Avaliação da disseminação de Staphylococcus aureus resistente a oxacilina em Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pacheco, Renata Lima
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-17122008-103750/
Resumo: Staphylococcus aureus é um patógeno versátil, capaz de causar uma grande variedade de infecções. Nos últimos anos, ocorreu um aumento da proporção de infecções causadas por S. aureus resistentes a meticilina (MRSA). A resistência a meticilina deve-se à presença do gene mecA, carreado no cassete cromossômico estafilocócico (SCCmec). Pacientes infectados ou colonizados por MRSA são reservatórios e fontes de disseminação deste microorganismo, em instituições de cuidado à saúde, principalmente através de profissionais transitoriamente colonizados. Freqüentemente, a infecção por MRSA é precedida por um período de colonização. Em 2003 foi observado um aumento das taxas de infecções hospitalares por S. aureus na Enfermaria de Dermatologia do Hospital das Clínicas (EDER), em relação aos cinco anos anteriores. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a transmissão hospitalar de MRSA, entre os pacientes da EDER e caracterizar os isolados de MRSA, obtidos de pacientes e funcionários colonizados, presentes nessa unidade. Foi realizada a detecção dos pacientes colonizados por MRSA, através de culturas de vigilância das narinas e, quando possível, culturas de vigilância das lesões de pele, num período de seis meses. A identificação fenotípica foi confirmada por reação em cadeia da polimerase (PCR) multiplex para detecção dos genes mecA e coa. Posteriormente, os isolados de MRSA foram submetidos ao teste de sensibilidade aos antimicrobianos pelo método de microdiluição em caldo, PCR multiplex para determinação do tipo de SCCmec e tipagem molecular por eletroforese em campo pulsado (PFGE). Quarenta e cinco por cento dos pacientes eram portadores de MRSA. No início do estudo, 14% dos funcionários eram portadores de MRSA, no fim eram 18%. Foram obtidas 105 amostras de MRSA, sendo que 11 foram isoladas de funcionários da EDER e 94 isoladas de 64 pacientes que eram portadores deste microorganismo.Sessenta e um por cento dos pacientes classificados como portadores de MRSA, eram positivos na primeira coleta realizada e 39% foram identificados durante o seguimento, nas coletas posteriores. O gene da coagulase foi detectado em todas as 105 amostras e o gene mecA em 101. Todos os isolados foram sensíveis a vancomicina e resistentes a oxacilina e penicilina. Trinta e três por cento dos isolados eram multirresistentes, apresentaram SCCmec tipo IIIA e um perfil PFGE predominante. SCCmec tipo IV foi observado em 59% dos isolados. Não foi possível determinar o tipo de SCCmec de quatro isolados. Na PFGE, o perfil B1 foi o mais prevalente, apresentado por isolados de MRSA SCCmec tipo IV, obtidos de nove pacientes e de três funcionários. A transmissão hospitalar foi caracterizada em 39% dos pacientes portadores. Foi possível observar a participação dos funcionários, na transmissão cruzada de MRSA, na EDER. A colonização por MRSA, dos profissionais de cuidado à saúde, foi transitória. Além da transmissão hospitalar de MRSA, foi possível detectar pacientes que eram portadores de MRSA na admissão
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Freqüentemente, a infecção por MRSA é precedida por um período de colonização. Em 2003 foi observado um aumento das taxas de infecções hospitalares por S. aureus na Enfermaria de Dermatologia do Hospital das Clínicas (EDER), em relação aos cinco anos anteriores. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a transmissão hospitalar de MRSA, entre os pacientes da EDER e caracterizar os isolados de MRSA, obtidos de pacientes e funcionários colonizados, presentes nessa unidade. Foi realizada a detecção dos pacientes colonizados por MRSA, através de culturas de vigilância das narinas e, quando possível, culturas de vigilância das lesões de pele, num período de seis meses. A identificação fenotípica foi confirmada por reação em cadeia da polimerase (PCR) multiplex para detecção dos genes mecA e coa. Posteriormente, os isolados de MRSA foram submetidos ao teste de sensibilidade aos antimicrobianos pelo método de microdiluição em caldo, PCR multiplex para determinação do tipo de SCCmec e tipagem molecular por eletroforese em campo pulsado (PFGE). Quarenta e cinco por cento dos pacientes eram portadores