A prevalência de sintomas de depressão e ansiedade entre os estudantes de medicina: um estudo multicêntrico no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mayer, Fernanda Brenneisen
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-13112017-154429/
Resumo: INTRODUÇÃO: A prevalência de depressão e ansiedade em estudantes de medicina tem proporção mundial significativa. Estudos sobre os fatores associados à esta prevalência são necessários para guiar as políticas institucionais de prevenção de doenças e promoção. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em estudantes de medicina brasileiros e sua associação com fatores pessoais e institucionais. MÉTODOS: O desenho do estudo foi transversal e multicêntrico. Os dados foram coletados entre Agosto de 2011 e Agosto de 2012, por meio de questionário sociodemográfico, o Inventário de Depressão de Beck (IDB) e o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) em uma plataforma eletrônica (plataforma VERAS). Os fatores analisados em associação à prevalência de depressão e ansiedade foram: fatores pessoais (idade, sexo, condições de moradia e financeira) e fatores institucionais (anos do curso, natureza jurídica, localização e serviço de suporte). RESULTADOS: De 1.650 estudantes selecionados aleatoriamente, 1.350 (81,8%) responderam todos os questionários e foram incluídos no estudo. A prevalência de sintomas de depressão encontrada foi 41% (IDB > 9), ansiedade estado 81,7% e ansiedade traço 85,6% (IDATE > 33). Ocorreu uma correlação positiva entre os níveis de ansiedade estado (r=0,591, p < 0.001) e traço (r=0,718, p < 0.001) com os escores de depressão. Os sintomas de depressão e ansiedade foram associados positivamente com os fatores sexo feminino e localização da escola médica em capitais. Os estudantes com vulnerabilidade financeira tiveram maiores escores de ansiedade-estado, mas não ansiedade-traço e depressão. Em relação às condições de moradia, anos do curso e a natureza jurídica da escola, não foram encontras diferenças estatisticamente significantes. Os estudantes de medicina com níveis de sintomas de ansiedade e depressão mais elevados discordaram mais que seus pares com as afirmações \"Tenho acesso adequado a atendimento psicológico\" e \"Existe um bom programa de apoio para estudantes estressados\". CONCLUSÕES: A prevalência dos sintomas de depressão e ansiedade em estudantes de medicina brasileiros foi alta, principalmente em estudantes do sexo feminino e de escolas médicas localizadas em capitais. A vulnerabilidade financeira dos estudantes foi associada aos escores de ansiedade-estado e não ansiedade-traço nem depressão. A percepção do acesso ao apoio psicológico e programa de suporte foi mais negativa entre os estudantes com sintomas de depressão e ansiedade
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Os dados foram coletados entre Agosto de 2011 e Agosto de 2012, por meio de questionário sociodemográfico, o Inventário de Depressão de Beck (IDB) e o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) em uma plataforma eletrônica (plataforma VERAS). Os fatores analisados em associação à prevalência de depressão e ansiedade foram: fatores pessoais (idade, sexo, condições de moradia e financeira) e fatores institucionais (anos do curso, natureza jurídica, localização e serviço de suporte). RESULTADOS: De 1.650 estudantes selecionados aleatoriamente, 1.350 (81,8%) responderam todos os questionários e foram incluídos no estudo. A prevalência de sintomas de depressão encontrada foi 41% (IDB > 9), ansiedade estado 81,7% e ansiedade traço 85,6% (IDATE > 33). Ocorreu uma correlação positiva entre os níveis de ansiedade estado (r=0,591, p < 0.001) e traço (r=0,718, p < 0.001) com os escores de depressão. Os sintomas de depressão e ansiedade foram associados positivamente com os fatores sexo feminino e localização da escola médica em capitais. Os estudantes com vulnerabilidade financeira tiveram maiores escores de ansiedade-estado, mas não ansiedade-traço e depressão. Em relação às condições de moradia, anos do curso e a natureza jurídica da escola, não foram encontras diferenças estatisticamente significantes. Os estudantes de medicina com níveis de sintomas de ansiedade e depressão mais elevados discordaram mais que seus pares com as afirmações \"Tenho acesso adequado a atendimento psicológico\" e \"Existe um bom programa de apoio para estudantes estressados\". CONCLUSÕES: A prevalência dos sintomas de depressão e ansiedade em estudantes de medicina brasileiros foi alta, principalmente em estudantes do sexo feminino e de escolas médicas localizadas em capitais. A vulnerabilidade financeira dos estudantes foi associada aos escores de ansiedade-estado e não ansiedade-traço nem depressão. A percepção do acesso ao apoio psicológico e programa de suporte foi mais negativa entre os estudantes com sintomas de depressão e ansiedadeBACKGROUND: The prevalence of depression and anxiety among medical students has significant proportions worldwide. Understanding of the factors associated with this prevalence is needed to guide institutional policies for disease prevention and health promotion. The aim of this study was to evaluate personal and training factors related to depression and anxiety prevalence of students from 22 Brazilian medical schools. METHODS: The study design is cross-sectional and multicenter with random sample of medical students from the six years of medical training. The data were collected between August 2011 to August 2012 by a electronic platform. The factors analyzed were students\' characteristics (sex, age, housing, financial inclusion programs) and Medical School\' characteristics (year of the medical program, school legal status, location and support service) in association with scores of Beck Depression Inventory (BDI) and State Trait Anxiety Inventory (STAI). RESULTS: Of 1,650 randomly selected students, 1,350 (81.8%) completed the study. The depressive symptoms prevalence was 41% (BDI > 9), state-anxiety 81.7% and trait-anxiety in 85.6% (STAI > 33). There was a positive relationship between levels of state (r=0,591, p < 0.001) and trait (r=0,718, p < 0.001) anxiety and depression scores. The depression and anxiety symptoms were positively associated with female sex and students from capital cities of both sexes. Scholarship students had higher state-anxiety but not trait-anxiety or depression. Medical students with higher levels of depression and anxiety symptoms disagreed more than their peers with the statements \"I have adequate access to psychological support\" and \"There is a good support system for students who get stressed\". CONCLUSIONS: The prevalence of depression and anxiety symptoms among Brazilian medical students were high and the main factors associated were female sex, school location and financial inclusion programs. Regarding to housing, legal status and years of the medical schools no significant difference was found. It is interesting that students with financial aid needs showed state-anxiety, but not depression and trait-anxiety symptoms. The perception of adequate support was more negative among students with depression and anxiety symptomsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTempski, Patricia ZenMayer, Fernanda Brenneisen2017-08-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-13112017-154429/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-13112017-154429Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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