Ensinar e aprender a ver

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vianna, Rachel de Sousa
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02092009-140313/
Resumo: Esta pesquisa aborda o processo de ensinar e aprender a ver sob diferentes ângulos. Em sua primeira parte, utiliza o método genético proposto pela teoria sociocultural para investigar o desenvolvimento da percepção visual na filogênese, na história social e na ontogênese. A segunda parte tem como objetivo mapear o papel da percepção visual nas propostas educativas de apreciação, fruição e leitura de imagens e objetos. O estudo da literatura revelou três tendências nas metodologias que privilegiam o desenvolvimento da percepção visual: a visual-verbal, a modernista e a semioticista. Em uma pesquisa de campo realizada na Universidade Roehampton, em Londres, foram entrevistados oito profissionais envolvidos na definição de políticas educacionais e na formação de professores de arte e design na Inglaterra. Os resultados indicaram que não existe consenso a respeito dos conhecimentos e habilidades necessários para engajar os estudantes no diálogo com obras de arte, nem sobre o papel dos conceitos visuais neste processo. A terceira e última parte da investigação consistiu em uma pesquisa de campo no Brasil. A coleta de dados foi feita através da gravação em áudio de três aulas de apreciação de imagens em organizações não governamentais que se dedicam ao ensino de artes e de duas visitas guiadas em museus de arte. Para analisar os dados, foi utilizada uma versão adaptada da ferramenta sociocultural de Eduardo Mortimer e Phil Scott (2002; 2003). Esta ferramenta, originalmente desenvolvida para o ensino de ciências, tem como foco o processo de construção de significados através do diálogo da sala de aula. Sua versão adaptada para o ensino de artes visuais se mostrou um instrumento capaz de revelar com detalhes o que se passa nas aulas e visitas guiadas, tanto pela possibilidade de mapear os aspectos da experiência estética privilegiados pelo professor como pela clareza com que permite descrever a metodologia utilizada. Uma comparação entre as atividades de apreciação e leitura nas cinco instituições aponta uma grande diversidade de abordagens e metodologias. Os resultados indicam, portanto, que não há uma concepção comum sobre objetivos, conteúdos e métodos que indicie a existência de um gênero de discurso no ensino de artes visuais no Brasil.
id USP_e5025331d8eb952beb413370484137df
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-02092009-140313
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Ensinar e aprender a verTeaching and learning to see1. art-education1. arte-educação2. percepção visual2. visual perception3. métodos de ensino3. teaching methods4. análise do discurso4. discourse analysisEsta pesquisa aborda o processo de ensinar e aprender a ver sob diferentes ângulos. Em sua primeira parte, utiliza o método genético proposto pela teoria sociocultural para investigar o desenvolvimento da percepção visual na filogênese, na história social e na ontogênese. A segunda parte tem como objetivo mapear o papel da percepção visual nas propostas educativas de apreciação, fruição e leitura de imagens e objetos. O estudo da literatura revelou três tendências nas metodologias que privilegiam o desenvolvimento da percepção visual: a visual-verbal, a modernista e a semioticista. Em uma pesquisa de campo realizada na Universidade Roehampton, em Londres, foram entrevistados oito profissionais envolvidos na definição de políticas educacionais e na formação de professores de arte e design na Inglaterra. Os resultados indicaram que não existe consenso a respeito dos conhecimentos e habilidades necessários para engajar os estudantes no diálogo com obras de arte, nem sobre o papel dos conceitos visuais neste processo. A terceira e última parte da investigação consistiu em uma pesquisa de campo no Brasil. A coleta de dados foi feita através da gravação em áudio de três aulas de apreciação de imagens em organizações não governamentais que se dedicam ao ensino de artes e de duas visitas guiadas em museus de arte. Para analisar os dados, foi utilizada uma versão adaptada da ferramenta sociocultural de Eduardo Mortimer e Phil Scott (2002; 2003). Esta ferramenta, originalmente desenvolvida para o ensino de ciências, tem como foco o processo de construção de significados através do diálogo da sala de aula. Sua versão adaptada para o ensino de artes visuais se mostrou um instrumento capaz de revelar com detalhes o que se passa nas aulas e visitas guiadas, tanto pela possibilidade de mapear os aspectos da experiência estética privilegiados pelo professor como pela clareza com que permite descrever a metodologia utilizada. Uma comparação entre as atividades de apreciação e leitura nas cinco instituições aponta uma grande diversidade de abordagens e metodologias. Os resultados indicam, portanto, que não há uma concepção comum sobre objetivos, conteúdos e métodos que indicie a existência de um gênero de discurso no ensino de artes visuais no Brasil.This research tackles the process of teaching and learning to see from different angles. Its first part uses the genetic method proposed by the sociocultural theory to investigate the development of visual perception in phylogenesis, in socio history and in ontogenesis. The second part of the research aims at mapping the role of visual perception within the methodologies for appreciating/reading images and objects. The literature review indicated three tendencies within the methodologies