Anatomia de raízes e caules de Bignonieae: síndrome lianescente e xilema secundário
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-20022017-151342/ |
Resumo: | Lianas possuem uma arquitetura anatômica altamente especializada em seus caules, com características que lhes permitem uma condutividade e mobilidade eficientes. O conjunto dessas características é denominado de “síndrome vascular lianescente”, e compõe-se de variações cambiais (formação de tecidos secundários de forma não-usual), dimorfismo de vasos (coocorrência de vasos de grande calibre e vasos de menor calibre, muitas vezes associados), poucas fibras ou fibras de paredes delgadas, presença de raios altos e largos, e maior quantidade de parênquima (esporadicamente não lignificado, tanto axial quanto radial), quando comparadas com as de espécies autossuportantes relacionadas. Em Bignoniaceae, a maior parte das lianas estão compreendidas na tribo Bignonieae, um grande clado neotropical, morfologicamente diverso, onde a variação cambial do tipo “xilema interrompido por cunhas de floema” representa uma sinapomorfia do grupo. A anatomia caulinar de lianas é bastante conhecida, entretanto dados sobre a anatomia de raízes são raros. Nas raízes de algumas espécies de Bignonieae, sabe-se da presença de variações cambiais, mas sem maiores informações acerca de outros atributos da estrutura secundária. Desse modo, essa dissertação tem como objetivo elucidar algumas questões, dividindo as análises em duas partes. No primeiro capítulo, visa-se verificar a presença de variações cambiais em raízes e caules, e possíveis atributos relacionados à síndrome vascular lianescente nas raízes. No segundo capítulo analisa-se, anatomicamente, as configurações do xilema secundário de raízes e caules, à fim de observar possíveis diferenças entre os órgãos. Os resultados obtidos são, em síntese, os que seguem: (i) raízes apresentam variação cambial semelhante à dos caules, mas as cunhas de floema iniciais se formam intercaladas e em mesmo número que os polos de protoxilema; (ii) em Amphilophium, as cunhas de floema inclusas, características do gênero, são incluídas no floema secundário, além do xilema; (iii) presença de neoformações vasculares em Amphilophium, formadas pela porção não condutora do floema secundário, ampliando a área condutora; (iv) presença de dimorfismo de vasos e raios altos e largos, além da variação cambial, como características da síndrome vascular lianescente, nas raízes das espécies analisadas, semelhantes aos seus caules; (v) as características qualitativas do xilema são semelhantes entre raízes e caules, assim como as quantitativas, estatisticamente. Estudos são necessários no campo do controle gênico e hormonal, visando entender porque a síndrome lianescente ocorre em órgãos submetidos a condições de crescimento tão diferentes |
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Anatomia de raízes e caules de Bignonieae: síndrome lianescente e xilema secundárioRoots and stems anatomy of Bignonieae: lianescent syndrome and secondary xylemAnatomia da madeiraAnatomia de lianasBignoniaceaeBignoniaceaeBignonieaBignonieaeCaulesLiana anatomyRaízesRootsStemsWood anatomyLianas possuem uma arquitetura anatômica altamente especializada em seus caules, com características que lhes permitem uma condutividade e mobilidade eficientes. O conjunto dessas características é denominado de “síndrome vascular lianescente”, e compõe-se de variações cambiais (formação de tecidos secundários de forma não-usual), dimorfismo de vasos (coocorrência de vasos de grande calibre e vasos de menor calibre, muitas vezes associados), poucas fibras ou fibras de paredes delgadas, presença de raios altos e largos, e maior quantidade de parênquima (esporadicamente não lignificado, tanto axial quanto radial), quando comparadas com as de espécies autossuportantes relacionadas. Em Bignoniaceae, a maior parte das lianas estão compreendidas na tribo Bignonieae, um grande clado neotropical, morfologicamente diverso, onde a variação cambial do tipo “xilema interrompido por cunhas de floema” representa uma sinapomorfia do grupo. A anatomia caulinar de lianas é bastante conhecida, entretanto dados sobre a anatomia de raízes são raros. Nas raízes de algumas espécies de Bignonieae, sabe-se da presença de variações cambiais, mas sem maiores informações acerca de outros atributos da estrutura secundária. Desse modo, essa dissertação tem como objetivo elucidar algumas questões, dividindo as análises em duas partes. No primeiro capítulo, visa-se verificar a presença de variações cambiais em raízes e caules, e possíveis atributos relacionados à síndrome vascular lianescente nas raízes. No segundo capítulo analisa-se, anatomicamente, as configurações do xilema secundário de raízes e caules, à fim de observar possíveis diferenças entre os órgãos. Os resultados obtidos são, em síntese, os que seguem: (i) raízes apresentam variação cambial semelhante à dos caules, mas as cunhas de floema iniciais se formam intercaladas e em mesmo número que os polos de protoxilema; (ii) em Amphilophium, as cunhas de floema inclusas, características do gênero, são incluídas no floema secundário, além do xilema; (iii) presença de neoformações vasculares em Amphilophium, formadas pela porção não condutora do floema secundário, ampliando a área condutora; (iv) presença de dimorfismo de vasos e raios altos e largos, além da variação cambial, como características da síndrome vascular lianescente, nas raízes das espécies analisadas, semelhantes aos seus caules; (v) as características qualitativas do xilema são semelhantes entre raízes e caules, assim como as quantitativas, estatisticamente. Estudos são