de MRSA. No início do estudo, 14% dos funcionários eram portadores de MRSA, no fim eram 18%. Foram obtidas 105 amostras de MRSA, sendo que 11 foram isoladas de funcionários da EDER e 94 isoladas de 64 pacientes que eram portadores deste microorganismo.Sessenta e um por cento dos pacientes classificados como portadores de MRSA, eram positivos na primeira coleta realizada e 39% foram identificados durante o seguimento, nas coletas posteriores. O gene da coagulase foi detectado em todas as 105 amostras e o gene mecA em 101. Todos os isolados foram sensíveis a vancomicina e resistentes a oxacilina e penicilina. Trinta e três por cento dos isolados eram multirresistentes, apresentaram SCCmec tipo IIIA e um perfil PFGE predominante. SCCmec tipo IV foi observado em 59% dos isolados. Não foi possível determinar o tipo de SCCmec de quatro isolados. Na PFGE, o perfil B1 foi o mais prevalente, apresentado por isolados de MRSA SCCmec tipo IV, obtidos de nove pacientes e de três funcionários. A transmissão hospitalar foi caracterizada em 39% dos pacientes portadores. Foi possível observar a participação dos funcionários, na transmissão cruzada de MRSA, na EDER. A colonização por MRSA, dos profissionais de cuidado à saúde, foi transitória. Além da transmissão hospitalar de MRSA, foi possível detectar pacientes que eram portadores de MRSA na admissãoStaphylococcus aureus is a versatile pathogen capable of causing a wide variety of infections. The proportion of nosocomial and community-acquired methicillinresistant Staphylococcus aureus (MRSA) infections has increased in the last years. Methicillin resistance is mediated by the mecA gene which is carried on the Staphylococcal Cassette Chromosome mec (SCCmec). In heath care settings, patients who are colonized or infected with MRSA constitute a reservoir and a source of spread of this microorganism, mainly through transiently colonized health care workers (HCWs). MRSA infections are usually preceded by a period of colonization. In 2003, an increase in the rates of MRSA nosocomial infection in the Dermatology ward of Hospital das Clínicas was observed, in comparison with the five previous years. The aims of this study were to evaluate the nosocomial transmission of MRSA in the Dermatology ward and to characterize MRSA isolates obtained from patients and HCWs. Surveillance cultures of the anterior nares and skin lesions were performed to identify patients who were MRSA carriers, during a period of six months. The phenotypic identification was confirmed by multiplex polymerase chain reaction (PCR), to detect mecA and coa genes. Subsequently, MRSA isolates were submitted to antimicrobial susceptibility testing by microdilution method, multiplex PCR for SCCmec typing and molecular typing by pulsed-field gel electrophoresis (PFGE). Forty-five percent of the patients were MRSA carriers. 14% of the HCWs were MRSA carriers at the beginning of the study and 18% at the end. One hundred and five MRSA isolates were obtained, 11 from HCWs and 94 from 64 patients who were MRSA carriers. Sixty-one percent of the patients, classified as MRSA carriers, were positive on the first culture and 39% were identified during the follow up period in the subsequent cultures. The coagulase gene was detected in all 105 isolates and the mecA gene in 101. All MRSA isolates were susceptible to vancomycin and resistant to oxacillin and penicillin. Thirty-three percent of the isolates were multiresistant, presented SCCmec Type IIIA and showed a predominant PFGE type. The SCCmec type IV was found in 59% of the isolates. It was not possible to determine the SCCmec type of four isolates. The B1 PFGE pattern was the most prevalent, presented by MRSA SCCmec type IV isolates, obtained from nine patients and three HCWs. Nosocomial transmission occurred in 39% of the MRSA carriers. It was possible to observe HCWs MRSA cross- transmission in the Dermatology ward. HCWs were transiently colonized. In addition to nosocomial transmission of MRSA, it was possible to detect patients who were MRSA carriers on admissionBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLevin, Anna Sara ShaffermanPacheco, Renata Lima2008-09-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-17122008-103750/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-17122008-103750Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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