which emphasize development of visual perception: visual-verbal, modernist, and semanticist. A field research at Roehampton University, at London, comprised semi-structured interviews with eight professionals involved with teacher training in the field of art and design. The results indicated that there is not a consensus on the kinds of knowledge and abilities required to actively engage in works of art, neither there is a general agreement about the role visual concepts play in this process. The third and last part of this research involved a field research in Brazil. The data comprised audio recording of three art classes in three non governmental organizations which work with art education and two guided visits in two art museums. For data analysis, I used an adapted version of a sociocultural tool developed by Eduardo Mortimer and Phil Scott (2002, 2003). This tool, which was originally developed for the field of Science education, focuses the way the discourse is used to construct meaning in the classroom. Its adapted version proved to be an interesting tool for analyzing visual art classes and guided museum visits, as it permits to map which aspect of the aesthetic experience teachers and educators emphasized and to describe the methodology they used. A comparison between the five activities of appreciating/reading images that comprise the data reveals that there is great diversity in approaches and methodologies. Therefore, the results point that there is not a common understanding of objectives, content and methodologies among the participants, which suggests that Brazilian art education has not developed its own discourse genre.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFavaretto, Celso FernandoVianna, Rachel de Sousa2009-04-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02092009-140313/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-02092009-140313Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Ensinar e aprender a ver
Teaching and learning to see
title Ensinar e aprender a ver
spellingShingle Ensinar e aprender a ver
Vianna, Rachel de Sousa
1. art-education
1. arte-educação
2. percepção visual
2. visual perception
3. métodos de ensino
3. teaching methods
4. análise do discurso
4. discourse analysis
title_short Ensinar e aprender a ver
title_full Ensinar e aprender a ver
title_fullStr Ensinar e aprender a ver
title_full_unstemmed Ensinar e aprender a ver
title_sort Ensinar e aprender a ver
author Vianna, Rachel de Sousa
author_facet Vianna, Rachel de Sousa
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Favaretto, Celso Fernando
dc.contributor.author.fl_str_mv Vianna, Rachel de Sousa
dc.subject.por.fl_str_mv 1. art-education
1. arte-educação
2. percepção visual
2. visual perception
3. métodos de ensino
3. teaching methods
4. análise do discurso
4. discourse analysis
topic 1. art-education
1. arte-educação
2. percepção visual
2. visual perception
3. métodos de ensino
3. teaching methods
4. análise do discurso
4. discourse analysis
description Esta pesquisa aborda o processo de ensinar e aprender a ver sob diferentes ângulos. Em sua primeira parte, utiliza o método genético proposto pela teoria sociocultural para investigar o desenvolvimento da percepção visual na filogênese, na história social e na ontogênese. A segunda parte tem como objetivo mapear o papel da percepção visual nas propostas educativas de apreciação, fruição e leitura de imagens e objetos. O estudo da literatura revelou três tendências nas metodologias que privilegiam o desenvolvimento da percepção visual: a visual-verbal, a modernista e a semioticista. Em uma pesquisa de campo realizada na Universidade Roehampton, em Londres, foram entrevistados oito profissionais envolvidos na definição de políticas educacionais e na formação de professores de arte e design na Inglaterra. Os resultados indicaram que não existe consenso a respeito dos conhecimentos e habilidades necessários para engajar os estudantes no diálogo com obras de arte, nem sobre o papel dos conceitos visuais neste processo. A terceira e última parte da investigação consistiu em uma pesquisa de campo no Brasil. A coleta de dados foi feita através da gravação em áudio de três aulas de apreciação de imagens em organizações não governamentais que se dedicam ao ensino de artes e de duas visitas guiadas em museus de arte. Para analisar os dados, foi utilizada uma versão adaptada da ferramenta sociocultural de Eduardo Mortimer e Phil Scott (2002; 2003). Esta ferramenta, originalmente desenvolvida para o ensino de ciências, tem como foco o processo de construção de significados através do diálogo da sala de aula. Sua versão adaptada para o ensino de artes visuais se mostrou um instrumento capaz de revelar com detalhes o que se passa nas aulas e visitas guiadas, tanto pela possibilidade de mapear os aspectos da experiência estética privilegiados pelo professor como pela clareza com que permite descrever a metodologia utilizada. Uma comparação entre as atividades de apreciação e leitura nas cinco instituições aponta uma grande diversidade de abordagens e metodologias. Os resultados indicam, portanto, que não há uma concepção comum sobre objetivos, conteúdos e métodos que indicie a existência de um gênero de discurso no ensino de artes visuais no Brasil.
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009-04-24
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02092009-140313/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02092009-140313/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815256615452934144