necessários no campo do controle gênico e hormonal, visando entender porque a síndrome lianescente ocorre em órgãos submetidos a condições de crescimento tão diferentesLianas have stems with a very specialized anatomical architecture, with attributes that allows efficient conductivity and flexibility. Among the suite of features, collectively named “lianescent vascular syndrome”, we can quote the presence of cambial variants (which are unusual patterns of secondary growth), vessel dimorphism (presence of wide and narrow vessel co-occurring, sometimes associated), fewer fibres or thin-walled fibres, tall and large rays, and abundant parenchyma (occasionally non-lignified, both on axial and radial axis) when compared with related self-supporting species. Most of lianas in Bignoniaceae are comprised in the tribe Bignonieae, a large and orphologically diverse neotropical clade, possessing the cambial variant “furrowed xylem” as synapomorphy. The stem anatomy of Bignonieae lianas is well known, but data about root anatomy are scarce. It is known that cambial variants occur in roots of some Bignonieae, but there is no information about other features of the secondary structure. Thus, the aim of this study is to elucidate some questions, dividing the analysis in two parts. In the first chapter, we intent to verify the presence of cambial variants in roots and stems, and possible attributes related to vascular lianescent syndrome in roots. In the second chapter we analyze the anatomical settings of secondary xylem in roots and stems, in order to verify possible differences between them. The key results obtained are here synthetized: (i) roots have cambial variants similar to stems, but the phloem wedges form interspersed and in same number as the protoxylem poles; (ii) in Amphilophium the included phloem wedges, a characteristic of the genus, are also included in secondary phloem, besides the xylem; (iii) presence of vascular neoformations in Amphilophium, formed by cells in nonconducting portion of the phloem, increasing the conductive area; (iv) presence of vessel dimorphism and tall and large rays, plus cambial variant, characteristic of vascular lianescent syndrome in the roots of the analyzed species, similar to stems; (v) the qualitative features of the xylem are similar between roots and stems, as are statistically similar the quantitative features. We believe that more studies are necessary in the genetic and hormonal field, aiming to understand why the lianescent syndrome occurs in organs subjected to different growth conditionsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAngyalossy, VeronicaVictorio, Mariana Pereira2016-10-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-20022017-151342/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-02-20T16:00:05Zoai:teses.usp.br:tde-20022017-151342Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-02-20T16:00:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Lianas possuem uma arquitetura anatômica altamente especializada em seus caules, com características que lhes permitem uma condutividade e mobilidade eficientes. O conjunto dessas características é denominado de “síndrome vascular lianescente”, e compõe-se de variações cambiais (formação de tecidos secundários de forma não-usual), dimorfismo de vasos (coocorrência de vasos de grande calibre e vasos de menor calibre, muitas vezes associados), poucas fibras ou fibras de paredes delgadas, presença de raios altos e largos, e maior quantidade de parênquima (esporadicamente não lignificado, tanto axial quanto radial), quando comparadas com as de espécies autossuportantes relacionadas. Em Bignoniaceae, a maior parte das lianas estão compreendidas na tribo Bignonieae, um grande clado neotropical, morfologicamente diverso, onde a variação cambial do tipo “xilema interrompido por cunhas de floema” representa uma sinapomorfia do grupo. A anatomia caulinar de lianas é bastante conhecida, entretanto dados sobre a anatomia de raízes são raros. Nas raízes de algumas espécies de Bignonieae, sabe-se da presença de variações cambiais, mas sem maiores informações acerca de outros atributos da estrutura secundária. Desse modo, essa dissertação tem como objetivo elucidar algumas questões, dividindo as análises em duas partes. No primeiro capítulo, visa-se verificar a presença de variações cambiais em raízes e caules, e possíveis atributos relacionados à síndrome vascular lianescente nas raízes. No segundo capítulo analisa-se, anatomicamente, as configurações do xilema secundário de raízes e caules, à fim de observar possíveis diferenças entre os órgãos. Os resultados obtidos são, em síntese, os que seguem: (i) raízes apresentam variação cambial semelhante à dos caules, mas as cunhas de floema iniciais se formam intercaladas e em mesmo número que os polos de protoxilema; (ii) em Amphilophium, as cunhas de floema inclusas, características do gênero, são incluídas no floema secundário, além do xilema; (iii) presença de neoformações vasculares em Amphilophium, formadas pela porção não condutora do floema secundário, ampliando a área condutora; (iv) presença de dimorfismo de vasos e raios altos e largos, além da variação cambial, como características da síndrome vascular lianescente, nas raízes das espécies analisadas, semelhantes aos seus caules; (v) as características qualitativas do xilema são semelhantes entre raízes e caules, assim como as quantitativas, estatisticamente. Estudos são necessários no campo do controle gênico e hormonal, visando entender porque a síndrome lianescente ocorre em órgãos submetidos a condições de crescimento tão diferentes |
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