobre emergência do sujeito moderno, que é, ao mesmo tempo, sujeito da psicanálise e da ciência, para investigar a questão do sexual. Considerando o sexual enquanto um problema da epistemologia, destrinchamos essa condição essencial no movimento bascular entre teoria e clínica para pensar a relação entre ontologia e sexualidade. Enquanto método, utilizamos o processo arqueo-genealógico operando em conjunto com o conceito de estilo de raciocínio para problematizar nosso objeto multifacetado. A partir da constituição teórico-clínica da psicanálise, nos propusemos a desenvolver um debate constante com outros campos do saber, como a filosofia, a filosofia da ciência, estudos sobre sexualidade, estudos feministas e estudos queer para circunscrever os fracassos que a psicanálise produz quando tenta capturar e definir o campo do sexual. Ao considerar as proposições freudianas sobre sexualidade, argumentamos que a teoria das pulsões se consolida como ponto central nos desdobramentos tanto epistemológicos quanto ontológicos da teoria. Fizemos um retorno genealógico sobre as teorias da sexualidade no Ocidente para delimitar os efeitos do biopoder na produção dos saberes emergentes desde então. Ao nos posicionarmos nesse debate contemporâneo sobre sexo, confrontamos o campo psicanalítico marcado pelo sexual por uma historicização necessária que traz a epistemologia da diferença sexual como conceito-chave. Essa proposta abre a perspectiva de considerá-la um estilo de raciocínio presente na psicanálise, mas não enquanto intrínseco à própria epistemologia. Entramos na ontologia da psicanálise pela via da negatividade presente na coexistência entre a emergência do sujeito e sexualidade para nos aproximar dos outros campos por meio da ontologia moderna. Por fim, defendemos que a teoria psicanalítica carrega uma marca sexual tanto em sua ontologia quanto em sua epistemologia e sustentamos uma crítica que permite descontinuidades na própria teoria a partir dessa questão, sem que isso signifique seu aniquilamento.
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A partir da constituição teórico-clínica da psicanálise, nos propusemos a desenvolver um debate constante com outros campos do saber, como a filosofia, a filosofia da ciência, estudos sobre sexualidade, estudos feministas e estudos queer para circunscrever os fracassos que a psicanálise produz quando tenta capturar e definir o campo do sexual. Ao considerar as proposições freudianas sobre sexualidade, argumentamos que a teoria das pulsões se consolida como ponto central nos desdobramentos tanto epistemológicos quanto ontológicos da teoria. Fizemos um retorno genealógico sobre as teorias da sexualidade no Ocidente para delimitar os efeitos do biopoder na produção dos saberes emergentes desde então. Ao nos posicionarmos nesse debate contemporâneo sobre sexo, confrontamos o campo psicanalítico marcado pelo sexual por uma historicização necessária que traz a epistemologia da diferença sexual como conceito-chave. Essa proposta abre a perspectiva de considerá-la um estilo de raciocínio presente na psicanálise, mas não enquanto intrínseco à própria epistemologia. Entramos na ontologia da psicanálise pela via da negatividade presente na coexistência entre a emergência do sujeito e sexualidade para nos aproximar dos outros campos por meio da ontologia moderna. Por fim, defendemos que a teoria psicanalítica carrega uma marca sexual tanto em sua ontologia quanto em sua epistemologia e sustentamos uma crítica que permite descontinuidades na própria teoria a partir dessa questão, sem que isso signifique seu aniquilamento.The present research aims to elucidate the effects of the sexual in the psychoanalytic field through its own ontology and epistemology. To investigate the issue of the sexual, it starts recovering the primacy of lack of meaning in human sexuality to develop guidelines on the emergence of the modern subject, which is, at the same time, the subject of psychoanalysis and science. Considering the sexual as an epistemology problem, we unravel this essential condition in the transition between theory and clinic to think about the connection between ontology and sexuality. We use archaeology and genealogy as a method in conjunction with the concept of style of reasoning to problematize our multifaceted object. Based on the theoretical-clinical constitution of psychoanalysis, we propose to develop a constant debate with other fields of knowledge such as philosophy, philosophy of science, sexuality studies, feminist studies and queer studies to circumscribe the failures that psychoanalysis produces when it tries to capture and define the sexual field. When considering Freudian propositions about sexuality, we argue that the theory of drives is consolidated as a central point in both the epistemological and ontological developments of the theory. We make a genealogical return to theories of sexuality in the West to delimit the effects of biopower on the production of knowledge that has emerged since then. By positioning ourselves in this contemporary debate about sex, we confront the psychoanalytic field marked by the sexual by a necessary historicization that brings the epistemology of sexual difference as a key concept. This proposal opens up the perspective of considering it a style of reasoning present in psychoanalysis, but not as intrinsic to its epistemology. We enter in psychoanalysis ontology through the negativity present in the coexistence between the emergence of the subject and sexuality to bring us closer to other fields through modern ontology. Finally, we argue that psychoanalytic theory carries a sexual mark both in its ontology and in its epistemology and we support a criticism that allows discontinuities in the theory itself based on this issue without meaning its annihilation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAmbra, Pedro Eduardo SilvaPrioste, Giovanna Maiuri2024-01-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-08042024-174719/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-04-08T22:07:02Zoai:teses.usp.br:tde-08042024-174719Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-04-08T22:07:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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